EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

QUE TE VÁ BEM

Em geral é da vontade de Deus que o crente tenha saúde e que tenha uma vida abençoada.
Ele quer que tudo vá bem conosco, i.e., que nosso trabalho, planos, propósitos, ministério, família, etc. estejam de acordo com a sua vontade e direção. Portanto, as bênçãos de Deus mediante a redenção em Cristo, visam a suprir nossas necessidades físicas e espirituais.
No tocante à prosperidade, tanto física como espiritual, as Escrituras nos ensinam o seguinte:

(1) A expressão "que te vá bem em todas as coisas", (gr. euodoo) literalmente significa "fazer uma boa viagem".
À luz desse significado, a oração prioritária de João é no sentido de que os crentes andem no caminho da salvação, que permaneçam na vontade de Deus e desfrutem da sua bênção (cf. vv. 3,4).

(2) A vontade de Deus é que ganhemos o necessário para termos abrigo, alimento e roupa para toda nossa família, e que tenhamos o suficiente para ajudar os outros, e para promover a causa de Cristo (2 Co 9.8; Fp 4.15-19). Sabemos que Deus pode nos dá o suficiente para as nossas necessidades (2 Co 9.8-12), e que Ele promete nos suprir conforme as suas gloriosas riquezas (Fp 4.19).

(3) Embora oremos para Deus suprir todas as nossas necessidades materiais, devemos reconhecer que haverá ocasiões em que Deus permite que seus filhos passem por necessidades. (a) Passemos tempos de aflições ou de necessidades para sermos despertados a confiar mais nEle e desenvolver nossa fé, nossa perseverança espiritual e nosso ministério (Rm 8.35-39; 2 Co 4.7-12; 6.4-10; 12.7-10; 1 Pe 1.6,7). (b) Podemos experimentar problemas difíceis, quando por causa do nosso testemunho e do trabalho de Cristo, o mundo nos oprime e persegue (Lc 6.20-23; Hb 10.32-34; 1 Pe 2.19-21; Ap 2.9,10). (c) Podemos experimentar pobreza, devido às circunstâncias nacionais ou naturais, tais como guerra, fome seca, ou más condições econômicas ou sociais (At 11.28-30; 2 Co 8.2,12-14).

(4) A presença, ajuda e bênção de Deus na nossa vida física estão relacionadas à prosperidade da nossa vida espiritual. Devemos buscar a vontade de Deus (Mt 6.10; 26.39; Hb 10.7-9), obedecer ao Espírito Santo (Rm 8.14), permanecer separados do mundo (Rm 12.1,2; 2 Co 6.16-18), amar a Palavra de Deus (Tg 1.21; 1 Pe 2.2), buscar a sua ajuda em oração (Mt 6.11; Hb 4.16), trabalhar com afinco (2 Ts 3.6-12; 1 Pe 5.7) e viver segundo o princípio de buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33; ver Mt 6.11 nota; Lc 11.3 nota; Cl 4.12 nota)

(5) Mesmo estando bem a nossa alma, não estamos automaticamente isentos de dificuldades noutras áreas da vida. Devemos encarar as adversidades, aflições e necessidades com orações e confiança em Deus.

O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo (1 João 2.16).
A palavra "mundo" (gr. kosmos) frequentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. 
Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1 Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1 Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14). Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida tais como álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta. 
Os crente devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra Deus e a sua Palavra. 
Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. 
Finalmente, o "mundo" também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas.
(1) Satanás (ver Mt 4.10, nota sobre Satanás) é o deus do presente sistema mundano (ver Jo 12.31 nota; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 5.19). 
Ele controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).
(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais, econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo (Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua verdade, a qual revela a iniquidade do mundo (Jo 7.7).

(3) O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. 
O mundo está sob o domínio de Satanás (ver Jo 12.31 nota); a igreja pertence exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve separar-se do mundo.

(4) No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1 Pe 2.11). 
(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2 nota), não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniquidade do mundo (ver Hb 1.9 nota), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4).
 (b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4.4 nota). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. 
Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (ver Lc 23.35 nota). Note, é claro, que os termos "mundo" e "terra" não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc.
(5) De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a Deus:
 (a) "A concupiscência da carne", que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1 Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14). 
(b) "A concupiscência dos olhos", que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus, inclui o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). 
Neta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28). 
(c) "A soberba da vida", que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece a Deus como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).
(6) O crente não devem ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11 nota; 2 Co 6.14 nota) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11 nota), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mt 16.15; Jd 22,23).
(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio (Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1 Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2 Co 11.3; 1 Pe 5.8).
(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus (Dn 2.34,35,44; 2 Ts 1.7-10; 2 Pe 3.10 nota; Ap 18.2).