EVANGELHO DE JESUS CRISTO

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A IRA DE DEUS


A IRA DE DEUS
A ira (gr. orge) de Deus é uma expressão da sua justiça e do seu amor. É a indignação pessoal de Deus e sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8,9; Ef 5.6; Ap 19.15) causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2 Sm 6.6,7) e nações (Is 10.5; 13.3; Jr 50.13; Ez 30.15), e pela apostasia e infidelidade do seu povo (Nm 25.3; 32.10-13; Dt 29.24-28).

(1) No passado, a ira de Deus e seu ódio ao pecado revelou-se através do dilúvio (Gn 6-8), da fome a da peste (Ez 6.11ss), do abrasamento da terra (Dt 29.22,23), da dispersão do seu povo (Lm 4.16) e de incêndio através da terra (Is 9.18,19).

(2) No presente, a ira de Deus é vista quando Ele entrega os ímpios à imundícia e às vis paixões (ver 24 nota) e leva à ruína e à morte todos quantos persistem em lhe desobedecer (1.18--3.18; 6.23; Ez 18.4; Ef 2.3).

(3) No futuro, a ira de Deus incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e um dia vindouro de juízo para todos os povos e nações (Ez 7.19; Dn 8.19) --- "dia de alvoroça e de desolação, dia de trevas e de escuridão" (Sf 1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (2.5; Mt 7.3; Lc 3.17; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15). Por fim, Deus manifestará sua ira mediante o castigo eterno sobre os que não se arrependerem (ver Mt 10.28 nota).

(4) A ira de Deus não é a sua última palavras aos seres humanos, pois Ele proveu um meio de escape ou salvação da sua ira. O pecador pode arrepender-se do seu pecado e voltar-se a Jesus Cristo por fé (5.8; Jo 3.36; 1 Ts 1.10; 5.9).
(ver estudo: Termos Bíblicos Para Salvação)

(5) Os crentes unidos a Cristo devem compartilhar da ira de Deus contra o pecado, não no sentido de vingança, mas por amor sincero à justiça e aversão ao mal (ver Hb 1.9 nota). O NT reconhece uma ira santa que aborrece aquilo que Deus odeia; ira esta evidenciada principalmente no próprio Jesus (Mc 3.5; Jo 2.12-17; Hb 1.9; ver Lc 19.45 nota), em Paulo (At 17.16;) e outras pessoas juntas (2 Pe 2.7,8; Ap 2.6 nota).

TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO


Deus nos oferece livremente a vida eterna em Jesus Cisto, mas, às vezes, nos é difícil compreender o processo exato usado para torná-la disponível a nós. Por isso Deus apresenta na Bíblia vários aspectos da salvação, cada um com sua ênfase exclusiva. Este estudo examina três desses aspectos: a salvação, a redenção e a justificação.

SALVAÇÃO

Salvação (gr. soteria) significa "livramento", "chegar à meta final com segurança", "proteger de dano". Já no AT, Deus revelou-se como o Salvador do seu povo (Êx 15.2;Sl 27.1; 88.1; ver Dt 26.8 nota; Sl 61.2 nota; 53.5 nota). A salvação é descrita na Bíblia como "o caminho", ou a estrada através da vida, para a comunhão eterna com Deus no céu (Mt 7.14; Mc 12.14; Jo 14.6; At 16.17; 2 Pe 2.21; cf. At 9.2; 22.4; Hb 10.20). Esta estrada deve ser percorrida até o fim. A salvação pode ser descrita como um caminho com dois lados e três etapas:

(1) O único caminho da salvação. Cristo é o único caminho ao Pai (Jo 14.6; At 4.12). A salvação nos é concedida mediante a graça de Deus, manifesta em Cristo Jesus (3.24). A salvação é baseada na morte de Cristo (3.25; 5.8), sua ressurreição (5.10) e sua contínua intercessão pelos salvos (Hb 7.25).


(2) Os dois lados da salvação. A salvação é recebida de graça, mediante a fé em Cristo Jesus (3.22,24,25,28). Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo 1.16) e da resposta humana da fé (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8).


(3) As três etapas da salvação. (a) A etapa passada da salvação inclui a experiência pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos pecados (At 10.43; Rm 4.6-8) e passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1 Jo 3.14); do poder do pescado para o poder do Senhor (6.17-23), do domínio de Satanás para o domínio de Deus (At 26.18). A salvação nos leva a um novo relacionamento pessoal com Deus (Jo 1.12) e nos livra da condenação do pecado (1.16; 6.23; 1 Co 1.18).

(ver o estudo Nascer de novo a Regeneração)

(b) A etapa presente da salvação nos livra do hábito e do domínio do pecado, e nos enche do Espírito Santo. Ela abrange: (i) o privilégio de um relacionamento pessoal com Deus como nosso Pai e com Jesus como nosso Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23; ver Gl 4.6 nota); (ii) a conclamação para nos considerarmos mortos para o pecado (6.1-14) e para nos submetermos à direção do Espírito Santo (8.1-16) e à Palavra de Deus (Jo 8.31; 14.21; 2 Tm 3.15,16); (iii) o convite para sermos cheios do Espírito Santo e a ordem de continuarmos cheios (ver At 2.33-39; Ef 5.18); (iv) a exigência para nos separarmos do pecado (6.1-14) e da presente geração perversa (At 2.40; 2 Co 6.17); e (v) a chama para travar uma batalha constante em prol do reino de Deus contra Satanás e suas hostes demoníacas (2 Co 10.4,5; Ef 6.11,16; 1 Pe 5.8).


(c) A etapa futura da salvação (13.11,12) 1 Ts 5.8,9; 1 Pe 1.5) abrange: (i) nosso livramento da ira vindoura de Deus (5.9; 1 Co 3.15; 5.5; 1 Ts 1.10; 5.9); (ii) nossa participação da glória divina (Rm 8.29; 2 Ts 2.13,14) e nosso recebimento de um corpo ressurreto, transformado (1 Co 15.49-52); e (iii) os galardões que receberemos como vencedores fiéis (ver Ap 2.7 nota).

Essa etapa futura da salvação é o alvo que todos os cristãos se esforçam para alcançar (1 Co 9.24-27; Fp 3.8-14). Toda advertência, disciplina e castigo do tempo presente da vida do crente têm como propósito preveni-lo a não perder essa salvação futura (1 Co 5.1-13; 9.24-27; Fp 2.12,16; 2 Pe 1.5-11); ver Hb 12.1 nota).

REDENÇÃO

O significado original de "redenção" (gr. apolutrosis) é resgatar mediante o pagamento de um preço. A expressão denota o meio pelo qual a salvação é obtida, a saber: pagamento de um resgate. A doutrina da redenção pode ser resumida da seguinte forma:

(1) O estado do pecado, do qual precisamos ser redimidos. O NT mostra que o ser humano está alienado de Deus (3.10-18), sob o domínio de Satanás (At 10.38; 26.18), escravizado pelo pecado (6.6; 7.14) e necessitando de livramento da culpa, da condenação e do poder do pecado (At 26.18; Rm 1.18; 6.1-18,23; Ef 5.8; Cl 1.13; 1 Pe 2.9)


(2) O preço pago para nos libertar dessa escravidão: Cristo pagou esse resgate ao derramar o seu sangue e dar sua vida (Mt 20.28; Mc 10.45; 1 Co 6.20; Ef 1.7; Tt 2.14; Hb 9.12;; 1 Pe 1.18,19)


(3) O estado presente dos redimidos: Os crentes redimidos por Cristo estão agora livres do domínio de Satanás e da culpa do pecado (At 26.18; Rm 6.7,12,14,18; Cl 1.13).

Essa libertação do pecado, no entanto, não nos deixa livres para fazer o que queremos, pois somos propriedades de Deus. A nossa libertação do pecado por Deus nos torna em servos voluntários seus (At 26.18; Rm 6.18-22; 1 Co 6.19,20; 7.22,23). 

(4) A doutrina de redenção no NT já estava prefigurada nos casos de redenção registrados no AT. O grande evento redentor do AT foi o êxodo de Israel (ver Êx 6.7 nota; 12.26 nota).

Também, no sistema sacrificial levítico, o sangue de animais era o preço pago para expiar o pecado (ver Lv 9.8 nota).

JUSTIFICAÇÃO

A palavra "justificar" (gr. dikaioo) significa ser "justo (ou reto) diante de Deus" (2.13), tornando justo (5.18,19), "estabelecer como certo" ou "endireitar". Denota estar num relacionamento certo com Deus, mais do que receber uma mera declaração judicial ou legal.
 Deus perdoa o pecador arrependido, a quem Ele tinha declarado culpado segundo a sua lei e condenado à morte eterna, restaura-o ao favor divino e o coloca em relacionamento correto (comunhão) com Ele mesmo e com a sua vontade. Ao apóstolo Paulo foram reveladas várias verdades a respeito da justificação e como ela é efetuada:

(1) A justificação diante de Deus é uma dádiva (3.24; Ef 2.8). Ninguém pode justificar-se diante de Deus guardando toda a lei ou fazendo boas obras (4.2-6; Ef 2.8,9), "porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (3.23).


(2) A justificação diante de Deus se alcança mediante a "redenção que há em Cristo Jesus" (3.24). Ninguém é justificado sem que antes seja redimido por Cristo, do pecado e do seu poder.


(3) A justificação diante de Deus provém da "sua graça", sendo obtida mediante a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador (3.22,24; cf. 4.3,5).


(4) A justificação diante de Deus está relacionada ao perdão dos nossos pecados (Rm 4.7). Os pecadores são declarados culpados diante de Deus (3.9-18,23), mas por causa da morte expiatória de Cristo e da sua ressurreição são perdoados (ver 3.25 nota; 4.25; 5.6-10).


(5) Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificado com Ele, o qual passa habitar em nós (Gl 2.16-21). Através dessa experiência, nos tornamos de fato justos e tornamos a viver para Deus (2.19-21). Essa obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito (cf. 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2), não se pode separar da sua obra redentora a nosso favor. A obra de Cristo e do Espírito são de mútua dependência.


Deus em Cristo Jesus te abençoa.