EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 31 de outubro de 2015

A FÉ QUE... FOI DADA AOS SANTOS


A FÉ QUE... FOI DADA AOS SANTOS
Os fiéis em Cristo têm o solene encargo de "batalhar" pela fé que Deus entregou aos santos apóstolos e demais santos (Fp 1.27; cf. 1 Tm 1.18; 6.12).
1. "A fé", aqui, significa o evangelho proclamado por Cristo e os apóstolos. É a verdade estabelecida e inalterável, comunicada pelo Espírito Santo e incorporada no NT. 
Todavia, "a fé" é mais do que a verdade objetiva. É também, um modo de vida a ser vivido em amor e pureza (Cl 1.9-11; 1 Tm 1.5).
É um reino que se manifesta com poder para batizar no Espírito Santo a todos os crentes (ver o estudo O REINO DE DEUS),
a fim de proclamarem o evangelho a todas as nações (Mc 16.15-17; ver 1 Ts 1.5 nota) com sinais, milagres e dons do Espírito Santo (ver At 2.22; 14.3; Rm 15.19; Hb 2.4 nota; ver o estudo SINAIS DOS CRENTES).
2. A palavra "batalhar" (gr. epagonizomai) descreve a luta que o crente fiel deve travar na defesa da fé.
Significa, literalmente, "contender", "estar sob muita pressão", ou "travar uma luta". 
Devemos esforçar-nos ao máximo na defesa da Palavra de Deus e da fé segundo o NT, mesmo se isso nos for custoso e agonizante. 
Devemos negar-nos a nós mesmos e, se necessário for, sofrer o martírio em prol do evangelho (cf. 2 Tm 4.7).
3. Batalhar pela fé significa tomar posição firme contra aqueles que, dentro da igreja visível, negam a autoridade da Bíblia ou distorcem a fé original anunciada por Cristo e pelos apóstolos; significa também pregar essa fé como verdade redentora a todos os povos (ver Jo 5.47 nota).
Quem é leal a Cristo e á fé integral do NT, nunca deve permitir que sua mensagem seja enfraquecida, caso a sua autoridade seja comprometida, sua verdade distorcida e seu poder e suas promessas enfraquecidas mediante explicações forjadas.

REJEITANDO TODA IMUNDÍCIA


REJEITANDO TODA IMUNDÍCIA
A Palavra de Deus, quer pregada, quer escrita, não pode atuar de modo eficaz na vida da pessoa se esta não se separa da imundícia moral e do mal.
1. Deus ordena ao crente que deixe de lado toda impureza pecaminosa que permeia a sociedade irregenerada e corrupta e que procura influenciá-lo e a sua família. Essa imundícia polui a alam e o espírito e arruína a sua vida (cf. Ef 4.22,25,31; Cl 3.8; 1 Pe 2.1).
2. As Escrituras nos avisam quanto às coisas impróprias para o povo santo de Deus. Assim sendo, não devemos participar de nenhum tipo de impureza ou obscenidade (Ef 5.3,4). Além disso, devemos estar conscientes de que permitir qualquer tipo de impureza moral em nossa vida ou no nosso lar, inclusive a linguagem imunda ou obscena, através do vídeo ou da TV, entristece o Espírito Santo e violenta os santos padrões que Deus estabelece para o seu povo. A Palavra de Deus nos adverte: "Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros (Ef 5.6,7).
3. Nós, como crentes, devemos levar a sério a justiça e a santidade. Nossa "casa" precisa estar varrida e limpa e cheia da Palavra de Deus e da santidade de Cristo (Mt 12.43-45; ver o estudo A SANTIFICAÇÃO).
A PALAVRA EM VÓS ENXERTADA
O cristão começa sua nova vida em Cristo ao nascer de novo pela "palavra da verdade" (v. 18; ver estudo A REGENERAÇÃO).
A nova vida em Cristo requer que abandonemos toda impureza moral (ver a nota anterior), e que sejamos resolutos quanto à prevalência da Palavra de Deus em nosso coração.
O tempo original aqui é emphutos, literalmente "implantado", e dá a entender que a Palavra precisa tornar-se parte da nossa própria natureza. A Palavra implantada nos leva à salvação final (cf. Mt 13.3-23; Rm 1.16; 1 Co 15.2; Ef 1.13; ver Jo 6.54 nota).

NÃO SOFRERÃO A SÃ DOUTRINA


E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas (2 Tm 4.4).
NÃO SOFRERÃO A SÃ DOUTRINA
No decurso da história da igreja sempre houve aqueles que não amam a sã doutrina. À medida que o fim se aproxima, a situação nesse sentido torna-se-á pior (cf. 3.1-5; 1 Tm 4.1).
1.  "Não sofrerão a sã doutrina" (v.3). Muitos professarão se cristãos, frequentarão as igrejas e mostrarão que servem a Deus, mas não aceitarão a fé apostólica original do NT, nem as exigências bíblicas ordenando que o crente separe-se da injustiça (3.5; cf. Rm 1.16; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE).
2. "Desviarão os ouvidos da verdade" (v.4). A autêntica pregação bíblica de um homem de Deus não mais será aceita por muitas igrejas. Os desviados da verdade desejarão sermões que apresentem um evangelho menos exigente (cf. 2.18; 3.7,8; 1 Tm 6.5; Tt 1.14).
Já não aceitarão trechos da Palavra de Deus que tratam de arrependimento, pecado,, perdição, necessidade da santificação e de separação do mundo (cf. 3.15-17; Jr 5.31; Ez 33.32).
3. "Amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências" (v.3). Esses falsos crentes não quererão pastores segundo os padrões da Palavra de Deus (cf. 1.13,14; 1 Tm 3.1-10), mas buscarão os que toleram seus desejos egoístas e mundanos. Escolherão pregadores com dons de oratória, com a habilidade de divertir o povo e com uma mensagem que lhes assegure que é possível ser crente e continuar vivendo segundo a carne (cf. Rm 8.4-13; 2 Pe 2).
4. O Espírito Santo adverte todos que permanecem fiéis a Deus e se submete à sua Palavra, que lhes aguardam perseguição e sofrimento, por amor à justiça (3.10-12; Mt 5.10-12). Além disso, devem separar-se das pessoas, das igrejas e das instituições que negam o poder de Deus para a salvação, e pregam um evangelho modificado (3.5; ver Gl 1.9 nota; 1 Tm 4.1,2; 2 Pe 2.1; Jd 3; Ap 2.24). Devemos sempre ser leais ao evangelho do NT e aos fiéis ministros de Deus que o proclamam. Assim, podemos ter certeza de estreita comunhão com Cristo (Ap 3.20-22) e de tempos de refrigério pela presença do Senhor (At 3.19,20).
À VERDADE 4.4
A Palavra de Deus deve ser nosso supremo guia quanto à verdade e norma de vida.
1. Devemos ter a Palavra de Deus, dada pelo Espírito Santo, como nosso guia único e suficiente, no julgamento daquilo que cremos e fazemos.
2. A tendência de certas igrejas de formular doutrinas, práticas ou novas verdades, partindo de experiências subjetivas, de milagres do sucesso, dos alvos centralizados nos homens, sem sólida autenticidade bíblica, será um dos meios principais de Satanás semear engano durante a apostasia dos últimos dias (ver Mt 24.5,11 notas; 2 Ts 2.11 nota; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O DIA DO SENHOR


O DIA DO SENHOR
O "Dia do Senhor" refere-se, normalmente, não a um dia de 24 horas, mas a um extenso período de tempo durante o qual os inimigos de Deus são derrotados (Is 2.12-21; 3.9-16; 34.1-4; Jr 46.10; Jl 1.15 - 2.11,28; 3.9,12-17; Am 5.18-20; Zc 14.1-3), vindo a seguir o reino terrestre de Cristo (Sf 3.14-17; Ap 20.4-7).
1. Esse "Dia" começa quando o juízo e tribulação divinos e diretos, caírem sobre o mundo, no fim desta era (v.3). O período da tribulação está incluso no "Dia do Senhor" (Ap 6-19; ver 6.1 nota). Essa ira de Deus culmina com a vinda de Cristo para destruir todos os ímpios (Jl 3.14; ver Ap 16.16 nota; 19.11-21).
2. Segundo parece, o Dia do Senhor começa num momento em que as pessoas estão confiante na paz e na segurança, são os incrédulos que estarão dizendo: "Há paz e e segurança". Isso talvez signifique que o mundo estará numa expectativa e esperança de paz.  O "Dia do Senhor", trazendo tribulação mundial, lhes sobrevirá repentinamente, destruindo qualquer esperança de paz e segurança. (v.3)
3. O "Dia" não surpreenderá os crentes como um ladrão de noite, porque eles foram destinados à salvação, e não à ira, e estão alertas, espiritualmente vigilantes e vivendo na fé, no amor e na justiça (vv. 4-9).
4. Os crentes serão livres da "ira futura" (1.10 nota) pelo Senhor Jesus Cristo (v.9), quando Ele vier nas nuvens para arrebatar sua igreja e levá-la ao céu (cf. 4.17; ver Jo 14.3 nota; Ap 3.10 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA).
5. O Dia do Senhor terminará depois do reino milenar de Cristo (Ap 20.4-10), na ocasião da criação do novo céu e da nova terra (cf. 2 Pe 3.13; Ap 21.1).
COMO O LADRÃO DE NOITE
A metáfora sobre o ladrão de noite significa que o tempo do início do Dia do Senhor é incerto e imprevisto. Não há maneira de prever a sua data (ver Mt 24.42-44, notas sobre o ensino do Senhor a respeito do tempo inesperado da sua vinda para buscar a igreja).

POR HUMILDADE


POR HUMILDADE
Devido ao egocentrismo inato do homem caído, o mundo não tem em alta estima a humildade e a modéstia.
A Bíblia, no entanto, com seu conceito teocêntrico do homem e da salvação, atribui máxima importância à humildade.
1. A humildade bíblica subentende a consciência das nossas fraquezas e a decisão de atribuir de imediato todo crédito a Deus e ao próximo, por aquilo que realizamos (Jo 3.27; 5.19; 14.10; Tg 4.6).
2. Devemos ser humilde porque somos simples criaturas (Gn 18.27); somos pecaminosos à parte de Cristo (Lc 18.9-14) e não podemos jactar-nos de nada (Rm 7.18; Gl 6.3), a não ser no Senhor (2 Co 10.17). Logo, dependemos de Deus para nosso valor e para nossa frutificação, e não podemos realizar nada de valor permanente sem a ajuda de Deus e do próximo (Sl 8.4,5; Jo 15.1-16).
 3. A presença de Deus acompanham aqueles que andam em humildade (Is 57.15; Mq 6.8). Maior graça é dada aos humildes, mas Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Os mais zelosos filhos de Deus servem "ao Senhor com toda a humildade" (At 20.19).
4. Como crentes, devemos viver em humildade uns para com os outros, considerando-os superiores a nós mesmos (cf. Rm 12.3).
5. O oposto da humildade é a soberba, um senso exagerado da importância e da auto-estima da pessoa que confia no seu próprio mérito, superioridade e realizações. A tendência inevitável da natureza humana e do mundo é sempre à soberba, e não à humildade (1 Jo 2.16; cf. Is 14.13,14; Ez 28.17; 1 Tm 6.17).

OS SOFRIMENTOS DE PAULO


O Espírito Santo, através das palavras de Paulo, revela-nos a angústia e o sofrimento de uma pessoa totalmente dedicada a Cristo, à sua Palavra e à causa em prol da qual Ele morreu.
Paulo comungava com os sentimentos de Deus e vivia em sintonia como o coração e os sofrimentos de Cristo. Ele fala em:
1. "Muitas tribulações" enfrentadas ao servir a Deus (At 14.22);
2. sua aflição no "espírito", por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16);
3. servi ao Senhor com "lágrimas" (2.4);
4. advertir a igreja "noite e dia com lágrimas", durante um período de três anos, por causa da perdição das almas, pela distorção do evangelho por falsos mestres, contrários à fé bíblica apostólica (At 20.31 ver o estudo OS PASTORES E SEU DEVERES);
5. sua grande tristeza ao separar-se dos crentes amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13);
6. a "grande tristeza e contínua dor" no seu coração, por causa da recusa dos seus "patrícios" em aceitarem o evangelho de Cristo (Rm 9.2,3; 10.1);
7. as muitas provações e aflições que lhe advieram por causa do seu trabalho para Cristo (4.8-12;11.23-29; 1 Co 4.11-13);
8. seu pesar e angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2.1-3; 12.21; 1 Co 5.1,2; 6.8-10);
9. sua "muita tribulação e angústia do coração", ao escrever àqueles que abandonavam a Cristo e ao evangelho verdadeiro (2.4);
10. seus gemidos, por causa do desejo de estar com Cristo e livre do pecado e das preocupações deste mundo (5.1-4; Cf. Fp 1.23);
11. suas tribulações "poe fora e por dentro", por causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (7.5; 11.3,4);
12. o "cuidado" que o oprimia cada dia, por causa do seu zelo por "todas as igrejas" (v. 28);
13. o desgosto consumidor que sentia quando um cristão passava a viver em pecado (v. 29);
14. o desgosto de proferir um "anátema" sobre aqueles que pregavam outro evangelho, diferente daquele revelado no NT (Gl 1.6-9);
15. suas "dores de parto" para restaurar os que caíram da graça (Gl 4.19; 5.4);
16. seu choro por causa dos inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18);
17. sua "aflição e necessidade", pensando naqueles que podiam decair da fé (1 Ts 3.5-8);
18. suas perseguições por causa da sua paixão pela justiça e pela piedade (2 Tm 3.12);
19. sua lastimável condição ao ser abandonado pelos crentes da Ásia (2 Tm 1.15); e
20. seu apelo angustiado a Timóteo para que guarde fielmente a fé genuína, ante a apostasia vindoura (1 Tm 4.1; 6.20; 2 Tm 1.14).

O FEZ PECADO POR NÓS


O FEZ PECADO POR NÓS
As Escrituras não declara em nenhum lugar que Cristo foi "pecador". Ele sempre permanece como o imaculado Cordeiro de Deus. Cristo tomou, sim, nossos pecados (Is 53.10). Jesus, ao sofrer o nosso castigo na cruz, tornou possível a Deus perdoar os pecadores, sem violar sua própria justiça (Is 53.5; Rm 3.24-25 notas).
NÓS... FEITOS JUSTIÇA DE DEUS
1. "Justiça" não se refere aqui à justiça legalista, mas à justiça experimental do crente como nova criatura, i.e., quanto ao seu caráter e estado moral, que se fundamenta em sua fé em Cristo e dela flui (Fp 3.9; ver Rm 3.21 nota; 4.22 nota). O contexto total desta passagem (vv. 14-21) diz respeito ao crente viver para Cristo (v. 15), controlado pelo "amor de Cristo" (v. 14), tornar-se "nova criatura" em Cristo (v. 17) e desempenhar o ministério da reconciliação como representante de Deus e da sua justiça na terra (vv. 18-20; ver 1 Co 1.30 nota sobre Jesus Cristo como a justiça do crente).
2. A justiça de Deus é manifestada e experimentada neste mundo pelo crente, quando este permanece em Cristo. Somente à medida em que vivemos em união e comunhão com Cristo é que nos tronamos justiça de Deus (ver Jo 15.4,5; Gl 2.20 nota; 1 Jo 1.9).

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

MORTIFICARDES AS OBRAS DO CORPO


Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus (Rm 8.13,14).
MORTIFICARDES AS OBRAS DO CORPO
Paulo salientou a necessidade da guerra contínua contra tudo que tentar limitar a obra de Deus em nossa vida (cf. 6.11-19), porque o pecado sempre sempre se esforça para reconquistar o seu controle sobre nós.
1. Esse conflito espiritual, embora seja dirigido contra Satanás e todas as hostes espirituais (Ef 6.12), é, antes de tudo, contra as paixões e desejos da "carne", i.e., da natureza humana pecaminosa (Gl 5.16-21; Tg 4.1; 1 Pe 2.11). Como crentes, devemos sempre decidir o seguinte: não ceder aos desejos pecaminosos, e sim aos ditames da natureza divina, da qual somos participantes (Gl 5.16,18 2 Pe 1.4).
2. O fato de o crente não pôr um fim às ações pecaminosas do corpo resulta em morte espiritual (vv. 6.13) e perda da herança no reino de Deus (Gl 5.19-21). A palavra "morrereis" (v. 13) significa que um cristão pode passar da vida espiritual para a morte espiritual. Assim, a vida de Deus que recebemos ao nascer de novo (Jo 3.3-6) pode se apagada na alma do crente que se recusa a mortificar, pelo poder do Espírito, os atos pecaminosos do corpo.
ESSES SÃO FILHOS DE DEUS
Aqui, Paulo mostra a base da certeza da salvação. Se estamos fielmente mortificando as ações pecaminosas do corpo (v. 13), estamos sendo guiados pelo Espírito. Todos os que são guiados pelo Espírito são filhos de Deus.
GUIADOS PELO ESPÍRITO DE DEUS
O Espírito Santo habita no crente como filho de Deus, a fim de levá-lo a pensar, falar e agir de conformidade com a Palavra de Deus.
1. Ele orienta o crente, principalmente, por impulsos que:
a. são exortações interiores para o crente cumprir a vontade de Deus e mortificar as obras pecaminosas do corpo 9v. 13; Fp 2.13; Tt 2.11,12);
b. estão sempre em harmonia com as Escrituras (1 Co 2.12,13; cf. 2 Pe 1.20,21);
c. visam a dar orientação na vida (Lc 4.1; At 10.19,20; 16.6,7);
d. opõem-se aos desejos pecaminosos oriundos da tendências naturais do crente (Gl 5.17,18; 1 Pe 2.11);
e. têm a ver com a culpa do pecado, o perdão da justiça de Cristo e o juízo divino contra o mal (Jo 16.8-11);
f. exortam o crente a perseverar na fé e o adverte contra a apostasia da sua fé em Cristo (v. 13; Hb 3.7-14);
g. enfraquecem à medida que o crente deixa de obedecer aos apelo do Espírito (1.28; Ef 4.17-19,30,31; 1 Ts 5.19);
h. resultam em morte espiritual quando rejeitados (vv. 6.13); e
i. resultam em vida espiritual e em paz quando obedecidos (vv. 6.10,11,13; Gl 5.22,23).
2. Os avisos ou a voz interior do Espírito vêm através de:
a. ler a Palavra de Deus (Jo 14.26; 15.7,26; 16.13; 2 Tm 3.16,17);
b. orar fervorosamente (8.26; At 13.2,3);
c. ouvir a pregação e ensino sadios e santos (2 Tm 4.1,2; Hb 13.7,17);
d. exercitar as manifestações do Espírito (ver 1 Co 12.7-10; 14.6); e
e. acatar os conselhos (Ef 6.1; Cl 3.20).

SE CONFESSARES... E EM TEU CORAÇÃO CRERES


Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação (Rm 10.10).

SE CONFESSARES... E EM TEU CORAÇÃO CRERES
As coisas essenciais à salvação estão resumidas neste trecho. Centralizam-se na fé, no senhorio de Cristo e na sua ressurreição corporal. A fé deve estar no coração, que aqui abrange as emoções, o intelecto e a vontade, afetando a personalidade inteira.
A fé deve, também, envolver uma decisão pública por Cristo como Senhor, tanto em palavras como em ações (ver o estudo FÉ E GRAÇA).

CONFESSARES AO SENHOR JESUS
O mais antigo credo ou confissão da igreja do NT não trata de Jesus como Salvador, mas Jesus como Senhor (cf. At 8.16; 19.5; 1 Co 12.3). Jesus Cristo é especificamente chamado "Salvador" 16 vezes no NT, e "Senhor" mais de 450 vezes.
1. O ensino atual, nalguns círculos evangélicos, de que Jesus pode ser o Salvador de alguém, sem ter que ser seu Senhor, não se acha em nenhuma parte do NT. Ninguém pode aceitar Jesus como Salvador sem também aceitá-lo como Senhor (10.9).
Esse é um elemento essencial da pregação apostólica (At 2.36-40).

2. "Senhor" (gr. kyrios) significa aquele que tem o poder, domínio, autoridade e o direito de mandar. Confessar Jesus como Senhor é declarar que Ele é igual a Deus (v. 13; Jo 20.28; At 2.36; Hb 1.10), e digno do poder (Ap 5.12), da adoração (Fp 2.10,11), da confiança (b 2.13), da obediência (Hb 5.9) e da oração (At 7.59,60; 2 Co 12.8).

3. Quando os crentes no Nt chamavam Jesus de "Senhor", não se tratava de mera profissão de fé, ou uma simples repetição, mas de uma atitude sincera e interna do coração (cf. 1 Pe 3.15), pela qual colocavam Cristo como único e supremo Senhor sobre a totalidade das suas vidas (Lc 6.46-49; Jo 15.14). 
Jesus precisa ser aceito como Senhor dos assuntos espirituais, no lar e na igreja, bem como em todas as áreas da vida, inclusive a intelectual, a financeira, a educação, a recreativa, a vocacional, etc. (12.1,2; 1 Co 10.31).

DEUS O RESSUSCITOU DOS MORTOS
Quem nega a ressurreição corporal de Jesus Cristo não tem o direito legítimo de dizer que é cristão; continua um incrédulo, uma vez que a morte e a ressurreição de Cristo é o evento central na salvação (1.4; 4.25; 5.10,17; 6.4-10; 8.11,34).

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

EU SOU CARNAL, VENDIDO SOB O PECADO


A LEI
Lembremo-nos de que Paulo, no capítulo 7, está analisando o estado da pessoa irregenerada e sujeita à lei do AT, mas consciente da sua incapacidade de viver uma vida agradável a Deus (cf. v. 1). Ele descreve uma pessoa lutando sozinha contra o poder do pecado e demonstrando que não poderemos alcançar a justificação, a santidade, a bondade e a separação do mal mediante o nosso próprio esforço para resistir ao pecado e guardar a lei de Deus.
O conflito do cristão, por outro lado, é bem diferente: é um conflito entre uma pessoa unida a Cristo e ao Espírito Santo, de um lado contra o poder do pecado, de outro lado (cf. Gl 5.16-18). 
No capítulo 8, Paulo descreve o caminho da vitória sobre o pecado, mediante a vida no Espírito.

EU SOU CARNAL, VENDIDO SOB O PECADO
Mais incisivas do que as demais palavras do capítulo 7, estas aqui falam claramente num período sob a Lei, na vida de Paulo, antes da sua conversão. Esse fato é comprovado pelas seguintes razões:

1. No capítulo 7, Paulo está demonstrando a insuficiência da Lei para nos redimir, à parte da graça, e não a insuficiência do evangelho aliado à graça (cf. Gl 3.24).
2. No versículo 5, Paulo declara que os que estão "na carne" (i.e., são carnais, sensuais) produzem "frutos para a morte" (i.e., a morte eterna). E em 8.13, ele afirma que "se viverdes segundo a carne, morrereis" (cf. Gl 5.19-21). Logo, o tipo de pessoa referido no capítulo 7 está espiritualmente morta.
3. A expressão "vendido sob o pecado" significa servidão ou escravidão do pecado (cf. 1 Rs 21.20,25; 2 Rs 17.17).
Tal linguagem não pode ser aplicada ao crente em Cristo, porque Ele, pelo preço do resgate pelo seu sangue (ver Mt 20.28 nota), redimiu-nos do poder do pecado e declara que o pecado já não tem domínio sobre nós (6.14). 
O próprio Cristo afirmou: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (ver Jo 8.36 nota; cf. Rm 8.2). Realmente, o nome Jesus significa "Ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21).
4. Além disso, a presença do Espírito Santo, habitando em nós (Rm 8), não deixa os crentes "vendidos sob o pecado".
Paulo declara, ainda, no mesmo capítulo, que "a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado" (8.2), e ele inclui a si mesmo entre os que não andam "segundo a carne, mas segundo o Espírito" (8.4), porque "somos devedores, não à carne" (8.12).

RECEBESTES VÓS JÁ O ESPÍRITO SANTO...?


RECEBESTES VÓS JÁ O ESPÍRITO SANTO...?
Observe os fatos abaixo, no tocante aos discípulos de Éfeso.

1. A pergunta de Paulo sugere enfaticamente que ele os tinha com cristãos verdadeiramente convertidos, mas que ainda não tinham recebido a plenitude do Espírito Santo.
2. A pergunta de Paulo, nesse contexto refere-se ao batismo do Espírito Santo como revestimento de poder e capacitação para o serviço, da mesma forma que ocorreu aos apóstolos no Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). 
Ela não pode referir-se à presença do Espírito habitando no crente, porque Paulo sabia claramente que todos os crentes têm o Espírito habitando neles desde o primeiro momento da conversão e da regeneração (Rm 8.9).

3. A tradução literal da pergunta de Paulo é: "Tendo crido, recebestes o Espírito Santo?" "Tendo crido" (gr. pisteusantes, de pisteuo) é um particípio aoristo que normalmente indica ação anterior à ação do verbo principal (neste caso, "receber").
 Por isso é possível traduzir assim: 
"Recebestes já o Espírito Santo depois que crestes?" Isso concorda plenamente com o contexto do trecho, pois foi exatamente isto que aconteceu aos crentes de Éfeso.

a. Já tinham crido em Cristo antes de Paulo conhecê-los (vv. 1,2).
b. Passaram, então,  a ouvir a Paulo e crer em todas as suas demais mensagens que ele lhes deu a respeito de Cristo e do Espírito Santo (v. 4).
c. A seguir, Paulo aceitou a fé em Cristo desses efésios como genuína e adequada, pois os batizou em nome do Senhor Jesus (v. 5).
d. Foi somente, então, depois de crerem e serem batizados em água, que Paulo lhes impôs as mãos e "veio sobre eles o Espírito Santo" (v. 6). Houve, portanto, um intervalo de tempo entre o ato de crerem em Cristo e a vinda do Espírito, enchendo-os do seu poder.

A pergunta de Paulo, nesse contexto, indica que ele achava plenamente possível "crer" em Cristo sem experimentar o batismo no Espírito Santo. Esse trecho é fundamental por demonstrar que uma pessoa pode ser crente sem ter a plenitude do Espírito Santo (ver o estudo O BATISMO DO ESPÍRITO SANTO).

NEM AINDA OUVIMOS
A resposta dos crentes efésios à pergunta de Paulo, não significa que nunca tinham ouvido falar do Espírito Santo. 
Certamente conheciam os ensinos do AT a respeito do batismo no Espírito Santo que Cristo traria (Lc 3.16). 
O que ainda não tinham ouvido era que o Espírito já estava sendo derramado sobre os crentes (1.5,8).

A IGREJA EM ORAÇÃO


Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária.
1. Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6 nota).
2. Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (2.41,42; 4.33; 514; 11.24; 1 Co 11.26).
3. O batismo no Espírito Santo será pregado e concedido aos novos crentes (ver 2.39 nota), e sua presença e poder se manifestarão.
4. Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas (2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11;28.8; Mc 16.18).
5. Para dirigir a igreja, Deus lhe provê um ministério quíntuplo o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12).
6. Os crentes expulsarão demônios (5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17).
7. Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de Cristo e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20 nota). Os membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de Deus e à obediência a ele (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15).
8. No primeiro dia da semana (20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a mútua edificação através da Palavra de Deis escrita e das manifestações do Espírito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17).
9. A igreja manterá a humildade, reverência e santo temor diante da presença de um Deus santo (5.11). Os membros terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os falsos mestres que são desleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15 nota).
10. Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da justiça ensinando pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15 nota; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9).
11. Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8 nota).
12. Haverá amor e comunhão no Espírito evidente entre os membros (2.42,44-46; ver Jo 13.34 nota), não somente dentro da congregação local como também entre ela e outras congregações que creem na Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8).
13 A igreja será uma igreja de oração e jejum (1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18).
14. Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17;; Gl 1.4;; 1Jo 2.15,16).
15. Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e seus costumes (4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22).
16. A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários a outros países (2.39; 13.2-4).
Nenhuma igreja local tem o direito de ser chamar de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para manter estas 16 características práticas entre seus membros (ver o estudo A IGREJA para mais exame da doutrina bíblica da igreja).

CONTÍNUA ORAÇÃO
Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia impossível: Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro na prisão vigiado por dezesseis soldados. 
Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. 
A oração deles não demorou a ser atendida (vv 6.-17).
As igrejas do NT frequentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2).
A intenção de Deus é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: "A minha casa será chamada casa de oração" (Mt 21.13).
As igrejas que declaram basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração - e não apenas um ou dois minutos por culto. 
Na igreja primitiva, o poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. 
Nenhum volume de pregação, ensino, cântico, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crente "perseveravam unanimemente em oração e súplicas (1.14).

terça-feira, 27 de outubro de 2015

OS ATRIBUTOS DE DEUS (PARTE 2)


PARA ONDE ME IREI DO TEU ESPÍRITO...?
O filho de não pode jamais ficar fora do alcance dos cuidados de Deus (ver v. 10, a chave da compreensão do v. 7). Ele está conosco em todas as situações e em tudo quanto o presente e o futuro nos reservam (7-12).

OS ATRIBUTOS DE DEUS
A Bíblia não procura comprovar que Deus existe. Em vez disso, ela declara a sua existência e apresenta numerosos atributos seus. Muitos desses atributos são exclusivos dEle, como Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo fato de ter sido criado à imagem de Deus.

ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS

Muitas características do Deus único e verdadeiro, especialmente seus atributos morais, têm certa similitude com as qualidades humanas; sendo, porém, evidente que todos os seus atributos existem em um grau infinitamente superior aos humanos. 
Por exemplo, embora Deus e o ser humano possuam a capacidade de amar, nenhum ser humano é capaz de amar com o mesmo grau de intensidade como Deus ama. 
Além disso, devemos ressaltar que a capacidade humana de ter essa características vem do fato de sermos criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27); noutras palavras, temos a sua semelhança, mas Ele não tem a nossa; i.e., Ele não é como nós.

1. Deus é bom (Sl 25.8; 106.1; Mc 10.18). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, era uma extensão da sua própria natureza (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31). Ele continua sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas (Sl 104.10-28; 145.9; ver o estudo PROVIDÊNCIA DIVINA). Ele cuida até dos ímpios (Mt 5.45; At 14.17). Deus é bom, principalmente para os seus, que o invocam em verdade (Sl 145.18-20).


2. Deus é amor (1 Jo 4.8). Seu amor é altruísta, pois abraça o mundo inteiro, compostos de humanidade pecadora (Jo 3.16; Rm 5.8). A manifestação principal desse seu amor foi a de enviar seu único Filho, Jesus, para morrer em lugar dos pecadores (1 Jo 4.9,10). Além disso, Deus tem amor paternal especial àqueles que estão reconciliados com Ele por meio de Jesus (ver Jo 16.27 nota).


3. Deus é misericordioso e clemente (Êx 34.6; Dt 4.31; 2 Cr 30.9; Sl 103.8; 145.8; Jl 2.13); Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos nossos pecados (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a ser recebido pela fé em Jesus Cristo (ver estudo FÉ E GRAÇA).


4. Deus é compassivo (2 Rs 13.23; Sl 86.15; 111.4). Ser compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento doutra pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e salvação (cf. 78.38). 

Semelhantemente, Jesus, o Filhos de Deus, demonstrou compaixão pelas multidões ao pregar o evangelho aos pobres, proclamar libertação aos cativos, dar vistas aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos (Lc 4.18; cf. Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc 1.41; ver Mc 6.34 nota).

5. Deus é paciente e lento em irar-se (Êx 34.6; Nm 14.18; Rm 2.4; 1 Tm 1.16). Deus expressou esta característica pela primeira vez no jardim do Éden após o pecado de Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça humana conforme era seu direito (cf. Gn 2.16,17). Deus também foi paciente nos dias de Noé, enquanto a arca estava sendo construída (1 Pe 3.20). 

E Deus continua demonstrando paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga na devida ocasião, pois destruiria os pecadores, mas na sua paciência concede a todos a oportunidade de se arrependerem e serem salvos (2 P 3.9).

6. Deus é a verdade (Dt 32.4; Sl 31.5; Is 65.16; Jo 3.33). Jesus chamou-se a si mesmo "a verdade" (Jo 14.6), e o Espírito é chamado o "Espírito da verdade" (Jo 14.17; cf. 1 Jo 5.6).

Porque Deus é absolutamente fidedigno e verdadeiro em tudo quanto diz e faz, a sua Palavra também é chamada a verdade (2 Sm 7.28; Sl 119.43; Is 45.19; Jo 17.17). Em harmonia com este fato, a Bíblia deixa claro que Deus não tolera a mentira nem falsidade alguma (Nm 23.19; Tt 1.2; Hb 6.18).

7. Deus é fiel (Êx 34.6; Dt 7.9; Is 49.7; Lm 3.23; Hb 10.23). Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua Palavra; Ele cumprirá tanto as suas promessas, quanto as suas advertências (Nm 14.32-35; 2 Sm 7.28; Jó 34.12; At 13.23,32,33); ver 2 Tm 2.13 nota). A fidelidade de Deus é de consolo inexprimível para o crente, e grande medo de condenação para todos aqueles que não se arrependerem nem crerem no Senhor Jesus (Hb 6.4-8; 10.26-31).


8. Finalmente, Deus é justo (Dt 32.4; 1 Jo 1.9). 

Ser justo significa que Deus mantém a ordem moral do universo, é reto e sem pecado na sua maneira de tratar a humanidade (Ne 9.33; Dn 9.14). 
A decisão de Deus de castigar com a morte os pecadores (Rm 5.12, ver o estudo A MORTE), procede da sua justiça (Rm 6.23; cf Gn 2.16,17); sua ira contra o pecado decorre do seu amor à justiça (Rm 3.5,6; ver Jz 10.7 nota). 
Ele revela a sua ira contra todas as formas de iniquidade (Rm 1.18), principalmente a idolatria (1 Rs 14.9,15,22), a incredulidade (Sl 78.21,22; Jn 3.36) e o tratamento injusto com o próximo (Is 10.1-4; Am 2.6,7). 
Jesus Cristo, que é chamado o "Justo" (At 7.52. 22.14; cf. At 3.14), também ama a justiça e abomina o mal (ver Mc 3.5; Rm 1.18 nota; Hb 1.9 nota). 
Note que a justiça de Deus não se opõe ao seu amor. 
Pelo contrário, foi para satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo, como sua dádiva de amor (Jo 3.16; 1 Jo 4.9,10) e como seu sacrifício pelo pecado em lugar do ser humano (Is 53.5,6; Rm 4.25; 1 Pe 3.18), a fim de nos reconciliar consigo mesmo (ver 2 Co 5.18-21, nota). 
A revelação final que Deus fez de si mesmo está em Jesus Cristo (cf. Jo 1.18; Hb 1.1-4); noutras palavras, se quisermos entender completamente a pessoa de Deus, devemos olhar para Cristo, porque nEle habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

FALSOS MESTRES


DESCRIÇÃO
O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da  verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus (Mt 24.11,24). Jesus adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.
1. Esses obreiros "exteriormente pareceis justos aos homens" (Mt 23.28). Aparecem "vestidos como ovelhas" (Mt 7.15). 
Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de retidão. 
Podem parecer sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas as pessoas. 
Parecerão ser grandes ministros de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito Santo. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt 7.21-23 notas; 24.11,24; 2 Co 11.13,15).
2. Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13.3 nota; 1 Rs 18.40 nota; Ne 6.12 nota; Jr 14.14 nota; Os 4.15 nota), e aos fariseus entregavam-se à "rapina e de iniquidade" (Mt 23.25), "cheios de ossos de mortos e de toda imundícia" (Mt 23.27), "cheios de hipocrisia e de iniquidade" (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância, e satisfação dos seus desejos egoístas.
3. De duas maneiras esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja.
  • Alguns falsos mestres e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade, veracidade, pureza e genuína fé em Cristo. Mais tarde, por causa do seu orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor a Cristo desparecem lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de Deus (1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6) e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da justiça (ver 2 Co 11.15).
  • Outros falsos mestres e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na igreja desde o início de suas atividades (Mt 13.24-28,36-43). Satanás tira partido da sua habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo é colocá-los em posição de influência para minarem a autêntica obra de Cristo. Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao evangelho advirão disso e que o nome de Cristo será menosprezado publicamente.
A PROVA
Quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23; 20.46; 21.8). 
Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova mestres, pregadores e dirigentes da igreja (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar falsos mestres ou falsos profetas:
1. Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a Deus?
Manifesta o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb 1.9 nota) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?
2. Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas:
a. honrar a Cristo (2 Co 8.23; Fp 1.20); b. conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1 Co 6.18; 2 Co 6.16-18); c. salvar os perdidos (1 Co 9.19-22); e d. proclamar e defender o evangelho de Cristo e dos seus apóstolos (ver Fp 1.16 nota; Jd 3 nota).
3. Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de Deus (ver Mt 7.16 nota).
4. Discernir até que ponto a pessoa se baseia na Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por Deus, e que devemos observar todos os seus ensinos (ver 2 Jo 9-11)?
Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de Deus.
5. Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de Deus conforme os padrões do NT para obreiros cristãos? (1 Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas,não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até de Deus os desmascare e revele aquilo que realmente são.


O LOUVOR A DEUS COMPLETO


A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR
A Bíblia constantemente exorta o povo de Deus a louvar o Senhor.
1. O AT emprega três palavras básicas para conclamar os israelitas a louvarem a Deus: a palavra barak (também traduzida "bendizer"); a apalavra balal ( da qual deriva a palavra "aleluia", e que literalmente significa "louvai ao Senhor"); e a palavra yadah (às vezes traduzida por "dar graças").
2. O primeiro cântico na Bíblia, entoado depois de os israelitas atravessarem o mar Vermelho, foi, em síntese, um hino de louvor e ação de graças a Deus (Êx 15; ver v. 2). 
Moisés instruiu os israelitas a louvarem a Deus pela sua bondade em conceder-lhe a terra prometida (Dt 8.10). O cântico de Débora, por sua vez congregou o povo expressamente para louvar ao Senhor (Jz 5.9). 
A disposição de Davi em louvar a Deus está gravada, tanto na história da sua vida (2 Sm 22.4,47,50; 1 Cr 16.4,9,25,35,36;29.20), como nos salmos que escreveu (9.1,2; 18.3; 22.23; 52.9; 108.1,3; 145). 
Os demais salmistas também convocam o povo de Deus a, enquanto viver, sempre louvá-lo (33.1,2; 47.6,7; 75.9;96.1-4;100; 150). Finalmente, os profetas do AT ordenam que o povo de Deus o louve (Is 42.10,12; Jr 20.13; Sl 12.1; 25.1; Jr 33.9; Jl 2.26; Hc 3.3).
3. O chamado para louvar a Deus também ecoa por todo o NT. O próprio Jesus louvou a seu Pai celestial (Mt 11.25; Lc 10.21). 
Paulo espera que todas as nações louvem a Deus (Rm 15.9-11; Ef 1.3,6,12) e Tiago nos conclama a louvar ao Senhor (Tg 3.9;05.13). E, no fim, o quadro vislumbrado no Apocalipse e o de uma vasta multidão de santos e anjos, louvando a Deus continuamente (Ap 4.9-11; 5.8-14; 7.9-12; 11.16-18).
4. Louvar a Deus é uma das atribuições principais dos anjos (103.20; 148.2) e é privilégio do povo de Deus, tanto crianças (Mt 21.16; ver Sl 8.2), como adultos (30.4; 135.1,2,19-21). Além disso, Deus também conclama todas as nações a louvá-lo (67.3-5; 117.1; 148.11-13; Is 42.10-12; Rm 15.11). Isto quer dizer que tudo quanto tem fôlego está convocado a entoar bem alto os louvores de Deus (150.6). 
E, se tanto não bastasse, Deus também conclama a natureza inanimada a louvá-lo - como, por exemplo, o sol, a lua e as estrelas (148.3,4; cf. Sl 19.1,2); os raios, o granizo, a neve e o vento (148.8); as montanhas, colinas, rios e mares (98.7,8; 148.9; Is 44.23); todos os tipos de árvores (148.9; Is 55.12) e todos os tipos de seres vivos (69.34; 148.10).

MÉTODOS DE LOUVOR
Há várias maneiras de se louvar a Deus.
1. O louvor é algo fundamental na adoração coletiva prestada pelo povo de Deus (100.4).
2. Tanto na adoração coletiva como noutros casos, uma maneira de louvar a Deus é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais (96.1-4; 147.1; Ef 5.19,20; Cl 3.16,17).
O cântico de louvor pode ser com a mente (i.e., em idiomas humanos conhecidos) ou com o espírito (i.e., em línguas; 1 Co 14.14-16, ver 14.15 nota).
3. O louvor mediante instrumentos musicais. Neste particular o AT menciona instrumentos variados, de sopro, com chifre de carneiro e trombetas (1 Cr 15.28; Sl 150.3), flauta (1 Sm 10.5; Sl 150.4); instrumentos de cordas, como harpa e lira (1 Cr 13.8; Sl 149.3; Sl 150.3), e instrumentos de percussão, como tamborins e címbalos (Êx 15.20; Sl 150.4,5).
4. Podemos, também, louvar a Deus, ao falar ao próximo das maravilhas de Deus para conosco, pessoalmente. 
Davi por exemplo, depois da experiência do perdão divino, estava ansioso para relatar aos outros, o que o Senhor fizera por ele (51.12,13,15). 
Outros escritores bíblicos nos exortam a declarar a glória e louvor de Deus, na congregação do seu povo (22.22-25; 111.1; Hb 2.12) e entre as nações (18.49; 96.3,4; Is 42.10-12). 
Pedro conclama o povo de Deus "para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9). Noutras palavras, a obra missionária é um meio de a Deus.

5. Finalmente, o crente que vive a sua vida para a glória de Deus está a louvar ao Senhor. 
Jesus nos relembra que o crente faz brilhar a sua luz, o povo vê as suas boas obras e glorifica e louva a Deus (Mt 5.16; Jo 15.8). De modo semelhante, Paulo também mostra que uma vida cheia
 de frutos da justiça louva a Deus (Fp 1.11).

MOTIVOS PARA LOUVAR A DEUS
Por que o povo louva ao Senhor?
1. Uma das evidentes razões vem do esplendor, glória e majestade do nosso Deus, aquele que criou o céus e a terra (96.4-6; 145.3; 148.13), aquele a quem devemos exaltar na sua santidade (99.3; Is 6.3).
2. A nossa experiência dos atos poderosos de Deus, especialmente dos seus atos de salvação e de redenção, é uma razão extraordinária para louvarmos ao seu nome (96.1-3; 106.1,2; 148.14; 150.2; Lc 1.68-75; 2.14,20); deste modo, louvamos a Deus pela sua misericórdia, graça e amor imutáveis (57.9,10; 89.1,2; 117; 145.8-10; Ef 1.6).
3. Também devemos louvar a Deus por todos os seus atos de livramento em nossa vida, tais como livramentos de inimigos ou cura de enfermidade (9.1-5; 40.1-3; 59.16; 124; Jr 20.13; Lc 13.13; At 3.7-9).
4. Finalmente, o cuidado providente para conosco, dia a pós dia, tanto material como espiritualmente, é uma grandiosa razão para louvarmos e bendizermos o seu nome (68.19; 103; 147; Is 63.7; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA).

domingo, 25 de outubro de 2015

O PERÍODO DO ANTICRISTO

o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus 2 Ts 2.4.
Segundo a Bíblia, está para vir o Anticristo (cf. 1 Jo 2.18); aquele que trama o derradeiro ataque furioso de Satanás contra Cristo e os santos, pouco antes do tempo em que nosso Senhor Jesus Cristo estabelecerá o seu reino na terra.
As expressões que a Bíblia usa para o Anticristo são "o homem do pecado" e "o filho da perdição" (2.3).
Outras expressões usadas na Bíblia são "a besta que sobe do mar" (Ap 13.1-10), a "besta de cor escarlate" (Ap 17.3) e "a besta" (Ap 17.8,16; 19.19,20; 20.10).

SINAIS DA VINDA DO ANTICRISTO
Diferente do arrebatamento da igreja, a vinda do Anticristo não ocorrerá sem sinais precursores. Pelo menos três eventos deverão ocorrer antes dele surgir na terra:
(ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA)

 O "mistério da injustiça" que já opera no mundo, deverá 1. intensificar-se (2.7).
2. Virá a "apostasia" (2.3);
3."Um que, agora, resiste", deve ser afastado (2.7). 

1. O "mistério da injustiça", i.e., a atividade secreta dos poderes do mal, ora evidente no mundo inteiro (ver 2.7 nota), aumentará até alcançar seu ponto máximo na total zombaria e desprezo a qualquer padrão ou preceito bíblico. Por causa do predomínio da iniquidade, o amor de muitos esfriará (Mt 24.10-12; Lc 18.8).
Mesmo assim, um remanescente fiel permanecerá leal á fé apostólica conforme revelada no AT (Mt 24.13; 25.10; Lc 18.7; ver Ap 2.7 nota). Por meio desses fiéis, a igreja permanecerá batalhando e manejando a espada do Espírito até ser arrebatada (ver Ef 6.11 nota).

2. Ocorrerá a "apostasia" (gr. apostasia), que literalmente significa "desvio", "afastamento", "abandono" (2.3). Nos últimos dias, um grande número de pessoas da igreja apartar-se-á da verdade bíblica.
  • Tanto o apóstolo Paulo quanto Cristo revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja - moral, espiritual e doutrinariamente - à medida que a era presente chega ao seu  fim (cf. Mt 24.5, 10-13,24; 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3,4). Paulo, principalmente, ressalta que nos últimos dias elementos ímpios ingressarão nas igrejas em geral.
  • Essa "apostasia" dentro da igreja terá duas dimensões.  (i) A apostasia teológica, que o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos dirigentes apresentarão uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de Cristo quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e sua padrões (2 Pe 2.1-3, 12-19). (Os falsos evangelhos, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade nota). (ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apostatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is 29.13; Mt 23.25-28; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL). Muitas igrejas permitirão quase tudo, para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (ver 1 Tm 4.1 nota). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de Deus e de renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3).
  • Tanto a história da igreja, como a apostasia predita para os últimos dias, advertem a todo crente a não pressupor que o progresso do reino de Deus é infalível na sua continuidade, no decurso de todas as épocas e até o fim. Em determinado movimento da história da igreja, a rebelião contra Deus e sua Palavra assumirá proporções espantosas. No dia do Senhor, cairá a ira de Deus contra os que rejeitaram a sua verdade (1 Ts 5.2-9).
  • O triunfo final do reino de Deus e sua justiça no mundo, portanto, depende não do aumento gradual da igreja professa, mas da intervenção final de Deus, quando Ele se manifestará ao mundo com justo juízo (Ap 19 --- 22; ver 2 Ts 2.7,8; 1 Tm 4.1 nota; 2 Pe 3.10-13; Jd).

3. Um evento determinante deverá ocorrer antes do aparecimento do "homem do pecado" e do Dia do Senhor começar (2.2,3), que é a saída de alguém (2.7) ou de algo, que "detém", resiste, ou refreia o "ministério da injustiça" e o "homem do pecado" (2.3-7). Quando o restringidor do "homem do pecado" for retirado, então poderá começar o Dia do Senhor (2.6,7).
  • O que agora detém é, sem dúvida, uma referência ao Espírito Santo, pois somente Ele tem poder de deter a iniquidade, o homem do pecado e Satanás (2.6). Esse que agora o detém ou resiste (2.7), leva no grego o artigo definido masculino  e ao mesmo tempo o artigo definido neutro, em 2.6 ("o que o detém"). De modo semelhante, a palavra "Espírito" na língua grega pode levar pronome masculino ou neutro (ver Gn 6.3; Jo 16.8 nota; Rm 8.13; ver Gl 5.17, sobre a obra do Espírito Santo a restringir o pecado).
  • No começo dos sete anos de tribulação, o Espírito Santo será "afastado" (v.7). Isso não significa ser Ele tirado do mundo, mas que cessará sua influência restritiva à iniquidade e ao surgimento do Anticristo. Todas as restrições contra o pecado serão removidas, e começará a rebelião inspirada por Satanás. O Espírito Santo, todavia, agirá na terra durante a tribulação, convencendo pessoal dos seus pecados, convertendo-as a Cristo e dando-lhes poder (Ap 7.9,14; 11.1-11; 14.6,7).
  • Retirando-se o Espírito Santo, cessará a inibição à aparição do "homem do pecado", no cenário terreno (2.3,4). Deus então liberará uma influência poderosa enganadora sobre todos os que se recusam a amar a verdade de Deus (ver 2.11 nota); os tais aceitarão as imposturas do homem do pecado, e a sociedade humana descerá a uma depravação jamais vista.
  •  A ação do Espírito Santo restringindo o pecado é revelada a efeito em grande parte através da igreja, que é o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19). Por isso, muitos expositores da Bíblia acreditam que a saída do Espírito Santo é uma clara indicação de que o arrebatamento dos santos ocorrerá nessa ocasião (1 Ts 4.17). Noutras palavras, a volta de Cristo, para levar a igreja e livrá-la da ira vindoura (1 Ts 1.10), ocorrerá antes do início do Dia do Senhor e da manifestação do "homem do pecado" (ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA).
  • Entende-se nos meios eruditos da Bíblia, que o restringente em 2.6 (no gênero neutro) refere-se ao Espírito Santo e seu ministério de conter a iniquidade, ao passo que em 2.7, "um que, agora" (no gênero masculino) refere-se aos crentes reunidos a Cristo e tirados daqui, i.e., arrebatados ao encontro do Senhor nos ares, a fim de estarem sempre com Ele (1 Ts 4.17).
AS ATIVIDADES DO ANTICRISTO
Ao começar o Dia do Senhor, "o iníquo" aparecerá neste mundo. Trata-se, no meio eruditos da Bíblia, de um governante mundial que fará aliança com Israel por sete anos, antes do fim da presente era (ver Dn 9.27).
1. A verdadeira identificação do Anticristo será conhecida três anos e meio mais tarde, quando ele romper sua aliança com Israel, tornar-se governante mundial, declarar ser Deus, profanar o templo de Jerusalém (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO), proibir a adoração a Deus (ver 2.4,8,9) e assolar a terra de Israel (ver Dn 9.27 nota; 11.36-45 nota).
2. O Anticristo declarará se Deus, e perseguirá severamente quem permanecer leal a Cristo (Ap 11.6,7; 13.7,15-18; ver Dn 7.8,24,25 notas). Exigirá adoração, certamente sediada num grande templo que será usado como centro de seus pronunciamentos (cf. Dn 7.8,25; 8.4; 11.31,36). O "homem do pecado" fará mediante poder satânico, grandes sinais, maravilhas e milagres a fim de propagar o engano (2.9). "Prodígios de mentira" significa que seus milagres são sobrenaturais, parecendo autênticos, para enganar as pessoas e levá-los a crer na sua mentira.
  • Tais demonstrações possivelmente serão vistas no mundo inteiro, pela televisão. Milhões de pessoas ficarão impressionadas, enganadas por esse líder altamente convincente, por não darem a devida importância à Palavra de Deus nem ter amor às verdades (2.9-12).
  • Tanto as palavras de Paulo (2.9), quanto as de Jesus (Mt 24.24) devem despertar os crentes para o fato de que nem todo milagre provém de Deus. Aparentes "manifestações do Espírito" (1 Co 12.7-10) ou fenômenos supostamente vindos da parte de Deus devem ser provados à base da obediência a Cristo e às Escrituras, por parte da pessoa atuante.

A DERROTA DO ANTICRISTO

No fim da tribulação, Satanás congregará muitas nações no Armagedom, sob o comando do Anticristo, e guerrearão contra Deus e o seu povo numa batalha que envolverá o mundo inteiro (ver Dn 11.45 nota; Ap 16.16 nota). Quando isso ocorrer, Cristo voltará e intervirá de modo sobrenatural, destruindo o Anticristo, seus exércitos e todos os que não obedecem ao evangelho (ver Ap 19.15-21 notas). A seguir, Cristo prenderá Satanás e estabelecerá seu reino na terra (20.1-6).



    sábado, 24 de outubro de 2015

    A SANTIFICAÇÃO


    Santificação (gr. hagiasmos) significa "tornar santo", "consagrar", "separar do mundo" e "apartar-se do pecado", a fim de termos ampla comunhão com Deus e servi-lo com alegria.
    (ver também o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE).

    1. Além do termo "santificar" (cf. 1 Ts 5.23), o padrão bíblico da santificação é expresso em termos tais como "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento" (Mt 22.37), "irrepreensíveis em santidade" (1Ts 3.13), "aperfeiçoando a santificação" (2 Co 7.1), "a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm 1.5), "sinceros e sem escândalo algum"(Fp 1.10), " libertados do pecado" (Rm 6.18), "mortos para o pecado" (Rm 6.2), "para servirem a justiça para a santificação" (Rm 6.19), "guardamos os seus mandamentos" (1 Jo 3.22) e "vence o mundo" (1 Jo 5.4). Tais termos descrevem a operação do Espírito Santo mediante a salvação em Cristo, pala qual Ele nos liberta da escravidão e do poder do pecado (Rm 6.1-14), nos separa das práticas pecaminosas deste mundo atual, renova a nossa natureza segundo a imagem de Cristo, produz em nós o fruto do Espírito e nos capacita a viver uma vida santa e vitoriosa de dedicação a Deus (Jo 17.15-19,23; Rm 6.5,13,16,19; 12.1; Gl 5.16,22,23; ver 2 Co 5.17 nota).

    2. Esses termos não subentendem uma perfeição absoluta, mas retidão moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de Deus, na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp 2.14,15; Cl 1.22; 1 Ts 2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu com Cristo e foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm 6.18); por isso, não precisa e nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, Jesus Cristo. Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade para não pecar (1 Jo 3.6), embora nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do pecado.

    3. A santificação do AT  foi a vontade manifesta de Deus para os israelitas; eles tinham o dever de levar uma vida santificada, separada da maneira de viver dos povos à sua volta (ver Êx 19.6 nota; Lv 11.44 nota;19.2 nota; 2 Cr 29.5 nota). De igual modo a santificação é um requisito para todo crente em Cristo. As Escrituras declaram que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

    4. Os filhos de Deus são santificados mediante a fé (At 26.18), pela união com Cristo na sua morte e ressurreição (Jo 15.4-10; Rm 6.1-11; 1 Co 1.30), pelo sangue de Cristo (1 Jo 1.7-9), pela Palavra (Jo 17.17) e pelo poder regenerador e santificador do Espírito Santo no seu coração (Jr 31.31-34; Rm 8.13; 1 Co 6.11; 1 Pe 1.2; 2 Ts 2.13).

    5. A santificação é uma obra de Deus, com a cooperação do seu povo (Fp 2.12,13; 2 Co 7.1). Para cumprir a vontade de Deus quanto à santificação, o crente deve participar da obra santificadora do Espírito Santo, ao cessar de participar do mal (Is 1.16), ao se purificar "de toda imundícia da carne e do Espírito" (2 Co 7.1; cf. Rm 6.12; Gl 5.16-25) e ao se guardar da corrupção do mundo (Tg 1.27; cf. Rm 6.13,19; 8.13; Ef 4.31; 5.18; Tg 4.8).

    6. A verdadeira santificação requer que o crente mantenha profunda comunhão com Cristo (ver Jo 15.4 nota), mantenha comunhão com os crentes (Ef 4.15,16), dedique-se à oração (Mt 6.5-13; Cl 4.2), obedeça à Palavra de Deus (Jo 17.17), tenha consciência da presença e dos cuidados do Espírito Santo (Rm 8.14; Ef 5.18).

    7. Segundo o NT, a santificação não é descrita como um processo lento, de abandonar o pecado pouco a pouco. Pelo contrário, é apresentada como um ato definitivo mediante o qual o crente, pela graça, é liberto da escravidão de Satanás e rompe com o pecado a fim de viver para Deus (Rm 6.18; 2 Co 5.17; Ef 2.4,6; Cl 3.1-3). Ao mesmo tempo, no entanto, a santificação é descrita como um processo vitalício mediante o qual continuamos a mortificar os desejos pecaminosos da carne (Rm 8.1-17), somos progressivamente transformados pelo Espírito à semelhança de Cristo (2 Co 3.18) crescemos na graça (2 Pe 3.18), e devotamos maior amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-39; 1 Jo 4.10-12,17-21).

    8. A santificação pode significar uma outra experiência específica e decisiva, à parte da salvação inicial. O crente pode receber de Deus uma clara revelação da sua santidade, bem como convicção de que Deus está chamando para separar-se ainda mais do pecado e do mundo e a andar ainda mais perto dEle (2 Co 6.16-18). 
    Com essa certeza, o crente se apresenta a Deus como sacrifício vivo e santo e recebe da parte do Espírito Santo a graça, pureza, poder e vitória para viver uma vida santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2; 6.19-22).