EVANGELHO DE JESUS CRISTO

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A PROVIDÊNCIA DIVINA


DEUS ME ENVIOU
José revela que muitas vezes Deus sobrepõe sobrenaturalmente a sua providência e controla as más ações dos seres humanos a fim de executar a sua vontade (50.20 segui-se o estudo).

A PROVIDÊNCIA DIVINA
Depois de o Senhor criar os céus e a terra (1.1), Ele não deixou o mundo à sua própria sorte. Pela contrário, Ele continua interessado na vida dos seus, cuidando da sua criação.
Deus não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo, deu-lhe corda e deixa acabar essa corda lentamente até o fim; pelo contrário, Ele é o Pai amoroso que cuida daquilo que criou. O constante cuidado de Deus por sua criação e por seu povo é chamado, na linguagem doutrinal, a providência divina.

ASPECTOS DA PROVIDÊNCIA DIVINA
Há, pelo menos, três aspectos da providência divina.

1. Preservação. Deus, pelo seu poder, preserva o mundo que Ele criou. A confissão de Davi fica clara: "A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são um grande abismo; SENHOR, tu conservas os homens e os animais" (Sl 36.6).
O poder preservador de Deus manifesta-se através do seu filho Jesus Cristo, conforme Paulo declara em Cl 1.17:
Cristo "é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele". Pelo poder de Cristo, até mesmo as minúsculas de vida mantêm-se coesas.
2. Provisão. Deus não somente preserva o mundo que Ele criou, como também provê as necessidades das suas criaturas.
Quando Deus criou o mundo, criou também as estações (1.14) e proveu alimento aos seres humanos e aos animais (1.29,30).
Depois de o Dilúvio destruir a terra, Deus renovou a promessa da provisão, com estas palavras: 
"Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão" (8.22). Vários dos salmos dão testemunho da bondade de Deus em suprir do necessário a todas as criaturas (e.g., Sl 104; 145).
O mesmo Deus revelou a Jó seu poder de criar e de sustentar (Jó 38 -- 41), e Jesus asseverou em termos bem claros que Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo (Mt 6.22-30; 10.29).
Seu cuidado abrange, não somente as necessidades físicas da humanidade, como também as espirituais (Jo 3.16,17).
A Bíblia revela que Deus manifesta um amor e cuidado especiais pelo seu próprio povo, tendo cada um dos seus em alta estima (e.g., Sl 91; ver Mt 10.31 nota). 
Paulo escreve de modo inequívoco aos crentes de Filipos: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus" (ver Fp 4.19 nota). De conformidade com o apóstolo João, Deus quer que o seu povo tenha saúde, e que tudo lhe vá bem (ver 3 Jo 2 nota).
3. Governo. Deus, além de preservar sua criação e prover-lhe o necessário, também governa o mundo. Deus como Soberano que é, dirige, os eventos da história que acontecem segundo a sua vontade permissiva e seu cuidado. Em certas ocasiões, Ele intervém diretamente segundo o seu propósito redentor.
Mesmo assim, até Deus consumar a história, Ele tem limitado seu poder e governo supremo neste mundo.
As Escrituras declaram que Satanás é "o deus deste século" [mundo] (2 Co 4.4) e exerce acentuado controle sobre a presente era maligna (ver 1 Jo 5.19 nota; Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Noutras palavras, o mundo, hoje, não está submisso ao poder regente de Deus, mas, em rebelião contra Ele e escravizado por Satanás. Note, porém, que essa auto-limitação da parte de Deus é apenas temporária; na ocasião que Ele já determinou na sua sabedoria, Ele aniquilará Satanás e todas as hostes do mal (Ap 19 -- 20).

A PROVIDÊNCIA DIVINA E O SOFRIMENTO HUMANO
A revelação bíblica demonstra que a providência de Deus não é uma doutrina abstrata, mas que diz respeito à vida diária num mundo mau decaído.

1. Toda pessoa experimenta o sofrimento em certas ocasiões da vida e daí surge a inevitável pergunta "Por quê?" (cf. Jó 7.17-21; Sl 10.1; 74.11,12; Jr 14.8,9,19). Essas experiências alvitram o problema do mal e do seu lugar nos assuntos de Deus.

2. Deus permite que os seres humanos experimentem as consequências do pecado que penetrou no mundo através da queda de Adão e Eva. José, por exemplo, sofreu muito por causa da inveja e da crueldade dos seus irmãos. 
Foi vendido como escravo pelos seus irmãos e continuou como escravo de Potifar, no Egito (37; 39). Vivia no Egito uma vida temente a Deus, quando foi injustamente acusado de imoralidade, lançado no cárcere (39) e mantido ali por mais de dois anos (40.1 - 41.14).
Deus pode permitir o sofrimento em decorrência das más ações do próximo, embora Ele possa soberanamente controlar tais ações, de tal maneira que seja cumprida a sua vontade.
Segundo o testemunho de José, Deus estava agindo através dos delitos dos seus irmãos, para a preservação da vida (45.5; 50.20).

3. Não somente sofremos as consequências dos pecados dos outros, como também sofremos as consequências dos nossos próprios atos pecaminosos. Por exemplo: 
O pecado da imoralidade e do adultério, frequentemente resulta no fracasso do casamento e da família do culpado. 
O pecado da ira desenfreada contra outra pessoa pode levar à agressão física, com ferimentos graves ou até mesmo o homicídio de uma das partes envolvidas, ou de ambas.
O pecado da cobiça pode levar ao fruto ou desfalque e daí à prisão e cumprimento de pena.

4. O sofrimento também ocorre no mundo porque Satanás, o deus deste mundo, tem permissão para executar a sua obra de segar as mentes dos incrédulos e de controlar as sua vidas (2 Co 4.4; Ef 2.1-3). O NT está repleto de exemplos de pessoas que passaram por sofrimento por causa dos demônios que as atormentavam com aflições mental (e.g., Mc 5.1-14) ou com enfermidades físicas (Mt 9.32,33; 12.22; Mc 9.14-22; Lc 13.11,16).

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Dizer que Deus permite o sofrimento não significa que Deus origina o mal que ocorre neste mundo, nem que Ele pessoalmente determina todos os infortúnios da vida.
Deus nunca é o instigador do mal ou da impiedade (Tg 1.13). Todavia, Ele, às vezes, o permite, o dirige e impera soberanamente sobre o mal a fim de cumprir a sua vontade, levar a feito seu propósito redentor e fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que lhe são fiéis (ver Mt 2.13 nota; Rm 8.28 nota).

O RELACIONAMENTO DO CRENTE COM A PROVIDÊNCIA DIVINA
O crente para usufruir os cuidados providenciais de Deus em sua vida, tem responsabilidades a cumprir, conforme a Bíblia revela.

1. Ele deve obedecer a Deus e a sua vontade revelada. No caso de José, por exemplo, fica claro que por ele honrar a Deus, mediante sua vida de obediência, Deus o honrou ao estar com ele (39.2,3,21,23). Semelhantemente, para o próprio Jesus desfrutar do cuidado divino protetor ante as intenções assassinas do rei Herodes, seus pais terreno tiveram de obedecer a Deus e fugir para o Egito (ver Mt 2.13 nota). Aqueles que temem a Deus e o reconhece em todos os seus caminhos têm a promessa de que Deus endireitará as sua veredas (Pv 3.5-7).

2. Na sua providência, Deus dirige os assuntos da igreja e de cada um de nós como seus servos. O crente deve estar em constante harmonia com a vontade de Deus para a sua vida, servindo-o e ajudando outras pessoas em nome dEle (At 18.9,10; 23.11; 26.15-18; 27.22-24).

3. Devemos amar a Deus e submeter-nos a Ele pela fé em Cristo, se quisermos que Ele opere para o nosso bem em todas as coisas (ver Rm 8.28).
Para termos sobre nós o cuidado de Deus quando em aflição, devemos clamar a Ele em oração e fé perseverante.
Pela oração e confiança em Deus, experimentamos a sua paz (Fp 4.6,7), recebemos a sua força (Ef 3.16; Fp 4.13), a misericórdia, a graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16; ver Fp 4.6 nota).
Tal oração de fé, pode se em nosso próprio favor ou em favor do próximo (Rm 15.30-32; ver Cl 4.3 nota).
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A IGREJA


A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a Deus. A palavra "igreja" pode referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21,22).
1. A igreja é apresentada como o povo de Deus (1 Co 1.2; 10.32; 1 Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (1 Pe 1.18,19). 
É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com Deus (1 Pe 2.5; ver Hb 11.6 nota).
2. A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de Deus. A separação do mundo é a parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por Deus e Pai (2 Co 6.16-18; ver estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE).
3. A igreja é o templo de Deus e do Espírito Santo (ver 1 Co 3.16 nota; 2 Co 6.14 - 7.1; Ef 2.11-22; 1 Pe 2.4-10).
Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniquidade e da imoralidade.
4. A igreja é o corpo de Cristo (1 Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com Cristo. A cabeça do corpo é Cristo ( Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
5. A igreja é a noiva de Cristo (2 Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com ela.
6. A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual (2 Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do Espírito Santo (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do Espírito Santo (Ef 4.4) e o batismo com Espírito Santo (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7).
Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).
7. A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo Espírito Santo (Rm 12.6; 1 Co 1.7; 12.4-11,20-31; Ef 4.11).
8. A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do Espírito (Ef 6.17). 
Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado (ver o estudo O REINO DE DEUS). 
O Espírito que está na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as pessoas do domínio de Satanás, e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15,21).
9. A igreja é coluna e o fundamento da verdade (1 Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17 nota; Jd 3 nota).
10. A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por centro a volta de Cristo para buscar o seu povo (ver Jo 14.3 nota; 1 Tm 6.14; 2 Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).

11. A igreja é tanto invisível como visível.
  • A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por uma fé viva em Cristo.
  • A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 2.11,17,26; ver 2.7 nota), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); "caídos" (Ap 2.5); espiritualmente "mortos" (Ap 3.1); e "mornos" (Ap 3.16; ver Mt 13.24 nota; At 12.5, nota sobre as características essenciais de uma igreja do NT).