EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 24 de outubro de 2015

A SANTIFICAÇÃO


Santificação (gr. hagiasmos) significa "tornar santo", "consagrar", "separar do mundo" e "apartar-se do pecado", a fim de termos ampla comunhão com Deus e servi-lo com alegria.
(ver também o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE).

1. Além do termo "santificar" (cf. 1 Ts 5.23), o padrão bíblico da santificação é expresso em termos tais como "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento" (Mt 22.37), "irrepreensíveis em santidade" (1Ts 3.13), "aperfeiçoando a santificação" (2 Co 7.1), "a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm 1.5), "sinceros e sem escândalo algum"(Fp 1.10), " libertados do pecado" (Rm 6.18), "mortos para o pecado" (Rm 6.2), "para servirem a justiça para a santificação" (Rm 6.19), "guardamos os seus mandamentos" (1 Jo 3.22) e "vence o mundo" (1 Jo 5.4). Tais termos descrevem a operação do Espírito Santo mediante a salvação em Cristo, pala qual Ele nos liberta da escravidão e do poder do pecado (Rm 6.1-14), nos separa das práticas pecaminosas deste mundo atual, renova a nossa natureza segundo a imagem de Cristo, produz em nós o fruto do Espírito e nos capacita a viver uma vida santa e vitoriosa de dedicação a Deus (Jo 17.15-19,23; Rm 6.5,13,16,19; 12.1; Gl 5.16,22,23; ver 2 Co 5.17 nota).

2. Esses termos não subentendem uma perfeição absoluta, mas retidão moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de Deus, na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp 2.14,15; Cl 1.22; 1 Ts 2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que Deus lhe deu, morreu com Cristo e foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm 6.18); por isso, não precisa e nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, Jesus Cristo. Mediante o Espírito Santo, temos a capacidade para não pecar (1 Jo 3.6), embora nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do pecado.

3. A santificação do AT  foi a vontade manifesta de Deus para os israelitas; eles tinham o dever de levar uma vida santificada, separada da maneira de viver dos povos à sua volta (ver Êx 19.6 nota; Lv 11.44 nota;19.2 nota; 2 Cr 29.5 nota). De igual modo a santificação é um requisito para todo crente em Cristo. As Escrituras declaram que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

4. Os filhos de Deus são santificados mediante a fé (At 26.18), pela união com Cristo na sua morte e ressurreição (Jo 15.4-10; Rm 6.1-11; 1 Co 1.30), pelo sangue de Cristo (1 Jo 1.7-9), pela Palavra (Jo 17.17) e pelo poder regenerador e santificador do Espírito Santo no seu coração (Jr 31.31-34; Rm 8.13; 1 Co 6.11; 1 Pe 1.2; 2 Ts 2.13).

5. A santificação é uma obra de Deus, com a cooperação do seu povo (Fp 2.12,13; 2 Co 7.1). Para cumprir a vontade de Deus quanto à santificação, o crente deve participar da obra santificadora do Espírito Santo, ao cessar de participar do mal (Is 1.16), ao se purificar "de toda imundícia da carne e do Espírito" (2 Co 7.1; cf. Rm 6.12; Gl 5.16-25) e ao se guardar da corrupção do mundo (Tg 1.27; cf. Rm 6.13,19; 8.13; Ef 4.31; 5.18; Tg 4.8).

6. A verdadeira santificação requer que o crente mantenha profunda comunhão com Cristo (ver Jo 15.4 nota), mantenha comunhão com os crentes (Ef 4.15,16), dedique-se à oração (Mt 6.5-13; Cl 4.2), obedeça à Palavra de Deus (Jo 17.17), tenha consciência da presença e dos cuidados do Espírito Santo (Rm 8.14; Ef 5.18).

7. Segundo o NT, a santificação não é descrita como um processo lento, de abandonar o pecado pouco a pouco. Pelo contrário, é apresentada como um ato definitivo mediante o qual o crente, pela graça, é liberto da escravidão de Satanás e rompe com o pecado a fim de viver para Deus (Rm 6.18; 2 Co 5.17; Ef 2.4,6; Cl 3.1-3). Ao mesmo tempo, no entanto, a santificação é descrita como um processo vitalício mediante o qual continuamos a mortificar os desejos pecaminosos da carne (Rm 8.1-17), somos progressivamente transformados pelo Espírito à semelhança de Cristo (2 Co 3.18) crescemos na graça (2 Pe 3.18), e devotamos maior amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-39; 1 Jo 4.10-12,17-21).

8. A santificação pode significar uma outra experiência específica e decisiva, à parte da salvação inicial. O crente pode receber de Deus uma clara revelação da sua santidade, bem como convicção de que Deus está chamando para separar-se ainda mais do pecado e do mundo e a andar ainda mais perto dEle (2 Co 6.16-18). 
Com essa certeza, o crente se apresenta a Deus como sacrifício vivo e santo e recebe da parte do Espírito Santo a graça, pureza, poder e vitória para viver uma vida santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2; 6.19-22).  

ENSINO BÍBLICO PARA O CRENTE


A igreja tem a responsabilidade de salvaguardar a verdadeira e original doutrina bíblica que se acha nas Escrituras, e transmiti-la aos fiéis sem transigência nem corrupção.
Fica subentendida, assim, a necessidade do ensino bíblico na igreja.

1. A Bíblia menciona as seguintes razões para o ensino bíblico, ou teológico, quer no lar, na igreja ou na escola:
  • Transmitir o evangelho de Cristo a crentes fiéis, para que conheçam (2 Tm 3.15; ver Jr 2.8 nota), guardem (2 Tm 1.14 nota), e ensinem a verdadeira fé bíblica (1 Tm 4.6,11; 2 Tm 2.2) e a santidade de vida (ver Rm 6.17 nota; 1 Tm 6.3).
  • Demonstrar aos estudantes a necessidade primacial de "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (ver Jd 3 nota), e dar-lhes os meio pelos quais possam defendê-la contra todas as teologias falsas (ver At 20.31 nota; Gl 1.9 nota; 1 Tm 4.1 nota; 6.3-4; Tt 1.9).
  • Guiar os estudantes ao crescimento contínuo no caráter mediante "a doutrina que é segundo a piedade" (1 Tm 6.3 cf. Js 1.8; Sl 1.2,3; 119.97-100; Mt 20.28; Jo 17.14-18; 1 Ts 4.1; 1 Tm 1.5 nota; 4.7,16; 2 Tm 3.16).
  • Preparar os estudantes para fortalecer outros crentes e levá-los à maturidade espiritual de modo que juntos possam refletir a imagem de Cristo no lar, na igreja local e no corpo de Cristo em geral (Ef 4.1-16).
  • Levar os estudantes a uma compreensão e experiência mais profunda de reino de Deus na terra e seu conflito contra o poder de Satanás (Ef 6.10-18; ver os estudo O REINO DE DEUS).
  • Motivar os estudantes através da verdades eternas do evangelho, e dedicar-se sem reservas à evangelização dos perdidos e à pregação do evangelho a todas as nações no poder do Espírito Santo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20).
  • Aprofundar a experiência que os estudantes têm do amor de Cristo, da comunhão pessoal com Ele e do dom do Espírito Santo (Jo 17.3,21,26; Ef 3.18,19), exortando-os a seguir a orientação do Espírito Santo que neles habita (Rm 8.14), a levá-los ao batismo no Espírito Santo (ver At 2.4; ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO), e ensinando-os a orar (Mt 6.9 nota), a jejuar (Mt 6.16 nota) e a adorar, enquanto aguardam o bendito aparecimento de Jesus Cristo com fervor espiritual dos santos do NT (2 Tm 4.8; Tt 2.13).


3. Nota-se que o autêntico ensino bíblico enfatiza um viver santo (i.e., conhecer a santidade, ser santo e proceder santamente), e não apenas ter uma mera compreensão das verdades ou fatos bíblicos. As grandes verdades reveladas nas Escrituras são verdades redentoras e não acadêmicas; são questões que envolvem a vida ou a morte, exigem uma resposta e decisão pessoal, tanto do mestre quanto do discípulo (Tg 2.17; ver Fp 1.9 nota).