EVANGELHO DE JESUS CRISTO

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A ESPERANÇA DO CRENTE SEGUNDO A BÍBLIA


OS OLHOS DO SENHOR ESTÃO SOBRE OS QUE O TEMEM.

Embora os "olhos do SENHOR" estejam sobre todas as pessoas (vv. 13,14), eles repousam de modo especial sobre "os que o temem" (ver 34.15). Os "olhos" de Deus referem-se ao seu amor solícito e seu cuidado providente em nossa vida. 
"Livrar as sua almas da morte, e... fome" significa que enquanto temermos ao Senhor, confiarmos e esperarmos nEle, fizermos a sua vontade, Ele cuidará de nós e nos protegerá da morte, a menos que seu plano seja outro. Segue-se o estudo:

ESPERANÇA BÍBLICA DO CRENTE

A esperança, pela sua própria natureza, diz respeito ao futuro (cf. Rm 8.24,25). Porém, ele abrange muito mais do que uma simples vontade ou anseio por algo futuro.
Esta esperança consiste numa certeza na alma, i.e., uma firme confiança sobre as coisas futuras, porque tais coisas decorrem da revelação e das promessas de Deus.
Noutras palavras, a esperança bíblica do crente está intimamente vinculada a uma fé firme (Rm 15.13; Hb 11.1) e a uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22).
O salmista expressa claramente este fato mediante um paralelo entre "confiança": "Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação.
Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no SENHOR, seu Deus" (Sl 146.3,5; cf. Jr 17.7).
Por conseguinte, a esperança firme do crente é uma esperança que "não traz confusão" (Rm 5.5; cf. Sl 22.4,5; Is 49.23); a esperança, portanto, é uma âncora para o crente através da vida (Hb ..19,20).

A BASE DA ESPERANÇA DO CRENTE

O alicerce da esperança segura do crente procede da natureza de Deus, de Jesus Cristo e da Palavra de Deus.

1. As Escrituras revelam como Deus sempre foi fiel, no passado, ao seu povo. O Salmo 22, por exemplo, revela a luta de Davi numa situação pessoal crítica, que ameaça a sua vida. 
Todavia, ao meditar nos feitos de Deus no passado ele confia que Deus o livrará: "Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livrastes" (22.4). 
O poder maravilhoso que o Deus Criador já manifestou em favor do seu povo está explicado no Êxodo, na conquista de Canaã, nos milagres de Jesus e dos apóstolos, e em casos semelhantes, os quais edificam a nossa confiança no Senhor como nosso Ajudador (cf. 105; 124.8; Hb 13.6; ver Êx 6.7 nota). 
Por outro lado, Aqueles que não conhecem a Deus não têm em que se firmar para terem esperança (Ef 2.12; 1 Ts 4.13).

2. A plenitude da revelação do novo concerto em Jesus Cristo acresce mais uma razão para a esperança inabalável em Deus. Para o crente, o Filho de Deus veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8), que é o "deus deste século" (2 Co 4.4; Hb 2.14; ver 1 Jo 5.19 nota;).
Jesus, ao expulsar demônios durante o seu ministério terreno demonstrou seu poder sobre Satanás. Além disso pela sua morte e ressurreição, Ele esmagou o poder de Satanás (cf. Jo 12.31) e demonstrou o poder do reino de Deus.
Não é de se estranhar, portanto, o que Pedro exclama a respeito da nossa esperança: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1 Pe 1.3).
Jesus é, pois, chamado nossa esperança (Cl 1.27; 1 Tm 1.1); devemos depositar nEle a nossa, mediante o poder do Espírito Santo (Rm 15.12,13; cf. 1 Pe 1.13; ver Êx 17.11 nota).

3. A Palavra de Deus é a terceira base da esperança. Deus revelou sua Palavra através dos profetas e apóstolos no passado; Ele os inspirou pelo Espírito Santo para escreverem isentos de erros (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.19-21).
Pelo fato de que sua eterna Palavra permanece firme nos céus (Sl 119.89), podemos depositar nossa esperança nessa Palavra (Sl 119.49,74,81,114,147; 130.5; cf. At 26.6; Rm 15.4).
De fato, tudo quanto sabemos a respeito de Deus e de Jesus Cristo vem da revelação infalível das Sagradas Escrituras.

A SUMA ESPERANÇA DO CRENTE

A suprema esperança e confiança do crente não deve estar em seres humanos (Sl 33.16,17; 147.10,11), nem em bens materiais, nem em dinheiro (Sl 20.7; Mt 6.19-21; Lc 12.13-21; 1 Tm 6.17; ver Nm 18.20 nota). Antes deve estar em Deus, no se Filho Jesus e na sua Palavra. E em que consiste esta esperança?

1. Temos esperança na graça de Deus e no livramento que Ele nos oferece, nas tribulações desta vida presente (Sl 133.18,19; 42.1-5; 71.1-5;,13,14; Jr 17.17,18).

2. Temos esperança de que chegará o dia em que nossas tribulações cessarão aqui na terra, quando esta não estará mais sujeita à corrupção, e terá lugar a redenção (ressurreição) do nosso corpo (Rm 8.18-25; cf. Sl 16.9,10; 2 Pe 3.12; ver At 24.15 nota).

3. Temos esperança da consumação da nossa salvação (1 Ts 5.8).

4. Temos a esperança de uma casa eterna nos novos céus (2 Co 5.1-5; 2 Pe 3.13; ver Jo 14.2 nota, naquela cidade cujo arquiteto e edificador é Deus (Hb 11.10).

5. Temos a bendita esperança da vinda gloriosa do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2.13), quando, então, os crentes serão arrebatados da terra, para o encontro com Ele nos ares (1 Ts 4.13-18), e, quando, então, nós o veremos como Ele é e nos tornaremos semelhantes a Ele (Fp 3.20,21; 1 Jo 3.2,3).

6. Temos a esperança de receber a coroa da justiça (2 Tm 4.8), de glória (1 Pe 5.4) e da vida (Ap 2.10). Finalmente, temos a esperança da vida eterna (Tt 1.2; 3.7); da vida garantida a todos que confiam no Senhor Jesus Cristo e o obedecem (Jo 3.16,36; 6.47; 1 Jo 5.11-13).

Com promessas tão grandes reservadas àqueles que esperam em Deus e no seu Filho Jesus, Pedro nos conclama: 
"estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós" 91 Pe 3.15).

O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS



AFLIGIS O JUSTO

De todos os pecados denunciados por Amós, os mais graves eram os sociais. Os ricos tiravam proveito dos pobres, e os exploravam. A vontade de Deus é que tenhamos amor e compaixão especiais pelos necessitados. Mas hoje não é diferente daqueles dias.


Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, frequentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2,9,10; Is 3.14,15; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados.

O ZELO DE DEUS PELOS POBRES E NECESSITADOS

Deus tem expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados e oprimidos.

  1. O Senhor Deus é o seu defensor. Ele mesmo revela ser deles o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1 Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6;113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).
  2. Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11 nota). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: "Somente para que entre ti não haja pobre; pois o Senhor abundantemente te abençoará na terra que o Senhor, teu Deus, te dará por herança, para a possuíres" (Dt 15.4). 
  3. Por isso Deus na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36). S e o pobre entregasse algo como "penhor", ou garantia pelo empréstimo, o credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo assim) antes do pôr-do-sol. Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos a si mesmo e à sua família (Dt 24.14,15). 
  4. Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem devia se deixado no chão para que os pobres os recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); e mais: os cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv 19.9). Notável era o mandamento divino divino de se cancelar, a cada sete anos, todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). 
  5. Além disso, o homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo ao sétimo ano (Dt 15.7-11). Deus, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda o ano para a devolução de propriedades- o Ano do Jubileu, que ocorreria a cada cinquenta anos. Todas as terras que tivesse mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior teria de ser devolvidas à família originária (ver Lv 25.8-55). 
  6. E, mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Êx 23.2,3,6; Dt 1.17; cf. Pv 31.9). Desta maneira, Deus impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (ver Dt 24.14 nota). 
  7. Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a desgraça. Em consequência de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de juízo contra os ricos (ver Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).
A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NEOTESTAMENTÁRIO DIANTE DOS POBRES E NECESSITADOS

No NT, Deus também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos da fé.

  1. Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31; ver estudo RIQUEZA E POBREZA).
  2. Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a si importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de Cristo para entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
  3. O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carente da Judeia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros "que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência" (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro "para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém" (Rm 15.26). 
  4. Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1 Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2 Co 8;9). Elogiou as igrejas de Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2 Co 8.1-4; 9.2). 
  5. Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do Espírito Santo, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de Deus e de seu povo (ver Rm 12.8 nota; ver 1 Tm 6.17-19).
  6. Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40,45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades um dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). 
  7. Quanto o crescimento da igreja impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio de comunidade cristã: "Então, enquanto temos tempo, façamos o bem  a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gl 6.10). 
  8. Deus quer que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualmente entre o seu povo (2 Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades matérias dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmão em Cristo.