EVANGELHO DE JESUS CRISTO

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

O termo "Escritura", conforme se encontra em 2 Tm 3.16, refere-se principalmente aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Tm (1 Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2 Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT, i.e., a Bíblia. São (os escritos) a mensagem original de Deus para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas.
1. Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A palavra "inspirada" (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa "Deus", e pneuo, que significa "respirar". Sendo assim, "inspirado" significa "respirado por Deus". Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos (cf. 2 Pe 1.20,21; note também a atitude do salmista para com as Escrituras no Sl 119).
2. Os escritores do AT estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2 Sm 23.2; ver o estudo O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO e A PALAVRA DE DEUS). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: "Assim diz o Senhor".
3. Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19.30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do restante do NT), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).
4. Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27,44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1 Co 2.12-13; 1 Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2 Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.
5. Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2 Pe 1.20,21; ver 1 Co 2.12,13 notas).
6. A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo (Mt 4.4; Jo 6.63; 2 Tm 3.15; 1 Pe 2.2).
7. As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instruções religiosas igualam-se à autoridade delas.
8. Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3 nota; ver o estudo FALSOS MESTRES).
9. As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, criadas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencente à vida e à piedade (Mt 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2 tm 3.15,16; ver Êx 20.3 nota). Na igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2 Tm 3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32,37).
10. Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1 Co 2.12 nota; ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS).
11. Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mt 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).
12. Todos na igreja devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de Deus para o mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2 Tm 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2 nota; Ap 22.19 nota).
13. Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos na Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:
a. as cópias existentes do texto do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão;
b.  as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou
c. a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA (PARTE 2)

O DOADOR
Este versículo alista os dons de ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons:
1. Para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12)
2. Para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).
PROFETAS
Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
1. O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito Santo, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. As vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).
2. A função do profeta na igreja incluía o seguinte:
a. Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3).
b. Devia exercer o dom de profecia (ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA CRENTE).
c. Às vezes, ele era vidente (cf. 1 Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11).
d. Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
3. O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem:
a. Zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1 Co 6.9-11; Gl 5.22-25).
b. Profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9).
c. Profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2 Co 11.12-15).
d. Dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1 Co 15.3,4; 2 Tm 3.16; 1 Pe 4.11).
e. Interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
4. A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1 Co 14.29-33; 1 Jo 4.1).
5. Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1 Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito Santo (2 Tm 3.1-9; 4.3-5; 2 Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1 Co 14.3; 1 Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

Os capítulos de 8-10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de adoração do AT. É duplo o propósito do autor:
1. Contrastar o serviço do sumo sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto.
2. Demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de Cristo que estabeleceu o novo concerto. O presente estudo sintetiza o relacionamento entre esses dois concertos. 
1. Segundo o antigo concerto, a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de um relacionamento com Ele à base da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema sacrificial desta (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS, EM BREVE). Os sacrifícios do AT tinham três propósitos principais.
a. Ensinar o povo de Deus a gravidade do pecado. O pecado separava os pecadores de um Deus santo, e somente através do derramamento de sangue poderiam reconciliar-se com Deus e encontrar perdão (Êx 12.3-14; Lv 16.17.11; Hb 9.22; ver Lv 1.2,3 notas; 4.3 nota; 9.8 nota).
b. Prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e o amor (cf. 4.16; 7.25; 10.1).
c. Indicar de antemão ou prenunciar (8.5; 10.1) o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça humana (cf. Jo 1.29; 1 Pe 1.18,19; Êx 12.3-14; Lv 16; Gl 3.19 nota; ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO EM BREVE).
2. Jeremias profetizou que, um tempo futuro, Deus faria um povo concerto, um melhor concerto, com o seu povo (ver Jr 31.31-34 notas; cf Hb 8.8-12). É melhor concerto do que o antigo (cf. Rm 7) porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem (8.12), transforma-os em filhos de Deus (Rm 8.15,16), dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus (8.10; cf. Ez 11.19,20), os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai (8.11) e provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2.28; At 1.5,8; 2.16,17,33,38,39; Rm 8.14,15,26).
3. Jesus é quem instituiu o novo concerto ou o novo testamento (ambas as idéias estão contidas na palavra grega diatheke - testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do AT. O novo concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do próprio divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto.
a. O ofício de Jesus Cristo como mediador do novo concerto (8.6; 9.15; 12.24) baseia-se na sua morte expiatória (Mt 26.28; Mc 14.24; Hb 9.14,15; 10.29; 12.24). As promessas promessas e os preceitos desse novo concerto são expresso em todo o NT. Seu propósito é: (i) salvar da culpa e da condenação da lei todos que creem em Jesus Cristo e dedicam suas vidas às verdades e deveres do seu concerto (9.16,17; cf. Mc 14.24; 1 Co 11.25); e (ii) fazê-lo um povo que seja a possessão de Deus (8.10; cf. 11.19,20; 1 Pe 2.9).
b. O sacrifício de Jesus é melhor que os do antigo concerto por ser um sacrifício voluntário e obediente de uma pessoa justa (Jesus Cristo), e não um sacrifício involuntário de um animal. O sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e santificação (10.10,15-17; ver Lv 9.8 nota).
c. O novo concerto pode ser chamado o novo concerto do Espírito, porque é o Espírito Santo quem outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (2 Co 3.1-6; ver Jo 17.3 nota; ver os estudo TERMOS BÍBLICOS PARA A SALVAÇÃO, e FÉ E GRAÇA).
4. Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos e a salvação oriundas desse concerto mediante sua perseverança na fé e na obediência (ver 3.6 nota). Os infiéis são excluídos dessas bênçãos (ver 3.18,19 nota; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL).
5. Estabelecido o novo concerto em Cristo, o antigo concerto se tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o novo concerto não invalida a totalidade das Escrituras do AT, mas apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O AT não está abolido; boa parte da sua revelação aponta para Cristo (ver o estudo CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO), e por ser inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão (ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS EM BREVE).

domingo, 22 de novembro de 2015

CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE 1)

Um dos ensinos fundamentais do NT é que Jesus Cristo (o Messias) é o cumprimento do AT. O livro de Hebreus mostra que Cristo é o herdeiro de tudo o que Deus falou através dos profetas (Hb 1.1,2). O próprio Jesus asseverou que viera para cumprir a lei e os profetas (Mt 5.17). Após a sua gloriosa ressurreição, Ele demonstrou aos seus seguidores, tendo por base a lei de Moisés, os profetas e os salmos, i.e., as três principais divisões do AT (hebraico) que Deus predissera, há muito tempo, tudo quanto lhe havia sucedido (Lc 24.25-27,44-46). Para melhor compreendermos as profecias do AT a respeito de Jesus Cristo, precisamos ver algo da tipologia bíblica.
PRINCÍPIOS DE TIPOLOGIA
O estudo cuidadoso do AT revela elementos chamados tipos, (do grego typos) que têm seu cumprimento na vinda do Messias (que é o antítipo); noutras palavras, há uma correspondência entre certas pessoas, eventos, ou coisas do AT e Jesus Cristo no NT. Note-se dois princípios básicos concernentes a essa forma de profecia e seu cumprimento:
1. Para um trecho do AT prenunciar a Cristo, é preciso sempre analisar o referido trecho como um acontecimento na história divina da redenção, i.e., devemos primeiramente analisar o trecho do AT sob o aspecto histórico, e então ver de que modo ele prenuncia a vinda de Jesus Cristo como o Messias prometido.
2. É preciso reconhecer que o cumprimento messiânico de um trecho do AT está geralmente num plano espiritual mais elevado do que o evento registrado no AT. Na realidade, os personagens de determinado acontecimento bíblico por certo não perceberam que o que estavam vivenciando era um prenúncio profético sobre o Filho de Deus que um dia viria aqui. Por exemplo, Davi sem dúvida não percebeu que, ao escrever o Salmo 22, seu sofrimento era uma forma de profecia do sofrimento de Cristo na cruz. Nem os judeus expatriados e chorosos que passavam pelo túmulo de Raquel em Ramá (Jr 31.15) sabiam que um dia o seu pranto teria cumprimento profético na morte de todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém (Mt 2.18). Quase sempre, só à luz do NT é que percebe-se que um trecho do AT é uma profecia a respeito de nosso Senhor.

sábado, 21 de novembro de 2015

O TEMPLO DE SALOMÃO (PARTE 3)

O AT dedica muita atenção ao templo, por causa da sua vital 
importância na preservação da verdadeira fé em Israel e sua comunhão com Deus. ver Êx 25.9, nota sobre o significado do tabernáculo e suas interpretações tipológicas ante o novo concerto; segue-se o estudo O TEMPLO DE SALOMÃO.
HISTÓRIA DO TEMPLO
O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA A IGREJA CRISTÃ
A importância do templo no Nt deve ser considerada no contexto daquilo que o templo simbolizava no AT.
1. O próprio Jesus, assim como os profetas do AT, censurou o uso indevido do templo. Seus primeiro grande ato público (Jo 2.13-17) e o seu último (Mt 21.12,13) foram expulsar do templo aqueles que estavam pervertendo o seu verdadeiro propósito espiritual (ver Lc 19.45 nota). Passou a predizer o dia em que o templo seria completamente destruído (Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6).
2. A igreja primitiva em Jerusalém estava frequentemente no templo à hora da oração (At 2.46; 3.1; 5.21,42). Assim faziam segundo o costume, sabendo, contudo, que esse não era o único lugar onde os crentes podiam orar (ver At 4.23-31). Estêvão, e posteriormente Paulo, testemunharam que o Deus vivo não poderia ser confinado a um templo feito por mãos humanas (At 7.48-50; 17.24).
3. A ênfase do culto, para os cristãos, transferiu-se do templo para o próprio Jesus Cristo. É Ele, e não o templo, quem agora representa a presença de Deus entre o seu povo. Ele é o Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1.14), e nEle habita toda a plenitude de Deus (Cl 2.9), O próprio Jesus declara se Ele o próprio templo (Jo 2.19-22). Mediante o seu sacrifício na cruz, Ele cumpriu todos os sacrifícios que eram oferecidos no templo (cf. Hb 9.1 - 10.18). Note também que na sua fala à mulher samaritana, Jesus declarou que a adoração dentro em breve seria realizada, não num prédio específico, mas "em espírito e em verdade". i.e., onde as pessoas verdadeiramente cressem na verdade da Palavra de Deus e recebessem o Espírito de Deus por meio de Cristo (ver Jo 4.23 nota).
4. Posto que Jesus Cristo personificou em si mesmo o significado do templo, e posto que a igreja é o seu corpo (Rm 12.5; 1 Co 12.12-27; Ef 1.22,23; Cl 1.18), ela é denominada "o templo de Deus", onde habita Cristo e o seu Espírito (1 Co 3.16; 2 Co 6.16; cf. Ef 2.21,22). Mediante o seu Espírito, Cristo habita na sua igreja, e requer que o seu corpo seja santo. Assim como no AT, Deus não tolerava qualquer profanação do seu templo, assim também Ele promete que destruirá quem destruir a sua igreja (ver 1 Cr 3.16,17 nota), para exemplos de corrupção e destruição da igreja por pessoas.
5. O Espírito Santo não somente habita na igreja, mas também no crente contra qualquer contaminação do corpo humano por imoralidade ou impureza (ver 1 Co 6.18,19 notas).
6. Finalmente, note que não há necessidade de um templo na nova Jerusalém (Ap 21.22). A razão disso é evidente. O templo era apenas um símbolo da presença de Deus entre o seu ´povo, e não a plena realidade. Portanto, o templo não será necessário quando Deus e o Cordeiro estiverem habitando entre o seu povo: "o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro" (Ap 21.22).
FINAL

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA (PARTE 1)

O DOADOR
Este versículo alista os dons de ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons:
1. Para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12)
2. Para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).
APÓSTOLOS
 O título "apóstolo" se aplica a certos líderes cristão no NT. O verbo apostello significa enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2 Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At 14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; 1 Ts 2.6,7).
1. O termo "apóstolo" era usado no NT em sentido geral, para um representante designado por uma igreja, como, por exemplo, os primeiros missionários cristãos. Logo, no NT o termo se refere a um mensageiro nomeado e enviado como missionário ou para alguma outra responsabilidade especial (ver At 14.4,14; Rm 16.7; cf. 2 Co 8.23; Fp 2.25). Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres. Cuidavam do estabelecimento de igreja segundo a verdade e pureza apostólica. Eram servos itinerantes que arriscavam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-22; 15.25,26). Eram homens de fé e de oração, cheios do Espírito Santo (ver At 11.23-25; 13.2-5;46-52; 14.1-7,21-23).
2. Apóstolos, no sentido geral, continuam sendo essenciais para o propósito de Deus na igreja. Se as igrejas cessarem de enviar pessoas assim, cheias do Espírito Santo, a propagação do evangelho em todo o undo ficará estagnada. Por outro lado, enquanto a igreja produzir e enviar tais pessoas, cumprirá a sua tarefa missionária e permanecerá fiel à grande comissão do Senhor (Mt 28.18-20).
3. O termo "apóstolo" também é usado no NT em sentido especial, em referência àqueles que viram Jesus após a sua ressurreição e que foram pessoalmente comissionados por Ele a pregar o evangelho e estabelecer a igreja (e.g., os doze discípulos e Paulo). Tinham autoridade ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e à mensagem original do evangelho, como ninguém mais até hoje (ver 2.20 nota). O ministério de apóstolo nesse sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição. Os apóstolos originais do NT não têm sucessores (ver 1 Co 15.8 nota).

A SEGUIR:
PARTE 2. PROFETAS
PARTE 3. EVANGELISTAS E PASTORES
PARTE 4. DOUTORES E MESTRES.

ISRAEL NO PLANO DIVINO PARA A SALVAÇÃO (PARTE 1)

INTRODUÇÃO
Com este versículo, Paulo começa uma extensa análise da maneira de Deus lidar com a nação de Israel e da razão da sua descrença atual.
Em Rm 9-11, Paulo trata da eleição de Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. Esses três capítulos foram escritos para responder à pergunta que os crentes judaicos faziam: como as promessas de Deus a Abraão e à nação de Israel poderiam permanecer válidas, quando a nação de Israel, como um todo, não parece ter parte no evangelho? O presente estudo resume o argumento de Paulo.
SÍNTESE
Há três elementos distintos no exame que Paulo faz de Israel no plano de salvação.
1. O primeiro (9.6-29) é um exame da releição de Israel no passado.
a. Em 9.6-13, Paulo afirma que a promessa de Deus a Israel não falhou, pois a promessa era só para os fiéis da nação. Visava somente o verdadeiro Israel, aqueles que eram fiéis à promessa (ver Gn 12.1-3; 17.19). Sempre há um Israel dentro de Israel, que tem recebido a promessa.
b. Em 9.14-29, Paulo chama a nossa atenção para o fato de que Deus tem o direito de fazer o que Ele quer com os indivíduos e as nações. Tem o direito de rejeitar a Israel, se desobedecerem a Ele e o direito de usar de misericórdia para com os gentios, oferecendo-lhe a salvação, se Ele assim decidir.
2. O segundo elemento (9.30 - 10.21) analisa a rejeição presente do evangelho por Israel. Seu erro da não voltar-se para Cristo, não se deve a um decreto incondicional de Deus, mas á sua própria incredulidade e desobediência (ver 10.3 nota).
3. Finalmente, Paulo explica (11.1-36) que a rejeição de Israel é apenas parcial e temporária. Israel por fim aceitará a salvação divina em Cristo. O argumento dele contém vários passos.
a. Deus não rejeitou o Israel verdadeiro, ois Ele permaneceu fiel ao "remanescente" que permanece fiel a Ele, aceitando a Cristo (11.1-6).
b. No presente, Deus endureceu a maior  parte de Israel, porque os israelitas não quiseram aceitar a Cristo (11.7-10; cf. 9.31 - 10.21).
c. Deus transformou a transgressão de Israel (i.e., a crucificação de Cristo) numa oportunidade de proclamar a salvação a todo o mundo (11.11,12,15).
d. Durante esse tempo presente da incredulidade nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto os judeus como os gentios (cf. 10.12,13) depende da fé em Jesus Cristo (11.13-24).
e. A fé em Jesus Cristo, por uma parte do Israel nacional, acontecerá no futuro (11.25-29).
f. O propósito sincero de Deus é ter misericórdia de todos, tanto dos judeus como dos gentios, e incluir no seu reino todas as pessoas que creem em Cristo (11.30-36; cf. 10.12,13; 11.20-24). 

O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE 2)

E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito Joel 2.29.
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
O Espírito Santo é a terceira pessoa de Deus Eterno, Trino e Uno (ver Mc 1.11 nota). Embora a plenitude do seu poder não tivesse sido revelada antes do ministério de Jesus (ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO) e, posteriormente, no Pentecoste (ver At 2), há trechos do AT que se referem a Ele e à sua obra. Este estudo examina os ensinamentos do AT a respeito do Espírito Santo.
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
A Bíblia descreve várias atividades do Espírito Santo no Antigo Testamento.
CONTINUAÇÃO
3. A liderança do povo de Deus no AT era fortalecida pelo Espírito do Senhor. Moisés, por exemplo, estava em tão estreita harmonia com o Espírito de Deus que compartilhava dos próprios sentimentos de Deus; sofria quando Ele sofria, e ficava irado contra o pecado quando Ele se irava (ver Êx 33.11 nota; cf. Êx 32.19). Quando Moisés escolheu, em obediência à ordem do Senhor, setenta anciãos para ajudá-lo a liderar os israelitas, Deus tomou do Espírito que estava sobre Moisés, e o colocou sobre eles (Nm 11.16,17; ver 11.12 nota). Semelhantemente, quando Josué foi comissionado para que sucedesse Moisés como líder, Deus indicou que "o Espírito" (i.e., o Espírito Santo) estava nele (Nm 27.18 ver nota). O mesmo Espírito veio sobre Gideão (Jz 6.34), Davi (1 Sm 16.13) e Zorobabel (Zc 4.6). Noutras palavras, no AT a maior qualificação para a liderança era a presença do Espírito de Deus.
4. O Espírito de Deus também vinha sobre indivíduos a fim de equipá-los para serviços especiais. Um exemplo notável, no AT, era José, a quem fora outorgado o Espírito para capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa de Faraó (Gn 41.38-40). Note, também, Bezalel e Ooliabe, aos quais Deus concedeu a plenitude do seu Espírito para que fizessem o trabalho artístico necessário à construção do Tabernáculo, e também para ensinarem aos outros (ver Êx 31.1-11; 35.30-35). A plenitude do Espírito Santo, aqui, não é exatamente a mesma coisa que o batismo no Espírito Santo no NT (ver O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO). No AT, o Espírito Santo vinha sobre uns poucos indivíduos selecionados para servirem a Deus de modo especial, e os revestia de poder (ver Êx 31.3 nota). O Espírito do Senhor veio sobre muitos dos juízes, tais como Otniel (Jz 3.9,10). Gideão (Jz 6.34), Jefté (Jz 11.29) e Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). Estes exemplos revelam o princípio divino que ainda perdura: quando Deus opta por usar grandemente uma pessoa, o seu Espírito vem sobre ela.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE 1)

E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito Joel 2.29.
DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO
Joel prediz um dia em que Deus derramará o seu Espírito sobre todo aquele que "invocar o nome do Senhor" (v. 32). Este derramamento resultará num fluir sobrenatural do Espírito Santo entre o povo de Deus. Pedro citou este trecho no dia de Pentecoste, e explicou que o derramamento do Espírito Santo, naquele dia, era o começo do cumprimento da profecia de Joel (At 2.14-21). Esta profecia é uma promessa perpétua para todos quanto aceitem a Cristo como Senhor, pois todos os crentes podem e devem receber a plenitude do Espírito Santo, (cf. At 2.38,39; 10.44-48; 11.15-18; ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO; O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO e A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
VOSSOS FILHOS E VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO
Joel prevê que um dos principais resultados do derramamento do Espírito Santo será a distribuição dos dons espirituais, entre estes o de profetizar. A manifestação do Espírito, através dos dons, torna conhecida a presença de Deus entre o seu povo. O apóstolo Paulo declarou que se a igreja profetiza, o incrédulo será compelido a declarar "que Deus está verdadeiramente entre vós" (1 Co 14.24,25).
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
O Espírito Santo é a terceira pessoa de Deus Eterno, Trino e Uno (ver Mc 1.11 nota). Embora a plenitude do seu poder não tivesse sido revelada antes do ministério de Jesus (ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO) e, posteriormente, no Pentecoste (ver At 2), há trechos do AT que se referem a Ele e à sua obra. Este estudo examina os ensinamentos do AT a respeito do Espírito Santo.
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
A Bíblia descreve várias atividades do Espírito Santo no Antigo Testamento.
1. O Espírito Santo desempenhou um papel ativo na criação. O segundo versículo da Bíblia diz que "o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2), preparando tudo para que a palavra criadora de Deus desse forma ao mundo. Tanto o Verbo de Deus (i.e., a segunda pessoa da Trindade) quanto o Espírito de Deus, foram agentes na criação (ver Jó 26.13; Sl 33.6; ver em breve o estudo A CRIAÇÃO). O Espírito também é o autor da vida. Quando Deus criou Adão, foi indubitavelmente o seu Espírito quem soprou no homem o fôlego da vida (Gn 2.7; cf. Jó 27.3). O Espírito Santo continua a dar vida às criaturas de Deus (Jó 33.4; Sl 104.30).
2. O Espírito estava ativo na comunicação da mensagem de Deus ao seu povo. Era o Espírito, por exemplo, quem instruía os israelitas no deserto (Ne 9.20). Quando os salmistas de Israel compunham seus cânticos, faziam-no mediante o Espírito do Senhor (2 Sm 23.2; cf. At 1.16,20; Hb 3.7-11). Semelhantemente, os profetas eram inspirados pelo Espírito de Deus a declarar sua palavra ao povo (Nm 11.29; 1 Sm 10.5,6,10; 2 Cr 20.14; 24.19,20; Ne 9.30; Is 61.1-3; Mq 3.8; Zc 7.12; cf. 2 Pe 1.20,21). Ezequiel ensina que os falsos profetas "seguem o seu próprio espírito" ao invés de andarem segundo o Espírito de Deus (Ez 13.2,3). Era possível, entretanto, o Espírito de Deus vir sobre alguém que não tinha um relacionamento genuíno com Deus para levá-lo a entregar uma mensagem verdadeira ao povo (ver Nm 24.2 nota).

A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO (PARTE 2)

Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas sim a Deus At 5.4.
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
1. A revelação do Espírito Santo no AT. Para uma exposição da operação do Espírito Santo no AT, (BREVE O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO).
2. A revelação do Espírito Santo no NT.
a. O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.16,26), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1 Co 12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.3-6; 20.22) e nos tornamos co-participantes da natureza divina (2 Pe 1.4; ver o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS).
b. O Espírito Santo é o agente da nossa santificação. Na conversão, o Espírito Passa a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1 Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz ao habitar em nós. Ele nos santifica, i.e., purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos da escravidão ao pecado (Rm 8.2-4; Gl 5.16,17; 2 Ts 2.13). Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus (At 10.45,46; Rm 8.26,27) e na nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23; 1 Pe 1.2). Ele é o nosso mestre divino, que nos guia em toda a verdade (Jo 16.13; 14.26; 1 Co 2.10-16) e também nos revela Jesus e nos guia em estreita comunhão e união com Ele (Jo 14.16-18; 16.14). Continuamente, Ele nos comunica o amor de Deus (Rm 5.5) e nos alegra, consola e ajuda (Jo 14.16; 1 Ts 1.6).
c. O Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor, revestindo os crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do Espírito (ver o estudo O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO). Quando somos eficaz na igreja e diante do mundo (1.8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (2.4; ver 1.5), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (1.8; 4.31) e a operar milagres (2.43;3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). O plano de Deus é que todos os cristãos atuais recebam o batismo no Espírito Santo (2.39). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (1 cO 12 - 14). Estes dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (1 Co 12.7-11).
d. O Espírito Santo é o agente divino que batiza ou implanta os crentes no corpo único de Cristo, que sua igreja (1 Co 12.13) e que permanece nela (1 Co 3.16), edificando-a (Ef 2.22), e nela inspirando a adoração a Deus (Fp 3.3), dirigindo a sua missão (13.2,4), escolhendo seus obreiros (20.28) e concedendo-lhe dons (1 Co 12.4-11), escolhendo seus pregadores (2.4; 1 Co 2.4), resguardando o evangelho contra os erros (2 Tm 1.14) e efetuando a sua retidão (Jo 16.8; 1 Co 3.16; 1 Pe 1.2).
3. As diversas operações do Espírito Santo são complementares entre si, e não contraditórias. Ao mesmo tempo, essas atividades do Espírito Santo formam um todo, não havendo plena separação entre elas. Alguém não pode ter: a. a nova vida total em Cristo, b. um santo viver, c. o poder para testemunhar do Senhor ou d. a comunhão no seu corpo, sem exercitar estas quatro coisas. Por exemplo: uma pessoa não pode conservar o batismo no Espírito Santo se não viver uma vida de retidão, produzida pelo Espírito, que também quer conduzir esta mesma pessoa no conhecimento das verdades bíblicas e sua obediência às mesmas. 

OS ATRIBUTOS DE DEUS (PARTE 1)


PARA ONDE ME IREI DO TEU ESPÍRITO...?
O filho de não pode jamais ficar fora do alcance dos cuidados de Deus (ver v. 10, a chave da compreensão do v. 7). Ele está conosco em todas as situações e em tudo quanto o presente e o futuro nos reservam (7-12).
OS ATRIBUTOS DE DEUS
A Bíblia não procura comprovar que Deus existe. Em vez disso, ela declara a sua existência e apresenta numerosos atributos seus. Muitos desses atributos são exclusivos dEle, como Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo fato de ter sido criado à imagem de Deus.

ATRIBUTOS EXCLUSIVOS DE DEUS
1. Deus é onipresente - i.e., Ele está presente em todos os lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12; cf Jr 23.23,23; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto fazemos.
2. Deus é onisciente - i.e., Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6; 147.5). Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos (1 Sm 16.7; 1 Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). 
Quando a Bíblia fala da presciência de Deus (Is 42.9; At 2.23; 1 Pe 1.2), significa que Ele conhece com precisão a condição de todas as coisas e de todos os acontecimentos exequíveis, reais, possíveis, futuros, passados ou predestinados (1 Sm 23.10-13; Jr 38.17-20). 
A presciência de Deus não subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente soberano para tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo e na história, segundo sua própria vontade e sabedoria. 
Noutras palavras, Deus não é limitado à sua própria presciência (ver Nm 14.11-20; 2 Rs 20.1-7; ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO). 
3. Deus onipotente - i.e., Ele é o Todo-poderoso e detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas (Sl 147.13-18; Jr 32.17; Mt 19.26; Lc 1.37). 
Isso não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu poder e autoridade em todos os momentos. 
Por exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado, mas optou por não fazer assim até o final da história humana (ver 1 Jo 5.19 nota). 
Em muitos casos, Deus limita o seu poder depende do nosso grau de entrega e de submissão a Ele (ver Ef 3.20; nota; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA).
4. Deus é transcendente - Ele é diferente e independente da sua criação (ver Êx 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9). 
Seus ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1 Rs 8.27; Is 66.1,2; At 17.24,25). 
Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é criado e existe à parte da criação (ver 1 Tm 6.16 nota). 
A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Lv 26.11,12; Ez 37.27; 43.7; 2 Co 6.16).
5. Deus é eterno - i.e., Ele é de eternidade à eternidade (Sl 90.1,2; 102.12; iS 57.12). Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá; Ele não está limitado pelo tempo humano (cf Sl 90.4; 2 Pe 3.8), e é, portanto, melhor descrito como "EU SOU" (cf. Êx 3.14. Jo 8.58).
6. Deus é imutável - i.e., Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas perfeições e nos seus propósitos para a raça humana (Nm 23.19; Sl 102.26-28; Is 41.4; Ml 3.6; Hb 1.11,12; Tg 1.17). 
Isso não significa, porém, que Deus nunca altere seus propósitos temporários ante o proceder humano. 
Ele pode, por exemplo, alterar suas decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores (cf. Jn 3.6-10). 
Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano e às orações do seu povo. 
Em vários casos o Bíblia fala de Deus mudando decisão como resultado das orações perseverantes dos justos (e.g., Nm 14.1-20; 2 Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8; ver o estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO e A ORAÇÃO EFICAZ). 

7. Deus é perfeito e santo - i.e., Ele é absolutamente isento de pecado e perfeitamente justo (Lv 11.44,45; Sl 85.13; 145.17; Mt 5.48). Adão e Eva foram criados sem pecado (cf. Gn 1.31), mas com a possibilidade de pecarem. Deus, no entanto, não pode pecar (Nm 23.19; 2 Tm 2.13; Tt 1.2; Hb 6.18). 

Sua santidade inclui, também, sua dedicação à realização dos seus propósitos e planos.
8. Deus é trino e uno - i.e., Ele é um só Deus (Dt 6.4; Is 45.21; 1 Co 8.5,6; Ef 4.6; 1 Tm 2.5), manifesto em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (e.g., Mt 28.19; 2 Co 13.14; 1 Pe 1.2). Cada pessoa é plenamente divina, igual às duas outras; mas não são três deuses, e sim um só Deus (ver Mt 3.17 nota; Mc 1.11 nota).

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO (PARTE 1)

Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas sim a Deus At 5.4.
5.3 MENTISSES AO ESPÍRITO SANTO
A fim de obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuições. Deus considerou um delito grave essas mentiras contra o Espírito Santo. As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser cristão. Note, também, que mentir ao Espírito Santo é a mesma coisa que mentir a Deus, logo o Espírito Santo também é Deus (vv. 3,4; ver Ap 22.15).
5.4 PORQUE FORMASTE ESTE DESÍGNIO EM TEU CORAÇÃO?
A raiz do pecado de Ananias e de Safira era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isso os fez tentar o Espírito Santo (v. 9). Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse de uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a todos os tipos de males satânicos (1 Tm 6.10). Ninguém pode estar cheio de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a Deus (Mt 6.24; Jo 5.41-44).
é essencial que os crentes reconheçam a importância do Espírito Santo no plano divino de redenção. Sem a presença do Espírito Santo neste mundo, não haveria a criação, o universo, nem a raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Sem o Espírito Santo, não teríamos a Bíblia (2 Pe 1.21), nem o NT (Jo 14.26, 1 Co 2.10) e nenhum poder para proclamar o evangelho (1.8). Sem o Espírito Santo, não haveria fé, nem novo nascimento, nem santidade e nenhum cristão neste mundo. Este estudo examina alguns dos ensinamento básicos a respeito do Espírito Santo.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade (2 Co 3.17,18; Hb 9.14; 1 Pe 1.2). Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1 Co 12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão com Jesus (Jo 14.16-18,26; ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO) À luz destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação (ver Mc 1.11, nota sobre a Trindade).

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O FALAR EM LÍNGUAS

O falar noutras línguas, ou a glossolalia (gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (ver 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.
O VERDADEIRO FALAR EM LÍNGUAS
1. As línguas como manifestação do Espírito. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, i.e., uma expressão vocal inspiração inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa língua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1 Co 14.14,15). Estas línguas podem ser humanas, i.e., atualmente faladas (2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1 Co 13.1). Não é "fala extática" para referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito.
2. Língua como sinal externo inicial do batismo no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao batismo no Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120 crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir de então, tivessem uma confirmação física de que realmente receberam o batismo no Espírito Santo (cf. 10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da história da igreja sempre que as línguas como sinal foram rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram distorcidas, ou totalmente suprimidas. 
3. As línguas como dom. Falar noutras línguas também é descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo Espírito Santo (1 Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
a. O falar noutras línguas seguido de interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como mensagem verbal à congregação para sua edificação espiritual (1 Co 14.5,6,13-17).
b. O falar noutras línguas pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual (1 Co 14.4). Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com o propósito de orar (14. 2,14,15,28), dar graças (14.16,17) ou entrar (14.15; ver 1 Co 14 notas; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).
OUTRAS LÍNGUAS, PORÉM FALSAS
O  simples fato de alguém falar "noutras línguas", ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossa experiência espirituais procedem realmente de Deus (ver 1 Jo 4.1 nota).
1. Somente devemos aceitar as línguas se elas procederem do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno, segundo o livro de Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento inicial do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem ensinado, como por exemplo instruir crente a pronunciar sílabas sem nexo.
2. O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro de igreja (1 Tm 4.1,2); sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; cf. 2 Ts 2.9) e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (2 Pe 2.1,2).
3. Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1 Jo 3.6-10; 4.1-3; cf. Gl 1.9 nota; Mt 24.11-24, Jo 8.31).

PROVAS... GENUÍNO BATISMO... ESPÍRITO SANTO (PARTE 2)

E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios (At 10.45).
PROVAS DO GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

As Escrituras ensinam que o crente deve examinar e provar tudo o que se representa como sendo da parte de Deus (1 Ts 5.21; cf. 1 Co 14.29). "Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus" (1 Jo 4.1). Seguem-se alguns princípios bíblicos para provar ou testar se é de Deus um caso declarado de batismo no Espírito Santo.
CONTINUAÇÃO:
5. O genuíno batismo no Espírito Santo deve ser precedido de abandono do pecado e de completa obediência a Cristo (2.38). Ele será conservado quando continuarmos na santificação do Espírito Santo (2.40; 2 Ts 2.13; Rm 8.13; Gl 5.16,17). Daí, qualquer suposto batismo, em que a pessoa não foi liberta do pecado, continuando a viver segundo a vontade da carne, não pode ser atribuído ao Espírito Santo (2.40; 8.18-21; Rm 8.2-9). Qualquer  poder sobrenatural manifesto em tal pessoa trata-se de atividade enganadora de Satanás (cf. Sl 5.4,5).
6. O real batismo no Espírito Santo fará aumentar o nosso repúdio às diversões pecaminosas e prazeres ímpios deste mundo, refreando-nos a busca egoísta de riquezas e honrarias terrenas (20.33; 1 Co 2.12; Rm 12.16; Pv 11.28).
7. O genuíno batismo no Espírito Santo nos trará desejo e poder para testemunhar da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (ver Lc 4.18; At 1.8; 2.38-41; 4.8.20; Rm 9.1-3; 10.1). Inversamente, qualquer suposto batismo no Espírito Santo que não resulte num desejo mais intenso de ver os outros salvos por Cristo, não provém de Deus (ver 4.20 nota).
8. O genuíno batismo no Espírito Santo deve despertar em nós o desejo de uma maior operação sua no reino de Deus, e também uma maior operação de seus dons em nossa vida. As línguas como evidência inicial do batismo devem motivar o crente a permanecer na esfera dos dons espirituais (2.4,11,43; 4.30; 5.12-16; 6.8; 8.7; Gl 3.5).
9. O autêntico batismo no Espírito Santo tornará mais real a obra, a direção e a presença do Espírito Santo em nossa vida diária. Depois de batizados no Espírito Santo, os crentes de Atos tornaram-se mais cônscios da presença, poder e direção do Espírito Santo (4.31; 6.5; 9.31; 10.19; 13.2,4,52; 15.28; 16.6,7; 20.23). Inversamente, qualquer suposto batismo no Espírito Santo que não aumenta a nossa consciência da presença do Espírito Santo, nem aumenta o nosso desejo de obedecer à sua orientação, nem reafirmar o nosso alvo de viver diante dEle de tal maneira a não entristecê-lo nem suprir o seu fervor, não provém de Deus.
Final.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE (PARTE 2)


PERSPECTIVA GERAL
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais conhecidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à dedicação da igreja (12.7; ver 14.26 nota). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.
OS DONS ESPIRITUAIS
Em 1 Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensinos sobre os mesmos.
1. Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal, sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico (At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).
2. Dom da Palavra do Conhecimento (12.8). Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimentos a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Frequentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia (At 5.1-10; 1 Co 14.24,25).
3. Dom da Fé (12.9). Não se trata da fé para a salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (13.2) e que frequentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres (ver Mt 17.20 nota sobre a fé verdadeira; Mc 11.22-24; Lc 17.6).
4. Dons de Curas (12.9). Esses dons são conhecidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30). O plural ("dons") indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (cf. 12.11,30), todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados (ver estudo A CURA DIVINA). Pode também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15 notas).
5. Dom de Operação de Milagres (12.10). Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos (ver Jo 6.2 nota; ver o estudo O REINO DE DEUS).

domingo, 15 de novembro de 2015

OS SOFRIMENTOS DOS JUSTOS (PARTE 2)

Jó 2.7,8 "Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza."
A fidelidade a Deus não é garantia de que o crente não passará por aflições, dores e sofrimentos nesta vida (ver At 28.16 nota). 
Na realidade, Jesus ensinou que tais coisas poderão acontecer ao crente (Jo 16.1-4,33; ver 2 Tm 3.12 nota). 
A Bíblia contém numerosos exemplos de santos que passaram por grandes sofrimento, por diversas razões e.g., José, Davi, Jó, Jeremias e Paulo.
5. De um ponto de vista essencialmente bíblico, o crente também sofre porque "nós temos a mente de Cristo" (ver 1 Co 2.16 nota). Ser cristão significa estar em Cristo, estar em união com Ele; nisso, compartilhamos dos seus sofrimentos (ver 1 Pe 2.21 nota). 
Por exemplo, assim como Cristo chorou em agonia por causa da cidade ímpia de Jerusalém, cujos os habitantes se recusavam a arrepender-se e aceitar a salvação (ver Lc 19.41 nota), também devemos chorar pela pecaminosidade e condição perdida da raça humana. Paulo inclui na lista de seus sofrimentos por amor a Cristo (2 Co 11.23-32; ver 11.23 nota) a sua preocupação diária pelas igrejas que fundara: "quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? 
Quem se escandaliza, que eu não me abrase?" (2 Co 11.29). Semelhante angústia mental por causa daqueles que amamos em Cristo deve ser uma parte natural da nossa vida: "chorai com os que choram" (Rm 12.15). 
Realmente, compartilhar dos sofrimentos de Cristo é uma condição para sermos glorificados com Cristo (Rm 8.17). É nosso dever dar graças a Deus, pois, assim como os sofrimentos de Cristo são nossos, assim também nosso é o seu consolo (2 Co 1.5).
6. Deus pode usar o sofrimento como catalizador para o nosso crescimento ou melhoramento espiritual.
a. Frequentemente, Ele emprega o sofrimento a fim de chamar a si o seu povo desgarrado, para arrependimento dos seus pecados e renovação espiritual (ver o livro de Juízes). 
É nosso dever confessar nossos pecados conhecidos e examinar nossa vida ver se há alguma coisa que desagrada o Espírito Santo.
b. Deus, às vezes, usa o sofrimento para testar a nossa fé, para ver se permanecemos fiéis a Ele. A Bíblia diz que as provações que enfrentamos são "a prova da vossa fé" (Tg 1.3; ver 1.2 nota); elas são um meio de aperfeiçoamento da nossa fé em Cristo (ver Dt 8.3 nota; 1 Pe 1.7 nota). É nosso dever reconhecer que uma fé autêntica resultará em "louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo" (1 Pe 1.7).
c. Deus emprega o sofrimento, não somente para fortalecer a nossa fé, mas também para nos ajudar no desenvolvimento do caráter cristão e da retidão. Segundo vemos nas cartas de Paulo e Tiago, Deus quer que aprendamos a ser pacientes mediante o sofrimento (Rm 5.3-5; Tg 1.3). 
No sofrimento, aprendemos a depender menos de nós mesmos e mais de Deus e da sua graça (ver Rm 5.3 nota; 2 Co 12.9 nota). 
É nosso dever estar afinados com aquilo que Deus quer que aprendamos através do sofrimento.
d. Deus também pode permitir que soframos dor e aflição para que possamos melhor consolar e animar outros que estão a sofrer (ver 2 Co 1.4 nota). É nosso dever usar nossa experiência advinda do sofrimento para encorajar e fortalecer outros crentes.

sábado, 14 de novembro de 2015

PROVAS... GENUÍNO BATISMO... ESPÍRITO SANTO (PARTE 1)

E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios (At 10.45).
A família gentio de Cornélio ouve e recebe a Palavra com fé salvadora (vv. 34-48; 11.14).
1. Deus imediatamente derrama sobre ela o Espírito Santo (v.44) como seu testemunho de que creram e receberam a vida regeneradora de Cristo (cf. 11.17; 15.8,9).
2. A vinda do Espírito Santo sobre a família de Cornélio teve o mesmo propósito que o dom do Espírito Santo para os discípulos no dia de Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse derramamento do Espírito Santo não é a obra de Deus na regeneração do pecador, mas sua vinda sobre eles para revesti-los de poder. Note as palavras de Pedro posteriormente, ressaltando a semelhança entre essa experiência e a do dia de Pentecoste (11.15,17).
3. Evidentemente, é possível uma pessoa ser batizada no Espírito Santo imediatamente depois de receber a salvação (ver v. 46 nota; cf. 11.17).

PROVAS DO GENUÍNO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
As Escrituras ensinam que o crente deve examinar e provar tudo o que se representa como sendo da parte de Deus (1 Ts 5.21; cf. 1 Co 14.29). "Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus" (1 Jo 4.1). Seguem-se alguns princípios bíblicos para provar ou testar se é de Deus um caso declarado de batismo no Espírito Santo.
1. O autêntico batismo no Espírito Santo levará a pessoa a amar, exaltar e glorificar a Deus Pai e Senhor Jesus Cristo mais do que antes (ver Jo 16.13,14; At 2.11,36; 10.44-46).
2. O verdadeiro batismo no Espírito Santo aumentará a convicção da nossa filiação com o Pai celestial (1.4; Rm 8.15,16), levará a uma maior percepção da presença de Cristo em nossa vida diária (Jo 14.16,23; 15.26) e aumentará o clamor da alma "Aba, Pai"! (Rm 8.15; Gl 4.6). Por sua vez, um batismo no Espírito Santo que não leva a uma maior comunhão com Cristo e a uma mais intensa comunhão com Deus como nosso Pai não vem dEle.
3. O real batismo no Espírito Santo aprofundará nosso amor e apreço pelas Escrituras. O Espírito da verdade (Jo 14.7), que inspirou as Escrituras (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20,21), aprofundará nosso amor à verdade da Palavra de Deus (Jo 16.13; At 2.42; 3.22; 1 Jo 4.6). Por outro lado, qualquer suposto batismo no Espírito que diminui o nosso interesse em ler a Palavra de Deus e cumpri-la, não provém de Deus.
4. O real batismo no Espírito Santo aprofundará nosso amor pelos os demais seguidores de Cristo e a nossa preocupação pelo seu bem-estar (2.38,44-46; 4.32-35). A comunhão e fraternidade cristã, de que nos fala a Bíblia, somente podem existir através do Espírito (2 Co 13.13).

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE (PARTE 1)


PERSPECTIVA GERAL
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais conhecidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à dedicação da igreja (12.7; ver 14.26 nota). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras.
1. As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (12.31; 14.1).
2. Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom para atendimento de necessidade específicas. O crente deve desejar "dons", e não apenas um dom (12.31; 14.1).
3. É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
4. Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servo de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11,24; 2 Co 11.13-15; 2 Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve "provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1 Jo 4.1; cf. 1 Ts 5.20,21).

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CONVENCERÁ O MUNDO DO PECADO


Quando o Espírito Santo vier, i.e., por ocasião do pentecoste (ver 16.7 nota; At 2.4), sua obra principal no tocante ao testemunho e à proclamação do evangelho, será a de "convencer" do pecado. Este termo "convencer" (gr. elencho) significa "expor", "refutar" e "convencer" (do pecado).
1. A obra de convicção realizada pelo Espírito Santo opera em três aspectos em relação ao pecador:
. O pecado. O Espírito Santo desmascara e reprova a incredulidade e o pecado, a fim de despertar a consciência da culpa e da necessidade de perdão. Isto, constantemente, leva o pecador ao arrependimento genuíno e à conversão a Jesus como Salvador e Senhor (At 2.37,38). A convicção não somente desmascara o pecado, como também torna claro quais serão os resultados pavorosos se os culpados persistirem na prática do mal. Uma vez convicto, necessário é que o pecador faça sua escolha.
. A justiça. O Espírito Santo convence os homens de que Jesus é o santo Filho de Deus que os torna conscientes do padrão divino da justiça em Cristo. Esse padrão divino da justiça é confrontado contra o pecado e a pessoa recebe poder para vencer o mundo (At 3.12-16; 7.51-60; 17.31; 1 Pe 3.18).
. O juízo. Trata-se da obra do Espírito ao convencer os homens da derrota de Satanás na cruz (12.31; 16.11), do juízo atual do mundo por Deus (Rm 1.18-32), do juízo futuro de todos os homens (Mt 16.27; At 17.31; 24.25; Rm 14.10; 1 Co 6.2; 2 Co 5.10; Jd 14).
2. A obra do Espírito Santo de convencer do pecado e da justiça e do juízo será manifestada em todos os crentes verdadeiramente cheios do Espírito Santo. Cristo, cheio do Espírito Santo (Lc 4.1), testificou ao mundo "que as suas obras são más" (ver 7.7; 15.18) e chamava os homens ao arrependimento do pecado (Mt 4.17). João Batista, "cheio do Espírito Santo" desde o seu nascimento (ver Lc 1.15 nota; Lc 3.1-20) e Pedro, "cheio do Espírito Santo" (At 2.4), convencia os corações de 3.000 pecadores, ao pregar o arrependimento e o perdão dos pecadores (At 2.37-41).
3. Esse trecho deixa bem claro que qualquer pregador ou igreja que não expõe publicamente o pecado, nem a responsabilidade do pecador, nem o conclama ao arrependimento e à retidão bíblica, não procede do Espírito Santo. Em 1 Co 14.24,25 declara explicitamente que a presença de Deus na congregação é reconhecida pela manifestação do pecado do infiel (i.e., os segredos do seu coração), pela sua consequente convicção (v. 24) e pela sua salvação (v. 25).

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

DIZEI-NOS COISAS APRAZÍVEIS


O israelitas não suportavam ouvir palavras proféticas que condenavam seu modo de vida pecaminoso.
1. Estavam cansados de ouvir falar de Deus e da vida santa que Ele requer. Nos dias atuais desta era não é diferente, o povo não quer ouvir que para herdar o céu tem que se santificar, Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Hb 12.14. Falar do pecado, condenar a vida pecaminosa para aqueles que querem ser abençoados sem ter compromisso com o Senhor, é pecado. Tais pessoas são presas fácil para Satanás, são pessoas que saem a procura de sinais que lhes satisfaça a sua vontade própria. São pessoas que querem ouvir mensagens promissoras, agradáveis e brandas.
2.  Paulo declara que nos últimos dias, semelhante condição espiritual prevalecerá entre certos grupos nas igrejas. Esses rejeitam os mensageiros de Deus que proclamam a verdade e, em vez disso procuram líderes que pregam o que eles desejam ouvir. Já vivemos isso hoje, a porta que leva à salvação tem uma fila bem pequena, mas a porta da prosperidade tem fila de quilômetros. Tais líderes insistirão em mensagens agradáveis e lisonjeiras, que não condenam o pecado e o mundanismo, antes, só falam da segurança desses crentes e do amor de Deus, não importando o que fizerem (ver 2 Tm 4.3,4 nota).
3. Aqueles que seguem a Cristo são conclamados a buscar  acima de tudo o mais, o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33). O verbo "buscar" subentende estar continuamente ocupado na busca de alguma coisa, ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo (cf Mt 13.45).
4. Devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossas reuniões. Devemos orar para que o reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O TEMPLO DE SALOMÃO (PARTE 2)


O AT dedica muita atenção ao templo, por causa da sua vital 
importância na preservação da verdadeira fé em Israel e sua comunhão co Deus. ver Êx 25.9, nota sobre o significado do tabernáculo e suas interpretações tipológicas ante o novo concerto; segue-se o estudo O TEMPLO DE SALOMÃO.
HISTÓRIA DO TEMPLO
O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA OS ISRAELITAS
Sob muitos aspectos, o templo tinha o mesmo significado para os israelitas que a cidade de Jerusalém.
1. Simbolizava a presença e e a proteção do Senhor Deus entre o seu povo (cf. Êx 25.8; 29.43-46). Quando ele foi dedicado, Deus desceu do céu e o encheu da sua glória (7.1,2; cf. 40.34-38), e prometeu que poria o seu Nome ali (6.20,33). Por isso, quando o povo de Deus queria orar ao Senhor, podia fazê-lo, voltado em direção ao templo (6.24,26,29,32), e Deus o ouviria "desde o seu templo" (Sl 18.6).
2. O templo também representava a redenção de Deus para com o seu povo. Dois atos importantes tinham lugar ali: os sacrifícios diários pelo pecado, no altar de bronze, (cf. Nm 28.1-8; 2 Cr 4.1) e o Dia da Expiação quando, então, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo a fim de aspergir sangue no propiciatório sobre a arca para espiar os pecados do povo (cf. Lv. 16; 1 Rs 6.19-28; 8.6-9; 1 Cr 28.11). Essas cerimônias do templo relembravam os israelitas o alto preço da sua redenção e reconciliação com Deus.
3. Em tempo algum da história do povo de Deus, houve mais de uma morada física ou habitação de Deus. Isso demonstrava que há um só Deus - o Senhor Jeová, o Deus dos israelitas, segundo o concerto.
4. Todavia, o templo não oferecia garantia absoluta da presença de Deus; simbolizava a presença de Deus somente enquanto o povo rejeitasse todos os demais deuses e obedecesse à santa lei de Deus. Miqueias, por exemplo, verberava contra os lideres do povo de Deus, por sua violência e materialismo, os quais ao mesmo tempo, sentiam-se seguro de que nenhum mal lhes sobreviria enquanto possuíssem o símbolo da presença de Deus entre eles: o templo (Mq 3.9-12); profetizou que Deus os castigaria com a destruição de Jerusalém e do seu templo. Posteriormente, Jeremias respondeu os idólatras de Judá, porque se consolavam mediante a constante repetição das palavras: "Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este" (Jr 7.2-4,8-12). Por causa de sua conduta ímpia, Deus destruiria o símbolo da sua presença - o templo (Jr 7.14,15). Deus até disse a Jeremias que não adiantava ele orar por Judá, porque Ele não o aceitaria (Jr 7.16). A única esperança deles era endireitar os seus caminhos (Jr 7.5-7).

Próximo: O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA A IGREJA CRISTÃ (PARTE FINAL 3)