EVANGELHO DE JESUS CRISTO

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

O termo "Escritura", conforme se encontra em 2 Tm 3.16, refere-se principalmente aos escritos do AT (3.15). Há evidências, porém, de que escritos do NT já eram considerados Escritura divinamente inspirada por volta do período em que Paulo escreveu 2 Tm (1 Tm 5.18, cita Lc 10.7; 2 Pe 3.15,16). Para nós, hoje, a Escritura refere-se aos escritos divinamente inspirados tanto do AT, i.e., a Bíblia. São (os escritos) a mensagem original de Deus para a humanidade, e o único testemunho infalível da graça salvífica de Deus para todas as pessoas.
1. Paulo afirma que toda a Escritura é inspirada por Deus. A palavra "inspirada" (gr. theopneustos) provém de duas palavras gregas: Theos, que significa "Deus", e pneuo, que significa "respirar". Sendo assim, "inspirado" significa "respirado por Deus". Toda a Escritura, portanto, é respirada por Deus; é a própria vida e Palavra de Deus. A Bíblia, nas palavras dos seus manuscritos originais, não contém erro; sendo absolutamente verdadeira, fidedigna e infalível. Esta verdade permanece inabalável, não somente quando a Bíblia trata da salvação, dos valores éticos e moral, como também está isenta de erro em tudo aquilo que ela trata, inclusive a história e o cosmos (cf. 2 Pe 1.20,21; note também a atitude do salmista para com as Escrituras no Sl 119).
2. Os escritores do AT estavam conscientes de que o que disseram ao povo e o que escreveram é a Palavra de Deus (ver Dt 18.18; 2 Sm 23.2; ver o estudo O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO e A PALAVRA DE DEUS). Repetidamente os profetas iniciavam suas mensagens com a expressão: "Assim diz o Senhor".
3. Jesus também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mt 5.18). Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (Jo 5.19.30,31; 7.16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (i.e., a verdade revelada do restante do NT), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (Jo 16.13; cf. 14.16,17; 15.26,27).
4. Negar a inspiração plenária das Sagradas Escrituras, portanto é desprezar o testemunho fundamental de Jesus Cristo (Mt 5.18; 15.3-6; Lc 16.17; 24.25-27,44,45; Jo 10.35), do Espírito Santo (Jo 15.26; 16.13; 1 Co 2.12-13; 1 Tm 4.1) e dos apóstolos (3.16; 2 Pe 1.20,21). Além disso, limitar ou descartar a sua inerrância é depreciar sua autoridade divina.
5. Na sua ação de inspirar os escritores pelo seu Espírito, Deus, sem violar a personalidade deles, agiu neles de tal maneira que escreveram sem erro (3.16; 2 Pe 1.20,21; ver 1 Co 2.12,13 notas).
6. A inspirada Palavra de Deus é a expressão da sabedoria e do caráter de Deus e pode, portanto, transmitir sabedoria e vida espiritual através da fé em Cristo (Mt 4.4; Jo 6.63; 2 Tm 3.15; 1 Pe 2.2).
7. As Sagradas Escrituras são o testemunho infalível e verdadeiro de Deus, na sua atividade salvífica a favor da humanidade, em Cristo Jesus. Por isso, as Escrituras são incomparáveis, eternamente completas e incomparavelmente obrigatórias. Nenhuma palavra de homens ou declarações de instruções religiosas igualam-se à autoridade delas.
8. Qualquer doutrina, comentário, interpretação, explicação e tradição deve ser julgado e validado pelas palavras e mensagem das Sagradas Escrituras (ver Dt 13.3 nota; ver o estudo FALSOS MESTRES).
9. As Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus devem ser recebidas, criadas e obedecidas como a autoridade suprema em todas as coisas pertencente à vida e à piedade (Mt 5.17-19; Jo 14.21; 15.10; 2 tm 3.15,16; ver Êx 20.3 nota). Na igreja, a Bíblia deve ser a autoridade final em todas as questões de ensino, de repreensão, de correção, de doutrina e de instrução na justiça (2 Tm 3.16,17). Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submisso a Deus e à sua Palavra como a autoridade máxima (Jo 8.31,32,37).
10. Só podemos entender devidamente a Bíblia se estivermos em harmonia com o Espírito Santo. É Ele quem abre as nossas mentes para compreendermos o seu sentido, e quem dá testemunho em nosso interior da sua autoridade (ver 1 Co 2.12 nota; ver o estudo TRÊS CLASSES DE PESSOAS).
11. Devemos nos firmar na inspirada Palavra de Deus para vencer o poder do pecado, de Satanás e do mundo em nossas vidas (Mt 4.4; Ef 6.12,17; Tg 1.21).
12. Todos na igreja devem amar, estimar e proteger as Escrituras como um tesouro, tendo-as como a única verdade de Deus para o mundo perdido e moribundo. Devemos manter puras as suas doutrinas, observando fielmente os seus ensinos, proclamando a sua mensagem salvífica, confiando-as a homens fiéis, e defendendo-as contra todos que procuram destruir ou distorcer suas verdades eternas (ver Fp 1.16; 2 Tm 1.13,14 notas; 2.2; Jd 3). Ninguém tem autoridade de acrescentar ou subtrair qualquer coisa da Escritura (ver Dt 4.2 nota; Ap 22.19 nota).
13. Um fato final a ser observado aqui. A Bíblia é infalível na sua inspiração somente no texto original dos livros que lhe são inerentes. Logo, sempre que acharmos na Escrituras alguma coisa que parece errada, ao invés de pressupor que o escritor daquele texto bíblico cometeu um engano, devemos ter em mente três possibilidades no tocante a um tal suposto problema:
a. as cópias existentes do texto do manuscrito bíblico original podem conter inexatidão;
b.  as traduções atualmente existentes do texto bíblico grego ou hebraico podem conter falhas; ou
c. a nossa própria compreensão do texto bíblico pode ser incompleta ou incorreta.