EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A MORTE


EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE
No meio do seu sofrimento e desespero, Jó se apegava a Deus com grande fé, crendo que o Senhor o vindicaria afinal (cf. 13.15; 14.14,15). Jó tinha Deus como seu "Redentor" ou ajudador. Nos tempos bíblicos, um "redentor" era um parente que, com grande afeição, fazia-se presente para proteger, defender e ajudar a sanar problemas de um parente sofredor (ver Lv 25.25; Dt 25.5-10; Rt 1 - 4; ver Gn 48.16; Êx 6.6; Is 43.1; Os 13.14).

E QUE POR FIM SE LEVANTARÁ SOBRE A TERRA
Pela inspiração do Espírito Santo, o testemunho de Jó prenunciava Jesus Cristo como o Redentor que viria salvar seu povo do pecado e da condenação (Rm 3.24; Gl 3.13; 4.5; Ef 1.7; Tt 2.14;), livrar os seus do medo da morte (Hb 2.14,15; Rm 8.23), livrá-los da ira vindoura 91 Ts 1.10) e publicamente vindicá-los (Ap 19.11-21; 20.1-6). Aqui, Jó estava predizendo a manifestação visível desse Redentor divino.

AINDA EM MINHA CARNE VEREI A DEUS
Jó expressou profeticamente a certeza de que, depois de seu corpo se desfazer no sepulcro, ele seria fisicamente ressuscitado e, em seu corpo redivivo, contemplaria o seu Redentor. 
Aqui temos, de forma básica, a revelação de Deus a respeito da futura vinda de Cristo no fim dos tempos, a ressurreição dentre os mortos e a vindicação final de todos os fiéis de Deus (ver nota anterior; cf. Sl 16.10; 49.15; Is 26.19; Dn 12.2; Os 13.14; segue-se o estudo A MORTE).

A MORTE
Todo ser humano, tanto crente quanto incrédulo, está sujeito à morte. A palavra "morte" tem, porém, mais de um sentido na Bíblia. É importante para o crente compreender os vários sentidos do termo morte.

A MORTE COMO RESULTADO DO PECADO
Gênesis 2 - 3 ensina que a morte penetrou no mundo por causa do pecado. Nossos primeiros pais foram criados capazes de viverem para sempre. Ao desobedecerem o mandamento de Deus, tornaram-se sujeitos à penalidade do pecado, que é a morte.

1. Adão e Eva ficaram agora sujeitos à morte física. Deus colocara a árvore da vida no jardim do Éden para que, ao comer continuamente dela, o ser humano nunca morresse (ver Gn 2.9 nota). Mas, depois de Adão e Eva comerem do fruto da árvore do bem e do mal, Deus pronunciou estas palavras: "és pó e em pó te tornarás" (Gn 3.19). Ele não morreram fisicamente no dia em que comeram, mas ficaram sujeitos à lei da morte como resultado da maldição divina.

2. Adão e Eva também morreram no sentido moral, Deus advertia Adão que se comesse do fruto proibido, ele certamente morreria (Gn 2.17). Adão e sua esposa não morreram fisicamente naquele dia, mas moralmente, sim, i.e., a sua natureza tornou-se pecaminosa. A partir de Adão e Eva, todos nasceram com uma natureza pecaminosa (Rm 8.5-8), i.e., tendencia inata de seguir seu próprio caminho egoísta, alheio a Deus e ao próximo (ver Gn 3.6 nota; Rm 3.10-18 nota; Ef 2.3; Cl 2.13).

3. Adão e Eva morreram espiritualmente quando desobedeceram a Deus, pois isso destruiu o relacionamento íntimo que tinha antes com Deus (ver Gn 3.6 nota). 
Já não anelava e conversar com Deus no jardim, pelo contrário, esconderam-se da sua presença (Gn 3.8). 
A Bíblia também ensina que, à parte de Cristo, todos estão alienados de Deus e da vida nEle (Ef 4.17,18); i.e., estão espiritualmente mortos.

4. Finalmente, a morte, como resultado do pecado, importa em morte eterna. A vida eterna viria pela obediência de Adão e Eva (cf. Gn 3.22); ao invés disso, a lei da morte eterna entrou em operação. A morte eterna e a eterna condenação e separação de Deus como resultado da desobediência do homem para com Deus.

5. A única maneira de o ser humano escapar da morte e de todos os seus aspectos é através de Jesus Cristo, que "aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção" (2 Tm 1.10). 
Ele, mediante a sua morte, reconciliou-nós com Deus, e, assim, desfez a separação e alienação espirituais resultantes do pecado (ver Gn 3.24 nota; 2 Co 5.18 nota). 
Pela sua ressurreição Ele venceu e aboliu o poder de Satanás, do pecado e da morte física (ver Gn 3.15 nota; Rm 6.10 nota; cf. Rm 5.18,19; 1 Co 15.12-28; 1 Jo 3.8).

A MORTE FÍSICA DO CRENTE
Embora o crente em Cristo tenha certeza da vida ressurreta, não deixará de experimentar a morte física.
O crente, porém, encara a morte de modo diferente do incrédulo. Seguem-se algumas das verdade reveladas na Bíblia a respeito da morte do crente.

1. A morte, para os salvos, não é o fim da vida, mas um novo começo. Neste caso, ela não é um terror (1 Co 15.55,57), mas um meio de transição para uma vida mais plena. 
Para o salvo, morrer é ser liberto das aflições deste mundo (2 Co 4.17) e do corpo terreno, para ser revestido da vida e glória celestiais (2 Co 5.1-5). 
Paulo se refere à morte como sono (1 Co 15.6; 18.20; 1 Ts 4.13-15), o que dá a entender que morrer é descansar do labor e das lutas terrenas (cf. Ap 14.13).

2. A Bíblia refere-se à morte do crente em termos consoladores. Por exemplo, ela afirma que a morte do santo "Preciosa é à vista do SENHOR" (Sl 116.15). É a entrada na paz (Is 57.1,2) e na glória (Sl 73.24); é ser levado pelos anjos "para o seio de Abraão" (Lc 16.22); é ir ao "Paraíso" (Lc 23.43); é ir à casa de nosso Pai, onde há "muitas moradas" (Jo 14.2); é uma partida bem-aventurada para estar "com Cristo" (Fp 1.23); é ir "habitar com o Senhor" (2 Co 5.8); é um dormir em Cristo (1 Co 15.18; cf. Jo 11.11; 1 Ts 4.13); "é ganho... ainda muito melhor" (Fp 1.21,23), é a ocasião de receber a "coroa da justiça" (ver 2 Tm 4.8 nota).

3. Quanto ao estado dos salvos, entre sua morte e a ressurreição do corpo, as Escrituras ensinam o seguinte:

  • No momento da morte, o crente é conduzido à presença de Cristo (2 Co 5.8; Fp 1.23).
  • Permanece em plena consciência (Lc 16.19-31) e desfruta de alegria diante da bondade e amor de Deus (cf. Ef 2.7).
  • O céu é como um lar, i.e., um maravilhoso lugar de repouso e segurança (Ap 6.11) e de convívio e comunhão com os santos (Jo 14.2 nota).
  • O viver no céu incluirá a adoração e o louvor a Deus (Sl 87; Ap 14.2,3; 15.3).
  • Os salvos nos céus, até o dia da ressurreição do corpo, não são espíritos incorpóreos e invisíveis, mas seres dotados de uma forma corpórea celestial temporária (Lc 9.30-32; 2 Co 5.1-4).
  • No céu, os crentes conservam sua identidade individual (Mt 8.11; Lc 9.30-32).
  • Os crentes que passam para o céu continuam a almejar que os propósitos de Deus na terra se cumpram (Ap 6.9-11).
4. Embora o salvo tenha grande esperança e alegria ao morrer, os demais crentes que ficam não deixam de lamentar a morte de um ente querido. Quando Jacó faleceu, por exemplo, José lamentou profundamente a perda de seu pai. O que se deu com José ante a morte de seu pai é semelhante ao que acontece a todos os crentes, quando falece um seu ente querido (ver Gn 50.1 nota). 



PAIS E FILHOS


É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social )cf. Sl 127.3).

1. Segundo a palavra de Paulo em Ef 6.4 e Cl 3.21, bem como as instruções de Deus em muitos trechos do AT (ver Gn 18.19 nota; Sl 78.5 nota; Pv 4.1-4 nota 6.20 nota), é responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os prepare para uma vida do agrado do Senhor. É a família, e não a igreja ou a Escola Dominical, que tem a principal responsabilidade do ensino bíblico e espiritual dos filhos. A igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais no ensino dos filhos.

2. A essência da educação cristã dos filhos consiste nisto: o pai voltar-se para o coração dos filhos, a fim de levar o coração dos filhos ao coração do Salvador (ver Lc 1.17 nota).

3. Na criação dos filhos, os pais não devem ter favoritismo; devem ajudar, como também corrigir e castigar somente faltas intencionais, e dedicar sua vida aos filhos, com amor compassivo, bondade, humildade, mansidão e paciência (3.12-14,21).

4. Seguem-se quinze passos que os pais devem dar para levar os filhos a uma vida devota a Cristo:
  • Dediquem seus filhos a Deus no começo da vida deles (1 Sm 1.28; Lc 2.22).
  • Ensinem seus filhos a temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a justiça e a odiar a iniquidade. Incutam neles a consciência da atitude de Deus para com o pecado e do seu julgamento contra ele (ver Hb 1.9 nota).
  • Ensine seus filhos a obedecer aos pais, mediante a disciplina bíblica com amor (Dt 8.5; Pv 3.11,12; 13.24; 23.13,14; 29.15,17; Hb 12.7).
  • Protejam seus filhos da influência pecaminosa, sabendo que Satanás procurará destruí-los espiritualmente mediante a atração ao mundo ou através de companheiros imorais (Pv 13.20; 28.7; 2.15-17).
  • Façam saber a seus filhos que Deus está sempre observando e avaliando aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1.12).
  • Levem seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em Cristo, ao arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14).
  • Habituem seus filhos numa igreja espiritual, onde se fala a Palavra de Deus, se mantém os padrões de retidão e o Espírito Santo se manifesta. Ensinem seus filhos a observar o princípio: "Companheiro sou de todos os que te temem" (Sl 119.63; ver 12.5 nota).
  • Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a testemunhar e trabalhar para Deus (2 Co 6.14 - 7.1; Tg 4.4). Ensine-lhes que são forasteiros e peregrinos neste mundo (Hb 11.13-16), que seu verdadeiro lar e cidadania estão no céu com Cristo (Fp 3.20; Cl 3.1-3).
  • Instruam-nos sobre a importância do batismo no Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.4,39).
  • Ensinem a seus filhos que Deus os ama e tem um propósito específico para suas vidas (Lc 1.13-17; Rm 8.29,30; 1 Pe 1.3-9).
  • Instruam a seus filhos diariamente nas Sagradas Escrituras, na conversação e no culto doméstico (Dt 4.9; 6.5,7; 1 Tm 4.6; 2 Tm 3.15).
  • Mediante o exemplo e conselhos, encorajem seus filhos a uma vida de oração (At 6.4; Rm 12.12; Ef 6.18; Tg 5.16).
  • Previna, seus filhos sobre suportar perseguições por amor à justiça (Mt 5.10-12). Eles devem saber que "todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições" (2 Tm 3.12).
  • Levem seus filhos diante de Deus em intercessão constante e fervorosa (Ef 6.18; Tg 5.16-18; ver Jo 17.1, nota sobre a oração de Jesus por seus discípulos, como modelo da oração dos pais por seus filhos).
  • Tenham tanto amor e desvelo pelos filhos, que estejam dispostos a consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor, para que se aprofundem na fé e se cumpra nas suas vidas a vontade do Senhor (ver Fp 2.17 nota).


SINAIS DOS CRENTES


As Escrituras ensinam claramente que Cristo quer que seus seguidores operem milagres ao anunciarem o evangelho do reino de Deus (ver Mt 10.1; Mc 3.14,15; Lc 9.2 nota; 10.17; Jo 14.12 nota).

1. Estes sinais (gr. semeion), realizados pelos discípulos verdadeiros, confirmam que a mensagem do evangelho é genuína, que o reino de Deus chegou à terra com poder (ver o estudo O REINO DE DEUS), e que o Senhor Jesus vivo e ressurreto está presente entre os seus, operando através deles (ver Jo 10.25; At 10.38).

2. Cada um destes sinais (exceto a ingestão de veneno) ocorreu na igreja primitiva:
  • Falar novas línguas (ver At 2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.30; 14).
  • Expulsar demônios (At 5.15,16; 16.18; 19.11,12).
  • Escapar da morte por picada de serpente (At 28.3,5).
  • Curar os enfermos (At 3.1-7; 8.7; 9.33,34; 14.8-10; 28.7,8).
3. Essas manifestações espirituais devem continuar na igreja até a volta de Jesus. Conforme vemos nas Escrituras, esses sinais não foram limitado ao período que se seguiu à ascensão de Jesus (ver 1 Co 1.7 nota; Gl 3.5).

4. Os discípulos de Cristo não somente deviam pregar o evangelho do reino e levar a salvação àqueles que creem (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47), mas também concretizar o reino de Deus, como fez Jesus (At 10.38) ao expulsar demônios e curar doenças e enfermidade (ver o estudo O REINO DE DEUS).

5. Jesus deixa claro, me Mc 16.15-20, que esses sinais não são dons especiais para apenas alguns crentes, mas que seriam concedidos a todos os crentes que, em obediência a Cristo, dão testemunho do evangelho e reivindicam as suas promessas.

6. A ausência desses "sinais" na igreja, hoje, não significa que Cristo falhou no cumprimento de suas promessas. A falta, conforme Jesus declara, esta na vida dos seus seguidores (ver Mt 17.17 nota).

7. Cristo prometeu que sua autoridade, poder e presença nos acompanharão à medida que lutamos contra o reino de Satanás (Mt 28.18-20; Lc 24.47-49). Devemos libertar o povo do cativeiro do pecado pela pregação do evangelho, mediante uma vida de retidão (Mt 6.33; Rm 6.13; 14.17) e pela operação de sinais e milagres através do poder do Espírito Santo (ver Mt 10.1 nota; Mc 16.16-20; At 4.31-33; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS).

O ARREBATAMENTO DA IGREJA


O termo "arrebatamento" deriva da palavra raptus em latim, que significa "arrebatado rapidamente e com força". 
O termo latino raptus equivale a harpazo em grego, traduzido por "arrebatado" em 1 Ts 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1 Co 15, refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo.

1. Instantes antes do arrebatamento, ao descer Cristo do céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos "que morreram em Cristo" (1 Ts 4.16). Não se trata da mesma ressurreição referida em Ap 20.4, a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra, julgar os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11 - 20.3). 
A ressurreição de Ap 20.4 tem a ver com os mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT (ver Ap 20.6 nota).

2. Ao mesmo tempo que ocorre a ressurreição dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade 15.51,53. Isso acontecerá num instante, "num abrir e fechar de olhos" 15.52.

3. Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados serão "arrebatados juntamente" (1 Ts 4.17) para encontrar-se com Cristo nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu.

4. Estarão literalmente unidos com Cristo 1 Ts 4.16,17), levados à casa do Pai, no céu (ver Jo 14.2,3 notas), e reunidos aos queridos que tinham morrido (1 Ts 4.13-18)

5. Estarão livres de todas as aflições (2 Co 5.2,4; Fp 3.21), de toda perseguição e opressão (ver Ap 3.10 nota), de todo domínio do pecado e da morte (15.51-56); o arrebatamento os livra da "ira futura" (ver 1 Ts 1.10 nota; 5.9), ou seja: da grande tribulação.

6. A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos "sempre com o Senhor" ( 1 Ts 4.17), é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13).
É fonte principal de consolo para os crentes que sofrem (1 Ts 4.17,18; 5.10).

7. Paulo emprega o pronome "nós" em 1 Ts 4.17 por saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança.
A Bíblia insiste que anelemos e esperemos contínua e confiadamente a volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1 Co 15.51,52; Ap 22.12,20).

8. Quem está na igreja mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui, no arrebatamento (ver Mt 25.1 nota; Lc 12.45 nota). Os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apóstata (ver Ap 17.1 nota), sujeitos à ira de Deus.

9. Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira sobre os ímpios (1 Ts 5.2-10; ver 5.2 nota). Seguir-se-á a segunda fase da vinda de Cristo, quando, então, Ele virá para julgar os ímpios e reinar sobre a terra (ver Mt 24.42,44 notas).