EVANGELHO DE JESUS CRISTO

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A PAZ DE DEUS


DEFINIÇÃO DE PAZ. A palavra hebraica para "paz" é shalom. Denota muito mais do que a ausência de guerra e conflito. O significado básico de shalom é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da vida.

(1) Pode referir-se à tranquilidade nos relacionamentos internacionais, tal como a paz entre as nações em guerra (e.g., 1 Sm 7.14; 1 Rs 4.24; 1 Cr 19.19).

(2) Pode referir-se, também, a uma sensação de tranquilidade dentro de uma nação durante tempos de prosperidade e sem guerra civil (2 Sm 3.21-23; 1 Cr 22.9; Sl 122.6,7).

(3) Pode ser experimentada com integridade e harmonia nos relacionamentos humanos, tanto dentro do lar (Pv 17.1; 1 Co 7.15) quanto fora (Rm 12.18 Hb 12.14; 1 Pe 3.11).

(4) Pode referir-se ao nosso senso pessoal de integridade e bem-estar, livre de ansiedade e em paz com a própria alma (Sl 4.8; 119.165; cf. Jó 3.26) e com Deus (Nm 6.26; Rm 5.1).

(5) Finalmente, embora a palavra shalom não seja empregada em Gn 1-2, ela descreve o mundo original criado, que existia em perfeita harmonia e integridade. Quando Deus criou os céus e a terra, criou um mundo em paz. O bem-estar total da criação  reflete-se na breve declaração: "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gn 1.31).

A INTERRUPÇÃO DA PAZ. Quando Adão e Eva deram atenção á voz da serpente, e comeram da árvore proibida (Gn 3.1-7), sua desobediência introduziu o pecado e se interrompeu a harmonia original do universo.

(1) Naquele momento, Adão e Eva experimentaram, pela primeira vez, culpa e vergonha diante de Deus (Gn 3.8), e uma perda da paz interior.

(2) O pecado de Adão e Eva no jardim do Éden destruiu seu relacionamento harmonioso com Deus. Antes de comerem daquele fruto, tinham íntima comunhão com Deus (cf. 3.8), mas depois esconderam-se "da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim" (Gn 3.8). Ao invés de sentirem anelo pela conversa com Deus, agora tiveram medo da sua voz (Gn 3.10).

(3) Além disso, interrompeu-se o relacionamento harmonioso entre Adão e Eva como marido e mulher. Quando Deus começou a falar-lhes a respeito do pecado que haviam cometido, Adão lançou a culpa em Eva (Gn 3.12), e Deus declarou que a rivalidade entre o homem e a mulher continuariam (Gn 3.16). Assim começou o conflito social que agora é parte integrante das difíceis relações humanas, desde as discussões e a violência no lar (cf. 1 Sm 1.1-8; Pv 15.18; 17.1), até os conflitos e guerras internacionais.

(4) Finalmente, o pecado interrompeu a harmonia e a unidade entre a raça humana e a natureza. Antes de Adão pecar, trabalhava alegremente no jardim do Éden (Gn 2.15), e andava livremente entre os animais, dando nome a cada um (Gn 2.19,20). Parte da maldição divina após a queda envolvia a inimizade  entre a serpente Adão e Eva (Gn 3.15), bem como uma nova realidade: o trabalho produziria suor e labuta (Gn 3.17-19). Antes havia harmonia entre a raça humana e o meio-ambiente, agora luta e conflito de modo que "toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (ver Rm 8.22 nota).

A RESTAURAÇÃO DA PAZ. Embora o resultado fosse a destruição da paz e do bem-estar para a raça humana, e até mesmo para a totalidade do mundo criado, Deus planejou a restauração do shalom; logo, a história da reconquista da paz é a história da redenção em Cristo.

(1) Tendo em vista que Satanás deu início à destruição da paz no mundo, o restabelecimento da paz deve envolver a destruição de Satanás e do seu poder. Por isso, muitas das promessas do AT a respeito da vinda do Messias eram promessas da vitória e paz vindouras. Davi profetizou que o Filho de Deus governaria as nações (Sl 2.8,9; Cf. Ap 2.26,27; 19.15). Isaías vaticinou que o Messias reinaria como Príncipe da Paz (Is 9.6,7). Ezequiel predisse que o novo concerto que Deus se propôs estabelecer através do Messias seria um concerto de paz (Ez 34.25; 37.26). E Miquéias, ao profetizar o nascimento em Belém do rei vindouro, declarou: "E este será a nossa paz" (Mq 5.5).

(2) Por ocasião do nascimento de Jesus, os anjos proclamaram que a paz de Deus acabara de chegar à terra (Lc 2.14). O próprio Jesus veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8) e para romper todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a fim de fazer a paz (Ef 2.12-17). Jesus deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua antes de ir à cruz (Jo 14.27; 16.33). Mediante a sua morte e ressurreição, Jesus desarmou os principados e potestades hostis, e assim possibilitou a paz (Cl 1.20; 2.14,15; cf. Is 53.4,5). Por isso, quando se crê em Jesus Cristo, se é justificado mediante a fé e se tem paz com Deus (Rm 5.1). A mensagem que os cristão proclamam são as boas-novas da paz (At 10.36; cf. Is 52.7).

(3) Apenas saber que Cristo veio como o Príncipe da Paz não garante que a paz se tornará automaticamente parte da vida; para experimentar a paz há que se estar unido com Cristo numa fé ativa. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Quando assim faz, a pessoa é justificada pela fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16) e assim tem paz com Deus (Rm 5.1). Juntamente com a fé, deve-se andar em obediência aos mandamentos divinos a fim de viver-se em paz (Lv 26.3,6). Os profetas do AT declaram frequentemente que não há paz para os ímpios (Is 57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10,16). A fim de que os crentes conheçam sua paz perpétua, Deus lhes tem dado o Espírito Santo, que começa a operar em nós um aspecto do fruto, que é a paz (Gl 5.22; cf. Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do Espírito, deve-se orar pedindo a paz (Sl 122.6,7; Jr 29.7; ver Fp 4.7 nota), deixar que a paz governe o coração (Cl 3.15), buscar a paz e segui-la (Sl 34.14; Jr 29.7; 2 Tm 2.22; 1 Pe 3.11), e esforçar-se por viver em paz com o próximo (Rm 12.18; 2 Co 13.11; 1 Ts 5.13; Hb 12.14).

terça-feira, 29 de setembro de 2015

AI DE VÓS... FARISEUS

As palavras de Jesus no capítulo 23 se constituem na sua severa denuncia contra os líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9).
(1) Notemos a posição de Jesus. Não é a posição tolerante e liberal dos acomodados que não compartilham do clamor do coração do Senhor, por fidelidade à Palavra de Deus. Cristo não era um pregador tímido, à tolerar o pecado. Ele foi em tudo fiel à sua missão de combater o mal (cf. 21.12,13; Jo 2.13-16) e denunciar o pecado e a corrupção entre os importantes (vv. 23,25).

(2) O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas do seu Pai, bem como pelos que estavam sendo arruinados pela distorção delas (cf. 15.2,3; 18.6,7; 23.13,15), era tão grande que o levou a usar palavras tais como "hipócritas" (v. 15), "filho do inferno" (v. 15), condutores cegos" (v.16), "insensatos" (v. 17), "cheios de rapina e de iniquidade" (v.25), limpos só no exterior (v. 25), "sepulcros caiados" (v. 27), "imundícia" (v. 27), iniquidade" (v. 28), "serpentes" (v. 33), "raça de víboras" (v. 33) e assassinos (v. 34).

(3) Estas palavras, embora severas e condenatórias, foram ditas com profunda dor (v. 37), por aquele que morreu pelas pessoas a quem elas foram dirigidas (cf. Jo 3.16; Rm 5.6,8).

(4) Jesus descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores como os  dos ministros que buscam popularidade, importância e atenção das pessoas (v. 5), que amam honrarias (v. 6) e títulos (v. 7), e que, com o evangelho distorcido que pregam, impendem as pessoas de entrar no céu (v. 13). São religiosos profissionais que, na aparência, são espirituais e santos, mas que, na realidade, são iníquos (vv. 14, 25-27). Falam bem dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não seguem as suas práticas, nem a sua dedicação a Deus e à sua Palavra e justiça (vv. 29,30).

(5) A Bíblia ordena aos crentes a se acautelarem desses falsos dirigentes religiosos (7.15; 24.11) a considerá-los incrédulos e malditos (ver Gl 1.9 nota) e a não dar apoio ao seu ministério e a não ter comunhão com eles (2 Jo 9-11)

(6) Cristãos que, em nome do amor, da tolerância, ou da união, não procedem nesses casos como Jesus, quanto aos que corrompem os ensinos de Cristo e das Escrituras (7.15; 2 Jo 9; Gl 1.6,7), participam das más ações dos falsos profetas e mestres (2 Jo 10,11).

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ATENTAR NUMA MULHER PARA A COBIÇA VENERADO SEJA... O MATRIMÔNIO

Disse-lhe Jesus: Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiça já em seu coração cometeu adultério com ela
(Mt 5.28).

Trata-se de cobiça carna, ou concupiscência ( gr. epithumia). O que Cristo condena aqui não é o pensamento repentino que Satanás pode colocar na mente de uma pessoa, nem um desejo impróprio que surge de repente. Trata-se, pelo contrário, de um pensamento ou desejo errado, aprovado pela nossa vontade. É um desejo imoral que a pessoa procurará realizar, caso surja a oportunidade. O desejo íntimo de prazer sexual ilícito, imaginado e não resistido, é pecado. O cristão deve tomar muito cuidado para não admirar cenas imorais como as de filmes e da literatura pornográfica (cf. 2 Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1 Pe 2.11; 2 Pe 3.3; 1 Jo 2.15,16; 1 Co 6.18; Gl 5.19,21; Cl 3.5; Ef 5.5; Hb 13.4).

Quanto a manter a pureza sexual, a mulher, igualmente como homem, tem responsabilidade. A mulher cristã deve tomar cuidado para não vestir de modo a atrair a atenção para o seu corpo e deste modo originar tentação no homem e instigar a concupiscência. Vestir-se com imodéstia é pecado (1 Tm 2.9; 1 Pe 3.2,3).

VENERADO SEJA... O MATRIMÔNIO
Deus tem elevados padrões para seu povo, quanto ao casamento e à sexualidade.
O crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2 Co 11.2; Tt 2.5; 1 Pe 3.2). A palavra "puro" (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de Deus. Isso abrange o controle do corpo "em santificação e honra" (1 Ts 4.4) e não em "concupiscência" (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a moral sexual, vejamos o seguinte:

(1) A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. somente nesta condição ela é aceita e abençoada por Deus (ver Gn 2.24 nota; Ct 2.7 nota). Mediante o casamento, na marido e mulher tornam-se uma só carne, segundo a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e poe Ele honrados.

(2) O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor (Êx 20.14 nota) e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente condenados na Escrituras (ver Pv 5.3 nota) e colocam o culpado fora do reino de Deus (Rm 1.24-32; 1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21).

(3) A imoralidade é a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos e solteiros, tendo eles mútuo "compromisso", é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da pureza. Deus proíbe, explicitamente, "descobrir a nudez" ou "ver a nudez" de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21; ver 18.6 nota).

(4) O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade pre-marital em nome de Cristo, simplesmente com base num "compromisso" real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de Deus.
É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge. A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do Espírito, no crente, i.e., a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: "temperança" (Gl 5.22-24).

(5) Termos bíblicos descritivos da imoralidade e que revelam a extensão desse mal. (a) Fornicação (gr. porneia). Descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3). (b) A lascívia (gr. aselgeia) denota a ausência de princípios morais, principalmente o relacionamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa (ver 1 Tm 2.9 nota, sobre a modéstia). Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosa ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19; Ef 4.19; 1 Pe 2.2,18). (c) Enganar, i.e., aproveitar-se de uma pessoa, ou explorá-la (gr. pleonekteo, e.g., 1 Ts 4.6), significa privá-la da pureza moral que Deus pretendeu para essa pessoa, para a satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1 Ts 4.6; Ef 4.19). (d) A lascívia ou cobiça carnal (gr. epithumia) é um desejo carnal imoral que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade (Ef 4.22; 1 Pe 4.3; 2 Pe 2.18; ver Mt 5.28 nota).

domingo, 27 de setembro de 2015

PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS

Um dos destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de Jesus: derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3.27, isto é descrito como "manietar o valente" (i.e., Satanás) e, "roubará a sua casa" (i.e., liberta os escravos de Satanás). O poder de Jesus sobre Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou espíritos malignos.


OS DEMÔNIOS.


(1) O NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna de Satanás, devido a um espírito maligno que neles habita; menciona também o conflito de Jesus com os demônios. O Evangelho segundo Marcos, e.g., descreve muitos desses casos: 1.23-27,32,34,39; 3.10-12,15; 5.1-20; 6.7,13;7.25-30;9.17-29; 16.17.

(2) Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligencia. Como súditos de Satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4.10 nota).

(3) Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver Co 10.20 nota).

(4) O NT mostra que o mundo está alienado de Deus e controlado por Satanás (ver Jo 12.31 nota; 2 Co 4.4; Ef 6.10-12). Os demônios são parte das potestades malignas; o cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6.12 nota).

(5) Os demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (ver Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas. Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniquidade, à imoralidade e à destruição.

(6) Os demônios podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 13.11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).

(7) Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i.e., feitiçaria) estão lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à possessão de demoníaca (cf. At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).

(8) Os espíritos malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era, na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de Deus e a sã doutrina (Mt 24.24; 2 Co 11.14,15; 1 Tm 4.1). O maior surto de atividade demoníaca ocorrerá através do Anticristo e seus seguidores (2 Ts 2.9; Ap 13.2-8; 16.13,14).

JESUS E OS DEMÔNIOS.

(1) Nos seus milagres, Jesus frequentemente ataca o poder de Satanás e os demonismo (e.g., Mc 1.25,26,34,39; 3.10,11; 5.1-20; 9.17-29; cf. Lc 13.11,12,16). Um dos seus propósitos ao vir à terra foi subjugar Satanás e libertar seus escravos (Mt 12.29; Mc 1.27; Lc 4.18).

(2) Jesus derrotou Satanás em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo, Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou do reino de Deus.

(3) O inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e seus demônios (Mt 8.29; 25.41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc 9.43,45,47; Mt 10.28; 18.9.

O CRENTE E OS DEMÔNIOS.

(1) As Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o Espírito Santo, pode ficar endemoniado; i.e.: o Espírito e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (ver 2 Co 6.15,16 nota). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do Espírito Santo (Mt 16.23; 2 Co 11.3,14).

(2) Jesus prometeu aos genuínos crentes autoridades sobre o poder de Satanás e das suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que querem exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando sem trégua pelo poder do Espírito Santo (ver Lc 4.14-19). Desta maneira, podemos nós livrar dos poderes das trevas.

(3) Segundo a parábola em Mc 3.27, o conflito espiritual contra Satanás envolve três aspectos: (a) declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de Deus (ver Lc 4.14-19); (b) ir onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11.20-22); (c) apoderar-se de bens ou posses, i.e., libertando os cativos do inimigo e entregando-os a Deus para que recebam perdão e santificação mediante a fé em Cristo (Lc 11.22; At 26.18).

(4) Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal: (a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra forças espirituais do mal (Ef 6.12). (b) Viver diante de Deus uma vida fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça (Rm 12.1,2; Ef 6.14). (c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio (At 26.18 Ef 6.16; 1 Ts 5.8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais poderosas dadas por Deus para a destruição das fortalezas de Satanás (2 Co 10.3-5). (d) Proclamar o Evangelho do reino, na plenitude do Espírito Santo (Mt 4.23; Lc 1.15-17; At 1.8; 2.4; 8.12; Rm 1.16; Ef 6.15). (e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de Jesus (At 16.16-18), ao usar a Palavra de Deus (Ef 6.17), ao orar no Espírito (At 6.4; Ef 6.18), ao jejuar (ver Mt 6.16 nota; Mc 9.29) e ao expulsar demônio (ver Mt 10.1 nota; 12.28; 17.17-21; Mc 16.17; Lc 10.17; At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12). (f) Orar, principalmente, para que o Espírito Santo convença os perdidos, no tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16.7-11). (g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do Espírito, mediante os dons de curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4.29-33; 10.38; 1 Co 12.7-11).

sábado, 26 de setembro de 2015

PORTANTO, VIGIAI, NÃO SABEIS A QUE HORA VEM O SENHOR

"Vigiai" (gr. gregoreo) é um imperativo presente e denota uma vigília constante no tempo atual. A razão para a vigília constante, hoje, e não apenas no futuro, é que os crentes dos dias atuais não sabem quando o Senhor virá buscá-los (ver v. 37 nota). Nunca devem presumir que Ele não poderá vir hoje (ver v. 44 nota; cf. Mc 13.33-37). A volta de Jesus Cristo para buscar a igreja pode ocorrer a qualquer dia.
A advertência de Cristo aos seus discípulos para estarem sempre apercebidos para a sua vinda, por não saberem quando ela se dará, cremos ser uma referência à volta de Cristo, vindo do céu, para tira do mundo os santos da Igreja, i.e., o arrebatamento (ver Jo 14.3 nota).

(1) Jesus afirma claramente que sua vinda para levar os santos antes da tribulação será numa ocasião inesperada. Ele não somente declara que eles não sabem a hora (v. 42), mas também que Ele voltará "à hora em que não pensais" (v. 44). Isto claramente fala de surpresa, espanto, e que os fiéis não saberão o momento certo da sua vinda. Assim sendo, para os santos da igreja, Jesus virá num momento inesperado (v. 44). Isto claramente fala de surpresa, pasmo, e rapidez nesta específica fase da vinda de Cristo. Este evento é chamado de primeira fase da segunda vinda de Cristo.

(2) Quanto à vinda de Cristo com poder e grande glória, para julgar o mundo depois da tribulação (v. 30; Ap 19.11-21), ela será aguardada e prevista (v. 33 nota; Lc 21.28). O cumprimento dos eventos e sinais durante a tribulação suscitará nos santos a certeza e a expectativa da ocasião da volta de Cristo, ao passo que os santos da igreja dos dias atuais terão surpresa por ocasião do seu arrebatamento (ver 24.44 nota; Jo 14.3 nota). A vinda de Cristo depois da tribulação é comumente chamada a segunda fase da vinda de Cristo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

AO QUE VENCER

Apocalipse 2.7 "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus."
◇─◇──◇────◇────◇◇────◇────◇─────◇──◇─◇
O Vencedor (gr. nikon) é aquele que, mediante a graça de Deus recebida através da fé em Cristo, experimentou a novo nascimento e permanece contante na vitória sobre o pecado, o mundo e Satanás.

(1) Cercado de muita oposição e apostasia, o vencedor se recusa a conformar-se com o mundo e a impiedade dentro da igreja (v.24). Ele ouve e atende aquilo que o Espírito diz às igrejas (v.7), permanece fiel a Cristo até ao fim (v. 26) e aceita somente o perdão de Deus para a vida cristã, revelado na sua santa Palavra (3.8).

(2) Nas igrejas de Deus, o vencedor, e somente o vencedor, comerá da árvore da vida (v. 7), não sofrerá o dano da segunda morte (v. 11), receberá o maná escondido e um novo nome no céu (v. 17), terá autoridade sobre as nações (v. 26), seu nome não será removido do livro da vida, será honrado por Cristo diante do Pai e dos anjos (3.5), permanecerá com Deus no seu templo, terá sobre si o nome de Deus, de Cristo e da Nova Jerusalém (3.12) e será para sempre filho de Deus (21.7).

(3) O segredo da sua vitória é a morte expiadora de Cristo, seu próprio testemunho fiel a cerca de Jesus e a perseverança no amor a Cristo até à morte (12.11; cf. 1J 5.4). 
Note que, ou vencemos o pecado, o mundo, e Satanás, ou somos lançados no lago de fogo (v. 11; 3.5; 20.15; 21.8). Não há grupo neutro.
Deus em Cristo Jesus nos conceda a graça de ser fiel até o fim. Amém!

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O JULGAMENTO DO CRENTE

A Bíblia ensina que os crentes terão, um dia, de prestar contas "ante o tribunal de Cristo", de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus. No tocante a esse julgamento do crente, segue-se o estudo de alguns de seus pontos.

(1) Todos os crentes serão julgados; não haverá exceção (Rm 14.10,12; 1 Co 3.12-15; 2 Co 5.10; ver Ec 12.14 nota).

(2) Esse julgamento ocorrerá quando Cristo vier buscar a sua igreja (ver Jo 14.3 nota; cf. 1 Ts 4.14-17).

(3) O juiz desse julgamento é Cristo (Jo 5.22, cf. "todo o juízo"; 2 Tm 4.8, cf. "juiz").

(4) A Bíblia fala do julgamento do crente como algo sério e solene, mormente porque inclui para este a possibilidade de dano ou perda (1 Co 3.15; cf. 2 Jo 8); de ficar envergonhado diante dEle "na sua vinda" (1 Jo 2.28), e de queimar-se o trabalho de toda sua vida (1 Co 3.13-15). Esse julgamento, não é para salvação, ou condenação. É um julgamento de obras.

(5) Tudo será conhecido. A palavra "comparecer" (gr. phaneroo, 5.10) significa "tornar conhecido aberta ou publicamente". Deus examinará e revelará abertamente, na sua exata realidade, (a) nossos atos secretos (Mc 4.22; Rm 2.16), (b) nosso caráter (Rm 2.5-11), (c) nossas palavras (Mt 12.36,37), (d) nossas boas obras (Ef 6.8), (e) nossas atitudes (Mt 5.22), (f) nossos motivos (1 Co 4.5), (g) nossa falta de amor (Cl 3.23--4.1) e (h) nosso trabalho e ministério (1 Co 3.13).

(6) Em suma, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus (Mt 25.21,23; 1 Co 4.2-5) e das suas práticas e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu (Lc 12.48; Jo 5.24; Rm 8.1).

(7) As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levadas em conta quando à sua recompensa: "Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer" (Cl 3.25; cf. Ec 12.14; 1 Co 3.15; 2 Co 5.10). As boas ações e o amor do crente são lembrados por Deus e por Ele recompensados (Hb 6.10): "cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer" (Ef 6.8).

(8) Os resultados específicos do julgamento do crente serão vários, como obtenção ou a perda de alegria (1 Jo 2.28), aprovação divina (Mt 25.21), tarefas e autoridade (Mt 25.14-30), posição (Mt 5.19; 19.30), recompensa (1 Co 3.12-14; Fp 3.14; 2 Tm 4.8) e honra (Rm 2.10; cf. 1 Pe 1.7).

(9) A perspectiva de um julgamento do crente deve aperfeiçoar neste o temor do Senhor (5.11; Fp 2.12; 1 Pe 1.17), e levá-lo a ser sóbrio, a vigiar e a orar (1 Pe 4.5,7), a viver em santa conduta e piedade (2 Pe 3.11) e a demonstrar misericórdia e bondade a todos (Mt 5.7; cf. 2 Tm 1.16-18).

sábado, 5 de setembro de 2015

PORQUE EU SOU CONTIGO

Estas palavras de Cristo, dirigidas a Paulo, não se refere à sua presença geral em todos os lugares, i.e., sua onipresença (cf. Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo contrário, referem-se à sua presença específica entre os seus servos. Tal presença de Cristo significa que Ele pessoalmente está ali para nos comunicar sua vontade, amor e comunhão. Ele está presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar, ajudar, proteger e guiar.

(1) Podemos aprender mais desta verdade de "Cristo conosco", examinando os trechos do AT em que Deus declarou que estava pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, Deus lhe disse: "Eu serei contigo" (Ex 3.12). Quando Josué assumiu a liderança de Israel, depois da morte de Moisés, Deus prometeu: "serei contigo; não te deixarei nem te desampararei" (Js 1.5). E Deus encorajou Israel com estas palavras: "Quando passares pelas águas, estarei contigo... Não temas, pois, porque estou contigo" (Is 43.2,5).

(2) No NT, Mateus declara que o propósito da vinda de Jesus ao mundo foi tornar em realidade concreta a presença de Deus entre seu povo. Seu nome é "Emanuel" que significa "Deus conosco" (Mt 1.23). De novo, no fim do seu Evangelho, Mateus registra a promessa que Jesus legou aos discípulos: "eis que estou convosco todos os dias" (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho com as palavras: "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor" (Mc 16.20).

ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO


ELEIÇÃO: 

A escolha por Deus daqueles que creem em Cristo é uma doutrina importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5,7,28; Cl 3.12; 1 Ts 1.4; 2 Ts 2.13; Tt 1.1).
A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por Deus, em Cristo, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dEle (cf. 2 Ts 2.13). 
Essa eleição é uma expressão do amor de Deus, que recebe como seus todos os que recebem seu Filho Jesus (Jo 1.12). A doutrina da eleição abarca as seguintes verdades:

(1) A eleição é cristocêntrica, i. e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo. 
Deus nos elegeu em Cristo para a salvação (1.4; ver v. 1, nota). O próprio Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus.
 A respeito de Jesus, Deus declara: "Eis aqui o meu servo, que escolhi" (Mt 12.18; cf. Is 42.1,6; 1 Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé.

(2) A eleição é feita em Cristo, pelo seu sangue; "em quem [Cristo]... pelo seu sangue" (1.7). 
O propósito de Deus, já antes da criação (1.4), era ter um povo para si mediante a morte redentora de Cristo na cruz. 
Sendo assim, a eleição fundamentada na morte sacrificial de Cristo, no Calvário, para nos salvar dos nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).

(3) A eleição em Cristo é em primeiro lugar coletiva, i. e., a eleição de um povo (1.4,5,7,9; 1 Pe 1.1; 2.9). 
Os eleitos são chamados "o seu [Cristo] corpo" (1.23; 4.12), "minha igreja" (Mt 16.18), o "povo adquirido" por Deus (1 Pe 2.9) e a "noiva" de Cristo (Ap 21.9). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao corpo de Cristo, a igreja verdadeira (1.22,23; ver Robert Shank, Elect in the Son ( Eleitos no Filho). 
É uma eleição como a de Israel no AT (ver Dt 29.18-21 nota 2Rs 21.14 nota).

(4) A eleição para a salvação e a santidade do corpo de Cristo são inalteráveis. Mas individualmente a certeza dessa eleição depende da condição da fé pessoal e viva em Jesus Cristo, e da perseverança na união com Ele. 
O apóstolo Paulo demonstra esse fato da seguinte maneira: 
(a) O propósito eterno de Deus para a igreja é que sejamos "santos e irrepreensíveis diante dEle" (1.4). 
Isso se refere tanto aos perdão dos pecados (1.7) como à santificação e santidade. 
O povo eleito de Deus está sendo conduzido pelo Espírito Santo em direção à santificação e à santidade (ver Rm 8.14; Gl 5.16-25). 
O apóstolo enfatiza repetidas vezes o propósito supremo de Deus (ver 2.10; 3.14-19; 4.1-3,13,14; 5.1-18). 
(b) O cumprimento desse propósito para a igreja como corpo não falhará: Cristo à apresentará "a si mesmo igreja gloriosa... santa e irrepreensível" (5.27). (c) O cumprimento desse propósito para o crente como indivíduo dentro da igreja é condicional. Cristo nos apresentará "santos irrepreensíveis diante dele" (1.4), somente se continuarmos na fé. 
A Bíblia mostra isso claramente: 
Cristo irá "vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho" (Cl 1.22,23).

(5) A eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo 3.16,17; 1 Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb 2.9), e torna-se uma realidade para cada pessoa consoante seu prévio arrependimento e fé, o Espírito Santo admite o crente ao corpo eleito de Cristo ( a igreja) (1 Co 12.13), e assim ele torna-se um dos eleitos. 
Daí, tanto Deus quanto o homem têm responsabilidade na eleição (ver Rm 8.29 nota; 2 Pe 1.1-11).

A PREDESTINAÇÃO: 

A predestinação (gr. proorizo) significa "decidir de antemão" e se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. 
A eleição é a escolha feita por Deus, "em Cristo", de um povo para si mesmo ( a igreja verdadeira). 
A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de Deus (todos os crentes genuínos em Cristo).

(1) Deus predestina seus eleitos a serem: (a) chamados (Rm 8.30); justificados (Rm 3.24; 8.30); (c)glorificados (Rm 8.30); (d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29); (e) santos e inculpáveis (1.4); (f) adotados como filho (1.5); (g) redimidos (1.7); (h) participantes de uma herança (1.14); (i) para o louvor da sua glória (1.12; 1 Pe 2.9); (j) participantes do Espírito Santo (1.13; Gl 3.14); (l) criados em Cristo Jesus para boas obras (2.10).

(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de Cristo (i. e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando incluso neste corpo mediante a fé viva em Jesus Cristo (1.5,7,13; cf. At 2.38-41; 16.31).

RESUMO: 
No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande navio viajando para o céu. 
Deus escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria nau. Cristo é o Capitão e Piloto desse navio. 
Todos os que desejam estar nesse navio, eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em Cristo. 
Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. 
Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. 
A predestinação concerne ao destino do navio e ao que Deus preparou para quem nele permanecer. 
Deus convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante Jesus Cristo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

RECEBEREIS A VIRTUDE. SER-ME-EIS TESTEMUNHAS


RECEBEREIS A VIRTUDE:
O termo original para "virtude" é dunamis, que significa poder real; poder em unção. 
Esse é o versículo-chave do livro de Atos. 
O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. 
Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27).

(1) "Poder" (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em operação, em ação. O batismo no Espírito Santo trará o poder pessoal do Espírito Santo à vida do crente.

(2) Note que neste versículo Lucas não relaciona o batismo no Espírito Santo com a salvação e regeneração da pessoa, mas com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande eficácia).

(3) A obra principal do Espírito Santo no testemunho e na proclamação do evangelho diz respeito a obra salvífica de Cristo, à sua ressurreição e à promessa do batismo no Espírito (cf. 2.14-42). Ver a nota seguinte, que trata do Espírito dando testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal.

SER-ME-EIS TESTEMUNHAS:
O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador (ver nota anterior), como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27).

(1) O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradecer nosso Salvador.

(2) O Espírito Santo da testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13).

(3) O batismo no Espírito Santo outorga poder para o crente testemunhar de Cristo e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8 nota). 
Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40).

(4) O batismo no Espírito Santo destina-se àqueles cujos corações pertencem a Deus por terem abandonados seus maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a Cristo (ver 5.32 nota).

(5) O batismo no Espírito Santo é um batismo no Espírito que é santo (cf. "Espírito de santificação", Rm 1.4). 
Assim, se o Espírito Santo realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de Cristo.
À luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no Espírito Santo, terá um desejo intenso de agradar a Cristo em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do Espírito complementa (i.e., complementa) a obra salvífica e santificadora do Espírito Santo em nossa vida. 
Aqueles que afirmam ter a plenitude do Espírito, mas vive uma vida contrária ao Espírito de santidade, estão enganados e mentindo. 
Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm uma vida de verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o Espírito Santo, mas segundo um espírito impuro que não é de Deus (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15;).

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O SENHOR O ENSINARÁ

O tema principal deste salmo é a maneira como Deus dirige o crente fiel na sua sabedoria. Note aqui as seguintes verdades:

(1) Deus tem um plano para cada crente. Ele teve um plano para Adão (Gn 1.28; 2.18-25), Abraão (Gn 12.1-3), José (Gn 45.4-9) e seu povo Israel (Gn 50.24; Êx 6.6-8). Teve um plano para Jesus (Lc 18.31) e para Paulo (At 21.10-14; 22.14,15; 26.16-19; ver 21.14 nota). Deus tem um plano específico para cada um de seus filhos (1 Co 12; Ef 1.10; 2.10; 3.11; 4.11-13).

(2) O plano de Deus nos pode ser comunicado por meios extraordinários, tais como sonhos, visões e profecia (At 21.10, nota). Porém, a maneira normal de Ele nos guiar e comunicar sabedoria é através das Sagradas Escrituras (2 Tm 3.16), e por meio do Espírito Santo, habitando em nosso coração (Jo 14.26; At 8.29; 10.19; 13.2; 15.28; 16.6; 1Jo 2.20,27).

(3) O plano de Deus para o crente pode deixar de realizar-se caso a pessoa desconhece a Palavra de Deus ou a interprete erroneamente e tome decisões contrárias à vontade de Deus. Se as convicções, os posicionamentos e doutrinas básicas da Bíblia não estiverem solidamente arraigada em nosso espírito, cairemos no erro.

(4) Uma área fundamental na direção do crente é a sua santidade de vida (cf. v. 21; Rm 8.11-14), pois Deus nos guia "pelas veredas da justiça" (23.3).

PALAVRAS... QUE O ESPÍRITO SANTO ENSINA


Embora Paulo esteja escrevendo a respeito da origem divina da sua própria pregação, suas palavras nos vv. 9-13 sugerem os passos pelos quais o Espírito Santo inspirou as Sagradas Escrituras.
Passo 1: Deus deseja comunicar à humanidade a sua sabedoria (vv. 7-9). Essa sabedoria dizia respeito à nossa salvação e centrava-se em Cristo como a sabedoria de Deus (cf. 1.30; 2.2,5).
Passo 2: Foi somente pelo Espírito Santo que a verdade e a sabedoria de Deus foram revelada à humanidade (v. 10) O Espírito Santo conhece plenamente os pensamentos de Deus (v. 11)
Passo 3: A revelação de Deus foi concedida a crentes escolhidos, mediante a presença do Espírito Santo que neles habitava (v. 12; cf. Rm 8.11,15)
Passo 4: Os escritores da Bíblia usaram palavras ensinadas pelo Espírito Santo (v.13); o Espírito Santo guiava os escritores nas escolha das palavras que empregavam (cf. Êx 24.4; Is 51.16; Jr 1.9; 36.28,32; Ez 2.7; Mt 4.4). Ao mesmo tempo, a orientação do Espírito na comunicação da verdade divina, não era mecânica; pelo contrário, o Espírito usava o vocabulário e estilo pessoal de cada escritor.
Passo 5: As escrituras divinamente inspiradas são compreendidas pelos crentes espirituais, à medida que eles examinam o seu conteúdo pela iluminação do Espírito Santo (vv. 14-16).
Daí, tantos os pensamentos quanto a linguagem das Escrituras foram inspirados pelo Espírito de Deus. Nenhum escritor sequer, escreveu uma única palavra ou frase errada. A Palavra de Deus foi protegida de todo erro por meio do Espírito Santo.

FERIDO PELAS NOSSAS TRANSGRESSÕES


Cristo foi crucificado por nossos pecados e nossas culpas diante de Deus (cf. Sl 22.16; Zc 12.10; Jo 19.34; 1 Co 15.3). Como nosso substituto, Ele sofreu o castigo que merecíamos, e pagou a penalidade dos nossos pecados - a penalidade da morte (Rm 6.23). Por isso, podemos ser perdoados por Deus e ter paz com Ele (cf. Rm 5.1).
Pelas suas pisaduras fomos sarados.
Esta cura refere-se à salvação, com todas as suas bênçãos, espirituais e materiais. A doença e a enfermidade
são consequências da queda adâmica e da atividade de Satanás no mundo. "Para isto o Filho de Deus se manifestou; para desfazer as obras do diabo" (1Jo 3.8). Cristo concedeu os dons de cura à sua igreja (1 Co 12.9) e ordenou a seus seguidores curar os enfermos, como parte da sua proclamação do Reino de Deus (Lc 9.1,2; 10.1.8,19).

DEUS... NOS ABENÇOE... PARA QUE SE CONHEÇA NA TERRA O TEU CAMINHO


Este salmo fala do plano de Deus para o seu povo quando no princípio Ele chamou Abraão (ver Gn 12.1-3; cf. Nm 6.24). (1) Deus escolheu esse homem para que, através da sua descendência, Ele se tornasse conhecido das nações da terra. Seu propósito era que Israel recebendo e desfrutando a sua graça e bênção, levasse as nações pagãs a reconhecerem isso, para também adorarem-no e aceitarem seus caminhos de verdade e retidão.

(2) Os crentes do Nt devem orar para que Deus os abençoe e às suas famílias, mediante sua presença, amor, graça, direção, salvação, cura divina e plenitude do Espírito, a fim de que os perdido busquem a verdade e a salvação em Cristo (Mt 5.14-16).

(3) A chave do evangelismo eficaz e da obra missionária é a bênção de Deus ricamente derramada sobre seu povo (vv. 2,7). Essa bênção é descrita no Nt como o Espírito Santo prometido (Gl 3.14), enviado pelo Pai ao nosso coração (Gl 4.6). Por meio do Espírito habitando em nós, a proclamação do evangelho às nações alcançará seus resultados desejados (cf. At 1.8).

A VINDA DO FILHO DO HOMEM


As declarações de Jesus sobre a "vinda do Filho do Homem" revelam que ela abrange dois aspectos. "A vinda do Filho do Homem" refere-se, tanto à primeira faze da sua volta, numa data desconhecida, antes da tribulação (Ap 3.10), para buscar os santos da igreja, o arrebatamento, "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor." Ap 3.42. (Jo 14.3; 1 Ts 4.14), como também a segunda faze da sua vinda, que ocorrerá depois da tribulação, para julgar os ímpios e recolher os justo no seu reino (Ap 19.11-20.4). Que Cristo se referiu a dois eventos, tanto à sua volta imprevisível (vv. 42,44), como também à sua volta previsível (vv. 29,30), vê-se pelo fato que Ele cita três diferentes categorias de pessoas nos versículos 37-44, ilustrando os "dias de Noé". As três categorias de pessoas e seu relacionamento com a vinda de Cristo são:
(1) As vítimas do dilúvio nos dias de Noé, representando os descrentes da tribulação. Não sabem a ocasião da volta de Cristo e estão despreparados. Serão destruídos no tempo do fim (vv. 38,39,43; cf. Lc 17.26-29) trata-se de uma referência à segunda fase da sua volta depois da tribulação.

(2) Noé, representando os crentes da tribulação. Por causa dos sinais do tempo do fim, os santo da tribulação sabem, quase exatamente, o momento da volta do Senhor, e estarão preparados e serão salvos. A ocasião da volta de Cristo para eles ocorre no tempo previsto (v 27; cf. Gn 7.4). Aqui trata-se da segunda volta de Cristo depois da tribulação.

(3) Os discípulos de Jesus. Eles representam os crentes dos nossos dias, os crentes da igreja, entes da tribulação, que não saberão o tempo da volta de Cristo para levá-los ao céu. Não haverá sinais específicos precedidos à vinda do Senhor para buscá-los, pois Cristo declara que ela ocorrerá inesperadamente. Note que Jesus assemelha os discípulos ( os santos da igreja), não como Noé ( os crentes da tribulação), mas como o povo do dilúvio. Eles não saberão o tempo da volta de Cristo e, semelhantemente, serão surpreendidos quando Ele vier. Devem, portanto, aplicar toda a diligência a fim de estarem prontos para qualquer momento.

BEM-AVENTURADO O VARÃO

O Sl 1 serve como introdução a todo o livro dos Salmos. Ele contrasta os dois únicos tipos de pessoas do ponto de vista de Deus, tendo cada tipo um conjunto distintivo de princípios de vida: (1) os justos, que são caracterizados pela retidão, pelo amor, pela obediência à Palavra de Deus e pela separação do mundo; (2) os ímpios, que representam o modo de ser e as idéias do mundo, que não permanecem na Palavra de Deus, e que por isso não têm parte na assembléia do povo de Deus. Deus conhece e abençoa o justo, mas o ímpio não tem parte no Reino de Deus (1 Co 6.9) e perecerá. A separação entre esses dois grupos de pessoas existirá no decurso da história da redenção e continuará na eternidade.
O primeiro versículo do livro dos Salmos ressalta a distinção entre os justos e os ímpios, Os crentes verdadeiros podem ser conhecidos pelas coisas que praticam, pelos lugares que frequentam e pelas pessoas pelas quais convivem. Ninguém pode experimentar a bênção de Deus sem evitar as coisas danosas ou destrutivas.

AQUELE QUE FAZ A VONTADE DE MEU PAI

Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celestial é uma condição prévia essencial para a entrada no reino dos céus (cf. vv. 22-25; 19.16-26; 25.31-46). Isto, no entanto, não significa que a pessoa pode ganhar ou merecer a salvação mediante seus próprios esforço ou obras. Isto é verdadeiro pelas seguintes razões:
(1) O perdão divino o homem obtém mediante a fé e o arrependimento, concedidos pela graça de Deus e a morte vicária de Cristo por nós (ver 26.28 nota Lc 15.11-32; 18.9-14).
(2) A obediência a vontade de Deus à vontade de Deus, requerida por Cristo, é uma condição básica conducente à salvação, mas Cristo também declara ser ela uma dádiva ligada à salvação dentro do reino. Embora seja a salvação uma dádiva de Deus, o crente deve buscá-la continuamente; recebê-la mediante uma fé sincera e decidido esforço. Esse fato é visto na Oração Dominical (6.9-13) e nas muitas exortações para que o crente mortifique o pecado e se apresente a Deus como sacrifício vivo (cf. Rm 6. 1-23; 8. 1-17; 12. 1,2; ver 5.6, nota sobre a fome e sede de justiça).
(3) O crente deve fazer a vontade de Deus e viver uma vida justa em virtude dessa dádiva, a graça e o poder de Deus e a vida espiritual que lhe são comunicados continuamente mediante Cristo. As Escrituras declaram:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus... Porque somos feitura sua" (Ef 2. 8-10).
(4) Deus sempre torna possível a prática da obediência que Ele requer de nós. Isto é atribuído à ação redentora de Deus. "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (ver Fp 2.13 nota).
Todavia, o dom da graça de Deus não anula a responsabilidade nem a ação humanas. O crente deve corresponder positivamente ao dom divino da obediência (ver Fp 2. 12 nota; Jd 20,21,24; Ef 4.22-32), todavia ele é livre para rejeitar a graça de Deus, para recusar aproximar-se de Deus por meio de Cristo
(ver Hb 7.25 nota), e para recusar orar por uma vida de obediência e viver essa vida (ver Mt 5.6 nota).

ESTAI EM MIM

Quando uma pessoa  crê em Cristo e recebe o seu perdão, recebe a vida eterna e o poder de estar ou permanecer nEle. Tendo esse poder, o crente precisa aceitar sua responsabilidade quanto à salvação e permanecer em Cristo. Assim como a vara só tem vida enquanto a vida da videira flui na vara, o crente tem a vida de Cristo somente enquanto esta vida flui nele pela sua permanência em
 Cristo. A palavra grega aqui é meno, que significa "continuar", "permanecer", "ficar", "habitar". As condições mediante as quais permanecemos em Cristo são: (1) conservar a Palavra de Deus continuamente em nosso coração e mente, tendo-a como o guia das nossas ações; (2) cultivar o hábito da comunhão constantemente e profunda com Cristo, a fim de obtermos dEle forças e graça; (3) obedecer aos seus mandamentos e permanecer no seu amor e amar uns aos outros; (4) conservar nossa vida limpa, mediante a Palavra, resistindo a todo pecado, ao mesmo tempo submetendo-nos à orientação do Espírito Santo (v. 3; 17.17; Rm 8.14; Gl5.16-18; Ef 5.26; 1 Pe 1.22)

À MENINA DO OLHO


Aqui o salmista emprega duas figuras de linguagem que relembra o amor de Deus por seus fiéis, e seu cuidado por eles. 

(1) "A menina do olho" é a pupila, sendo aqui uma metáfora em hebraico, expressando algo muito valioso e querido.

(2) "À sombra das tuas asas" é uma metáfora oriunda da sena de uma galinha, protegendo seus filhotes sob asas, significa, pois, amorável proteção. 
Cristo empregou esta metáfora para expressar seu amor por Israel. Todo crente deve orar para que Deus lhe estenda sua mão protetora em tempos de perigo, exatamente como alguém instintivamente reage a sua pupila em qualquer caso de perigo, e para que o Pai celestial sempre lhe abrigue e proteja como a galinha cobre seus filhotes. (Sl 91.4; Mt 23.37)

PREPARAS UMA MESA

Deus é aqui descrito como aquele que supre as necessidades de seus filhos em meio as forças do mal que procura destruí-los, corpo e alma ( Rm 8.31-39). (1) Apesar de o crente estar em luta diária contra Satanás e ter em volta de si uma sociedade pagã, a graça de Deus que ele recebe capacita-o a viver e se regozijar na presença de Deus. Ele pode saciar à mesa do Senhor com fé, ação de graça e esperança, em perfeita paz, e protegido pelo sangue derramado e o corpo partido desse Bom Pastor. (2) "Unges a minha cabeça com óleo" refere-se ao favor e bênção especiais de Deus, pela unção do seu Santo Espírito no corpo, mente e espírito do crente. (3) "O meu cálice transborda". Aqui, a tradução literal é: "meu cálice tem bebida abundante". É uma alusão ao bebedouro do Pastor, que era uma pedra grande, escavada em forma de tanque, cabendo quase 200 litros de água, onde as ovelhas bebiam.

SENHOR, QUEM HABITARÁ NO TEU TABERNÁCULO?

Este salmo responde à pergunta: "Que tipo de pessoa desfruta da íntima presença de Deus e tem comunhão com Ele?" Esta pergunta subentende que o crente pode dar motivo para que Deus retire a sua presença da vida dele, pela prática da iniquidade, do engano, da calúnia, ou do egoísmo. Por isso, devemos examinar diariamente os nossos atos, confessar nossos pecados, abandoná-los e esforçar-nos constantemente em Cristo Jesus para nos apresentar aprovados diante de Deus, e reconhecer que perder a comunhão com Deus é perder tudo. "Se dissermos que temos comunhão com ele e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade." 1 Jo 1.6
Andar nas trevas significa viver no pecado e nos prazeres mundanos. Tais pessoas não têm "comunhão com ele", não nasceram de Deus. Aqueles que têm comunhão com Deus experimentam a sua graça e vivem em santidade na sua presença.

AMARÁS O SENHOR TEU DEUS


O que Deus pede de todos quantos creem em Cristo e que recebem a salvação é o amor devotado.

(1) Este amor requer uma atitude de coração, pela qual atribuímos a Deus tanto valor e estima, que verdadeiramente ansiamos pela comunhão com Ele, esforçamo-nos para obedecer-lhe e sinceramente nos importamos com a sua glória e vontade na terra. Aqueles que realmente amarem a Deus, desejarão compartilhar do sofrimento por amor a Ele, promover o seu reino e viver em prol da sua honra e dos seus padrões de justiça na terra.

(2) Nosso amor a Deus deve ser sincero e predominante, inspirado pelo seu amor a nós, mediante o qual Ele deu seu Filho para nos salvar. Nosso amor deve ser idêntico ao amor expresso em Rm 12.1-2, 1Co 6.20; 10.31 2 Co 9.15; Ef 4.30.

(3) O amor de Deus abrange: 
(a) um vínculo pessoal de fidelidade e lealdade a Ele; 
(b) a fé como firme e inabalável liame com aquele  a quem fomos unidos pela filiação; 
(c) o fiel cumprimento das nossas promessas e compromissos para com Ele; 
(d) a devoção cordial, expressada em nossa dedicação aos padrões justos de Deus no meio de um mundo que o rejeita; e 
(e) o anseio pela sua presença e pela comunhão com Ele.

SE ELE SE ARREPENDER, PERDOA-LHE

No tocante à declaração de Jesus a respeito do perdão ao próximo, observamos o que se segue:
(1) Jesus deseja que o crente queira sempre perdoar e ajudar os que o ofendem, em vez de abrigar um espírito de vingança e ódio.
(2) O perdão e a reconciliação não podem ocorrer verdadeiramente, até que o transgressor reconheça sua ação errada e se arrependa sinceramente. Além disso, Jesus não se referia ao mesmo delito repedido constantemente.
(3) O ofendido deve estar disposto continuar perdoando, se o culpado se arrepender sinceramente. Quanto a perdoar "sete vezes ao dia", Jesus não está justificando a prática do pecado habitual. Nem está Ele dizendo que o crente deve permitir que alguém o maltrate ou abuse dele indefinidamente. Seu ensino é que devemos estar sempre disposto a ajudar e perdoar o ofensor.
Então, Pedro, aproximando-se de Jesus, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até Sete?
Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.
Mateus 18.21-22

O ESPÍRITO E A ESPOSA DIZEM: VEM.


A última menção do Espírito Santo na Bíblia mostra-o levando a esposa ( a igreja) a convidar todos os que quiserem a salvação a virem a Cristo.
A igreja está capacitada pelo poder do Espírito Santo a levar a efeito a evangelização do mundo. " Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém!
Ora, vem, Senhor Jesus"! Ap 22.20
Vem, Senhor Jesus. A Bíblia termina com a promessa de que Jesus breve voltará, à qual João responde: "Vem, Senhor Jesus". Este anseio é também o de todos os cristãos verdadeiros.

(1) Esta súplica é também uma confissão de que, enquanto Ele não vier, nossa redenção está incompleta, o mal e o pecado não estão exterminados, e este mundo não está renovado.

(2) Temos toda razão para crer que rapidamente aproxima-se o dia em que aquele que é chamado " a Palavra de Deus" descerá do céu para levar da terra os seus fiéis para a casa do Pai, depois Ele voltará em glória e triunfo para reinar para sempre como "Rei dos reis e Senhor dos senhores". Essa é a nossa imutável esperança e jubilosa expectativa. 

O SENHOR É O MEU PASTOR


O SENHOR . 

Este salmo, originado na mente do Senhor e inspirado pelo Espírito Santo, expressa seu empenho e incessante cuidado pelos seus seguidores. Eles são o precioso alvo do seu divino amor. 
Ele tem cuidado de cada um deles, como um pai cuida dos seus filhos e como um pastor, das suas ovelhas.

O SENHOR É O MEU PASTOR.

 Mediante uma metáfora frequentemente empregada no AT, Deus é comparado aqui a um pastor, ilustrando isso o seu grande amor  por seu povo. O próprio Senhor Jesus empregou a mesma metáfora para expressar seu relacionamento com os seus. Duas verdades destacam-se aqui:

(1) Deus, através de Cristo e do Espírito Santo, está tão afeiçoado a cada um de seus filhos, que Ele deseja amar, cuidar, proteger, guiar e estar perto desses filhos, como o bom pastor cuida das suas ovelhas.

(2) Os crentes são as ovelhas do Senhor. Pertencemos a Ele e somos alvo especial do seu amor e atenção. 
Embora "todos nós andamos desgarrados como ovelhas", o Senhor nos redimiu com o seu sangue derramado, e agora somos dEle. Como suas ovelhas, podemos lançar mão das promessas desse salmo quando atendemos a sua voz e o seguimos.

NADA ME FALTARÁ.

Isto significa: 
(1) que não me faltará nada que for necessário à realização da vontade de Deus na minha vida, e 
(2) que me contentarei com a provisão e o cuidado do Bom Pastor, mesmo em tempos pessoalmente difíceis, porque confio no seu amor e cuidado por mim.

Posso todas as coisas naquele que me fortalece. Filipenses 4.13

O SENHOR É O MEU ROCHEDO... LUGAR FORTE... FORTALEZA


As metáforas deste versículo podem ser aplicadas às lutas contínuas do crente contra as forças físicas e espirituais do presente. Seis símbolos descrevem o cuidado de Deus por nós: 
"meu rochedo" - segurança e proteção, pela força imutável de Deus, "meu lugar forte" - um lugar de refúgio e segurança onde o inimigo não pode penetrar; "meu libertador" - um protetor vivente; "meu escudo" - Deus se interpõe entre nós e o mal; "a força da minha salvação" - força e poder vitoriosos para nos livrar e salvar; "meu alto refúgio" - um lugar seguro para nos elevar acima dos perigos desta vida. Grande é o seu amor por nós somente no Senhor teremos segurança, paz e amor. Deus seja louvado. Amém!

A ORAÇÃO EFICAZ

A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor. Além de palavras como "oração" e "orar", essa atividade é descrita como invocar a Deus. Invocar o nome do Senhor, clamar ao Senhor, levantar nossa alma ao Senhor, buscar ao Senhor, aproximar-se do trono da graça com confiança e chegar perto de Deus. A Bíblia apresenta motivos claros para o povo de Deus orar. Antes de tudo, Deus ordena que o crente ore. O mandamento para orarmos vem através dos salmistas, dos profetas, dos apóstolos e do próprio Senhor Jesus. Deus aspira a comunhão conosco, mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele. A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas ilustram esse principio. Jesus, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o Espírito Santo se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial. Por isso, depois da ascensão de Jesus, seus seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo até o Espírito Santo ser derramado com poder no dia de pentecostes. 

SÍMPLICES NO MAL

Deus quer que os crentes sejam inocentes naquilo que é mal; esta palavra significa "sem mistura" ou "puro", inocente como a criança, cuja mente não teve contato com o mal, nem contaminou-se com os males deste mundo. Este princípio bíblico contraria a ideia que alguns defendem,
de que os filhos de crentes devem ser expostos  ao pecado, à imoralidade, à impiedade e às coisas de Satanás, afim de aprenderem a enfrentar a tentação. Alguns sugerem que as crianças não precisam ser protegidas da impiedade. Porém, segundo a revelação bíblica, essa filosofia não somente se contrapõe à vontade de Deus para o crente, como também representa a vontade do próprio Satanás, de que todos sejam expostos ao conhecimento do bem e do mal.

ESCAPA-TE DO INFERNO


A palavra traduzida "inferno" (gr. gehenna) nesta passagem refere-se a um lugar de tormento eterno e de fogo inextinguível, reservados aos ímpios. 
A Bíblia ensina que a existência do homem não termina com a morte, mas que continua para sempre, ou na presença de Deus, ou num lugar de tormento. 
A respeito do estado dos perdidos, na outra vida, devemos notar os seguintes fatos: 
Jesus ensinou que há um lugar de castigo eterno para aqueles que são condenados por rejeitarem a salvação. 
Trata-se da terrível realidade do inferno, como o lugar onde "o fogo nunca se apaga"; "O fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos"; um lugar de "pranto e ranger de dentes" onde os perdidos ficarão aprisionados nas trevas; e um lugar de tormento e angústia e de separação do céu. 
O ensino nas Epístolas é do mesmo teor. 
Fala de um julgamento vindouro da parte de Deus. Da sua vingança sobre os que desobedecem ao evangelho. 
Fala de uma separação da presença e da glória do Senhor, e da destruição dos inimigos de Deus. 
A Bíblia ensina que é inevitável o castigo dos malfeitores. 
O fato predominante é a condenação, o sofrimento e a separação de Deus, eternamente. 
O cristão sabe que essa doutrina não é agradável, nem de fácil entendimento. Mesmo assim, ele deve submeter-se à autoridade da Palavra de Deus e confiar na decisão e na justiça divinas. 
Devemos sempre ter em mente que Deus enviou seu Filho para morrer por nós, para que ninguém pereça. 
É intenção e desejo de Deus que ninguém vá para o inferno. 
Quem for para o inferno é porque rejeitou a salvação provida por Deus. 
O fato e a realidade do inferno devem levar todo o povo de Deus a aborrecer e repelir o pecado com toda veemência; a buscar continuamente a salvação dos perdidos, e a advertir todos os homens a respeito do futuro e justo juízo de Deus.