EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O TEMOR DO SENHOR

Deuteronômio 6.1-2 "Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir; para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, e que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho do teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados."
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Um mandamento frequentemente ao povo de Deus do AT é "temer a Deus" ou "temer ao Senhor".
É importante que saibamos o que esse mandamento significa para nós como crentes.
Somente à medida que verdadeiramente temeremos ao Senhor é que seremos libertos da escravidão de todas as formas de temores anormais e satânicas.
O SIGNIFICADO DO TEMOR DE DEUS.
O mandamento geral de "temer ao Senhor" inclui uma variedade de aspectos do relacionamento entre o crente e Deus.
(1) É fundamental, no temor a Deus, reconhecer a sua santidade, justiça e retidão como complemento do seu amor e misericórdia, i.e., conhecê-lo e compreender plenamente quem Ele é (cf. Pv 2.5).
Esse temor baseia-se no reconhecimento que Deus é um Deus santo, cuja natureza inerente o leva a condenar o pecado.
(2) Temer ao Senhor é considerá-lo com santo temor e reverência e honrá-lo como Deus, por causa da sua excelsa glória, santidade, majestade e poder (ver Fp 2.12 nota).
Quando, por exemplo, os israelitas no monte Sinai viram Deus manifestar-se através de "trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte" o povo inteiro "estremeceu" Êx 19.16) e implorou a Moisés que este falasse, ao invés de Deus (Êx 20.18,19; Dt 5.22-27). Além disso, o salmista, na sua reflexão a respeito do Criador, declara explicitamente:
"Tema toda a terra ao SENHOR; temam-no todos os moradores do mundo.
Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu" (Sl 33.8,9).
(3) O verdadeiro temor de Deus leva o crente a crer e confiar exclusivamente nEle para a salvação. Por exemplo: depois que os israelitas atravessaram o mar Vermelho como em terra seca e viram a extrema destruição do exército do egípcio, "temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR" (ver Êx 14.31 nota).
 Semelhantemente, o salmista conclama a todos os que temem ao Senhor: "confiai no SENHOR; ele é vosso auxílio e vosso escudo" (Sl 115.11).
 Noutras palavras, o temor ao Senhor produz no povo de Deus esperança e confiança nEle.
Não é de admirar, pois, que tais pessoas se salvem (Sl 85.9) e desfrutem do amor perdoador de Deus, e da sua misericórdia (Lc 1.50; cf. Sl 103.11; 130.4).
(4) Finalmente, temer a Deus significa reconhecer que Ele é um Deus que se ira contra o pecado e que tem poder para castigar a quem transgride suas justas leis, tanto no tempo como na eternidade (cf. Sl 76.7,8).
Quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, tiveram medo e procuraram esconder-se da presença de Deus (Gn 3.8-10).
Moisés experimentou esse aspecto do temor de Deus quando passou quarenta dias e quarenta noites em oração, intercedendo pelos israelitas transgressores: "temi por causa da ira e do furor com que o SENHOR tanto estava irado contra vós, para vos destruir" (9.19).
RAZÕES PARA TERMOS TEMOR DE DEUS.
As razões para temer o Senhor vêm do significado do temor do Senhor.
(1) Devemos temê-lo por causa do seu grande poder como o Criador de todas as coisas e de todas as pessoas (Sl 33.6-9; 96.4,5; Jo 1.9).
(2) Além disso, o poder inspirador de santo temor que Ele exerce sobre os elementos da criação e sobre nós é motivo de temê-lo (Êx 20.18-20; Ec 3.14; Jn 1.11-16; Mc 4.39-41).
(3) Quando nós nos apercebemos da santidade do nosso Deus, i.e., sua separação do pecado, e sua aversão constante a ele, a resposta normal do espírito humano é temê-lo (Ap 15.4).
(4) Todos quantos contemplarem o esplendor da  glória de Deus não podem deixar de experimentar reverente temor (Mt 17.1-8).
(5) As bênçãos contínuas que recebemos da parte de Deus, especialmente o perdão dos nossos pecados (Sl 130.4), devem nos levar a temê-lo e a amá-lo (1 Sm 12.24; Sl 34.9; 67.7; Jr 5.24; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA).
(6) É indubitável que o fato de Deus ser um Deus de justiça, que julgará a totalidade da raça humana, gera o temor a Ele (17.12,13; Is 59.18,19; Ml 3.5; Hb 10.26-31).
É uma verdade solene e santa que Deus constantemente observa e avalia as nossas ações, tantos as boas quanto as más, e que seremos responsabilizados por essas ações, tanto agora como no dia do nosso julgamento individual.
CONOTAÇÕES PESSOAIS LIGADAS AO TEMOR DE DEUS.
O temor de Deus é muito mais do que uma doutrina bíblica; ele é diretamente aplicável à nossa vida diária, de numerosas maneiras.
(1) Primeiramente, se realmente tememos ao Senhor, temos uma vida de obediência aos seus mandamentos e damos sempre um "não" estridente ao pecado.
Uma das razões porque Deus inspirou temor nos israelitas no monte Sinai foi para que aprendessem a desviar do pecado e a obedecer à sua lei (Êx 20.20). Repetidas vezes no seu discurso final aos israelitas, Moisés mostrou o relacionamento entre ao temor ao Senhor e o serviço e a obediência a Ele (e.g., 5.29; 6.2,24; 10.12; 13.4; 17.19; 31.12).
Segundo o salmista, "temer ao Senhor equivale  a deleitar-se nos seus mandamentos" (Sl 112.1) e seguir os seus preceitos (Sm 119.63).
Salomão ensinou que "pelo temor do SENHOR, os homens se desviam do mal" (Pv 16.6; cf. 8.13).
Em Eclesiastes, o dever inteiro da raça humana resume-se em dois breves imperativos: "Teme a Deus e guarda os seus mandamentos" (Ec 12.13).
Inversamente, aquele que se contenta em viver na iniquidade, assim faz porque "não há temor de Deus perante os seus olhos" (Sl 36.1-4).
(2) Um corolário importante da conotação supra é que o crente deve ensinar seus filhos a temer ao Senhor, levando-os a abominar o pecado e a guardar os santos mandamentos de Deus (4.10; 6.1,2,6-9).
A Bíblia declara frequentemente que "O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria" (Sl 111.10; cf. Jó 28.28; Pv 1.7; 9.10).
Visto que um alvo básico na educação dos nossos filhos é que vivam segundo os princípios da sabedoria estabelecidos por Deus (Pv 1.1-6), ensinar esses filhos a temerem ao Senhor é um primeiro passo decisivo (ver o estudo PAIS E FILHOS).
(3) O temor de Deus tem um efeito santificante sobre o povo de Deus.
Assim como há um efeito santificante na verdade da Palavra de Deus (Jo 17.17), assim também há um efeito santificante no temor a Deus.
Esse temor inspira-nos a evitar o pecado e desviar-nos do mal (Pv 3.7; 8.13; 16.6).
Ele nos leva a ser cuidadosos e comedidos no que falamos (Pv 10.19; Ec 5.2,6,7).
Ele nos protege do colapso da nossa consciência, bem como a nossa firmeza moral.
O temor do Senhor é puro e purificador (Sl 19.9); é santo e libertador no seu efeito.
(4) O temor do Senhor motiva o povo de Deus a adorá-lo de todo o seu ser.
Se realmente tememos a Deus, nós o adoramos e o glorificamos como o Senhor de tudo (Sl 22.23).
Davi equipara a congregação dos que adoram a Deus com "os que o temem" (Sl 22.25).
Igualmente, no final da história, quando um anjo na esfera celestial proclama o evangelho o evangelho eterno e conclama a todos na terra a temerem a Deus, acrescenta prontamente: "e dai-lhe glória... E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap 14.6,7).
(5) Deus promete que recompensará a todos que o temem. "O galardão da humildade e o temor do SENHOR são riquezas e honra, e vida" (Pv 22.4).
Outras recompensas prometidas são a proteção da morte (Pv 14.26,27), provisões para a nossas necessidades diárias (Sl 34.9; 111.5), e uma vida longa (Pv 10.27).
Aqueles que temem ao Senhor sabem que "bem sucede aos que temem a Deus", não importando o que aconteça no mundo ao redor (Ec 8.12,13).
(6) Finalmente, o temor ao Senhor confere segurança e consolo espiritual indizíveis para o povo de Deus.
O NT vincula diretamente o temor de Deus ao conforto do Espírito Santo (At 9.31).
Por um lado, quem não teme ao Senhor não tem qualquer consciência da sua presença, graça e proteção (ver 1.26 nota); por outro lado, os que temem a Deus e guardam os mandamentos dEle têm experiência profunda de proteção espiritual na sua vida, e da unção do Espírito Santo.
Têm certeza de que Deus vai "livrar a sua alma da morte" (Sl 33.18,19; ver os estudos A MORTE, e A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO).

DEUS ABENÇOE TODOS VOCÊS EM CRISTO JESUS. AMÉM!

domingo, 9 de dezembro de 2018

O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS

Deuteronômio 29.1 "Estas são as palavras do concerto que o SENHOR ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em Horebe."

O CONCERTO NO MONTE SINAI (HOREBE).
Deus fez um concerto com Abraão e o renovou com Isaque e Jacó (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ).
O concerto de Deus com os israelitas, feito ao sopé do monte Sinai (ver Êx 19.1 nota), abrange os dois princípios básicos tratados no estudo supra citado.
(1) Unicamente Deus estabelece as promessas e compromisso do seu concerto, e
(2) aos seres humanos cabe aceitá-los com fé obediente. A diferença principal entre este concerto e o anterior é que Deus fez um sumário das respectivas promessas e responsabilidades do concerto antes da sua ratificação (Êx 24.1-8).
(1) As promessas de Deus, neste concerto, eram basicamente as mesmas que foram feitas a Abraão (ver Êx 19.1 nota). Deus prometeu
(a) que daria aos israelitas a terra de Canaã depois de libertá-los da escravidão no Egito (Êx 6.3-6; 19.4; 23.20,23), e
(b) que Ele seria o seu Deus e que os adotaria como o seu povo (Êx 6.7; 19.6; ver Dt 5.2 nota).
O alvo supremo de Deus era trazer ao mundo o Salvador através do povo do concerto.
(2) Antes de Deus cumprir todas essas promessas, Ele requereu que os israelitas se comprometessem a observar as suas leis declaradas quando eles estavam acampados no monte Sinai.
Depois de Deus revelar os dez mandamentos e muitas outras leis do concerto (ver o estudo A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO), os israelitas juraram a uma só voz: "Todas as palavras que o SENHOR tem falado faremos" (Êx 24.3). Sem essa promessa solene de aceitarem as normas da lei de Deus, o concerto entre eles e o Senhor não teria sido confirmado (ver Êx 24.8, nota).
(3) Essa resolução de cumprir a lei de Deus, continuou como uma condição prévia do concerto. Somente pela perseverança na obediência aos mandamentos do Senhor e no oferecimento dos sacrifícios determinados por Deus e igualmente continuaria a receber as suas bênção.
Noutras palavras, a continuação da eleição de Israel como povo de Deus dependia da sua obediência ao seu Senhor (ver Êx 19.5 nota).
(4) Deus também estipulou claramente o que aconteceria se o seu povo deixasse de cumprir as obrigações do concerto.
O castigo pela desobediência era a destruição daquele povo, quer por banimento, quer por morte (ver Êx 31.14,15).
Trata-se de uma repetição da advertência de Deus, dada por ocasião do êxodo, i.e., aqueles que não cumprissem as suas instruções para a Páscoa seriam excluídos do povo (Êx 12.15,19; 12.15 nota). Essas advertências não eram fictícias.
Em Cades, por exemplo, quando os israelitas se rebelaram, incrédulos, contra o Senhor e se recusaram a entrar em Canaã, por medo dos seus habitante, Deus se irou com eles e, como castigo, fê-los peregrinar no deserto durante trinta e nove anos; ali, morreram todos os israelitas com mais de vinte anos de idade (exceto Calebe e Josué, ver Nm 13.26 - 14.39; 14.29 nota).
O castigo pela desobediência e incredulidades deles foi a perda do privilégio de habitar na terra do repouso, por Deus prometido (cf Sl 95.7-11; Hb 3.9-11,18).
(5) Deus não esperava de seu povo uma obediência perfeita, e sim uma obediência sincera e firme. O concerto já reconhecia que às vezes, devido às fraqueza humana, eles fracassariam (ver 30.20 nota). Para remi-los da culpa do pecado e reconciliá-los consigo mesmo, Deus proveu o sistema geral de sacrifícios e, em especial, o Dia Anual da Expiação (ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO). O povo podia, assim, confessar seus pecados, oferecer os diversos sacrifícios, e deste modo reconciliar-se com o seu Senhor.
Todavia, Deus julgaria severamente os desobedientes, a rebeldia e a apostasia deliberada.
(6) No seu concerto co os israelitas, Deus tencionava que os povos doutras nações, ao observarem a fidelidade de Israel a Deus, e as bênçãos que recebiam, buscassem o Senhor e integrassem a comunhão da fé (ver 4.6 nota).
Um dia, através do Redentor prometido, um convite seria feito às nações da terra para participarem dessas promessas.
Assim, o concerto tinha um relevante aspecto missionário.

O CONCERTO RENOVADO NAS PLANÍCIES DE MOABE.
Depois que a geração rebelde e infiel dos israelitas pereceu durante trinta e nove anos de peregrinação no deserto, Deus chamou uma nova geração de israelitas e preparou-os para entrarem na terra prometida, mediante a renovação do concerto com Ele. Para uma conquista bem-sucedida da terra de Canaã, necessário era que eles se comprometessem com esse concerto e que tivessem a garantia que o Senhor Deus estaria com eles.
(1) Essa renovação do concerto é o enfoque principal do livro de Deuteronômio (ver introdução). Depois de uma introdução (1.1-5), Deuteronômio faz resumo histórico de como Deus lidou com seu povo desde a partida do Sinai (1.6 - 4.43). Repete as principais condições do concerto (4.44 - 26.19), relembra aos israelitas as maldições e as bênçãos do concerto (27.1 - 30.20). e termina com as providências para a continuação do concerto (31.1 - 33.29).
Embora o fato não seja mencionado especificamente no livro, podemos ter como certo, assim como a geração anterior fizera no monte Sinai (cf. Êx 24.1-8; Dt 27; 29.10-14).
(2) O conteúdo básico desse concerto continuou como o do monte Sinai.
Um assunto reiterado no livro inteiro de Deuteronômio é que, se o povo de Deus obedecesse a todas as palavras do concerto, teria a bênção divina; em caso contrário, teria a maldição divina (ver especialmente 27 - 30).
A única maneira deles e seus descendentes permanecerem para sempre na terra de Canaã era guardarem o concerto, amando ao Senhor (ver 6.5 nota) e obedecendo à sua lei (30.15-20).
(3) Moisés ordenou ao povo que periodicamente relembrasse o concerto feito.
 Cada sétimo ano, na Festa dos Tabernáculos, todos os israelitas deviam comparecer ao lugar que Deus escolhesse.
Ali, mediante a leitura da lei de Moisés, eles relembrariam do concerto de Deus com eles, e também, mediante a renovação da promessa, de cumprir o que ouviam (3.9-13).
(4) O AT registra vários exemplos notáveis dessa lembrança e renovação do concerto.
Após a conquista da terra, e pouco antes da morte de Josué, este conclamou todo o povo com esse propósito (Js 24).
A resposta do povo foi clara e inequívoca: "Serviremos ao SENHOR, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz" (Js 24.24).
Diante disso: "Assim, fez Josué concerto, naquele dia, com o povo" (Js 24.25).
Semelhantemente, Joiada dirigiu uma cerimônia de renovação do concerto, quando Joás foi coroado (2 Rs 11.17), e assim fizeram também Josias (2 Rs 23.1-3), Ezequias (cf. 2 Cr 29.10) e Esdras (Ne 8.1 - 10.39).
(5) A chamada para relembrar e renovar o concerto é oportuna hoje.
O NT é o concerto que Deus fez conosco em Jesus Cristo. Lembramos do seu concerto conosco quando lemos e estudamos a sua revelação contendo suas promessas e preceitos, quando ouvimos a exposição da Palavra de Deus e, mais especificamente, quando participamos da Ceia do Senhor (ver 1 Co 11.17-34).
Na Ceia do Senhor, também renovamos nossos compromissos de amar ao Senhor e servi-lo de todo coração (ver 1 Co 11.20 nota).

DEUS ABENÇOA TODOS VOCÊS. AMÉM!

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A DESTRUIÇÃO DOS CANANEUS

Josué 6.21 "E tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente a fio da espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até ao velho, até ao boi e gado miúdo e ao jumento."

A DESTRUIÇÃO DOS CANANEUS.
(1) Antes de a nação de Israel entrar na terra prometida, Deus tinha dado instruções rigorosas quanto ao que deviam fazer com os moradores dali - deviam ser totalmente destruídos.
"Porém, das cidades destas nações, que o Senhor, teu Deus, te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixará com vida.
Antes, destruí-las-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos ferezeus, e as heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o Senhor, teu Deus" (Dt 20.16,17; cf. Nm 33.51-53).
(2) O Senhor repetiu essa ordem depois dos israelitas atravessarem o Jordão e entrarem em Canaã. Em várias ocasiões, o livro de Josué declara que a destruição das cidades e dos cananeus pelos israelitas foi ordenadas pelo Senhor (Js 6.2; 8.1,2; 10.8).
Os crentes do novo concerto frequentemente argumentam sobre até que ponto essa destruição em massa de seres humanos é corrente com outras partes da Bíblia como revelação divina, que tratam do amor, justiça de Deus e do seu repúdio à iniquidade.
(3) A destruição de Jericó é um relato do justo juízo divino contra um povo iníquo em grau máximo e irremediável, cujo pecado chegara a atingir sua plena medida (Gn 15.16; Dt 9.4,5).
Noutras palavras, Deus aniquilou os moradores daquela cidade e outros habitantes de Canaã porque estes se entregaram totalmente à depravação moral. 
A arqueologia revela que os cananeus estavam envolvidos em todas as formas de idolatria, prostituição cultural, violência, a queima de crianças em sacrifício aos seus deuses e espiritismo (cf. Dt 12.31; 18.9-13; ver Js 23.12 nota).
(4) A destruição total dos cananeus era necessária para salvaguardar Israel da destruidora influência da idolatria e pecado dos cananeus.
Deus sabia que se aquelas nações ímpias continuassem a existir, ensinariam os israelitas "a fazer conforme todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o Senho, vosso Deus" (Dt 20.18).
Este versículo exprime o princípio bíblico permanente, de que o povo de Deus deve manter-se separado da sociedade ímpia ao seu redor (Dt 7.2-4; 12.1-4; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE e O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO).
(5) A destruição das cidades cananeias e seus habitantes, demonstra um princípio básico de julgamento divino: quando o pecado de um povo alcança sua medida máxima, a misericórdia de Deus sede lugar ao juízo (cf. 11.20).
Deus já aplicara esse mesmo princípio, quando do dilúvio (Gn 6.5,11,12) e da destruição das cidades iníquas de Sodoma e Gomorra (Gn 18.20-33; 19.24,25).
(6) A história subsequente de Israel confirma a importância desse princípio e da ordem divina de que todas as nações pagãs fossem destruídas.
Na realidade, os israelitas desobedeceram ao mandamento do Senhor e não expulsaram completamente todos os habitantes de Canaã.
Como resultado, começaram a seguir seus caminhos detestáveis e a servir a seus deuses-ídolos (ver Jz 1.28 nota; 2.2,17 notas).
O livro de Juízes é a resposta daquilo que o Senhor fez em resposta a essa apostasia.
(7) Finalmente, a destruição daquela geração de cananeus tipifica e prenuncia o juízo final de Deus sobre os ímpios, no fim dos tempos.
O segundo e verdadeiro Josué da parte de Deus, i.e., Jesus Cristo, voltará em justiça, com os exércitos do céu a fim de julgar todos os ímpios e de batalhar contra eles (Ap 19.11-21).
Todos aqueles que rejeitarem a sua oferta de graça e de salvação e que continuarem no pecado, perecerão assim como os cananeus.
Deus abaterá todas as potências mundiais e estabelecerá na terra o seu reino da justiça (Ap 18.20,21; 20.4-10; 21.1-4).

DEUS EM CRISTO JESUS ABENÇOE VOCÊS. AMÉM!

sábado, 1 de dezembro de 2018

O CONCERTO DE DEUS COM DAVI

2 Samuel 7.16 "... a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre".
A NATUREZA DO CONCERTO COM DAVI.
(1) Embora a palavra "concerto" não ocorra literalmente em 2 Sm 7, é evidente que Deus estava estabelecendo um concerto com Davi.
Em Sl 89.3,4, por exemplo, Deus diz: "Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração" (ver também Sl 89.34-36). A promessa de que o trono do povo de Deus seria estabelecido para sempre através da descendência de Davi é exatamente a mesma que Deus fez a Davi em 2 Sm 7 (note-se especialmente no v. 14).
Além disso, posteriormente em 2 Samuel, o próprio Davi faz referência ao "concerto eterno" que Deus fez com ele (2 Sm 23.5), sem dúvida aludindo a 2 Sm 7.
(2) Os mesmos dois princípios que operam noutros concertos do AT também estão em evidência aqui: apenas Deus estabelecia as suas promessas e os deveres do seu concerto e esperava que do lado humano houvesse o aceite com fé obediente (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ, e O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS).
(a) Nesse concerto de Deus com Davi, Ele fez uma promessa de cumprimento imediato, que era estabelecer o reino do filho de Davi, Salomão, o qual edificaria uma casa para o Senhor, i.e., o templo (2 Sm 7.11-13).
(b) Ao mesmo tempo, a promessa de Deus de que a casa ou dinastia de Davi duraria para sempre sobre os israelitas estava condicionada à fiel obediência de Davi e dos seus descendentes.
Noutras palavras, esse concerto era eterno somente no sentido de Deus ter sempre um descendente de Davi no trono em Jerusalém, desde que os governantes de Judá permanecessem em obediência e fidelidade a Ele.
(3) Durante os quatro séculos seguintes, a linhagem de Davi permaneceu ininterrupta no trono de Judá. Quando, porém, os reis de Judá, especialmente Manassés e aqueles que reinaram depois do rei Josias, rebelaram-se continuamente contra Deus ao adorarem ídolos e desobedecerem à sua lei, Deus, por fim, os impediu de ocuparem o trono. Permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia invadisse a terra de Judá, sitiasse a cidade de Jerusalém e, finalmente, destruísse a cidade juntamente com seu templo (2 Rs 25; 2 Cr 36). Agora, o povo de Deus estava primeira vez desde a escravidão no Egito, sob o domínio de governantes estrangeiros.
JESUS CRISTO EM RELAÇÃO A ESTE CONCERTO.
Havia porém, um aspecto do concerto de Deus com Davi que era condicional - que o reino de Davi seria por fim estabelecido para sempre.
(1) A culminância da promessa de Deus era que a linhagem de Davi viria um descendente que seria o Rei messiânico e eterno. Este Rei dominaria sobre os fiéis em Israel e sobre todas as nações (cf. Is 9.6,7; 11.1,10; Mq 5.2,4) Sairia da cidade de Belém (Mq 5.2,4), e seu governo se estenderia até os confins da terra (Zc 9.10). Ele seria chamado: "O SENHOR, Justiça Nossa" (Jr 23.5,6) e consumaria a redenção do pecado (Zc 13.1). O cumprimento da promessa davídica teve início com o nascimento de Jesus Cristo, anunciado pelo anjo Gabriel a Maria, uma piedosa descendente da família de Davi (Lc 1.30-33; cf. At 2.29-35).
(2) Essa promessa foi um desdobramento do concerto feito em Gn 3.15, que predisse a derrota de Satanás através de um descendente de Eva (Gn 3.15 nota); foi um prosseguimento do concerto feito com Abraão e seus descendentes (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ).
(3) O cumprimento dessa promessa abrangia a ressurreição de Cristo dentre os mortos e sua exaltação à destra de Deus no céu (At 2.29-33), de onde Ele agora governa como Reis dos reis e Senhor dos senhores.
A primeira missão de Cristo como Senhor exaltado foi o derramamento do Espírito Santo sobre o seu povo (At 1.8; 2.4,33).
(4) O régio governo de Cristo caracteriza-se por um chamamento, dirigido a todas as pessoas, no sentido de largarem o pecado e o mundo perverso, aceitarem Cristo como Senhor e Salvador e receberem o Espírito Santo (At 2.32-40).
(5) O reino eterno de Cristo inclui:
(a) seu atual domínio sobre o reino de Deus e sua primazia sobre a igreja,
(b) seu futuro reino milenar sobre as nações (Ap 2.26,27; 20.4) e
(c) seu reino eterno nos céus e na nova terra (Ap 21 - 22).
DEUS ABENÇOE TODOS VOCÊS. AMÉM!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO

Êxodo 20.1,2 "Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão."
Um dos aspectos mais importante da experiência dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a lei de Deu através do seu líder, Moisés.
A Lei Moisaica (hb. Torah, que significa "ensino"), admite uma tríplice divisão:
(a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17);
(b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (21.1 - 23.33); e
(c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial, que (24.12 - 31.18). Note os seguintes fatos no tocante à natureza e à função da lei no Antigo Testamento.
(1) A lei foi dada por Deus em virtude do concerto que Ele fez com o seu povo.
Ela expunha as condições do concerto a que o povo devia obedecer por lealdade ao Senhor Deus, a quem eles pertenciam.
Os israelitas aceitaram formalmente essas obrigações do concerto (24.1-8; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS. BREVE).
(2) A obediência de Israel à lei devia fundamentar-se na misericórdia redentora de Deus e na sua libertação do povo (19.4).
(3) A lei revela a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1- 24.8) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33).
A lei não foi dada como um meio de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo.
Os israelitas deviam obedecer à lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20)
(4) Tanto no AT quanto no NT, a total confiança em Deus e na sua Palavra (Gn 15.6), e o amor sincero a Ele (Dt 6.5), formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos.
Israel fracassou exatamente nesse ponto, pois constantemente aquele povo não fazia da fé em Deus, do amor para com Ele de todo o coração e do propósito de andar nos seus caminhos, o motivo de cumprirem a sua lei.
Paulo declara que Israel não alcançou a justiça que a lei previa, porque "não foi pela fé" que buscavam (Rm 9.32).
(5) A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor (ver Gn 2.9 nota; Dt 6.5 nota) levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor (cf. Gn 2.16 nota; Dt 4.1,40; 5.33; 8.1; Sl 119.45; Rm 8.13; 1 Jo 1.17).
(6) A lei expressava a natureza e o carácter de Deus, i.e., seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal. Os fiéis israelitas deviam guardar a lei moral de Deus, pois foram criados à sua imagem (Lv 19.2).
(7) A salvação no AT jamais teve por base a perfeição mediante a guarda de todos os mandamentos. 
Inerente no relacionamento entre Deus e Israel, estava o sistema de sacrifício, mediante os quais, o transgressor da lei obtinha o perdão, quando buscava a misericórdia de Deus, com sinceridade, arrependimento e fé, conforme a provisão divina expiatória mediante o sangue.
(8) A lei e o concerto do AT não eram perfeitos, nem permanentes. A lei funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus até que Cristo viesse (Gl 3.22-26).
O antigo concerto agora foi substituído pelo novo concerto, no qual Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo (Rm 3.24-26; ver Gl 3.19, nota com matéria adicional sobre a natureza e função da lei no AT).
(9) A lei foi dada por Deus e acrescentada à promessa "por causa das transgressões" (Gl 3.19); i.e., tinha o propósito (a) de prescrever a conduta de Israel; (b) definir o que era pecado; (c) revelar aos israelitas a sua tendência inerente de transgredir a vontade de Deus e de praticar o mal, e (d) despertar neles o sentimento da necessidade da misericórdia, graça e redenção divina (Rm 3.20; 5.20; 8.2).
Deus abençoe todos vocês em Cristo Jesus. Amém!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

A ORAÇÃO EFICAZ (COMPLETO)

1 Reis 18.42b-45 "Elias subiu ao cume do Camelo, e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. 
E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna lá sete vezes. Então sucedeu que, à sétima vez, disse: 
Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva te não apanhe. 
E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel".
A ORAÇÃO EFICAZ
A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor.
Além de palavras como "oração" e "orar", essa atividade é descrita como invocar a Deus (Sl 17.6). Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26), clamar ao Senhor (Sl 3.4), levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1), buscar ao Senhor (Is 55.6), aproximar-se do trono da graça com confiança (Hb 4.16) e chegar perto de Deus (Hb 10.22).
MOTIVOS PARA A ORAÇÃO.
A Bíblia apresenta motivos claros para o povo de Deus orar.
(1) Antes de tudo, Deus ordena que o crente ore.
O mandamento para orarmos vem através dos salmistas (1 Cr 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am 5.4,6), dos apóstolos (Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1 Ts 5.17) e do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24). Deus aspira a comunhão conosco; mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele.
(2) A oração é o elo de ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas.
Numerosas passagens bíblicas ilustram esse princípio. Jesus, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o Espírito Santo se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial (Lc 11.5-13). 
Por isso, depois da acensão de Jesus seus seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo (At 1.14) até o Espírito Santo ser derramado com poder (At 1.8) no dia de Pentecostes (At 2.1-4).
Quando os apóstolos reuniram após ser libertos da prisão pelas as autoridades judaicas, oraram fervorosamente para o Espírito Santo lhes concede ousadia e autoridade divina para falarem a palavra dEle. "E tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus" (At 4.31).
O apóstolo Paulo frequentemente pedia oração em seu próprio favor, sabendo que a sua obra não prosperaria se os crentes não orassem por ele (Rm 15.30-32; 2 Co 1.11; Ef 6.18,20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; ver o estudo INTERCESSÃO). Tiago declara inequivocamente que o crente pode receber a cura física em resposta à "oração da fé" (Tg 5.14,15).
(3) Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção.
Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo.
Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes (ver Êx 33.11 nota). 
Por exemplo: Deus quer enviar obreiros para evangelizar.
Cristo ensina que tal obra não será levada a efeito dentro da plenitude do propósito de Deus sem as orações do seu povo: 
"Rogai, pois, ao Senhor da seara que lhe mande ceifeiros para sua seara" (Mt 9.38). Noutras palavras, o poder de Deus para cumprir muitos dos seus propósitos é liberado somente através das orações contritas do seu povo em favor do seu reino.
Se não orarmos, poderemos até mesmo estovar a execução do propósito divino da redenção, tanto para nós mesmos, como indivíduos, quanto para a igreja coletivamente.
REQUISITOS DA ORAÇÃO EFICAZ.
Nossa oração para ser eficaz precisa satisfazer certos requisitos.
(1) Nossas orações não serão atendidas se não tivermos fé genuína, verdadeira.
Jesus declarou abertamente: "Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis" (Mc 11.24). Ao pai de um menino endemoniado, Ele falou assim: "Tudo é possível ao que crê" (Mc 9.23). O autor de Hebreus admoesta-nos assim: "Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé" (Hb 10.22), e Tiago encoraja-nos a pedir com fé, não duvidando (Tg 1.6; cf. 5.15).
(2) Além disso, a oração deve ser feita em nome de Jesus. O próprio Jesus expressou esse princípio ao dizer: "E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (Jo 14.13,14).
Nossas orações devem ser feitas em harmonia com a pessoa, caráter e vontade de nosso Senhor (ver Jo 14.3 nota).
(3) A oração só poderá ser eficaz se feita segundo a perfeita vontade de Deus. "E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos algumas coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve" (1 Jo 5.14; ver o estudo A VONTADE DE DEUS).
Uma das petições da oração modelo de Jesus, o Pai Nosso, confirma esse fato: "Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu" (Mt 6.10; Lc 11.2; nota a oração do próprio Jesus no Getsêmani, Mt 26.42).
Em muitos casos, sabemos qual é a vontade de Deus, porque Ele no-la revelou na Bíblia.
Podemos ter certeza que será eficaz toda oração realmente baseada nas promessas de Deus constantes da sua Palavra. 
Elias tinha certeza de que o Deus de Israel atenderia a sua oração por meio do fogo e, posteriormente, da chuva, porque recebera a palavra profética do Senhor (18.1) e estava plenamente seguro de que nenhum deus pagão era maior do que o Senhor Deus de Israel, nem mais poderoso (18.21-24).
(4) Não somente devemos orar segundo a vontade de Deus, mas também devemos estar dentro da vontade de Deus, para que Ele nos ouça e atenda. Deus nos dará as coisas que pedimos, somente se buscarmos em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça (ver Mt 6.33 nota).
Apóstolo João declara que "qualquer coisa que lhe pedirmos, dEle a receberemos, porque guardamos os aos mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista" (1 Jo 3.22 nota). 
Obedecer aos mandamentos de Deus, amá-lo e agradá-lo são condições prévias e indispensáveis para termos respostas às orações.
Tiago ao escrever que a oração do justo é eficaz, refere-se tanto à pessoa que foi justificada pela fé em Cristo, quanto à pessoa que está a viver uma vida reta, obediente e temente a Deus - tal qual o profeta Elias (Tg 5.16-18; Sl 34.13,14).
O AT acentua este mesmo ensino.
Deus tornou claro que as orações de Moisés pelos israelitas eram eficazes por causa do seu relacionamento obediente com o Senho e da sua lealdade a Ele (ver Êx 33.17 nota).
Por outro lado, o salmista declara que se abrigarmos o pecado em nossa vida, o Senhor não atenderá as nossas orações (Sl 66.18; ver Tg 4.5 nota). Eis a razão principal por que o Senhor não atendia as orações dos israelitas idólatras e ímpios (Is 1.15). Mas se o povo de Deus arrepender-se e voltar-se dos seus caminhos ímpios, o Senhor promete voltar a atendê-lo, perdoar seus pecados e sarar a sua terra (2 Cr 7.14; cf. 6.36-39; Lc 18.14).
Note que a oração do sumo sacerdote pelo perdão dos pecados dos israelitas no Dia da Expiação não seria atendida se antes o seu próprio estado pecaminoso não fosse purificado (ver Êx 26.33 nota; ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO).
(5) Finalmente, para uma oração eficaz, precisamos ser perseverantes.
É essa a lição principal da parábola da viúva importuna (Lc 18.1-7; ver 18.1 nota).
A instrução de Jesus:
"Pedi... buscar... batei", ensina a perseverança da oração (ver Mt 7.7,8 nota).
O apóstolo Paulo também nos exorta à perseverança na oração (Cl 4.2 nota; 1 Ts 5.17 nota). Os santos do AT também reconheciam esse princípio. Por exemplo, foi somente enquanto Moisés perseverava em oração com suas mãos erguidas a Deus, que os israelitas venciam na batalha contra os amalequitas (ver Êx 17.11 nota).
Depois de Elias receber a palavra profética de que ia chover, ele continuou em oração até a chuva começar a cair (18.41-45). 
Numa ocasião anterior, esse grande profeta orou com insistência e fervor, para Deus devolver a vida ao filho morto da viúva de Serepta, até que sua oração foi atendida (17.17-23).
PRINCÍPIOS E MÉTODOS BÍBLICOS DA ORAÇÃO EFICAZ.
(1) Quais são os princípios da oração?
(a) Para orarmos com eficácia, devemos louvar e adorar a Deus com sinceridade (Sl 150; At 2.47; Rm 15.11; ver o estudo O LOUVOR A DEUS).
(b) Intimamente ligada ao louvor, e de igual importância, vem a ação de graças a Deus (Sl 100.4; Mt 11.25,26; Fp 4.6).
(c) A confissão sincera de pecados conhecidos é vital à oração da fé 9Tg 5.15,16; Sl 51; Lc 18.13; 1 Jo 1.9).
(d) Deus também nos ensina a pedir de acordo com as nossas necessidades, segundo está escrito em Tiago: deixemos de receber as coisas de que precisamos, ou porque não pedimos, ou porque pedimos com motivos injustos (Tg 4.2,3; Sl 27.7-12; Mt 7.7-11; Fp 4.6).
(e) Devemos orar de coração pelos os outros, especialmente oração intercessória (Nm 14.13-19; Sl 122.6-9; Lc 22.31,32; 23.34; ver o estudo A INTERCESSÃO).
(2) Como devemos orar? Jesus acentua a sinceridade do nosso coração, pois não somos atendidos na oração simplesmente pelo nosso falar de modo vazio (Mt 6.7).
Podemos orar em silêncio (1 Sm 1.13) ou em voz alta (Ne 9.4; Ez 11.13).
Podemos orar com nossas próprias palavras, ou usando palavras diretas das Escrituras.
Podemos orar com a nossa mente, ou podemos orar através do Espírito Santo (i.e., sem usar qualquer palavra humana (Rm 8.26), sabendo que o Espírito levará a Deus esses pedidos inaudíveis.
Ainda outro método de orar é cantar ao Senhor (Sl 92.1,2; Ef 5.19,20; Cl 3.16).
A oração profunda ao Senhor será, às vezes, acompanhada de jejum (Ed 8.21; Ne 1.4; Dn 9.3,4; Lc 2.37; At 14.23; ver Mt 6.16 nota).
(3) Qual a posição apropriada, do corpo, na oração? A Bíblia está cheia de exemplos de orações que foram poderosas e eficazes.
(1) Moisés fez numerosas orações intercessórias às quais Deus atendeu, mesmo depois de Ele dizer a Moisés que ia proceder de outra maneira (ver o estudo A INTERCESSÃO)
(2) Sansão, arrependido, orou pedindo uma última oportunidade de cumprir sua missão máxima de derrotar os filisteu; Deus atendeu essa oração ao lhe dar forças suficientes para derrubar as colunas do prédio onde os inimigos estavam exaltando o poder dos seus deuses (Jz 16.21-30).
(3) Deus respondeu às orações de Elias em pelo menos quatro grandes ocasiões; em todas elas redundaram em glória ao Deus de Israel (17-18; Tg 5.17,18).
(4) O rei Ezequias adoeceu e Isaías lhe declarou que morreria (2 Rs 20.1; Is 38.1). Ezequias, reconhecendo que sua vida e obra estavam incompletas, virou o rosto para parede e orou intensamente a Deus pera que prolongasse sua vida. Deus mandou Isaías retornar a Ezequias para garantir a cura e mais quinze anos de vida (2 Rs 20.1-6; Is 38.2-6).
(5) Não há dúvida de que Daniel orou ao Senhor na cova dos leões, pedindo para não ser devorado por eles, e Deus atendeu o seu pedido (Dn 6.10,16-22).
(6) Os cristãos primitivos oraram incessantemente a Deus pela libertação de Padro da prisão, e Deus enviou um anjo para libertá-lo (At 12.3-11; cf. 12.5 nota). Tais exemplos devem fortalecer a nossa fé e encher-nos de disposição para orarmos de modo eficaz, segundo os princípios na Bíblia.
Deus abençoe todos vocês em Cristo Jesus. Amém!

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A CHAMADA DE ABRAÃO

Gênesis 12.1-3 "Ora, o SENHOR disse a Abraão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem; e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra."
A CHAMADA DE ABRAÃO.
A chamada de Abraão (posteriormente chamado Abraão, 17.5), conforme a narrativa de Gênesis 12, dá início a um novo capítulo na revelação do AT sobre o propósito divino de redimir e salvar a raça humana.
A intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse os seus caminhos (ver 18.19 nota).
Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher (ver 3.15 nota; Gl 3.8,16,18).
Vários princípios importantes podem ser deduzidos da chamada de Abraão.
(1) A chamada de Abraão levou-o a separar-se da sua pátria, do seu povo e dos seus familiares (12.1), para tornar-se estrangeiro e peregrino na terra (Hb 11.13).
Em Abraão, Deus estava estabelecendo o princípio importante de que os seus deviam separar-se de tudo quanto possa impedir o propósito divino na vida deles (ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE e O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE  E O MUNDO).
(2) Deus prometeu a Abraão uma terra, uma grande nação através dos seus descendentes e uma bênção que alcançaria todas as nações da terra (12.2,3).
O NT ensina claramente que a última parte dessa promessa cumpre-se hoje na proclamação missionária do evangelho de Cristo (At 3.25; Gl 3.8).
(3) Além disso, a chamada de Abraão envolvia, não somente uma pátria terrestre, bem como uma celestial.
Sua visão alcançava um lar definitivo não mais na terra, e sim no céu; uma cidade cujo artificie e construtor é o próprio Deus.
A partir de então, Abraão desejava e buscava uma pátria celestial onde habitaria eternamente com Deus em justiça, alegria e paz (Hb 11.9,10, 14-16; Ap 21.1-4; 22.1-5).
Até então, ele seria estrangeiro e peregrino na terra (Hb 11.9,13).
(4) A chamada de Abraão continha não somente promessas, como também compromisso.
Deus requeria de Abraão a obediência quanto a dedicação pessoal a Ele como Senhor para que recebesse aquilo que lhe fora prometido. 
A obediência e a dedicação demandavam: 
(a) confiança na palavra de Deus, mesmo quando o cumprimento das promessas pareciam humanamente impossível (15.1-6; 18.10-14),
(b) obediência à ordem de Deus para deixar a sua terra (12.4; Hb 11.8),
(c) um esforço sincero para viver uma vida de retidão (17.1,2).
(5) A promessa de Deus a Abraão e a sua bênção sobre ele, estendem-se, não somente aos seus descendentes físicos (i.e., os judeus crentes),  como também a todos aqueles que com fé genuína (12.3) aceitarem e seguirem a Jesus Cristo, a verdadeira "posteridade" de Abraão (Gl 3.14,16).
Todos os que são da fé como Abraão, são "filhos de Abraão" (Gl 3.7) e são abençoados juntamente com ele (Gl 3.9).
Tornam-se posteridade de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3.29), o que inclui o receber pela fé "a promessa do Espírito" em Cristo Jesus (ver Gl 3.14 nota).
(6) Por Abraão possuir uma fé em Deus, expressa pela obediência, dele se diz que é o principal exemplo da verdadeira fé salvífica (15.6; Rm 4.1-5,16-24; Gl 3.6-9; Hb 11.8-19; Tg 2.21-23; ver 15.6 nota).
Biblicamente, qualquer profissão de fé em Jesus Cristo como Salvador que não requer obediência a Ele como Senhor não é a classe de fé que Abraão possuía e, portanto, não é a verdadeira fé salvífica (ver Jo 3.36 nota; e o estudo FÉ E GRAÇA).

domingo, 18 de novembro de 2018

O SOFRIMENTO DOS JUSTOS (PARTE FINAL 3)

Jó 2.7,8 "Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza."
CONTINUAÇÃO
(7) Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo, o sofrimento dos justos para propagar o seu reino e seu plano redentor.
Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios faziam parte do plano de Deus "para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento" (Gn 45.7); ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA). O principal exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, "o Santo e o Justo" (At 3.14), que experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumprido.
Isso não exime da iniquidade aquela que o crucificaram (At 2.23), mais indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus próprios propósitos e sua própria glória.
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM O SOFRIMENTO DO CRENTE.
(1) O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus acompanha o nosso sofrer. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus (cf. 1 - 2; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA e a VONTADE DE DEUS). 
Deus promete na sua palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1 Co 10.13).
(2) Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os sofrimentos (ver Rm 8.28 nota). 
José verificou esta verdade na sua própria vida de sofrimento (cf. Gn 50.20), e o autor de Hebreus demonstra como Deus usa os tempos de aperto da nossa vida para nosso próprio crescimento e benefício (ver Hb 12.5 nota).
(3) Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco "pelo vale da sobra da morte" (Sl 23.4; cf. Is 43.2).
VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL.
Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
(1) Primeiro: examinar as várias razões por que o ser humano sofre (ver seção 1, supra) e ver em que sentido o sofrimento concerne a você.
Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme o contido em "É nosso dever".
(2) Creia que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias (ver Rm 8.36 nota; 2 Co 1.8-10 nota; Tg 5.11 nota; 1 Pe 5.7 nota). 
O sofrimento nunca deve fazer você concluir que Deus não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
(3) Recorra a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espera nEle até que liberte você da sua aflição (ver Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).
(4) Confie que Deus lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1 Co 10.13; 2 Co 12.7-10). 
Convém lembrar de que sempre "somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Rm 8.37; Jo 16.33).
A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (ver 2 Co 4.7 nota).
(5) Leia a Palavra de Deus, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas (e.g., Sl 11.16;23;27;40;46;61;91;121;125;138).
(6) Busque revelação e discernimento da parte de Deus refente à sua situação específica - mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do Espírito Santo ou o conselho de um santo e experiente irmão.
(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, atente para os passos expostos no estudo A CURA DIVINA.
(8) No sofrimento, lembre-se da predição de Cristo, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). 
Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando "Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor" (Ap 21.4).

sábado, 17 de novembro de 2018

O PERÍODO DO ANTICRISTO

Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.
2 Tessalonicenses 2.3,4
Segundo a Bíblia, está para vir o Anticristo (cf. 1 Jo 2.18); aquele que trama o derradeiro ataque furioso de Satanás contra Cristo e os santos, pouco antes do tempo em que nosso Senhor Jesus Cristo estabelecerá o seu reino na terra.
As expressões que a Bíblia usa para o Anticristo são "o homem de pecado" e " filho da perdição" (2.3). Outras expressões usadas na Bíblia são "a besta que sobe do mar" (Ap 13.1-10), a besta de cor escarlate" (Ap 17.3) e "a besta" (Ap 17.8,16; 19.19,20; 20.10).
SINAIS DA VINDA DO ANTICRISTO.
Diferente do arrebatamento da igreja (ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA), a vinda do Anticristo não ocorrerá sem sinais precursores.
Pelo menos três eventos deverão ocorrer antes dele surgir na terra: 
(1) o "ministério da injustiça" que já opera no mundo, deverá intensificar-se (2.7); 
(2) virá a "apostasia" (2.3);
 (3) "um que, agora, resiste", deve ser afastado (2.7).
(1) O "ministério da injustiça", i.e., a atividade secreta dos poderes do mal, ora evidente no mundo inteiro (ver 2.7 nota), aumentará até alcançar seu ponto máximo na total zombaria e desprezo a qualquer padrão ou preceito bíblicos. Por causa do predomínio da iniquidade, o amor de muitos esfriará (Mt 24.10-12; Lc 18.8). 
Mesmo assim, um remanescente fiel permanecerá leal à fé apostólica conforme revelada no NT (Mt 24.13; 25.10; Lc 18.7; ver Ap 2.7 nota). 
Por meio desses fiéis, a igreja permanecerá batalhando e manejando a espada do Espírito até ser arrebatada (ver Ef 6.11 nota).
(2) Ocorrerá a "apostasia" (gr. apostasia), que literalmente significa "desvio", "afastamento", "abandono" (2.3). 
Nos últimos dias, um grande número de pessoas da igreja apartar-se á da verdade bíblica.
(a) Tanto o apóstolo Paulo quanto Cristo revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja - moral, espiritual e doutrinariamente - à medida que a era presente chega ao seu fim (cf. Mt 24.5,10-13,24; 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3,4). 
Paulo, principalmente, ressalta que nos nos últimos dias elementos ímpios ingressaram nas igrejas em geral. 
(b) Essa "apostasia" dentro da igreja terá duas dimensões. 
(i) A apostasia teológica, que é  desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3). 
Os falsos dirigentes apresentaram uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de Cristo quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (2 Pe 2.1-3, 12-19).
 Os falsos evangelhos, voltado a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade nota). 
(ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade.
 Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is 29.13; Mt 23.25-28; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL). Muitas igrejas permitirão quase tudo, para terem muitos membros, dinheiro sucesso e prestígio (ver 1 Tm 4.1 nota). 
O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de Deus e de se renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3).
(c) Tanto a história da igreja, como a apostasia predita para os últimos dias, advertem a todo crente a não pressupor que o progresso do reino de Deus é infalível na sua continuidade, no decurso de todas as épocas e até o fim. 
Em determinado momento da história da igreja a rebelião contra Deus e sua Palavra assumirá proporções espantosas.
No dia do Senhor, cairá a ira de Deus contra os que rejeitaram a sua verdade (1 Ts 5.2-9).
(d) O triunfo final do reino de Deus e sua justiça no mundo, porquanto, depende não do aumento gradual da igreja professa, mas da intervenção final de Deus, quando Ele se manifestará ao mundo com justo juízo (Ap 19 - 22; ver 2 Tm 4.1 nota; 2 Pe 3.10-13; Jd).
(3) Um vento determinante deverá ocorrer antes do aparecimento do "homem do pecado" e do Dia do Senhor começar (2.2,3), que é a saída de alguém (2.7) ou de algo, que "detém", resiste, ou refreia o "mistério da injustiça" e o "homem do pecado" (2.3-7).
Quando o restringidor do "homem do pecado" for retirado, então poderá começar o Dia do Senhor (2.6,7).
(a) O que agora o detém é, sem dúvida, uma referência ao Espírito Santo, pois somente Ele tem poder de deter a iniquidade, o homem do pecado e Satanás (2.6).
Esse que agora o detém ou resiste (2.7), leva no grego o artigo definido masculino e ao mesmo tempo o artigo definido neutro, em 2.6 ("o que o detém"). De modo semelhante, a palavra "Espírito" na língua grega pode levar pronome masculino ou neutro (ver Gn 6.3; Jo 16.8 nota; Rm 8.13; ver Gl 5.17, sobre a obra do Espírito Santo a restringir o pecado).
(b) No começo de sete anos de tribulação, o Espírito Santo será "afastado" (v. 7).
Isso não significa ser Ele tirado do mundo, mas que cessará sua influência restritiva à iniquidade e ao surgimento do Anticristo.
Todas as restrições contra o pecado serão removidas, e começará a rebelião inspirada por Satanás. O Espírito Santo, todavia, agirá na terra durante a tribulação, convencendo pessoas dos seus pecados, convertendo-as a Cristo e dando-lhes poder (Ap 7.9,14; 11.1-11; 14.6,7).
(c) Retirando se o Espírito Santo, cessará a inibição à aparição do "homem do pecado", no cenário terreno (2.3,4).
Deus então liberará uma influência poderosa enganadora sobre todos os que recusam a amar a verdade de Deus (ver 2.11 nota); os tais aceitarão as imposturas do homem do pecado, e a sociedade humana descerá a uma depravação jamais vista.
(d) A ação do Espírito Santo restringindo o pecado é levada a efeito em grande parte através da igreja, que é o tempo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19). Por isso, muitos expositores da Bíblia acredita que a saída do Espírito Santo é uma clara indicação de que o arrebatamento dos santos ocorrerá nessa ocasião (1 Ts 4.17).
Noutras palavras, a volta de Cristo, para levar a igreja e livrá-la da ira vindoura (1 Ts 1.10), ocorrerá antes do início do Dia do Senhor e da manifestação do "homem do pecado" (ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA).
(e) Entende-se, nos meios eruditos da Bíblia, que o restringente em 2.6 (no gênero neutro) refere-se ao Espírito Santo e seu ministério de conter a iniquidade, ao passo que em 2.7, "um que agora" (no gênero masculino) refere-se aos crentes reunidos a Cristo e tirados daqui, i.e., arrebatados ao encontro do Senhor nos ares, a fim de estarem sempre com Ele (1 Ts 4.17).
AS ATIVIDADES DO ANTICRISTO.
Ao começar o Dia do Senhor, "o iníquo" aparecerá neste mundo. Trata-se, no meio eruditos da Bíblia, de um governante mundial que fará aliança com Israel por sete anos, antes do fim da presente era (ver Dn 9.27).
(1) A verdadeira identificação do Anticristo será conhecida três anos e meio mais tarde, quando ele romper sua aliança com Israel, tornar-se governante mundial, declarar ser Deus, profanar o templo de Jerusalém (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO), proibir a adoração a Deus (ver 2.4,8,9) e assolar a terra de Israel (ver Dn 9.27 nota; 11.36-45 nota).
(2) O Anticristo declarará ser Deus, e perseguirá severamente quem permanecer leal a Cristo (Ap 11.6,7; 13.7,15-18; ver Dn 7.8,24,25 notas). Exigirá adoração, certamente sediada num grande templo que será usado como centro de seus pronunciamentos (cf. Dn 7.8,25; 8.4;11.31,36). O homem aspira tornar-se divino desde a criação (ver 2.8 nota; Ap 13.8,12 notas; ver também o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).
(3) O "homem do pecado" fará mediante poder satânico, grandes sinais, maravilhas e milagres a fim de propagar o engano (2.9).
"Prodígios de mentira" significa que seus milagres são sobrenaturais, parecendo autênticos, para enganar as pessoas e levá-los a crer na mentira.
(a) Tais demostrações possivelmente serão vistas no mundo inteiro, pela televisão. Milhões de pessoas ficarão impressionadas, enganadas por esse líder altamente convincente, por não darem a devida importância à Palavra de Deus nem ter amor às suas verdades (2.9-12).
(b) Tanto as palavras de Paulo (2.9), quanto as de Jesus (Mt 24.24) devem despertar os crentes para o fato de que nem todo milagre provém de Deus. Aparentes "manifestações do Espírito" (1 Co 12.7-10) ou fenômenos supostamente vindos da parte de Deus devem ser provados à base da obediência a Cristo e às Escrituras, por parte da pessoa atuante.
A DERROTA DO ANTICRISTO.
No fim da tribulação, Satanás congregará muitas nações no Armagedom, sob o comando do Anticristo, e guerrearão contra Deus e o seu povo numa batalha que envolverá o mundo inteiro (ver Dn 11.45 nota; Ap 16.16 nota). Quando isso ocorrer, Cristo voltará e intervirá de modo sobrenatural, destruindo o Anticristo, seus exércitos e todos os que não obedecem ao evangelho (ver Ap 19.15-21 notas). 
A seguir, Cristo prenderá Satanás e estabelecerá seu reino na terra (20.1-6).
Glória a Deus!