EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 5 de setembro de 2015

ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO


ELEIÇÃO: 

A escolha por Deus daqueles que creem em Cristo é uma doutrina importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5,7,28; Cl 3.12; 1 Ts 1.4; 2 Ts 2.13; Tt 1.1).
A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por Deus, em Cristo, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dEle (cf. 2 Ts 2.13). 
Essa eleição é uma expressão do amor de Deus, que recebe como seus todos os que recebem seu Filho Jesus (Jo 1.12). A doutrina da eleição abarca as seguintes verdades:

(1) A eleição é cristocêntrica, i. e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo. 
Deus nos elegeu em Cristo para a salvação (1.4; ver v. 1, nota). O próprio Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus.
 A respeito de Jesus, Deus declara: "Eis aqui o meu servo, que escolhi" (Mt 12.18; cf. Is 42.1,6; 1 Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé.

(2) A eleição é feita em Cristo, pelo seu sangue; "em quem [Cristo]... pelo seu sangue" (1.7). 
O propósito de Deus, já antes da criação (1.4), era ter um povo para si mediante a morte redentora de Cristo na cruz. 
Sendo assim, a eleição fundamentada na morte sacrificial de Cristo, no Calvário, para nos salvar dos nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).

(3) A eleição em Cristo é em primeiro lugar coletiva, i. e., a eleição de um povo (1.4,5,7,9; 1 Pe 1.1; 2.9). 
Os eleitos são chamados "o seu [Cristo] corpo" (1.23; 4.12), "minha igreja" (Mt 16.18), o "povo adquirido" por Deus (1 Pe 2.9) e a "noiva" de Cristo (Ap 21.9). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao corpo de Cristo, a igreja verdadeira (1.22,23; ver Robert Shank, Elect in the Son ( Eleitos no Filho). 
É uma eleição como a de Israel no AT (ver Dt 29.18-21 nota 2Rs 21.14 nota).

(4) A eleição para a salvação e a santidade do corpo de Cristo são inalteráveis. Mas individualmente a certeza dessa eleição depende da condição da fé pessoal e viva em Jesus Cristo, e da perseverança na união com Ele. 
O apóstolo Paulo demonstra esse fato da seguinte maneira: 
(a) O propósito eterno de Deus para a igreja é que sejamos "santos e irrepreensíveis diante dEle" (1.4). 
Isso se refere tanto aos perdão dos pecados (1.7) como à santificação e santidade. 
O povo eleito de Deus está sendo conduzido pelo Espírito Santo em direção à santificação e à santidade (ver Rm 8.14; Gl 5.16-25). 
O apóstolo enfatiza repetidas vezes o propósito supremo de Deus (ver 2.10; 3.14-19; 4.1-3,13,14; 5.1-18). 
(b) O cumprimento desse propósito para a igreja como corpo não falhará: Cristo à apresentará "a si mesmo igreja gloriosa... santa e irrepreensível" (5.27). (c) O cumprimento desse propósito para o crente como indivíduo dentro da igreja é condicional. Cristo nos apresentará "santos irrepreensíveis diante dele" (1.4), somente se continuarmos na fé. 
A Bíblia mostra isso claramente: 
Cristo irá "vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho" (Cl 1.22,23).

(5) A eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo 3.16,17; 1 Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb 2.9), e torna-se uma realidade para cada pessoa consoante seu prévio arrependimento e fé, o Espírito Santo admite o crente ao corpo eleito de Cristo ( a igreja) (1 Co 12.13), e assim ele torna-se um dos eleitos. 
Daí, tanto Deus quanto o homem têm responsabilidade na eleição (ver Rm 8.29 nota; 2 Pe 1.1-11).

A PREDESTINAÇÃO: 

A predestinação (gr. proorizo) significa "decidir de antemão" e se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. 
A eleição é a escolha feita por Deus, "em Cristo", de um povo para si mesmo ( a igreja verdadeira). 
A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de Deus (todos os crentes genuínos em Cristo).

(1) Deus predestina seus eleitos a serem: (a) chamados (Rm 8.30); justificados (Rm 3.24; 8.30); (c)glorificados (Rm 8.30); (d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29); (e) santos e inculpáveis (1.4); (f) adotados como filho (1.5); (g) redimidos (1.7); (h) participantes de uma herança (1.14); (i) para o louvor da sua glória (1.12; 1 Pe 2.9); (j) participantes do Espírito Santo (1.13; Gl 3.14); (l) criados em Cristo Jesus para boas obras (2.10).

(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de Cristo (i. e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando incluso neste corpo mediante a fé viva em Jesus Cristo (1.5,7,13; cf. At 2.38-41; 16.31).

RESUMO: 
No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande navio viajando para o céu. 
Deus escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria nau. Cristo é o Capitão e Piloto desse navio. 
Todos os que desejam estar nesse navio, eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em Cristo. 
Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. 
Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. 
A predestinação concerne ao destino do navio e ao que Deus preparou para quem nele permanecer. 
Deus convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante Jesus Cristo.

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