EVANGELHO DE JESUS CRISTO

terça-feira, 29 de setembro de 2015

AI DE VÓS... FARISEUS

As palavras de Jesus no capítulo 23 se constituem na sua severa denuncia contra os líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9).
(1) Notemos a posição de Jesus. Não é a posição tolerante e liberal dos acomodados que não compartilham do clamor do coração do Senhor, por fidelidade à Palavra de Deus. Cristo não era um pregador tímido, à tolerar o pecado. Ele foi em tudo fiel à sua missão de combater o mal (cf. 21.12,13; Jo 2.13-16) e denunciar o pecado e a corrupção entre os importantes (vv. 23,25).

(2) O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas do seu Pai, bem como pelos que estavam sendo arruinados pela distorção delas (cf. 15.2,3; 18.6,7; 23.13,15), era tão grande que o levou a usar palavras tais como "hipócritas" (v. 15), "filho do inferno" (v. 15), condutores cegos" (v.16), "insensatos" (v. 17), "cheios de rapina e de iniquidade" (v.25), limpos só no exterior (v. 25), "sepulcros caiados" (v. 27), "imundícia" (v. 27), iniquidade" (v. 28), "serpentes" (v. 33), "raça de víboras" (v. 33) e assassinos (v. 34).

(3) Estas palavras, embora severas e condenatórias, foram ditas com profunda dor (v. 37), por aquele que morreu pelas pessoas a quem elas foram dirigidas (cf. Jo 3.16; Rm 5.6,8).

(4) Jesus descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores como os  dos ministros que buscam popularidade, importância e atenção das pessoas (v. 5), que amam honrarias (v. 6) e títulos (v. 7), e que, com o evangelho distorcido que pregam, impendem as pessoas de entrar no céu (v. 13). São religiosos profissionais que, na aparência, são espirituais e santos, mas que, na realidade, são iníquos (vv. 14, 25-27). Falam bem dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não seguem as suas práticas, nem a sua dedicação a Deus e à sua Palavra e justiça (vv. 29,30).

(5) A Bíblia ordena aos crentes a se acautelarem desses falsos dirigentes religiosos (7.15; 24.11) a considerá-los incrédulos e malditos (ver Gl 1.9 nota) e a não dar apoio ao seu ministério e a não ter comunhão com eles (2 Jo 9-11)

(6) Cristãos que, em nome do amor, da tolerância, ou da união, não procedem nesses casos como Jesus, quanto aos que corrompem os ensinos de Cristo e das Escrituras (7.15; 2 Jo 9; Gl 1.6,7), participam das más ações dos falsos profetas e mestres (2 Jo 10,11).

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ATENTAR NUMA MULHER PARA A COBIÇA VENERADO SEJA... O MATRIMÔNIO

Disse-lhe Jesus: Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiça já em seu coração cometeu adultério com ela
(Mt 5.28).

Trata-se de cobiça carna, ou concupiscência ( gr. epithumia). O que Cristo condena aqui não é o pensamento repentino que Satanás pode colocar na mente de uma pessoa, nem um desejo impróprio que surge de repente. Trata-se, pelo contrário, de um pensamento ou desejo errado, aprovado pela nossa vontade. É um desejo imoral que a pessoa procurará realizar, caso surja a oportunidade. O desejo íntimo de prazer sexual ilícito, imaginado e não resistido, é pecado. O cristão deve tomar muito cuidado para não admirar cenas imorais como as de filmes e da literatura pornográfica (cf. 2 Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1 Pe 2.11; 2 Pe 3.3; 1 Jo 2.15,16; 1 Co 6.18; Gl 5.19,21; Cl 3.5; Ef 5.5; Hb 13.4).

Quanto a manter a pureza sexual, a mulher, igualmente como homem, tem responsabilidade. A mulher cristã deve tomar cuidado para não vestir de modo a atrair a atenção para o seu corpo e deste modo originar tentação no homem e instigar a concupiscência. Vestir-se com imodéstia é pecado (1 Tm 2.9; 1 Pe 3.2,3).

VENERADO SEJA... O MATRIMÔNIO
Deus tem elevados padrões para seu povo, quanto ao casamento e à sexualidade.
O crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2 Co 11.2; Tt 2.5; 1 Pe 3.2). A palavra "puro" (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de Deus. Isso abrange o controle do corpo "em santificação e honra" (1 Ts 4.4) e não em "concupiscência" (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a moral sexual, vejamos o seguinte:

(1) A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. somente nesta condição ela é aceita e abençoada por Deus (ver Gn 2.24 nota; Ct 2.7 nota). Mediante o casamento, na marido e mulher tornam-se uma só carne, segundo a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e poe Ele honrados.

(2) O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor (Êx 20.14 nota) e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente condenados na Escrituras (ver Pv 5.3 nota) e colocam o culpado fora do reino de Deus (Rm 1.24-32; 1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21).

(3) A imoralidade é a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos e solteiros, tendo eles mútuo "compromisso", é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da pureza. Deus proíbe, explicitamente, "descobrir a nudez" ou "ver a nudez" de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21; ver 18.6 nota).

(4) O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade pre-marital em nome de Cristo, simplesmente com base num "compromisso" real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de Deus.
É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge. A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do Espírito, no crente, i.e., a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: "temperança" (Gl 5.22-24).

(5) Termos bíblicos descritivos da imoralidade e que revelam a extensão desse mal. (a) Fornicação (gr. porneia). Descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3). (b) A lascívia (gr. aselgeia) denota a ausência de princípios morais, principalmente o relacionamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa (ver 1 Tm 2.9 nota, sobre a modéstia). Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosa ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19; Ef 4.19; 1 Pe 2.2,18). (c) Enganar, i.e., aproveitar-se de uma pessoa, ou explorá-la (gr. pleonekteo, e.g., 1 Ts 4.6), significa privá-la da pureza moral que Deus pretendeu para essa pessoa, para a satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1 Ts 4.6; Ef 4.19). (d) A lascívia ou cobiça carnal (gr. epithumia) é um desejo carnal imoral que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade (Ef 4.22; 1 Pe 4.3; 2 Pe 2.18; ver Mt 5.28 nota).

domingo, 27 de setembro de 2015

PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS

Um dos destaques principais do Evangelho segundo Marcos é o propósito firme de Jesus: derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Em 3.27, isto é descrito como "manietar o valente" (i.e., Satanás) e, "roubará a sua casa" (i.e., liberta os escravos de Satanás). O poder de Jesus sobre Satanás fica claramente demonstrado na expulsão de demônios (gr. daimonion) ou espíritos malignos.


OS DEMÔNIOS.


(1) O NT menciona muitas vezes pessoas sofrendo de opressão ou influência maligna de Satanás, devido a um espírito maligno que neles habita; menciona também o conflito de Jesus com os demônios. O Evangelho segundo Marcos, e.g., descreve muitos desses casos: 1.23-27,32,34,39; 3.10-12,15; 5.1-20; 6.7,13;7.25-30;9.17-29; 16.17.

(2) Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligencia. Como súditos de Satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt 12.43-45), são malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (ver Mt 4.10 nota).

(3) Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios (ver Co 10.20 nota).

(4) O NT mostra que o mundo está alienado de Deus e controlado por Satanás (ver Jo 12.31 nota; 2 Co 4.4; Ef 6.10-12). Os demônios são parte das potestades malignas; o cristão tem de lutar continuamente contra eles (ver Ef 6.12 nota).

(5) Os demônios podem habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (ver Mc 5.15; Lc 4.41; 8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas. Escravizam tais indivíduos e os induzem à iniquidade, à imoralidade e à destruição.

(6) Os demônios podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 13.11,16), embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos maus (Mt 4.24; Lc 5.12,13).

(7) Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (i.e., feitiçaria) estão lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à possessão de demoníaca (cf. At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).

(8) Os espíritos malignos estarão grandemente ativos nos últimos dias desta era, na difusão do ocultismo, imoralidade, violência e crueldade; atacarão a Palavra de Deus e a sã doutrina (Mt 24.24; 2 Co 11.14,15; 1 Tm 4.1). O maior surto de atividade demoníaca ocorrerá através do Anticristo e seus seguidores (2 Ts 2.9; Ap 13.2-8; 16.13,14).

JESUS E OS DEMÔNIOS.

(1) Nos seus milagres, Jesus frequentemente ataca o poder de Satanás e os demonismo (e.g., Mc 1.25,26,34,39; 3.10,11; 5.1-20; 9.17-29; cf. Lc 13.11,12,16). Um dos seus propósitos ao vir à terra foi subjugar Satanás e libertar seus escravos (Mt 12.29; Mc 1.27; Lc 4.18).

(2) Jesus derrotou Satanás em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno, através da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo, Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou do reino de Deus.

(3) O inferno (gr. Gehenna), o lugar de tormento, está preparado para o diabo e seus demônios (Mt 8.29; 25.41). Exemplos do termo Gehenna no grego: Mc 9.43,45,47; Mt 10.28; 18.9.

O CRENTE E OS DEMÔNIOS.

(1) As Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o Espírito Santo, pode ficar endemoniado; i.e.: o Espírito e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo (ver 2 Co 6.15,16 nota). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos ditames do Espírito Santo (Mt 16.23; 2 Co 11.3,14).

(2) Jesus prometeu aos genuínos crentes autoridades sobre o poder de Satanás e das suas hostes. Ao nos depararmos com eles, devemos aniquilar o poder que querem exercer sobre nós e sobre outras pessoas, confrontando sem trégua pelo poder do Espírito Santo (ver Lc 4.14-19). Desta maneira, podemos nós livrar dos poderes das trevas.

(3) Segundo a parábola em Mc 3.27, o conflito espiritual contra Satanás envolve três aspectos: (a) declarar guerra contra Satanás segundo o propósito de Deus (ver Lc 4.14-19); (b) ir onde Satanás está (qualquer lugar onde ele tem uma fortaleza), atacá-lo e vencê-lo pela oração e pela proclamação da Palavra, e destruir suas armas de engano e tentação demoníacos (cf. Lc 11.20-22); (c) apoderar-se de bens ou posses, i.e., libertando os cativos do inimigo e entregando-os a Deus para que recebam perdão e santificação mediante a fé em Cristo (Lc 11.22; At 26.18).

(4) Seguem-se os passos que cada um deve observar nesta luta contra o mal: (a) Reconhecer que não estamos num conflito contra a carne e o sangue, mas contra forças espirituais do mal (Ef 6.12). (b) Viver diante de Deus uma vida fervorosamente dedicada à sua verdade e justiça (Rm 12.1,2; Ef 6.14). (c) Crer que o poder de Satanás pode ser aniquilado seja onde for o seu domínio (At 26.18 Ef 6.16; 1 Ts 5.8) e reconhecer que o crente tem armas espirituais poderosas dadas por Deus para a destruição das fortalezas de Satanás (2 Co 10.3-5). (d) Proclamar o Evangelho do reino, na plenitude do Espírito Santo (Mt 4.23; Lc 1.15-17; At 1.8; 2.4; 8.12; Rm 1.16; Ef 6.15). (e) Confrontar Satanás e o seu poder de modo direto, pela fé no nome de Jesus (At 16.16-18), ao usar a Palavra de Deus (Ef 6.17), ao orar no Espírito (At 6.4; Ef 6.18), ao jejuar (ver Mt 6.16 nota; Mc 9.29) e ao expulsar demônio (ver Mt 10.1 nota; 12.28; 17.17-21; Mc 16.17; Lc 10.17; At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12). (f) Orar, principalmente, para que o Espírito Santo convença os perdidos, no tocante ao pecado, à justiça e ao juízo vindouro (Jo 16.7-11). (g) Orar, com desejo sincero, pelas manifestações do Espírito, mediante os dons de curar, de línguas, de milagres e de maravilhas (At 4.29-33; 10.38; 1 Co 12.7-11).