EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 3 de outubro de 2015

A NATUREZA HUMANA

De todas as criaturas que Deus fez, o ser humano é incomparavelmente superior e também a mais complexa. Por seu orgulho, no entanto, o ser humano comumente se esquece de que Deus é o seu Criador, que ele é um ser criado, e que depende de Deus. Este estudo examina a perspectiva bíblia da natureza humana.

A NATUREZA HUMANA À IMAGEM DE DEUS.

(1) A Bíblia ensina claramente que Deus, mediante decisão especial criou a raça humana, à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27). Portanto nem Adão nem Eva são produtos de evolução (Gn 1.27; Mt 19.4; Mc 10.6). Por terem sido criados à semelhança de Deus. Adão e Eva podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e espelhar o seu amor, glória e santidade (ver Gn 1.25 nota).

(2) Note-se pelo menos três diferentes aspectos da imagem de Deus na raça humana (ver Gn 1.26 nota): Adão e Eva tinham semelhança moral com Deus, por serem justos e santos (cf. Ef 4.24), com um coração capaz de amar e também determinado a fazer o que era bom. Tinham semelhança com Deus na inteligência, pois foram criados com espírito, emoções e capacidade de escolha (Gn 2.19,20; 3.6,7). Deus plasmou no ser humano a imagem em que Ele mesmo lhe apareceria visivelmente no AT  (Gn 18.1,2), e na forma que seu Filho um dia tomaria (Lc 1.35; Fp 2.7).

(3) Quando Adão e Eva pecaram, essa imagem de Deus neles, foi seriamente danificada, mas não totalmente destruída. (a) Inevitavelmente, a semelhança moral de Deus, no homem, ficou arruinada quando Adão e Eva pecaram (cf. Gn 6.5); deixaram de ser perfeitos e santos e passaram a ser propensos ao pecado; propensão esta, ou tendência que transmitiriam aos filhos (cf. Gn 4.; ver Rm 5.12 nota). O NT confirma o estrago da imagem de Deus no homem, quando declara que o crente redimido deve ser renovado segundo a semelhança moral de Deus (cf. Ef 4.22,24; Cl 3.10); (b) Apesar de o ser humano ser pecador como é, ainda retém uma porção elevada da semelhança de Deus, na sua inteligência, e na capacidade de comunhão e comunicação co Ele (cf. Gn 3.8-19; At 17.27,28).

COMPONENTES DA NATUREZA HUMANA.

A Bíblia revela que a natureza humana, criada à imagem de Deus, é trina e una, composta de três componentes, a saber: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12).

(1) Deus formou Adão do pó da terra (seu corpo) e soprou nas suas narinas o fôlego da vida (seu espírito), e ele tornou-se um ser vivente (sua alma: Gn 2.7). A intenção de Deus era que o ser humano, pelo comer da árvore da vida e pela obediência à sua proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, nunca morresse, mas vivesse para sempre (cf. Gn 2.16,17; 3.22-24). Somente depois da morte entrar no mundo, como resultado do pecado humano, é que passou a haver a separação da pessoa, em pó que volta à terra e no espírito que volta a Deus (Gn 3.19; 35.18,19; Ec 2.7; Ap 6.9). Noutras palavras, a separação entre o corpo, por um lado, e o espírito e a alma, por outro, é resultado do juízo divino sobre a raça humana por causa do pecado, e esse juízo somente será removido mediante a ressurreição do corpo no último dia.

(2) A alma (hb. nephesh; gr. psyche), frequentemente traduzida por "vida", pode ser definida, de modo resumido, como os aspectos imateriais da mente, das emoções e da vontade, no ser humano, resultantes da união entre o espírito e o corpo. A alma, juntamente com o espírito humano, continuará a existir após a  morte física da pessoa. A alma está tão ligada à natureza imaterial do ser humano, que às vezes, o termo "alma" é usado como sinônimo de "pessoa" (e.p. Lv 4.2; 7.20; Js 20.3). O corpo (hb. basar; gr. soma) pode ser definido, em resumo, como o componente do ser humano que volta ao pó quando a pessoa morre (ás vezes, é chamado "carne"). O espírito (hb. ruach; gr. pneuma) pode ser definido, em resumo, como o componente imaterial do ser humano, em que reside nossa faculdade espiritual, inclusive a consciência. É principalmente através desse componente que se tem comunhão com o Espírito de Deus.

(3) Desses três componentes, que constituem a completa natureza humana, somente o espírito e a alma são indestrutíveis e sobrevivem à morte, para então seguirem para o céu (Ap 6.9; 20.4) ou para o inferno (cf. Sl 16.10; Mt 16.26). Quanto ao corpo, a Bíblia ensina repetidamente que enquanto o crente aqui viver, deve cuidar bem do seu corpo, através da sua conservação, isento de imoralidade e de iniquidade (Rm 6.6,12,13; 1 Co 6.13-20; 1 Ts 4.3,4) e da sua dedicação ao serviço de Deus (Rm 6.13; 12.1). O corpo dos salvos será transformado no dia da ressurreição, quando então a sua redenção estará completa; isto para os que estão em Cristo Jesus.

AS RESPONSABILIDADES DO SER HUMANO.

Quando Deus criou o ser humano, Ele lhe confiou várias responsabilidades.
(1) Deus o criou à sua própria imagem a fim de poder manter comunhão com ele, de modo amoroso e pessoal por toda eternidade, e para que ele o glorificasse como Senhor. Deus desejava de tal maneira que o ser humano o amasse, o glorificasse, e vivesse em santidade e justiça diante dEle, que quando Satanás induziu Adão e Eva à rebelião e desobediência a Deus, o Senhor prometeu que enviaria um Salvador a fim de redimir o mundo (ver Gn 3.15 nota).

(2) Era a vontade de Deus que o ser humano o amasse acima de tudo e amasse o seu próximo como a si mesmo. Esse duplo mandamento do amor, resume a totalidade da lei de Deus (Lv 19.18; Dt 6.4,5; Mt 22.37-40; Rm 13.9,10).

(3) Também no Jardim do Éden, Deus estabeleceu a instituição do casamento (Gn 2.21-24). O propósito de Deus é que o casamento seja monogâmico e vitalício (cf. Mt 19.5-9; Ef 5.22-33). Dentro dos limites do casamento, Deus ordenou que a raça humana fosse frutífera e se multiplicasse (Gn 1.28; 9.7). O homem e a mulher deviam gerar filhos tementes a Deus, no ambiente do lar. Deus vê a família cristã e a criação de filhos, sob a convivência salutar doméstica, como uma alta prioridade no mundo (ver Gn 1.28 nota). 

(4) Deus também ordenou que Adão e seus descendentes sujeitassem a terra. Ele disse: "dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves do céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra" (Gn 1.28). Ainda no Jardim do Éden, a Adão foi confiada a responsabilidade de cuidar do jardim e de dar nomes aos animais (Gn 2.15,19,20).

(5) Note-se que quando Adão e Eva pecaram por comerem do fruto proibido, eles perderam parte do seu domínio sobre o mundo, a qual foi entregue a Satanás que, agora como "deus deste século", (2 Co 4.4) controla este presente mundo mau (ver 1 Jo 5.19 nota; cf. Gl 1.4; Ef 6.12). Ainda assim, Deus espera que os crentes cumpram o seu divino propósito quanto à terra, a saber: cuidar divinamente dela; dedicar tudo dela a Deus e administrar sua criação de modo a glorificar a Deus (cf. Sl 8.6-8; Hb 2.7,8).

(6) Por causa da presença do pecado no mundo, Deus enviou o seu Filho Jesus para redimir o mundo. A tarefa transcendente de transmitir a mensagem do amor redentor de Deus foi confiada aos salvos, pois foi a eles que Ele chamou para serem testemunhas de Cristo e da sua salvação, até aos confins da terra (Mt 28.18-20; At 1.8) e para serem luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13-16).

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

QUE TE VÁ BEM

Em geral é da vontade de Deus que o crente tenha saúde e que tenha uma vida abençoada.
Ele quer que tudo vá bem conosco, i.e., que nosso trabalho, planos, propósitos, ministério, família, etc. estejam de acordo com a sua vontade e direção. Portanto, as bênçãos de Deus mediante a redenção em Cristo, visam a suprir nossas necessidades físicas e espirituais.
No tocante à prosperidade, tanto física como espiritual, as Escrituras nos ensinam o seguinte:

(1) A expressão "que te vá bem em todas as coisas", (gr. euodoo) literalmente significa "fazer uma boa viagem".
À luz desse significado, a oração prioritária de João é no sentido de que os crentes andem no caminho da salvação, que permaneçam na vontade de Deus e desfrutem da sua bênção (cf. vv. 3,4).

(2) A vontade de Deus é que ganhemos o necessário para termos abrigo, alimento e roupa para toda nossa família, e que tenhamos o suficiente para ajudar os outros, e para promover a causa de Cristo (2 Co 9.8; Fp 4.15-19). Sabemos que Deus pode nos dá o suficiente para as nossas necessidades (2 Co 9.8-12), e que Ele promete nos suprir conforme as suas gloriosas riquezas (Fp 4.19).

(3) Embora oremos para Deus suprir todas as nossas necessidades materiais, devemos reconhecer que haverá ocasiões em que Deus permite que seus filhos passem por necessidades. (a) Passemos tempos de aflições ou de necessidades para sermos despertados a confiar mais nEle e desenvolver nossa fé, nossa perseverança espiritual e nosso ministério (Rm 8.35-39; 2 Co 4.7-12; 6.4-10; 12.7-10; 1 Pe 1.6,7). (b) Podemos experimentar problemas difíceis, quando por causa do nosso testemunho e do trabalho de Cristo, o mundo nos oprime e persegue (Lc 6.20-23; Hb 10.32-34; 1 Pe 2.19-21; Ap 2.9,10). (c) Podemos experimentar pobreza, devido às circunstâncias nacionais ou naturais, tais como guerra, fome seca, ou más condições econômicas ou sociais (At 11.28-30; 2 Co 8.2,12-14).

(4) A presença, ajuda e bênção de Deus na nossa vida física estão relacionadas à prosperidade da nossa vida espiritual. Devemos buscar a vontade de Deus (Mt 6.10; 26.39; Hb 10.7-9), obedecer ao Espírito Santo (Rm 8.14), permanecer separados do mundo (Rm 12.1,2; 2 Co 6.16-18), amar a Palavra de Deus (Tg 1.21; 1 Pe 2.2), buscar a sua ajuda em oração (Mt 6.11; Hb 4.16), trabalhar com afinco (2 Ts 3.6-12; 1 Pe 5.7) e viver segundo o princípio de buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33; ver Mt 6.11 nota; Lc 11.3 nota; Cl 4.12 nota)

(5) Mesmo estando bem a nossa alma, não estamos automaticamente isentos de dificuldades noutras áreas da vida. Devemos encarar as adversidades, aflições e necessidades com orações e confiança em Deus.

O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo (1 João 2.16).
A palavra "mundo" (gr. kosmos) frequentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença a Ele e à sua revelação. 
Isso ocorre em todos os empreendimentos humanos que não estão sob o senhorio de Cristo. Na presente era, Satanás emprega as idéias mundanas de moralidade, das filosofias, psicologia, desejos governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura, etc, para opor-se a Deus, ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão (Mt 16.26; 1 Co 2.12; 3.19; Tt 2.12; 1 Jo 2.15,16; Tg 4.4; Jo 7.7; 15.18,19; 17.14). Por exemplo, Satanás usa a profissão médica, para defender e promover a matança de seres humanos nascituros; a agricultura para produzir drogas destruidoras da vida tais como álcool e os narcóticos; a educação, para promover a filosofia ímpia humanista; e os meios de comunicação em massa, para destruir os padrões divinos de conduta. 
Os crente devem estar conscientes de que, por trás de todos os empreendimentos meramente humanos, há um espírito, força ou poder maligno que atua contra Deus e a sua Palavra. 
Nalguns casos, essa ação maligna é menos intensa; noutros casos, é mais. 
Finalmente, o "mundo" também inclui todos os sistemas religiosos originados pelo homem, bem como todas as organizações e igrejas mundanas, ou mornas.
(1) Satanás (ver Mt 4.10, nota sobre Satanás) é o deus do presente sistema mundano (ver Jo 12.31 nota; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 5.19). 
Ele controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn 10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13).
(2) Satanás tem o mundo organizado em sistemas políticos, culturais, econômicos e religiosos que são inatamente hostis a Deus e ao seu povo (Jo 7.7; 15.18,19; 17.14; Tg 4.4; 2.16) e que se recusam a submeter-se à sua verdade, a qual revela a iniquidade do mundo (Jo 7.7).

(3) O mundo e a igreja verdadeira são dois grupos distintos de povo. 
O mundo está sob o domínio de Satanás (ver Jo 12.31 nota); a igreja pertence exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por isso, o crente deve separar-se do mundo.

(4) No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1 Pe 2.11). 
(a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2 nota), não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniquidade do mundo (ver Hb 1.9 nota), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4).
 (b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4.4 nota). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. 
Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (ver Lc 23.35 nota). Note, é claro, que os termos "mundo" e "terra" não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc.
(5) De acordo com 2.16, três aspectos do mundo pecaminoso são abertamente hostis a Deus:
 (a) "A concupiscência da carne", que inclui os desejos impuros e a busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1 Co 6.18; Fp 3.19; Tg 1.14). 
(b) "A concupiscência dos olhos", que se refere à cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas por Deus, inclui o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx 20.17; Rm 7.7). 
Neta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28). 
(c) "A soberba da vida", que significa o espírito de arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece a Deus como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg 4.16).
(6) O crente não devem ter comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (ver Mt 9.11 nota; 2 Co 6.14 nota) deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11 nota), deve ser sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve procurar ganhá-los para Cristo (Mt 16.15; Jd 22,23).
(7) Da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio (Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1 Pe 2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para destruir a vida de Deus dentro do cristão (2 Co 11.3; 1 Pe 5.8).
(8) O sistema deste mundo é temporário e será destruído por Deus (Dn 2.34,35,44; 2 Ts 1.7-10; 2 Pe 3.10 nota; Ap 18.2).