EVANGELHO DE JESUS CRISTO

domingo, 4 de outubro de 2015

[MINHA] PALAVRA... NÃO VOLTARÁ PARA MIM VAZIA

O poder e a eficácia da Palavra de Deus são para sempre infalíveis. Esta Palavra é vida espiritual para quem a recebe; ou condenação, para quem a rejeita.
A Palavra de Deus.
A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS
A expressão "a palavra de Deus" (també m " palavra do Senhor", ou simplesmente "a palavra") possui várias aplicações na Bíblia.
(1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto Deus tem falado diretamente. 
Quando Deus falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16,17; Gn 3.9-19), o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de Deus. 
De modo semelhante, Ele se dirigiu a Abraão (e.g., Gn 12.1-3), a Isaque (e.g., Gn 26.1-5), a Jacó (e.g., Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g., Êx 3-4). Deus também falou à totalidade da nação de Israel, no monte Sinai, ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). 
As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de Deus.
(2) Além da fala direta, Deus ainda falou através dos profetas. 
Quando eles se dirigiam ao povo de Deus, assim introduziam as suas declarações: 
"Assim diz o Senhor", ou "Veio a mim a palavra do Senhor". 
Quando, portanto, os israelitas ouviam as palavras dos profeta, ouviam, na verdade, a palavra de Deus.
(3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT.
 Embora não introduzissem suas palavras com a expressão "Assim diz o Senhor",
o que falavam e proclamavam era, verdadeiramente, a palavra de Deus. 
O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41), por exemplo, criou tamanha comoção que, "no sábado seguinte, ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de Deus" (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que, "havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavras de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus" (1 Ts 2.13; cf. At 8.25).
(4) Além disso, tudo quanto Jesus falava era palavra de Deus, pois Ele, antes de tudo, é Deus (Jo 1.1,18; 10.30; 1 Jo 5.20).

 Lucas, escritor do terceiro evangelho, declara explicitamente que, quando as pessoas ouviam a Jesus, ouviam na verdade a palavras de Deus (Lc 5.1). Note como, em contraste com os profetas do AT, Jesus introduzia seus ditos: Eu "vos digo..." (e.g., Mt 5.18,20,22,23,32,39; 11.22,24; Mc 9.1; 10.15; Lc 10.12; 12.4; Jo 5.19; 6.26; 8.34). Noutras palavras, Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de Deus. É tão importante ouvir as palavras de Jesus, pois "quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação" (Jo 5.24). 
Jesus, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de Deus que é chamado "o Verbo" [" a Palavra"] (Jo 1.1,14; 1 Jo 1.1; Ap 19.13-16; ver Jo 1.1 nota).
(5) A palavra de Deus é o registro do que os profetas, apóstolos e Jesus falaram, i.e., a própria Bíblia. No NT, quer um escritor usasse a expressão "Moisés disse", "Davi disse", "o Espírito Santo diz", ou "Deus diz", nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5,19; Hb 3.7; 4.7); pois o que estava escrito na Bíblia era, sem dúvida alguma, a palavra de Deus.
(6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras, a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas, na igreja de hoje, pode ser chamada a palavra de Deus.
 (a) Pedro indicou que, a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação, era a palavra de Deus (1 Pe 1.25), e Paulo mandou Timóteo "pregar a Palavra" (2 Tm 4.2).
 A pregação, porém, não pode existir independente da Palavra de Deus. 
Na realidade, o teste para se determinar se a palavra de Deus está sendo proclamada num sermão, ou mensagem, é se ela corresponde exatamente à Palavra de Deus escrita.
 (b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia, ou revelação, no âmbito do culto de adoração (1 Co 14.26-32)? 
Ela está recebendo, ou não, a palavra de Deus? A resposta é um "sim". 
Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia, há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de Deus (ver 1 Co 14.29 nota).
 É somente em sentido secundário que os profetas, hoje, falam sob a inspiração do Espírito Santo; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1 Co 14.31 nota).
O PODER DA PALAVRA DE DEUS
A palavra de Deus permanece firme nos céus (Sl 119.89; Is 40.8; 1 Pe 1.24,25). Não é, porém, estática; é dinâmica e poderosa (cf Hb 4.12), pois realiza grandes coisas (55.11).
(1) A palavra de Deus é criadora. Segundo a narrativa da criação, as coisas vieram a existir à medida que Deus falava a sua palavra (e.g., Gn 1.3,4,6,7,9). 
Tal fato é resumido pelo salmista: "Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus" (Sl 33.6; cf. v. 9); e pelo escritor aos Hebreus: "Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados" (Hb 11.3; cf. 2 Pe 3.5).
 De conformidade com João, a Palavra que Deus usou para criar todas as coisas foi Jesus Cristo (Jo 1.1-3).
(2) A palavra de Deus sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus, Deus sustenta "todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18).
 Assim como a palavra criadora, essa palavra relaciona-se com Jesus Cristo segundo Paulo insiste: "todas as coisas subsiste poe ele [Jesus]" (Cl 1.17).
(3) A palavra de Deus tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo "pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15; Tg 1.18). É por essa razão que o próprio Jesus é chamado o Verbo da vida (1 Jo 1.1).
(4) A palavra de Deus também libera graça, poder e revelação, por meio dos quais os crente crescem na fé e na sua dedicação a Jesus Cristo. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem, assim a palavra que sai da boca de Deus nos leva a crescer espiritualmente (55.10,11). 
Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que, ao bebermos do leite puro da palavra de Deus, crescemos em nossa salvação (1 Pe 2.2).
(5) A palavra de Deus é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf. Ap 19.13-15). 
Jesus derrotou Satanás, pois fazia uso da Palavra de Deus: "Está escrito" (i.e., "consta como a Palavra infalível de Deus"; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11, nota).
(6) Finalmente, a palavra de Deus tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT frequentemente pronunciavam palavras de juízo recebida do Senhor. 
O próprio Jesus assegurou que a sua palavra condenará os rejeitarem (Jo 12.48). 
E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de Deus julga "os pensamentos e intenções do coração" (ver Hb 4.12 nota). 
Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de Deus, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.
NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEU
A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de Deus em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1,2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar, no Senhor, a palavra de Deus (Sl 56.4,10), amá-la (Sl 119.47,113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47).
 Devemos aceitar o que a palavra de Deus diz (Mc 4.20; At 2.41; 1 Ts 2.13), ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74,81,114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer o que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames (Sl 119.9). 
Deus conclamam os que ministram a palavra (cf. 1 Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2 Tm 2.15), e a pregá-la fielmente (2 Tm 4.2). 
Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de Deus por onde quer que forem (At 8.4).



sábado, 3 de outubro de 2015

A VONTADE DE DEUS

DEFINIÇÃO DA VONTADE DE DEUS.

De modo geral, a Bíblia refere-se à vontade de Deus em três sentidos diferentes:

(1) A vontade de Deus é outra maneira de se identificar a Lei de Deus. Davi, por exemplo, forma um paralelo entre a frase"tua lei" e "tua vontade" no Sl 40.8. Semelhantemente, o apóstolo Paulo considera que, conhecer a Deus é sinônimo de conhecer a sua vontade (Rm 2.17,18). Noutras palavras: como em sua Lei o Senhor nos instrui no caminho que Ele traçou, ela pode ser apropriadamente chamada "a vontade de Deus". "Lei" significa essencialmente "instrução", e inclui a totalidade da Palavra de Deus.

(2) Também se emprega a expressão "a vontade de Deus" para designar qualquer coisa que Ele explicitamente quer. Pode ser corretamente designada de "a perfeita vontade" de Deus. E a vontade revelada de Deus é que todos sejam salvos (1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9) e que nenhum crente caia da graça (ver Jo 6.39 nota). Isso não quer dizer que todos serão salvos, mas apenas que Deus deseja a salvação de todos.

(3) Finalmente, a "vontade de Deus" pode referir-se àquilo que Deus permite, ou deixa acontecer, embora Ele não deseje especificamente que ocorra. Tal coisa pode ser corretamente chamada 'a vontade permissiva de Deus". De fato, muita coisa que acontece no mundo é contrária à perfeita vontade de Deus (e.g., o pecado, a concupiscência, a violência, o ódio, e a dureza de coração ), mas Ele permite que o mal continue por enquanto. A chamada de Jonas para ir a Nínive fazia parte da perfeita vontade de Deus, mas sua viagem na direção oposta estava dentro de sua vontade permissiva (ver Jn 1). Além disso a decisão de muitas pessoas permanecerem sem salvação é permitida por Deus. Ele não impõe a fé aos que recusam a salvação mediante o seu Filho. Semelhantemente, muitas aflições e males que nos acometem são permitidos por Deus (1 Pe 3.17; 4.19), mas não é desejo seu que soframos (ver 1 Jo 5.19 nota).

FAZENDO A VONTADE DE DEUS.

O ensino bíblico a respeito da vontade de Deus não expressa apenas uma doutrina. Afeta nossa vida diária como crentes.

(1) Primeiro, devemos descobrir qual é a vontade de Deus, conforme revelada nas Escrituras. Como os dias em que vivemos são maus, temos de entender qual a perfeita e agradável vontade de Deus (Ef 5.17).

(2) Uma vez que já sabemos como Ele deseja que vivamos como crentes, precisamos dedicar-nos ao cumprimento da sua vontade. O salmista, por exemplo, pede a Deus que lhe ensine a "fazer a tua vontade" (Sl 143.10). 
Ao pedir, igualmente, que o Espírito o guie "por terra plana", indica que, em essência, está rogando a Deus a capacidade de viver uma vida de retidão. Semelhantemente, Paulo espera que os cristãos tessalonicenses sigam a vontade divina, evitando a imoralidade sexual, e vivendo de maneira santa e honrosa 
(1 Ts 4.3,4). Noutro lugar, Paulo ora para que os cristãos recebam a plenitude do conhecimento da vontade divina, a fim de viverem "dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo" (Cl 1.9,10).

(3) Os crentes são exortados a orarem para que a vontade de Deus seja feita (cf. Mt 6.10; 26.42; Lc 11.2; Rm 15.30-32; Tg 4.13-15). Devemos desejar, com sinceridade, a perfeita vontade de Deus, e ter o propósito de cumpri-la em nossa vida e na vida de nossa família (ver Mt 6.10 nota). Se essa for a nossa oração e compromisso, teremos total confiança de que o nosso presente e futuro estarão sob os cuidados do Pai (cf. At 18.21; 1 Co 4.19; 16.7). Se, porém, há pecado deliberado em nossa vida, e rebelião contra a sua Palavra, Deus não atenderá as nossas orações. Não poderemos esperar que a vontade divina seja feita na terra como no céu, a não ser que nós mesmos procuremos cumprir a sua vontade em nossa própria vida.

(4) Finalmente, não podemos usar a vontade de Deus como desculpa pela passividade, ou irresponsabilidade, no tocante à sua chamada para lutarmos contra o pecado e a mornidão espiritual. É Satanás, e não Deus, o culpado por essa era maligna, com a sua crueldade, maldade e injustiça (ver 1 Jo 5.19 nota). É também Satanás quem causa grande parte da dor e sofrimento no mundo (cf. Jó 1.6-12; 2.1-6; Lc 13.16; 2 Co 12.7). Assim como Jesus veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8), assim também é da vontade explícita de Deus que batalhemos contra as hostes espirituais da maldade por meio do Espírito Santo (Ef 6.10-20; 1 Ts 5.8).

A NATUREZA HUMANA

De todas as criaturas que Deus fez, o ser humano é incomparavelmente superior e também a mais complexa. Por seu orgulho, no entanto, o ser humano comumente se esquece de que Deus é o seu Criador, que ele é um ser criado, e que depende de Deus. Este estudo examina a perspectiva bíblia da natureza humana.

A NATUREZA HUMANA À IMAGEM DE DEUS.

(1) A Bíblia ensina claramente que Deus, mediante decisão especial criou a raça humana, à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27). Portanto nem Adão nem Eva são produtos de evolução (Gn 1.27; Mt 19.4; Mc 10.6). Por terem sido criados à semelhança de Deus. Adão e Eva podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e espelhar o seu amor, glória e santidade (ver Gn 1.25 nota).

(2) Note-se pelo menos três diferentes aspectos da imagem de Deus na raça humana (ver Gn 1.26 nota): Adão e Eva tinham semelhança moral com Deus, por serem justos e santos (cf. Ef 4.24), com um coração capaz de amar e também determinado a fazer o que era bom. Tinham semelhança com Deus na inteligência, pois foram criados com espírito, emoções e capacidade de escolha (Gn 2.19,20; 3.6,7). Deus plasmou no ser humano a imagem em que Ele mesmo lhe apareceria visivelmente no AT  (Gn 18.1,2), e na forma que seu Filho um dia tomaria (Lc 1.35; Fp 2.7).

(3) Quando Adão e Eva pecaram, essa imagem de Deus neles, foi seriamente danificada, mas não totalmente destruída. (a) Inevitavelmente, a semelhança moral de Deus, no homem, ficou arruinada quando Adão e Eva pecaram (cf. Gn 6.5); deixaram de ser perfeitos e santos e passaram a ser propensos ao pecado; propensão esta, ou tendência que transmitiriam aos filhos (cf. Gn 4.; ver Rm 5.12 nota). O NT confirma o estrago da imagem de Deus no homem, quando declara que o crente redimido deve ser renovado segundo a semelhança moral de Deus (cf. Ef 4.22,24; Cl 3.10); (b) Apesar de o ser humano ser pecador como é, ainda retém uma porção elevada da semelhança de Deus, na sua inteligência, e na capacidade de comunhão e comunicação co Ele (cf. Gn 3.8-19; At 17.27,28).

COMPONENTES DA NATUREZA HUMANA.

A Bíblia revela que a natureza humana, criada à imagem de Deus, é trina e una, composta de três componentes, a saber: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Hb 4.12).

(1) Deus formou Adão do pó da terra (seu corpo) e soprou nas suas narinas o fôlego da vida (seu espírito), e ele tornou-se um ser vivente (sua alma: Gn 2.7). A intenção de Deus era que o ser humano, pelo comer da árvore da vida e pela obediência à sua proibição de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, nunca morresse, mas vivesse para sempre (cf. Gn 2.16,17; 3.22-24). Somente depois da morte entrar no mundo, como resultado do pecado humano, é que passou a haver a separação da pessoa, em pó que volta à terra e no espírito que volta a Deus (Gn 3.19; 35.18,19; Ec 2.7; Ap 6.9). Noutras palavras, a separação entre o corpo, por um lado, e o espírito e a alma, por outro, é resultado do juízo divino sobre a raça humana por causa do pecado, e esse juízo somente será removido mediante a ressurreição do corpo no último dia.

(2) A alma (hb. nephesh; gr. psyche), frequentemente traduzida por "vida", pode ser definida, de modo resumido, como os aspectos imateriais da mente, das emoções e da vontade, no ser humano, resultantes da união entre o espírito e o corpo. A alma, juntamente com o espírito humano, continuará a existir após a  morte física da pessoa. A alma está tão ligada à natureza imaterial do ser humano, que às vezes, o termo "alma" é usado como sinônimo de "pessoa" (e.p. Lv 4.2; 7.20; Js 20.3). O corpo (hb. basar; gr. soma) pode ser definido, em resumo, como o componente do ser humano que volta ao pó quando a pessoa morre (ás vezes, é chamado "carne"). O espírito (hb. ruach; gr. pneuma) pode ser definido, em resumo, como o componente imaterial do ser humano, em que reside nossa faculdade espiritual, inclusive a consciência. É principalmente através desse componente que se tem comunhão com o Espírito de Deus.

(3) Desses três componentes, que constituem a completa natureza humana, somente o espírito e a alma são indestrutíveis e sobrevivem à morte, para então seguirem para o céu (Ap 6.9; 20.4) ou para o inferno (cf. Sl 16.10; Mt 16.26). Quanto ao corpo, a Bíblia ensina repetidamente que enquanto o crente aqui viver, deve cuidar bem do seu corpo, através da sua conservação, isento de imoralidade e de iniquidade (Rm 6.6,12,13; 1 Co 6.13-20; 1 Ts 4.3,4) e da sua dedicação ao serviço de Deus (Rm 6.13; 12.1). O corpo dos salvos será transformado no dia da ressurreição, quando então a sua redenção estará completa; isto para os que estão em Cristo Jesus.

AS RESPONSABILIDADES DO SER HUMANO.

Quando Deus criou o ser humano, Ele lhe confiou várias responsabilidades.
(1) Deus o criou à sua própria imagem a fim de poder manter comunhão com ele, de modo amoroso e pessoal por toda eternidade, e para que ele o glorificasse como Senhor. Deus desejava de tal maneira que o ser humano o amasse, o glorificasse, e vivesse em santidade e justiça diante dEle, que quando Satanás induziu Adão e Eva à rebelião e desobediência a Deus, o Senhor prometeu que enviaria um Salvador a fim de redimir o mundo (ver Gn 3.15 nota).

(2) Era a vontade de Deus que o ser humano o amasse acima de tudo e amasse o seu próximo como a si mesmo. Esse duplo mandamento do amor, resume a totalidade da lei de Deus (Lv 19.18; Dt 6.4,5; Mt 22.37-40; Rm 13.9,10).

(3) Também no Jardim do Éden, Deus estabeleceu a instituição do casamento (Gn 2.21-24). O propósito de Deus é que o casamento seja monogâmico e vitalício (cf. Mt 19.5-9; Ef 5.22-33). Dentro dos limites do casamento, Deus ordenou que a raça humana fosse frutífera e se multiplicasse (Gn 1.28; 9.7). O homem e a mulher deviam gerar filhos tementes a Deus, no ambiente do lar. Deus vê a família cristã e a criação de filhos, sob a convivência salutar doméstica, como uma alta prioridade no mundo (ver Gn 1.28 nota). 

(4) Deus também ordenou que Adão e seus descendentes sujeitassem a terra. Ele disse: "dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves do céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra" (Gn 1.28). Ainda no Jardim do Éden, a Adão foi confiada a responsabilidade de cuidar do jardim e de dar nomes aos animais (Gn 2.15,19,20).

(5) Note-se que quando Adão e Eva pecaram por comerem do fruto proibido, eles perderam parte do seu domínio sobre o mundo, a qual foi entregue a Satanás que, agora como "deus deste século", (2 Co 4.4) controla este presente mundo mau (ver 1 Jo 5.19 nota; cf. Gl 1.4; Ef 6.12). Ainda assim, Deus espera que os crentes cumpram o seu divino propósito quanto à terra, a saber: cuidar divinamente dela; dedicar tudo dela a Deus e administrar sua criação de modo a glorificar a Deus (cf. Sl 8.6-8; Hb 2.7,8).

(6) Por causa da presença do pecado no mundo, Deus enviou o seu Filho Jesus para redimir o mundo. A tarefa transcendente de transmitir a mensagem do amor redentor de Deus foi confiada aos salvos, pois foi a eles que Ele chamou para serem testemunhas de Cristo e da sua salvação, até aos confins da terra (Mt 28.18-20; At 1.8) e para serem luz do mundo e sal da terra (Mt 5.13-16).