EVANGELHO DE JESUS CRISTO

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A INTERCESSÃO

Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, como fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. 
A oração de Daniel no cap. 9 é uma oração intercessão, pois ele ora continuamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.
A INTERCESSÃO DE CRISTO E DO ESPÍRITO SANTO
(1) Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos perdidos, os quais Ele viera buscar e salvar (Lc 19.10). Chorou, quebrantando, por causa da indiferença da cidade de Jerusalém (Lc 19.41). Orava pelos seus discípulos, tanto individualmente (ver Lc 22.32) como pelo grupo todo (Jo 17.6-26). Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz (Lc 23.34).
(2) Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o de interceder pelos crentes diante do trono de Deus (Rm 8.34; Hb 7.25; 9.24; ver 7.25 nota); João refere-se a Jesus como "um advogado para com o Pai" (ver 1 Jo 2.1 nota). 
A intercessão de Cristo é essencial à nossa salvação (cf. Is 53.12). Sem a sua graça, misericórdia e ajuda, que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de Deus e voltaríamos à escravidão do pecado.
(3) O Espírito Santo também está empenhado na intercessão. Paulo declara: "não sabemos o que havemos de pedir como convém mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Rm 8.26 nota). O Espírito Santo, através do espírito do crente, intercede "segundo Deus" (Rm 8.27). Portanto, Cristo intercede pelo crente, no céu, e o Espírito intercede dentro do crente, na terra.
A INTERCESSÃO DO CRENTE
A Bíblia refere-se constantemente às orações de intercessão do crente e registra numerosos exemplos de oração notáveis e poderosas.
(1) No AT, os Líderes do povo de Deus, tais como os reis (1 Cr 21.17; 2 Cr 6.14-42), profetas (1 Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração por intercessão em prol da nação. 
Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2 Sm 12.16; 1 Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5).
 Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no At, quanto ao poder da oração de intercessão. 
Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar.
 Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: 
"Conforme à tua palavra, lhe perdoei" (Nm 14.20; ver também Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ; BREVE). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1 Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11). 
(2) O NT apresenta mais exemplos, ainda, de orações de intercessão. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos. 
Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). 
Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21).
(3) A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu a fim de orar pela libertação de Pedro na prisão (At 12.5,12). 
A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem "uns pelos outros" (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). 
Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1 Tm 2.1-3).
(4) O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas própria orações em favor de várias igrejas e indivíduos (e.g., Rm 1.9,10; 2 Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1 Ts 1.2,3; 2 Ts 1.11,12; 2 Tm 1.3; Fm vv. 4-6). 
Vez por outra fala das suas orações de intercessão (e.g., Ef 1.16-18; 3.14-19; 1 Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2 Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2 tS 3.1,2). 
PROPÓSITOS DA ORAÇÃO  INTERCESSÓRIA
Nas numerosas orações de intercessão da Bíblia, os santos de Deus intercedem para que Deus sustasse o seu juízo (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17), que restaurasse o seu povo (Ne 1; Dn 9), que livrasse as pessoas do perigo (At 12.5,12; Rm 15.31), e que abençoasse o seu povo (Nm 6.24-26; 1 Rs 18.41-45; Sl 122.6-8). Os intercessores também oravam para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17;), para que alguém fosse curado (1 Rs 17.20-23; At 28.8; Tg 5.14-16), pelo perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At 7.60), para Deus dá capacidade às pessoas investidas de autoridade para governarem bem ( 1 Cr 29.19; 1 Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2 Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo (ver o estudo A VONTADE DE DEUS) pode ser um motivo apropriado para a oração de intercessória.


A GLÓRIA DE DEUS

SE LEVANTOU A GLÓRIA DO SENHOR

O enfoque dos capítulos 10 e 11 é a retirada da glória e presença de Deus do templo e da cidade. Primeiramente, a glória de Deus retirou-se do lugar santíssimo, e colocou-se à entrada do templo (v. 4). Em seguida, retirou-se do templo e repousou sobre o carro-trono dos querubins (v. 18). Os querubins conduziram a glória de Deus até à porta oriental do templo (v. 19), e então ela retirou-se totalmente da área do templo. Por fim, a glória divina deixou a cidade de Jerusalém e pousou sobre o monte das Oliveiras (11.23).

(1) A glória de Deus retirou-se do templo por causa do pecado e idolatria do povo. Deus retirou-se da sua casa de modo relutante e aos poucos, mas por causa da sua santidade, Ele teria de separar-se da idolatria do templo.

(2) O que aconteceu com Israel e o templo pode também acontecer com as igrejas. Se os pastores tolerarem o pecado, e deixarem que Satanás e o mundanismo tomem pé, a glória e a presença de Deus se afastarão da congregação, que se tornará uma igreja de aparência, sem as manifestações do Espírito Santo (ver 1 Co 14).

(3) Devemos buscar com zelo a glória e a presença de Deus e, ao mesmo tempo, repelir todo pecado e mal na igreja (ver Hb 1.9 nota). Qualquer outra atitude levará à transigência espiritual e ao juízo divino (ver Ap 2;3 cf. Dt 31.17; 1 Sm 4.21; Os 9.12).

DEFINIÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS

A expressão "glória de Deus" tem emprego variado na Bíblia.

(1) Às vezes, descreve o esplendor e majestade de Deus (cf. 1 Cr 29.11; Hc 3.3-5), uma glória tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la e continuar vivo (ver Êx 33.18-23. Quando muito, pode-se ver apenas um "aparecimento da semelhança da glória do Senhor" (cf. a visão que Ezequiel teve do trono de Deus, Ez 1.26-28). Neste sentido, a glória de Deus designa sua singularidade, sua santidade (cf. Is 6.1-3) e sua transcendência (cf. Rm 11.36; Hb 13.21). Pedro emprega a expressão "a magnífica glória" como um nome de Deus (2 Pe 1.17).

(2) A glória de Deus também se refere à presença visível de Deus entre o seu povo, glória esta que os rabinos de tempos posteriores, chamavam de shekinah. Shekinah é uma palavra hebraica que significa "habitação [de Deus]", empregada para descrever a manifestação visível da presença e glória de Deus. Moisés viu a shekinah de Deus na coluna de nuvem e de fogo (Êx 13.21). Em Êx 29.43 é chamada "minha glória" (cf. Is 60.2). Ela cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei (ver Êx 24.16,17 nota), encheu o tabernáculo (Êx 40.34), guiou Israel no deserto (Êx 40.36-38) e posteriormente encheu o templo de Salomão (2 Cr 7.1; cf. 1 Rs 8.11-13). Mais precisamente, Deus habitava entre os querubins no lugar santíssimo do templo (1 Sm 4.4; 2 Sm 6.2; Sl 80.1). Ezequiel viu a glória do Senhor levantar-se e afastar-se do templo por causa da idolatria infrene ali (Ez 10.4,18,19). O equivalente da glória shekinah no NT é Jesus Cristo que, como a glória de Deus em carne humana, veio habitar entre nós (Jo 1.14). Os pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo (Lc 2.9), os discípulos a viram na transfiguração de Cristo (Mt 17.2; 2 Pe 1.16-18), e Estevão a viu na ocasião do seu martírio (At 7.55).

(3) Um terceiro aspecto da glória de Deus é a sua presença e poder espirituais. Os céus declaram a glória de Deus (Sl 19.1; Cf. Rm 1.19,20) e toda a terra está cheia da sua glória (Is 6.3; cf. Hc 2.14), todavia o esplendor da majestade divina não é comumente visível, nem notado. Por outro lado, o crente participa da glória e da presença de Deus em sua comunhão, seu amor, justiça e manifestações, mediante o poder do Espírito Santo (ver 2 Co 3.18 nota; Ef 3.16-19 nota; 1 Pe 4.14 nota).

(4) Por último, o AT adverte que qualquer tipo de idolatria é uma usurpação da glória de Deus e uma desonra ao seu nome. Cada vez que Deus se manifesta como nosso Redentor, seu nome é glorificado (ver Sl 79.9; Jr 14.21). Todo o ministério de Cristo na terra redundou em glória ao nosso Deus (Jo 14.13; 17.1,4,5).

A GLÓRIA DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO

Quando Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que nEle seria revelada a glória de Deus para que toda a raça humana a visse (ver Is 40.5). Tanto João (Jo 1.14) como o escritor aos Hebreus (Hb 1.3) testifica que Jesus Cristo cumpriu essa profecia. A glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que houvesse mundo (Jo 1.14; 17.5). A glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério do AT (2 Co 3.7-11). Paulo cham Jesus "o Senhor da glória" (1 Co 2.8), e Tiago o chama "nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória" (Tg 2.1).

Repetidas vezes, o NT refere-se ao vínculo entre Jesus Cristo e a glória de Deus. Seus milagres revelam a sua glória (Jo 2.11; 11.40-44). Cristo transfigurou-se em meio a "uma nuvem luminosa" (Mt 17.5), onde Ele recebeu glória (cf. 2 Pe 1.16-19). A hora da sua morte foi a hora da sua glorificação (Jo 12.23,24; cf. 17.4,5). Subiu ao céu em glória (cf. At 1.9; 1 Tm 3.16), agora está exaltado em glória (Ap 5.12,13), e um dia voltará "sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mt 24.30; cf. 25.31; Mc 14.62; 1 Ts 4.17).

A GLÓRIA DE DEUS NA VIDA DO CRENTE
Como a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?

(1) Concernente a glória celestial e majestosa de Deus, é bem verdade que ninguém pode contemplar essa glória e sobreviver. Sabemos que ela existe, mas não a vemos. Deus habita em luz e glória inacessíveis, que nenhum ser humano pode vê-lo face a face (1 Tm 6.16).

(2) A glória shekinah de Deus, no entanto, era conhecida do seu povo nos tempos bíblicos. No decurso da história, até o presente, sabe-se de crentes que tiveram visões de Deus, semelhantes às de Isaías (Is 6) e Ezequiel (Ez 1), embora isso não fosse comum naqueles tempos, nem agora. A experiência da glória de Deus, no entanto, é algo que todos os crentes terão na consumação da salvação, quando virmos a Jesus face a face. Seremos levados à presença gloriosa de Deus (Hb 2.10; 1 Pe 5.1; Jd 24), compartilharemos da glória de Cristo (Rm 8.17,18) e receberemos uma coroa de glória (1 Pe 5.4). Até mesmo nosso corpo ressurreto terá a glória do Cristo ressuscitado (1 Co 15.42,43; Fp 3.21).

(3) De modo mais direto, o crente sincero experimenta a presença espiritual de Deus. O Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e do Senhor Jesus (2 Co 3.17; 1 Pe 4.14). Quando o Espírito opera poderosamente na igreja, através da sua manifestações sobrenaturais (1 Co 12.1-12), o crente experimenta a glória de Deus no seu meio, i.e., um sentimento da majestosa presença de Deus, semelhante ao que sentiram os pastores nos campos de Belém quando nasceu o Salvador Jesus Cristo (Lc 2.8-20).

(4) O crente que abandona o pecado e que repudia a idolatria pode ser cheio da glória de Cristo (ver Jo 17.22 nota), bem como do Espírito da glória (1 Pe 4.14); na realidade, uma das razões de Jesus vir ao mundo foi para encher de glória os crentes (Lc 2.29-32). Como salvos por Cristo Jesus, devemos viver a nossa vida inteira para a glória de Deus, a fim de que Ele seja glorificado em nós (Jo 17.10; 1 Co 10.31; 2 Co 3.18).





domingo, 4 de outubro de 2015

[MINHA] PALAVRA... NÃO VOLTARÁ PARA MIM VAZIA

O poder e a eficácia da Palavra de Deus são para sempre infalíveis. Esta Palavra é vida espiritual para quem a recebe; ou condenação, para quem a rejeita.
A Palavra de Deus.
A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS
A expressão "a palavra de Deus" (també m " palavra do Senhor", ou simplesmente "a palavra") possui várias aplicações na Bíblia.
(1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto Deus tem falado diretamente. 
Quando Deus falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16,17; Gn 3.9-19), o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de Deus. 
De modo semelhante, Ele se dirigiu a Abraão (e.g., Gn 12.1-3), a Isaque (e.g., Gn 26.1-5), a Jacó (e.g., Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g., Êx 3-4). Deus também falou à totalidade da nação de Israel, no monte Sinai, ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). 
As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de Deus.
(2) Além da fala direta, Deus ainda falou através dos profetas. 
Quando eles se dirigiam ao povo de Deus, assim introduziam as suas declarações: 
"Assim diz o Senhor", ou "Veio a mim a palavra do Senhor". 
Quando, portanto, os israelitas ouviam as palavras dos profeta, ouviam, na verdade, a palavra de Deus.
(3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT.
 Embora não introduzissem suas palavras com a expressão "Assim diz o Senhor",
o que falavam e proclamavam era, verdadeiramente, a palavra de Deus. 
O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41), por exemplo, criou tamanha comoção que, "no sábado seguinte, ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de Deus" (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que, "havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavras de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus" (1 Ts 2.13; cf. At 8.25).
(4) Além disso, tudo quanto Jesus falava era palavra de Deus, pois Ele, antes de tudo, é Deus (Jo 1.1,18; 10.30; 1 Jo 5.20).

 Lucas, escritor do terceiro evangelho, declara explicitamente que, quando as pessoas ouviam a Jesus, ouviam na verdade a palavras de Deus (Lc 5.1). Note como, em contraste com os profetas do AT, Jesus introduzia seus ditos: Eu "vos digo..." (e.g., Mt 5.18,20,22,23,32,39; 11.22,24; Mc 9.1; 10.15; Lc 10.12; 12.4; Jo 5.19; 6.26; 8.34). Noutras palavras, Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de Deus. É tão importante ouvir as palavras de Jesus, pois "quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação" (Jo 5.24). 
Jesus, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de Deus que é chamado "o Verbo" [" a Palavra"] (Jo 1.1,14; 1 Jo 1.1; Ap 19.13-16; ver Jo 1.1 nota).
(5) A palavra de Deus é o registro do que os profetas, apóstolos e Jesus falaram, i.e., a própria Bíblia. No NT, quer um escritor usasse a expressão "Moisés disse", "Davi disse", "o Espírito Santo diz", ou "Deus diz", nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5,19; Hb 3.7; 4.7); pois o que estava escrito na Bíblia era, sem dúvida alguma, a palavra de Deus.
(6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras, a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas, na igreja de hoje, pode ser chamada a palavra de Deus.
 (a) Pedro indicou que, a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação, era a palavra de Deus (1 Pe 1.25), e Paulo mandou Timóteo "pregar a Palavra" (2 Tm 4.2).
 A pregação, porém, não pode existir independente da Palavra de Deus. 
Na realidade, o teste para se determinar se a palavra de Deus está sendo proclamada num sermão, ou mensagem, é se ela corresponde exatamente à Palavra de Deus escrita.
 (b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia, ou revelação, no âmbito do culto de adoração (1 Co 14.26-32)? 
Ela está recebendo, ou não, a palavra de Deus? A resposta é um "sim". 
Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia, há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de Deus (ver 1 Co 14.29 nota).
 É somente em sentido secundário que os profetas, hoje, falam sob a inspiração do Espírito Santo; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1 Co 14.31 nota).
O PODER DA PALAVRA DE DEUS
A palavra de Deus permanece firme nos céus (Sl 119.89; Is 40.8; 1 Pe 1.24,25). Não é, porém, estática; é dinâmica e poderosa (cf Hb 4.12), pois realiza grandes coisas (55.11).
(1) A palavra de Deus é criadora. Segundo a narrativa da criação, as coisas vieram a existir à medida que Deus falava a sua palavra (e.g., Gn 1.3,4,6,7,9). 
Tal fato é resumido pelo salmista: "Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus" (Sl 33.6; cf. v. 9); e pelo escritor aos Hebreus: "Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados" (Hb 11.3; cf. 2 Pe 3.5).
 De conformidade com João, a Palavra que Deus usou para criar todas as coisas foi Jesus Cristo (Jo 1.1-3).
(2) A palavra de Deus sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus, Deus sustenta "todas as coisas pela palavra do seu poder" (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18).
 Assim como a palavra criadora, essa palavra relaciona-se com Jesus Cristo segundo Paulo insiste: "todas as coisas subsiste poe ele [Jesus]" (Cl 1.17).
(3) A palavra de Deus tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo "pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15; Tg 1.18). É por essa razão que o próprio Jesus é chamado o Verbo da vida (1 Jo 1.1).
(4) A palavra de Deus também libera graça, poder e revelação, por meio dos quais os crente crescem na fé e na sua dedicação a Jesus Cristo. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem, assim a palavra que sai da boca de Deus nos leva a crescer espiritualmente (55.10,11). 
Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que, ao bebermos do leite puro da palavra de Deus, crescemos em nossa salvação (1 Pe 2.2).
(5) A palavra de Deus é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf. Ap 19.13-15). 
Jesus derrotou Satanás, pois fazia uso da Palavra de Deus: "Está escrito" (i.e., "consta como a Palavra infalível de Deus"; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11, nota).
(6) Finalmente, a palavra de Deus tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT frequentemente pronunciavam palavras de juízo recebida do Senhor. 
O próprio Jesus assegurou que a sua palavra condenará os rejeitarem (Jo 12.48). 
E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de Deus julga "os pensamentos e intenções do coração" (ver Hb 4.12 nota). 
Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de Deus, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.
NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEU
A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de Deus em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1,2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar, no Senhor, a palavra de Deus (Sl 56.4,10), amá-la (Sl 119.47,113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47).
 Devemos aceitar o que a palavra de Deus diz (Mc 4.20; At 2.41; 1 Ts 2.13), ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74,81,114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer o que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames (Sl 119.9). 
Deus conclamam os que ministram a palavra (cf. 1 Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2 Tm 2.15), e a pregá-la fielmente (2 Tm 4.2). 
Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de Deus por onde quer que forem (At 8.4).