EVANGELHO DE JESUS CRISTO

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A IDOLATRIA E SEUS MALES

NÃO VOS DESVIEIS; NÃO SEGUIREIS AS VAIDADES
"Vaidades", aqui, tem o sentido de ídolos. Samuel advertiu os israelitas contra a adoração a deuses pagãos e vazios de poder. Somente o Senhor Deus o Todo-Poderoso poderia lhes socorrer em qualquer dificuldade.
Segue-se o estudo: 
A IDOLATRIA E SEUS MALES.
A idolatria é um pecado que o povo de Deus, através da sua história no AT, cometia repetidamente. 
O primeiro caso registrado ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4).
 O primeiro caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no monte Senai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de Deus frequentemente se voltava para os ídolos. 
Embora não haja evidência de idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reino de Salomão foi marcado por frequente idolatria em Israel (1 Rs 11.1-10). 
Na história do reino dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que cessou o culto idólatra entre os judeus.
O FASCÍNIO DA IDOLATRIA
Porque a idolatria era tão fascinante aos israelitas? 
Há vários fatores implícitos.
(1) As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a vários deuses era superior a adoração a um único Deus. 
Noutras palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santos e separados delas.
(2) Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeria o tipo de obediência que o Deus de Israel requeria.
 Por exemplo muitas religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía muitos em Israel.
 Deus, por sua vez, requeria que o seu povo obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não haveria comunhão com Ele.
(3) Por causa do elemento demoníaco da idolatria (ver a próxima seção), ela, às vezes, oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos temporários. 
Os deuses da fertilidade prometiam o nascimentos de filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da guerra prometiam proteção dos inimigos e vitórias nas batalhas. A promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se dispunham a servir aos ídolos.
A NATUREZA REAL DA IDOLATRIA
Não se pode compreender a tração que exercia a idolatria sobre o povo, a menos que compreendamos sua verdadeira natureza.
(1) A Bíblia deixa claro que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). 
O ídolo é meramente um pedaço de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder tem em si mesmo. 
Samuel chama os ídolos de "vaidades" (12.21), e Paulo declara expressamente: "sabemos que o ídolo nada é no mundo" (1 Co 8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135:15-18) e os profetas (e.g. 1 Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) frequentemente zombavam dos ídolos.
(2) Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais controlados pelo diabo. Tanto Moisés (ver Dt 32.17 nota) quanto o salmista (Sl 106.36,37) associam os falsos deuses co demônios.
Note, também, o que Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne sacrificada aos ídolos: "as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus" (1 Co 10.20). 
Noutra palavras, o poder que age por detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o mundo e os que são deles.
 O cristão sabe com certeza que o poder de Jesus Cristo é maior do que o dos demônios.
 Satanás, como "o deus deste século" (2 Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (ver Jo 5.19 nota; cf. Lc 13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). 
Ele tem poder para produzir falsos milagres, sinais e maravilhas de mentira (2 Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13,14; 19.20) e de proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. 
Sem dúvida, esse poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (cf. Sl 10.2-6; 37.16,35; 49.6; 73.3-12).
(VER ESTUDO: PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS)
(3) A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a necromancia e coisas semelhantes (cf. 2 Rs 21.3-6; Is 8.19; ver Dt 18.9-11 notas; Ap 9.21 nota). 
Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e culto aos demônios. Quando por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito subindo da terra, representando Samuel (28.8-14), i.e., ela viu um demônio subindo do inferno.
(4) O NT declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5). 
A conexão é óbvia: pois os demônios são capazes de proporcionar benefícios materiais. 
Uma pessoa insatisfeita com aquilo que tem e que sempre cobiça mais, não hesitará em obedecer aos princípios e vontade desses seres sobrenaturais que conseguem para tais pessoas aquilo que desejam. Embora tais pessoas talvez não adorem ídolos de madeira e de pedra, entretanto adoram os demônios que estão por trás da cobiça e dos desejos maus; logo, tais pessoas são idolatras. Dessa maneira, a declaração de Jesus: "Não podeis servi a Deus e a Mamom [as riquezas]" (Mt 6.24), é basicamente a mesma que a admoestação de Paulo: "Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios" (1 Co 10.21).
A VERSÃO DE DEUS À IDOLATRIA
Deus não tolerará nenhuma forma de idolatria.
(1) Ele adverte frequentemente contra ela no AT. (a) Nos dez mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel (ver Êx 20.3,4 notas).
(b) Esta ordem foi repetida por Deus noutras ocasiões (e.g., Êx 23.13,24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38).
(c) Vinculada à proibição de servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as imagens de nações pagãs na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3).
(2) A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. Deus muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, Deus castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre eles.
(a) O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles deixaram de conquistar. 
Deus permitia que os inimigos os dominassem; o povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para liberá-lo.
(b) A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase dois séculos. 
Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2 Rs 17.6-18).
(c) O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a idolatria se arraigou na nação de Judá (2 Rs 21.1-11). Como resultado, Deus disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2 Rs 21.10-16). 
A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (e.g., Is 48.4,5; Jr 2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, incendiou o templo e saqueou a cidade (2 Rs 25).
(3) O NT também adverte todos os crentes contra a idolatria.
(a) A idolatria manifesta-se de várias formas hoje em dia. Aparece abertamente na falsas religiões mundiais, bem como na feitiçaria, no satanismo e noutras formas de ocultismo. 
A idolatria está presente sempre que a pessoas dão lugar à cobiça e ao materialismo, ao invés de confiarem em Deus somente.
Finalmente, ela ocorre dentro da igreja, quando seus membros acreditam que, a um só tempo, poderão servir a Deus, desfrutar da experiência da salvação e as bênçãos divinas, e também participar das práticas imorais e ímpias do mundo.
(b) Daí, o NT nos admoestar a não sermos cobiçosos, avarentos, nem imorais (Cl 3.5; cf. Mt 6.19-24; Rm 7.7; Hb 13.5,6;) e, sim, a fugirmos de todas as formas de idolatria (1 Co 10.14; 1 Jo 5.21). Deus reforça suas advertências com a declaração de que aqueles que praticam qualquer forma de idolatria não herdarão o seu reino (1 Co 6.9,10; Gl 5.20,21; Ap 22.15).



quarta-feira, 7 de outubro de 2015

OS ANJOS, E O ANJO DO SENHOR

A Bíblia menciona frequentemente os anjos; o presente estudo provê uma noção geral do ensino bíblico a respeito dos anjos.
O anjo do Senhor repreendeu a Israel por não ter expulsado os cananeus (Êx 3.2 nota ver o estudo a seguir).
ANJOS. A palavra "anjo" (hb. malak; gr. angelos) significa "mensageiro".
 Os anjos são mensageiros ou servidores celestiais de Deus (Hb 1.13,14), criados por Deus antes de existir a terra (Jó 38.4-7; Sl 148.2,5; Cl 1.16)
(1) A Bíblia fala em anjos bons e em anjos maus, embora ressalte que todos os anjos foram originalmente criados bons e santos (Gn 1.31). Tendo livre-arbítrio, numerosos anjos participaram da rebelião de Satanás (Ez 28.12-17; 2 Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.9; ver Mt 4.10 nota) e abandonaram o seu estado original de graça como servos de Deus, e assim perderam o direito à sua posição celestial.
(2) A Bíblia fala numa vasta hoste de anjos bons (1 Rs 22.19; Sl 68.17; 148.2; Dn 7.9,10; Ap 5.11) embora os nomes de apenas dois sejam registrados nas Escrituras: Miguel (Dn 12.1; Jd 9; Ap 12.7) e Gabriel (Dn 9.21; Lc 1.19,26).
 Segundo parece, os anjos estão divididos em diferentes categorias: Miguel é chamado de arcanjo (lit.: "anjo principal", Jd 9; 1 Ts 4.16); há serafins (Is 6.2), querubins (Ez 10.1-3), anjos com autoridade e domínio (Ef 3.10; Cl 1.16) e as miríades de espíritos ministradores angelicais (H B 1.13,14; aP 5.11).
(3) Com seres espirituais, os anjos bons louvam a Deus (Hb 1.6; Ap 5.11; 7.11), cumprem a sua vontade (Nm 22.22; Sl 103.20), vêem a sua face (Mt 18.10), estão em submissão a Cristo (1 Pe 3.22), são superiores aos seres humanos (Hb 2.6,7) e habitam no céus (Mc 13.32; Gl 1.8). Não se casam (Mt 22.30), nunca morrerão (Lc 20.34-36) e não devem ser adorados (Cl 2.18; Ap 19.9,10). Podem aparecer em forma humana (geralmente como moços, sem asas, cf. Gn 18.2,16; 19.1; Hb 13.2).
(4) Os anjos executam numerosas atividades na terra, cumprindo ordens de Deus.
 Desempenharam uma elevada missão ao revelarem a lei de Deus a Moisés (At 7.38; Gl 3.19; Hb 2.2). Seus deveres relacionam-se principalmente com a obra redentora de Cristo (Mt 1.20-24; 2.13;28.2; Lc 1---2; At 1.10; Ap 14.6,7). Regozijam-se por um só pecador que se arrepende (Lc 15.10), servem em prol do povo de Deus (Dn 3.25; 6.22; Mt 18.10; Hb 1.14), observam o comportamento da congregação dos cristãos (1 Co 11.10; Ef 3.10; 1 Tm 5.21), são portadores de mensagens de Deus (Zc 1.14-17; At 10.1-8;27.23,24), trazem respostas às orações (Dn 9.21-23; At 10.4); às vezes ajudam a interpretar sonhos e visões proféticos (Dn 7.15,16); fortalecem o povo de Deus nas provações (Mt 4.11; Lc 22.43), protegem os santos que temem a Deus e se afastam do mal (Sl 34.7; 91.11; Dn 6.22; At 12.7-10), castigam os inimigos de Deus (2 Rs 19.35; At 12.23; Ap 14.17----16.21), lutam contra as forças demoníacas (Ap 12.7-9) e conduzem os salvos ao céus (Lc 16.22).(5) Durante os eventos dos tempos do fim, a guerra se intensificará entre Miguel, com os anjos bons, e Satanás, com suas hostes demoníacas (Ap 12.7-9). Anjos acompanharão a Cristo quando Ele voltar (Mt 24.30,31) e estarão presentes no julgamento da raça humana (Lc 12.8,9).
O ANJO DO SENHOR
É mister fazer menção especial ao "Anjo do SENHOR" (às vezes, "o Anjo de Deus"), um anjo incomparável que aparece no AT e no NT.
(1) Seu primeiro aparecimento foi a Agar, no deserto (Gn 16.7); outros aparecimentos incluíram pessoas como Abraão (Gn 22.11,15), Jacó (Gn 31.11-13), Moisés (Êx 3.2), todos os israelitas durante o êxodo (Êx 14.19) e mais tarde em Boquim (Jz 2.1,4), Balaão (Nm 22.22-36), Josué (Js 5.13-15, onde o príncipe do exército do SENHOR é mais provavelmente o Anjo do SENHOR), Gideão (Jz 6.11), Davi (1 Cr 21.16), Elias (2 Rs 1.3-4), Daniel (Dn 6.22) e José (Mt 1.20; 2.13).
(2) O Anjo do SENHOR realizou várias tarefas semelhantes às dos anjos, em geral. Às vezes, simplesmente trazia mensagens do Senhor ao seu povo (Gn 22.15-18; 31.11-13; Mt 1.20). Noutra ocasiões, Deus enviava o seu anjo para suprir as necessidades dos seus (1 Rs 19.5-7), para protegê-los do perigo (Êx 14.19; 23.20; Dn 6.22) e, ocasionalmente, destruir os seus inimigos (Êx 23.23; 2 Rs 19.34,35; Is 63.9). Quando o próprio povo de Deus rebelava-se e pecava grandemente, este anjo podia ser usado para destruí-lo (2 Sm 24.16,17).
(3) A identidade do anjo do Senhor tem sido debatida, especialmente pelo modo como ele frequentemente se dirige às pessoas. Note os seguintes fatos: (a) em 2.1, o anjo do Senhor diz: Do Egito Eu vos fiz subir, e Eu vos trouxe à terra que a vossos pais Eu tinha jurado, e Eu disse: Eu nunca invalidarei o meu concerto convosco (o grifo dos pronomes foi acrescentado). Comparada esta passagem com outras que descrevem o mesmo evento, verifica-se que eram atos do Senhor, o Deus do concerto dos israelitas. Foi Ele quem jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó que daria aos seus descendentes a terra de Canaã (Gn 13.14-17; 17.8; 26.2-4; 28.13); Ele jurou que esse concerto seria eterno (Gn 17.7), Ele tirou os israelitas do Egito (Êx 20.1,2) e Ele os levou à terra prometida (Js 1.1,2). (b) Quando o anjo do Senhor apareceu a Josué, este prostrou-se e o adorou (Js 5.14). Essa atitude tem levado muitos a crer que esse anjo era uma manifestação do próprio Senhor Deus; do contrário, o anjo teria proibido Josué de adorá-lo (Ap 19.10; 22.8,9). (c) Ainda mais explicitamente, o anjo do Senhor que apareceu a Moisés na sarça ardente disse, em linguagem bem clara: "Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó" (Êx 3.6; ver Gn 16.7 nota; Êx 3.2 nota).
(4) Porque o anjo do Senhor está tão estreitamente identificado com o próprio Senhor, e porque ele apareceu em forma humana, alguns consideram que ele era uma aparição do Cristo eterno, a segunda pessoa da Trindade, antes de nascer da virgem Maria.



terça-feira, 6 de outubro de 2015

DERRAMAR SOBRE VÓS UMA BÊNÇÃO

DERRAMAR SOBRE VÓS UMA BÊNÇÃO

Se o povo se arrependesse e voltasse ao Senhor, e como sinal de seu arrependimento, passasse a sustentar a obra de Deus e os seus ministros com o dízimos e ofertas, o Senhor o abençoaria de forma abundante. Deus espera que demonstremos amor e devoção a Ele e à sua obra por meio dos dízimos e ofertas para que o seu reino seja promovido. As bênçãos que acompanham a fidelidade na contribuição financeira virão tanto nesta vida como na do porvir.

DÍZIMOS E OFERTAS
DEFINIÇÃO DE DÍZIMOS E OFERTAS

A palavra hebraica para "dízimo" (ma' aser) significa literalmente "a décima parte".
(1) Na Lei de Deus, os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas (ver Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt 14.22-29; ver Lv 27.30 nota). O dízimo era usado primeiramente para cobrir as despesas do culto e o sustento dos sacerdotes.
Deus considerava o seu povo responsável pelo manejo dos recursos que Ele lhes dera na terra prometida (cf. Mt 25.15 nota; Lc 19.13 nota).

(2) No âmago do dízimo, achava-se a ideia de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele devem o fôlego de vida (Gn 1.26,27; At 17.28). Sendo assim, ninguém possui nada que não haja recebido originalmente do Senhor (Jó 1.21; Jo 3.27; 1 Co 4.7). Nas leis sobre o dízimo, Deus estava simplesmente ordenando que os seus lhe devolvesse parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.

(3) Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos a trazer numerosas oferendas ao Senhor, principalmente na forma de sacrifícios. Levítico descreve várias oferendas rituais: o holocausto (Lv 1; 6.8-13), a oferta de manjares (Lv 2; 6.14-23), a oferta pacífica (Lv 3; 7.11-21), a oferta pelo pecado (Lv 4.1-5.13; 6.24-30), e a oferta pela culpa (Lv 5.14-6.7; 7.1-10).

(4) Além das ofertas prescritas, os israelitas podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao Senhor. Algumas destas eram repetidas em tempos determinados (ver Lv 22.18-23; Nm 15.3; Dt 12.6,17), ao passo que outras eram ocasionais. Quando, por exemplo, os israelitas empreenderam a construção do tabernáculo no monte Sinai, trouxeram liberalmente suas oferendas para a fabricação da tenda e de seus móveis (ver Êx 35.20-29). Ficaram tão entusiasmados com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes que cessassem as oferendas (Êx 36.3-7). Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de custear os consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (2 Rs 12.9,10). Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo contribuiu generosamente às obras da reconstrução do templo (2 Cr 31.5-19).

(5) Houve ocasiões na história do AT em que o povo de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas regulares ao Senhor. Durante a reconstrução do segundo templo, os judeus pareciam mais interessados nas construção de suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que se achava em ruínas. Por causa disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam sofrendo reveses financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhante acontecia nos tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou seu povo por se recusar a trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12).

A ADMINISTRAÇÃO DO NOSSO DINHEIRO
Os exemplos dos dízimos e ofertas no AT contêm princípios importantes a respeito da mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes do NT.

(1) Devemos lembrar-nos que tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: é algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio sobre as nossas posses.

(2) Devemos decidir, pois, de todo o coração, servi a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2 Co 8.5). A Bíblia deixa claro que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5).

(3) Nossas contribuições devem ser para a promoção do reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a disseminação do evangelho pelo mundo (1 Co 9.4-14; Fp 4.15-18; 1 Tm 5.17,18), para ajudar aos necessitados (Pv 19.17; Gl 2.10; 2 Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu (Mt 6.20; Lc 6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22,23).

(4) Nossas contribuições devem ser proporcionais à nossa renda. No AT, o dízimo era calculado em uma décima parte. Dar menos que isto era desobediência a Deus. Aliás equivalia a roubá-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o NT requer que as nossas contribuições sejam proporcionais àquilo que Deus nos tem dado (1 Co 16.2; 2 Co 8.3,12; ver 2 Co 8.2 nota).

(5) Nossas contribuições devem ser voluntárias e generosas, pois assim é ensinado tanto no AT (ver Êx 25.1,2; 2 Cr 24.8-11;) quanto no NT (ver 2 Co 8.1-5,11,12). Não devemos hesitar em contribuir de modo sacrificial (2 Co 8.3), pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus entregou-se por nós (ver 2 Co 8.9 nota). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito mais importante do que o valor monetário da dádiva (ver Lc 21.1-4 nota).

(6) Nossas contribuições devem ser dadas com alegria (2 Co 9.7). Tanto o exemplo dos israelitas no AT (Êx 35.21-29; 2 Cr 24.10) quanto o dos cristãos macedônio do NT ( 2 Co 8.1-5) servem-nos de modelos.

(7) Deus tem prometido recompensar-nos de conformidade com o que lhe temos dado (ver Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1 Tm 6.19; ver 2 Co 9.6 nota).