EVANGELHO DE JESUS CRISTO

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A GRANDE TRIBULAÇÃO


Começando com 24.15, Jesus trata de sinais especiais que ocorrerão durante a grande tribulação (as expressões "grande aflição", de 24.21, e "grande tribulação" de Ap 7.14, são idênticas no grego). Tais sinais indicam que o fim dos tempos está muito próximo (24.15-29). São conducentes à, e indicadores da volta de Cristo à terra, depois da grande tribulação (24.30,31; cf. Ap 19.11-20.4).

O maior desses sinais é "abominação da desolação" (24.15), um fato específico e visível, que adverte os fiéis vivos durante a grande tribulação de que a vinda de Cristo à terra está prestes a ocorrer. Esse sinal-evento, visível, relaciona-se primeiramente com a profanação do templo judaico daqueles dias em Jerusalém, pelo Anticristo (ver Dn 9.27 nota; 1 Jo 2.18). 
O Anticristo, também chamado o homem do pecado, colocará uma imagem dele mesmo no templo de Deus, declarando se ele mesmo Deus (2 Ts 2.3,4; Ap 13.14,15). Seguem-se fatos salientes a respeito desse evento crítico.

  1. A "abominação da desolação" marcará o início da etapa final da tribulação, que culmina com a volta de Cristo á terra e o julgamento dos ímpios em Armagedom (24.21,29,30; ver Dn 9.27; Ap 19.11-21).
  2. Se os santos da tribulação atentarem para o fator tempo desse evento ("Quando, pois, virdes", 24.15), poderão saber com bastante aproximação quando terminará a tribulação, época em que Cristo voltará a terra (ver 24.33 nota).O decurso de tempo entre esse evento e o fim dos tempos é mencionado quatro vezes nas Escrituras como sendo três anos e meio ou 1260 dias (ver Dn 9.25-27; Ap 11.1,2; 12.6; 13.5-7).
Por causa da grande expectativa da volta de Cristo (24.33), os santos daqueles dias devem acautelar-se quanto a informes afirmando que Cristo já voltou. Tais informes serão falsos (24.23-26). A "vinda do Filho do homem" depois da tribulação será visível e conhecida de todos os que viverem no mundo (24.27-30; Ap 1.7).

Outro sinal que ocorrerá, então, será o dos falsos profetas que, a serviço de Satanás, farão "grandes sinais e prodígios" (24.24).

  1. Jesus admoesta a todos os crentes a estarem especialmente alerta para discernir esses profetas, mestres e pregadores, que se declaram cristão sendo falsos, porém apesar disso, operam milagres, curas, sinais e maravilhas e que demonstram ter grande sucesso nos seus ministérios. Ao mesmo tempo, torcerão e rejeitarão a verdade da Palavra de Deus (ver 7.22 nota; Gl 1.9 nota).
  2. Noutra parte as Escrituras admoesta os crentes a sempre testarem o espírito que atua nos mestres, líderes e pregadores (ver 1 Jo 4.1 nota). Deus permite o engano acompanhado de milagres, a fim de testar os crentes no tocante o seu amor por Ele e sua lealdade ás Sagradas Escrituras (Dt 13.3). Serão dias difíceis, pois Jesus declara em 24.24, que naqueles últimos tempos o engano religioso será tão generalizado que será difícil até mesmo para "os escolhidos" (i.e., os crentes dedicados) discernirem entre a verdade e o erro (ver 1 Tm 4.16 nota; Tg 1.21 nota; ver estudo ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO).
  3. Quem entre o povo de Deus não amar a verdade será enganado. Não terá mais oportunidade de crer na verdade do evangelho, depois do surgimento do Anticristo (ver 2 Ts 2.11 nota). Finalmente, a "grande tribulação" será um período específico de terrível sofrimento e tribulação para todos que viverem na terra. Observe:
  • Será âmbito mundial (ver Ap 3.10 nota).
  • Será o pior tempo de aflição e angústia que já ocorreu na história da humanidade (Dn 12.1; Mt 24.21).
  • Será um tempo terrível de sofrimento para os judeus (Jr 30.5-7).
  • O período será controlado pelo "homem do pecado" (i.e., o Anticristo; Cf. Dn 9.27; Ap 13.12).
  • Os fiéis da igreja de Cristo recebem a promessa de livramento e "escape" dos tempos da tribulação (ver Lc 21.36 nota; 1 Ts 5.8-10; Ap 3.10 nota).
  • Durante o período da tribulação, muitos entre os judeus e gentios crerão em Jesus Cristo e serão salvos (Dt 4.30,31; Os 5.15; Ap 7.9-17; 14.6,7).
  • Será um tempo de grande sofrimento e de perseguição pavorosa para todos quantos permanecerem fiéis a Deus (Ap 12.17; 13.15).
  • Será um tempo de ira de Deus e de juízo seu contra os ímpios (1 Ts 5.1-11; Ap 6.16,17).
  • A declaração de Jesus de que aqueles dias serão abreviados (24.22) não pressupõe a redução dos três anos e meio, ou 1260 dias preditos. Pelo contrário, parece indicar que o período é tão terrível que se não fosse de curta duração a totalidade da raça humana seria destruída.
  • A grande tribulação terminará quando Jesus Cristo em glória, com sua noiva (Ap 19.7,8,14), para efetuar o livramento dos fiéis remanescentes e o juízo e destruição dos ímpios (Ez 20.34-38; Mt 24.29-31; Lc 19.11-27; Ap 19.11-21).
  • Não devemos confundir essa fase da vinda de Jesus, no fim da grande tribulação, com a sua descida imprevista do céu, em 24.42-44 (ver notas sobre estes versículos, que tratam da vinda de Jesus, na sua fase do arrebatamento dos crentes), a qual ocorrerá num momento diferente do da sua volta final, no fim da tribulação.
  • O trecho principal das Escrituras que descreve a totalidade da tribulação de sete anos de duração é encontrado em Ap 6-8.

A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS


A outorga do Espírito Santo por Jesus aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no Espírito Santo como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4). Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do Espírito Santo e a nova vida do Cristo ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.

  1. Durante a última reunião de Jesus com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o Espírito Santo, como aquele que os regeneraria: "habita convosco, e estará em vós" ( 14.17 veja nota). Jesus agora cumpre aquela promessa.
  2. Da frase, "assoprou sobre eles", em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por "sopro" (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde Deus "soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente". É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: "Assopra sobre estes mortos, para que vivam". O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que Jesus estava outorgando o Espírito a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como Deus soprou para dentro do homem físico o fôlego de vida, e o homem se tronou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, Jesus soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas (ver estudo A REGENERAÇÃO). Mediante sua ressurreição, Jesus tornou-se em "espírito vivificante" (1 Co 15.45).
  3. O imperativo " Recebei o Espírito Santo" estabelece o fato que o Espírito, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de "receber" está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este "recebimento" da vida pelo Espírito Santo antecede a outorga da autoridade de Jesus para eles (Jo 20.23), bem como no batismo com Espírito Santo, pouco depois, no dia de Pentecoste (At 2.4).
  4. Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em Cristo, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de Jesus (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1 Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17; ver estudo A REGENERAÇÃO). Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio Deus soprou sobre o homem atém então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
  5. Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do Espírito Santo entre o povo de Deus: (a) os discípulos receberam o Espírito Santo (i.e., o Espírito Santo passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecostes; e (b) o derramamento do Espírito Santo em At 2.4. Isto seguiu-se á primeira experiência. O batismo no Espírito Santo no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do Espírito neles.
  6. Estas duas obras distintas do Espírito Santo na vida dos discípulos de Jesus são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o Espírito Santo ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no Espírito Santo para receberem poder para serem suas testemunhas (At 1.5,8; 2.4; ver 2.39 nota).
  7. Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por Jesus do Espírito Santo em 20.22 era então somente uma profecia simbólica da vinda do Espírito Santo no Pentecoste. O uso do aoristo imperativo para "receber" (ver supra) denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.

domingo, 18 de outubro de 2015

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo (ver 1.4 nota sobre "batismo no", ao invés de "batismo com", o Espírito Santo). A respeito do batismo no espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:

  1. O batismo no Espírito Santo é para todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar (Aguarde o estudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS).
  2. Um dos alvos principais de Cristo na sua missão terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
  3. O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre os seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser "revestidos de poder" pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subsequente à regeneração (ver 11.17 nota; 19.6 nota).
  4. Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente a partir do dia de Pentecostes. Quanto aos que foram cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecostes (e.g. Lc 1.15,67), Lucas não emprega a expressão "batizados no Espírito Santo". Este evento só ocorrerá depois da ascensão de Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51; Jo 16.7-14).
  5. O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4; 10.45,46); 19.6).
  6. O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (cf. 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1 Co 2.4). Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1 Co 12.7).
OUTROS RESULTADOS GENUÍNO DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO SÃO:
  • Mensagem proféticas e louvores (2.4,17; 10.46; 1 Co 14.2,15).
  • Maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino contra a impiedade (ver Jo 16.8 nota; At 1.8 nota).
  • Uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33).
  • Visões da parte do Espírito Santo (2.17).
  • Manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1 Co 12.4-10).
  • Maior desejo de orar e interceder (2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26).
  • Maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42).
  • Uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.16).
CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
A palavra de Deus cita várias condições prévias para o batismo no Espírito Santo:
  • Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17). Isto importa em submeter a Deus a nossa vontade ("àqueles que lhe obedecem", 5.32). Devemos abandonar tudo o que ofende a Deus, para então podermos se "vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do Senhor" (2 Tm 2.21).
  • É preciso querer o batismo. O crente deve ter grande fome e sede pelo batismo no Espírito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33).
  • Muitos recebem o batismo como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31;8.15-17).
  • Devemos esperar convicto que Deus nos batizará no Espírito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
O batismo no Espírito Santo permanece na vida do crente mediante a oração 94.31), o testemunho (4.31,33), a adoração no Espírito (Ef 5.18,19) e uma vida santificada (ver Ef 5.18 notas).
Por mais poderosa que seja a experiência inicial do batismo no Espírito Santo sobre o crente, e se ela não for expressa numa vida de oração, de testemunho e de santidade, logo se tornará numa glória desvanecente.

O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez na vida do crente e move-o à consagração à obra de Deus, para, assim, testemunhar com poder e retidão.
A Bíblia fala de renovações posteriores ao batismo inicial do Espírito Santo (ver 4.31 nota; cf. 2.4; 4.8,31; 13.9; Ef 5.18). O batismo no Espírito Santo, portanto, conduz o crente a um relacionamento com o Espírito que deve ser renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18).