EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

PAIS E FILHOS


É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida e conduta cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social )cf. Sl 127.3).

1. Segundo a palavra de Paulo em Ef 6.4 e Cl 3.21, bem como as instruções de Deus em muitos trechos do AT (ver Gn 18.19 nota; Sl 78.5 nota; Pv 4.1-4 nota 6.20 nota), é responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os prepare para uma vida do agrado do Senhor. É a família, e não a igreja ou a Escola Dominical, que tem a principal responsabilidade do ensino bíblico e espiritual dos filhos. A igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais no ensino dos filhos.

2. A essência da educação cristã dos filhos consiste nisto: o pai voltar-se para o coração dos filhos, a fim de levar o coração dos filhos ao coração do Salvador (ver Lc 1.17 nota).

3. Na criação dos filhos, os pais não devem ter favoritismo; devem ajudar, como também corrigir e castigar somente faltas intencionais, e dedicar sua vida aos filhos, com amor compassivo, bondade, humildade, mansidão e paciência (3.12-14,21).

4. Seguem-se quinze passos que os pais devem dar para levar os filhos a uma vida devota a Cristo:
  • Dediquem seus filhos a Deus no começo da vida deles (1 Sm 1.28; Lc 2.22).
  • Ensinem seus filhos a temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a justiça e a odiar a iniquidade. Incutam neles a consciência da atitude de Deus para com o pecado e do seu julgamento contra ele (ver Hb 1.9 nota).
  • Ensine seus filhos a obedecer aos pais, mediante a disciplina bíblica com amor (Dt 8.5; Pv 3.11,12; 13.24; 23.13,14; 29.15,17; Hb 12.7).
  • Protejam seus filhos da influência pecaminosa, sabendo que Satanás procurará destruí-los espiritualmente mediante a atração ao mundo ou através de companheiros imorais (Pv 13.20; 28.7; 2.15-17).
  • Façam saber a seus filhos que Deus está sempre observando e avaliando aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1.12).
  • Levem seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em Cristo, ao arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14).
  • Habituem seus filhos numa igreja espiritual, onde se fala a Palavra de Deus, se mantém os padrões de retidão e o Espírito Santo se manifesta. Ensinem seus filhos a observar o princípio: "Companheiro sou de todos os que te temem" (Sl 119.63; ver 12.5 nota).
  • Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a testemunhar e trabalhar para Deus (2 Co 6.14 - 7.1; Tg 4.4). Ensine-lhes que são forasteiros e peregrinos neste mundo (Hb 11.13-16), que seu verdadeiro lar e cidadania estão no céu com Cristo (Fp 3.20; Cl 3.1-3).
  • Instruam-nos sobre a importância do batismo no Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.4,39).
  • Ensinem a seus filhos que Deus os ama e tem um propósito específico para suas vidas (Lc 1.13-17; Rm 8.29,30; 1 Pe 1.3-9).
  • Instruam a seus filhos diariamente nas Sagradas Escrituras, na conversação e no culto doméstico (Dt 4.9; 6.5,7; 1 Tm 4.6; 2 Tm 3.15).
  • Mediante o exemplo e conselhos, encorajem seus filhos a uma vida de oração (At 6.4; Rm 12.12; Ef 6.18; Tg 5.16).
  • Previna, seus filhos sobre suportar perseguições por amor à justiça (Mt 5.10-12). Eles devem saber que "todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições" (2 Tm 3.12).
  • Levem seus filhos diante de Deus em intercessão constante e fervorosa (Ef 6.18; Tg 5.16-18; ver Jo 17.1, nota sobre a oração de Jesus por seus discípulos, como modelo da oração dos pais por seus filhos).
  • Tenham tanto amor e desvelo pelos filhos, que estejam dispostos a consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor, para que se aprofundem na fé e se cumpra nas suas vidas a vontade do Senhor (ver Fp 2.17 nota).


SINAIS DOS CRENTES


As Escrituras ensinam claramente que Cristo quer que seus seguidores operem milagres ao anunciarem o evangelho do reino de Deus (ver Mt 10.1; Mc 3.14,15; Lc 9.2 nota; 10.17; Jo 14.12 nota).

1. Estes sinais (gr. semeion), realizados pelos discípulos verdadeiros, confirmam que a mensagem do evangelho é genuína, que o reino de Deus chegou à terra com poder (ver o estudo O REINO DE DEUS), e que o Senhor Jesus vivo e ressurreto está presente entre os seus, operando através deles (ver Jo 10.25; At 10.38).

2. Cada um destes sinais (exceto a ingestão de veneno) ocorreu na igreja primitiva:
  • Falar novas línguas (ver At 2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.30; 14).
  • Expulsar demônios (At 5.15,16; 16.18; 19.11,12).
  • Escapar da morte por picada de serpente (At 28.3,5).
  • Curar os enfermos (At 3.1-7; 8.7; 9.33,34; 14.8-10; 28.7,8).
3. Essas manifestações espirituais devem continuar na igreja até a volta de Jesus. Conforme vemos nas Escrituras, esses sinais não foram limitado ao período que se seguiu à ascensão de Jesus (ver 1 Co 1.7 nota; Gl 3.5).

4. Os discípulos de Cristo não somente deviam pregar o evangelho do reino e levar a salvação àqueles que creem (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.47), mas também concretizar o reino de Deus, como fez Jesus (At 10.38) ao expulsar demônios e curar doenças e enfermidade (ver o estudo O REINO DE DEUS).

5. Jesus deixa claro, me Mc 16.15-20, que esses sinais não são dons especiais para apenas alguns crentes, mas que seriam concedidos a todos os crentes que, em obediência a Cristo, dão testemunho do evangelho e reivindicam as suas promessas.

6. A ausência desses "sinais" na igreja, hoje, não significa que Cristo falhou no cumprimento de suas promessas. A falta, conforme Jesus declara, esta na vida dos seus seguidores (ver Mt 17.17 nota).

7. Cristo prometeu que sua autoridade, poder e presença nos acompanharão à medida que lutamos contra o reino de Satanás (Mt 28.18-20; Lc 24.47-49). Devemos libertar o povo do cativeiro do pecado pela pregação do evangelho, mediante uma vida de retidão (Mt 6.33; Rm 6.13; 14.17) e pela operação de sinais e milagres através do poder do Espírito Santo (ver Mt 10.1 nota; Mc 16.16-20; At 4.31-33; ver o estudo PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS).

O ARREBATAMENTO DA IGREJA


O termo "arrebatamento" deriva da palavra raptus em latim, que significa "arrebatado rapidamente e com força". 
O termo latino raptus equivale a harpazo em grego, traduzido por "arrebatado" em 1 Ts 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1 Co 15, refere-se à ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo.

1. Instantes antes do arrebatamento, ao descer Cristo do céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos "que morreram em Cristo" (1 Ts 4.16). Não se trata da mesma ressurreição referida em Ap 20.4, a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra, julgar os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11 - 20.3). 
A ressurreição de Ap 20.4 tem a ver com os mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT (ver Ap 20.6 nota).

2. Ao mesmo tempo que ocorre a ressurreição dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus corpos se revestirão de imortalidade 15.51,53. Isso acontecerá num instante, "num abrir e fechar de olhos" 15.52.

3. Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados serão "arrebatados juntamente" (1 Ts 4.17) para encontrar-se com Cristo nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu.

4. Estarão literalmente unidos com Cristo 1 Ts 4.16,17), levados à casa do Pai, no céu (ver Jo 14.2,3 notas), e reunidos aos queridos que tinham morrido (1 Ts 4.13-18)

5. Estarão livres de todas as aflições (2 Co 5.2,4; Fp 3.21), de toda perseguição e opressão (ver Ap 3.10 nota), de todo domínio do pecado e da morte (15.51-56); o arrebatamento os livra da "ira futura" (ver 1 Ts 1.10 nota; 5.9), ou seja: da grande tribulação.

6. A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos "sempre com o Senhor" ( 1 Ts 4.17), é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13).
É fonte principal de consolo para os crentes que sofrem (1 Ts 4.17,18; 5.10).

7. Paulo emprega o pronome "nós" em 1 Ts 4.17 por saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança.
A Bíblia insiste que anelemos e esperemos contínua e confiadamente a volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1 Co 15.51,52; Ap 22.12,20).

8. Quem está na igreja mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui, no arrebatamento (ver Mt 25.1 nota; Lc 12.45 nota). Os tais ficarão neste mundo e farão parte da igreja apóstata (ver Ap 17.1 nota), sujeitos à ira de Deus.

9. Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira sobre os ímpios (1 Ts 5.2-10; ver 5.2 nota). Seguir-se-á a segunda fase da vinda de Cristo, quando, então, Ele virá para julgar os ímpios e reinar sobre a terra (ver Mt 24.42,44 notas).