EVANGELHO DE JESUS CRISTO

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A CEIA DO SENHOR


A Ceia do Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.15-20; 1 Co 11.23-32. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro.
1. Sua importância no passado.
a. É um memorial (gr. anamnesis; vv. 24-26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário, para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu significado redentor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).
b. É um ato de ação de graças (gr. eucharistia) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós (v. 24; Mt 26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19).
2. Sua importância no presente.
a. A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. koinonia) com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo (10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitrião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18-20; Lc 24.35). 
b. É o reconhecimento e a proclamação da Nova Aliança (gr. kaine diatheke) mediante a qual os crentes reafirmam o senhorio de Cristo e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resistir o pecado e de identificar-nos com a missão de Cristo (v. 25; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20).
3. Sua importância no futuro.
a. A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29; 22.17,18,30).
b. Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo (v. 26) e encena a oração: "Venha o teu Reino" (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa importância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade.

VIGIEMOS EM TODO O TEMPO


VIGIEMOS, IGREJA DE JESUS, NOIVA DO CORDEIRO DE DEUS
"Vigiar" (gr. gregoreo) significa manter-se acordado e alerta". O contexto (vv. 4-9) indica que Paulo não está exortando seus leitores a ficarem à espera do "Dia do Senhor" (v. 2), mas estarem espiritualmente preparados para escapar da ira do Dia do Senhor (cf. 2.11,12; Lc 21.34-36).
1. Se quisermos escapar da ira de Deus (v. 3), devemos permanecer espiritualmente acordados e moralmente alertas, e devemos continuar na fé, no amor e na esperança da salvação (vv. 8,9; ver Lc 21.36 nota; Ef 6.11 nota).
2. Visto que os fiéis serão protegidos da ira de Deus, por meio do arrebatamento da igreja (ver v. 2 nota; ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA), não devem temer o "Dia do Senhor", mas "esperar dos céus a seu Filho... Jesus, que nos livrará da ira futura" (1.10).
SEJAMOS SÓBRIOS
A palavra "sóbrio" (gr. nepho) tinha dois significados nos tempos do NT.
1. O significado primário e literal, conforme explicam vários léxicos do grego, é "um estado de abstinência de vinho", "não beber vinho", "abster-se de vinho", "estar totalmente livre dos efeitos do vinho" ou "estar sóbrio, abstinente de vinho". A palavra tem um segundo sentido, metafórico, de alerta, vigilância ou domínio próprio, i.e., estar espiritualmente alerta e controlado, exatamente como alguém que não toma bebida alcoólica.
2. O contexto deste versículo deixa ver que Paulo tinha em mente o significado literal. As palavras "vigiemos e sejamos sóbrios" são contrastadas com as palavras do versículo seguinte: "os que se embebedam embebedam-se de noite" (v. 7). Sendo assim, o contraste que Paulo fez entre nepho e a embriaguez física indica que ele tinha em mente o sentido literal: "abstinência do vinho". Compare com a declaração de Jesus a respeito dos que comem e bebem com ébrios, e assim são apanhados desprevenidos na sua volta (Mt 24.48-51).

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; (1 Tm 3.2).
O candidato ao ministério deve se "irrepreensível" (gr. anepilemptos, que significa literalmente "que não se pode atingi-lo"). Isso tem haver com conduta manifesta e aprovada, inculpável e irrepreensível, desde sua conversão na vida conjugal, na vida doméstica, na vida social e no trabalho. Ninguém deve ser cogitado para o ministério se houver contra ele acusações procedentes de imoralidade ou de transgressões graves. Pelo contrário, deve ser homem de reputação irrepreensível entre os membros da igreja e dos de fora (ver v.7 nota) por ter uma vida cristã exemplar, sem problemas morais, habituais ou incidentais. Este, portanto, pode servir de modelo para todos seguirem (ver 4.12 nota).
Se algum homem deseja ser "bispo" (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. 
Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. 
Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.
1. Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida.
Os que aspira ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser "fiel sobre o pouco" conduz à posição de governar "sobre o muito".
2. O líder cristão deve ser, antes de mais nada, "exemplo dos fiéis" (4.12 cf. 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

  • Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à atenção, lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).
  • O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1 Co 11.1; Fp 3.17; 1 Ts 1.6; 2 Ts 3.7,9; 2 Tm 1.13).

3. O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui falhar, como "terá cuidado da igreja de Deus?" (3.5). Ele deve ser "marido de uma [só] mulher" (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mais gunaikos, um genitivo atributivo) é "homem de uma única mulher", i.e., um marido sempre fiel à esposa.
4. Consequentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perdem a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4 nota; Lv 10.2 nota; 21.7,17 notas; Nm 20.12 nota; 1 Sm 2.23 nota; Jr 23.14 nota; 29.23 nota).
5. A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha a adulterar que "o seu opróbrio nunca se apagará" (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha é a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2 Sm 12.9-14).
6. Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, e a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2 Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

  • O cargo do rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. Deus não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos.
  • Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1 Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto de sua vida (2 Sm 12.9-14).
7. As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justa exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros, conforme esta escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como "exemplo dos fiéis, na Palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza" (4.12).