EVANGELHO DE JESUS CRISTO

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O ANTIGO E O NOVO CONCERTO

Os capítulos de 8-10 descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro de adoração do AT. É duplo o propósito do autor:
1. Contrastar o serviço do sumo sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto.
2. Demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de Cristo que estabeleceu o novo concerto. O presente estudo sintetiza o relacionamento entre esses dois concertos. 
1. Segundo o antigo concerto, a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de um relacionamento com Ele à base da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema sacrificial desta (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS, EM BREVE). Os sacrifícios do AT tinham três propósitos principais.
a. Ensinar o povo de Deus a gravidade do pecado. O pecado separava os pecadores de um Deus santo, e somente através do derramamento de sangue poderiam reconciliar-se com Deus e encontrar perdão (Êx 12.3-14; Lv 16.17.11; Hb 9.22; ver Lv 1.2,3 notas; 4.3 nota; 9.8 nota).
b. Prover um meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e o amor (cf. 4.16; 7.25; 10.1).
c. Indicar de antemão ou prenunciar (8.5; 10.1) o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça humana (cf. Jo 1.29; 1 Pe 1.18,19; Êx 12.3-14; Lv 16; Gl 3.19 nota; ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO EM BREVE).
2. Jeremias profetizou que, um tempo futuro, Deus faria um povo concerto, um melhor concerto, com o seu povo (ver Jr 31.31-34 notas; cf Hb 8.8-12). É melhor concerto do que o antigo (cf. Rm 7) porque perdoa totalmente os pecados dos que se arrependem (8.12), transforma-os em filhos de Deus (Rm 8.15,16), dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a Deus (8.10; cf. Ez 11.19,20), os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai (8.11) e provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2.28; At 1.5,8; 2.16,17,33,38,39; Rm 8.14,15,26).
3. Jesus é quem instituiu o novo concerto ou o novo testamento (ambas as idéias estão contidas na palavra grega diatheke - testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do AT. O novo concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do próprio divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo concerto.
a. O ofício de Jesus Cristo como mediador do novo concerto (8.6; 9.15; 12.24) baseia-se na sua morte expiatória (Mt 26.28; Mc 14.24; Hb 9.14,15; 10.29; 12.24). As promessas promessas e os preceitos desse novo concerto são expresso em todo o NT. Seu propósito é: (i) salvar da culpa e da condenação da lei todos que creem em Jesus Cristo e dedicam suas vidas às verdades e deveres do seu concerto (9.16,17; cf. Mc 14.24; 1 Co 11.25); e (ii) fazê-lo um povo que seja a possessão de Deus (8.10; cf. 11.19,20; 1 Pe 2.9).
b. O sacrifício de Jesus é melhor que os do antigo concerto por ser um sacrifício voluntário e obediente de uma pessoa justa (Jesus Cristo), e não um sacrifício involuntário de um animal. O sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e santificação (10.10,15-17; ver Lv 9.8 nota).
c. O novo concerto pode ser chamado o novo concerto do Espírito, porque é o Espírito Santo quem outorga a vida e o poder àqueles que aceitam o concerto de Deus (2 Co 3.1-6; ver Jo 17.3 nota; ver os estudo TERMOS BÍBLICOS PARA A SALVAÇÃO, e FÉ E GRAÇA).
4. Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as bênçãos e a salvação oriundas desse concerto mediante sua perseverança na fé e na obediência (ver 3.6 nota). Os infiéis são excluídos dessas bênçãos (ver 3.18,19 nota; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL).
5. Estabelecido o novo concerto em Cristo, o antigo concerto se tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o novo concerto não invalida a totalidade das Escrituras do AT, mas apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O AT não está abolido; boa parte da sua revelação aponta para Cristo (ver o estudo CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO), e por ser inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão (ver o estudo A INSPIRAÇÃO E A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS EM BREVE).

domingo, 22 de novembro de 2015

CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE 1)

Um dos ensinos fundamentais do NT é que Jesus Cristo (o Messias) é o cumprimento do AT. O livro de Hebreus mostra que Cristo é o herdeiro de tudo o que Deus falou através dos profetas (Hb 1.1,2). O próprio Jesus asseverou que viera para cumprir a lei e os profetas (Mt 5.17). Após a sua gloriosa ressurreição, Ele demonstrou aos seus seguidores, tendo por base a lei de Moisés, os profetas e os salmos, i.e., as três principais divisões do AT (hebraico) que Deus predissera, há muito tempo, tudo quanto lhe havia sucedido (Lc 24.25-27,44-46). Para melhor compreendermos as profecias do AT a respeito de Jesus Cristo, precisamos ver algo da tipologia bíblica.
PRINCÍPIOS DE TIPOLOGIA
O estudo cuidadoso do AT revela elementos chamados tipos, (do grego typos) que têm seu cumprimento na vinda do Messias (que é o antítipo); noutras palavras, há uma correspondência entre certas pessoas, eventos, ou coisas do AT e Jesus Cristo no NT. Note-se dois princípios básicos concernentes a essa forma de profecia e seu cumprimento:
1. Para um trecho do AT prenunciar a Cristo, é preciso sempre analisar o referido trecho como um acontecimento na história divina da redenção, i.e., devemos primeiramente analisar o trecho do AT sob o aspecto histórico, e então ver de que modo ele prenuncia a vinda de Jesus Cristo como o Messias prometido.
2. É preciso reconhecer que o cumprimento messiânico de um trecho do AT está geralmente num plano espiritual mais elevado do que o evento registrado no AT. Na realidade, os personagens de determinado acontecimento bíblico por certo não perceberam que o que estavam vivenciando era um prenúncio profético sobre o Filho de Deus que um dia viria aqui. Por exemplo, Davi sem dúvida não percebeu que, ao escrever o Salmo 22, seu sofrimento era uma forma de profecia do sofrimento de Cristo na cruz. Nem os judeus expatriados e chorosos que passavam pelo túmulo de Raquel em Ramá (Jr 31.15) sabiam que um dia o seu pranto teria cumprimento profético na morte de todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém (Mt 2.18). Quase sempre, só à luz do NT é que percebe-se que um trecho do AT é uma profecia a respeito de nosso Senhor.

sábado, 21 de novembro de 2015

O TEMPLO DE SALOMÃO (PARTE 3)

O AT dedica muita atenção ao templo, por causa da sua vital 
importância na preservação da verdadeira fé em Israel e sua comunhão com Deus. ver Êx 25.9, nota sobre o significado do tabernáculo e suas interpretações tipológicas ante o novo concerto; segue-se o estudo O TEMPLO DE SALOMÃO.
HISTÓRIA DO TEMPLO
O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA A IGREJA CRISTÃ
A importância do templo no Nt deve ser considerada no contexto daquilo que o templo simbolizava no AT.
1. O próprio Jesus, assim como os profetas do AT, censurou o uso indevido do templo. Seus primeiro grande ato público (Jo 2.13-17) e o seu último (Mt 21.12,13) foram expulsar do templo aqueles que estavam pervertendo o seu verdadeiro propósito espiritual (ver Lc 19.45 nota). Passou a predizer o dia em que o templo seria completamente destruído (Mt 24.1,2; Mc 13.1,2; Lc 21.5,6).
2. A igreja primitiva em Jerusalém estava frequentemente no templo à hora da oração (At 2.46; 3.1; 5.21,42). Assim faziam segundo o costume, sabendo, contudo, que esse não era o único lugar onde os crentes podiam orar (ver At 4.23-31). Estêvão, e posteriormente Paulo, testemunharam que o Deus vivo não poderia ser confinado a um templo feito por mãos humanas (At 7.48-50; 17.24).
3. A ênfase do culto, para os cristãos, transferiu-se do templo para o próprio Jesus Cristo. É Ele, e não o templo, quem agora representa a presença de Deus entre o seu povo. Ele é o Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1.14), e nEle habita toda a plenitude de Deus (Cl 2.9), O próprio Jesus declara se Ele o próprio templo (Jo 2.19-22). Mediante o seu sacrifício na cruz, Ele cumpriu todos os sacrifícios que eram oferecidos no templo (cf. Hb 9.1 - 10.18). Note também que na sua fala à mulher samaritana, Jesus declarou que a adoração dentro em breve seria realizada, não num prédio específico, mas "em espírito e em verdade". i.e., onde as pessoas verdadeiramente cressem na verdade da Palavra de Deus e recebessem o Espírito de Deus por meio de Cristo (ver Jo 4.23 nota).
4. Posto que Jesus Cristo personificou em si mesmo o significado do templo, e posto que a igreja é o seu corpo (Rm 12.5; 1 Co 12.12-27; Ef 1.22,23; Cl 1.18), ela é denominada "o templo de Deus", onde habita Cristo e o seu Espírito (1 Co 3.16; 2 Co 6.16; cf. Ef 2.21,22). Mediante o seu Espírito, Cristo habita na sua igreja, e requer que o seu corpo seja santo. Assim como no AT, Deus não tolerava qualquer profanação do seu templo, assim também Ele promete que destruirá quem destruir a sua igreja (ver 1 Cr 3.16,17 nota), para exemplos de corrupção e destruição da igreja por pessoas.
5. O Espírito Santo não somente habita na igreja, mas também no crente contra qualquer contaminação do corpo humano por imoralidade ou impureza (ver 1 Co 6.18,19 notas).
6. Finalmente, note que não há necessidade de um templo na nova Jerusalém (Ap 21.22). A razão disso é evidente. O templo era apenas um símbolo da presença de Deus entre o seu ´povo, e não a plena realidade. Portanto, o templo não será necessário quando Deus e o Cordeiro estiverem habitando entre o seu povo: "o seu templo é o Senhor, Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro" (Ap 21.22).
FINAL