EVANGELHO DE JESUS CRISTO

domingo, 4 de novembro de 2018

DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA (PARTE FINAL 3)

O DOADOR
Este versículo alista os dons de ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons:
1. Para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12)
2. Para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).
PROFETAS
CONTINUAÇÃO.
EVANGELISTAS. No NT, evangelista eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16)
(1) Filipe, o "evangelista" (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do NT. 
(a) Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35). 
(b) Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12). 
(c) Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7,13). 
(d) Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17).
(2) O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixa de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. 
Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à obra missionária. 
A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista e tem amos intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41).
PASTORES. Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados "presbíteros" (At 20.17; Tt 1.5) e "bispos" ou supervisores (1 Tm 3.1; Tt 1.7).
(1) A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1 Ts 5.12; 1 Tm 3.1-5), ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1 Pe 5.2). 
Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguarda a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja (ver o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES). Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1 Pe 2.25; 5.2-4).
(2) Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp 1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do Espírito concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato (ver o ESTUDO QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR).
(3) O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (ver 1 Tm 3.1-7). 
Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (ver At 20.28-31). 
Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho serão abandonados (2 Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme os propósitos de Deus (1 Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2 Tm 4.4). 
Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1 Tm 4.6,7).
DOUTORES OU MESTRES. Os mestres são aqueles são aqueles quem têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (4.12).
(1) A missão dos mestres bíblicos é defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2 Tm 1.11-14). Têm o dever de fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo e dos apóstolos, e nisto perseverar.
(2) O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. 
As Escrituras declaram em 1 Tm 1.5 que o alvo da instrução cristã não (literalmente "mandamento") é a "caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm 1.5). 
Logo a evidência da aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive, i.e., a manifestação, na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera.
(3) Os mestres são essenciais ao propósitos de Deus para a igreja. A igreja que rejeita, ou se descuida do ensino dos mestres e teólogos consagrados e fiéis à revelação bíblica, não se preocupará pela autenticidade e qualidade da mensagem bíblica nem pela interpretação correta dos ensinos bíblicos. 
A igreja onde mestres e teólogos estão calados não terá firmeza na verdade. Tal igreja aceitará inovações doutrinárias sem objeção; e nela, as práticas religiosas e idéias humanas serão de fato o guia no que tange à doutrina, padrões e práticas dessa igreja, quando deveria ser a verdade bíblica.
Por outro lado, a igreja que acata os mestres e teólogos piedosos e aprovados terá seus ensinos, trabalhos e práticas regidos pelos princípios originais e fundamentais do evangelho. 
Princípios e práticas falsos serão desmascarados, e a pureza da mensagem original de Cristo será conhecida de seus membros. A inspirada Palavra de Deus deve ser o teste de todo ensino, ideia e prática da igreja. 
Assim sendo, a igreja verá que a Palavra inspirada de Deus é a suprema autoridade, e, por isso, está acima das igrejas e suas instituições. 

DEUS ABENÇOE TODOS VOCÊS!

sábado, 3 de novembro de 2018

O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE FINAL 2)


O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO

"Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis." Is 6.8,9

OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
(1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com Deus, e que tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
(2) O profeta, por estar próximo de Deus, achava-se em harmonia com Deus, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. 
Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de Deus. Experimentava as mesmas reações de Deus. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de Deus, como também sentia o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
(3) À semelhança de Deus, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas dores (ver o livro de Lamentações). 
Ele almejava para Israel o melhor da parte de Deus (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
(4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humano, e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Os profetas continuamente conclamava o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com Deus, para que visse a receber as bênçãos da redenção.
(5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13,19;025.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolera a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de Deus, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. 
Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9 nota).
(6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelava na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a Deus. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de Deus e a sua justiça, manifestadas no povo de Deus.
(7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27), bem como em restauração e renovação (e.g., 61-62; 6517-66.24; Jr 33; Ez 37). Os profetas anunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
(8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3-4), perseguidos pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). 
Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e sua mensagem.
O PROFETA E O SACERDOTE.
Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de Deus era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de Deus.
(1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a Deus resumia-se em cerimônias e liturgia. 
Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática.
(2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. 
Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de Deus. 
O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.
A MENSAGEM DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
(1) A natureza de Deus. (a) Declaravam ser Deus o Criador e Soberano onipotente do universo (e.g., 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6). (b) Enfatizava que Deus é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado, iniquidade e injustiça. 
Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar sua ira. 
Sendo Deus santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is 29.22-24; Jr 2.3). Como o Deus que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo.
(2) O pecado e o arrependimento. Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de Deus diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo concerto. 
E falavam palavras severa de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de Cristo: "arrependei-vos, senão igualmente perecereis". Prediziam juízo catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os 5.8-12; 9.3-7;10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2,24-27)
(3) Predição e esperança messiânica. (a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a Deus e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. 
Sabiam que Deus cumpria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fiel (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ). 
No fim, viria o Messias, e através dEle, Deus haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança era messiânica. 
Eles tinham de falar a palavra de Deus a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.
OS FALSOS PROFETAS. 
Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2 Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2 Cr 18.18-22). 
Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). 
Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que era a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel. No NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja (ver ESTUDO DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA). 
Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1 Co 14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempo do NT (ver estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE 1)

O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO

"Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis." Is 6.8,9

O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS.

(1) Os profetas do AT eram homens de Deus que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. 
Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresentava um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção.
(2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. 
Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). 
A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1º e 2º Samuel, 1º e 2º Reis. 
É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). 
Finalmente, Moisés, autor dos cincos primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terço do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.

PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.

(1) Ro'eh. Este substantivo, traduzido por "vidente", em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. 
O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram- da perspectiva do próprio Deus. 
Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
(2) Nabi'. (a) Esta é a principal palavra hebraica para "profeta", e ocorre 316 vezes no AT. 
Nab'im é uma forma no plural. 
Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico "profetizar" é: "emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus" (Gesenius, Hebrew Lexicon). 
Sendo assim, o nabi' era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus.
 A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra "profeta" em português, significa "aquele que fala em lugar de outrem". 
Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como "homem de Deus" (ver 2 Rs 4.21 nota), "servo de Deus" (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (cf. Is 61.1-3) "atalaia" (Ez 3.17), e "mensageiro do Senhor" (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história- presente e futura- sob a perspectiva divina.
HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA.
O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo Espírito de Deus (Ez 37.1,4). 
Pelo fato do Espírito e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características:
(1) Conhecimentos divinamente revelados. 
Ele recebia conhecimentos da parte de Deus no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. 
O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a Deus e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de Deus ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. 
O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. 
Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de Deus, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.
(2) Poderes divinamente outorgados.
Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do Espírito de Deus. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina. 
(3) Estilo de vida característico.
Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para Deus. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticadas pelos reis e sacerdotes. 
Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de Deus e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.