EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 10 de novembro de 2018

CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE FINAL 2)

CRISTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Um dos ensinos fundamentais do NT é que Jesus Cristo (o Messias)
é o cumprimento do AT. O livro de Hebreus mostra que Cristo é o herdeiro de tudo o que Deus falou através dos profetas (Hb 1.1,2). O próprio Jesus asseverou que viera para cumprir a lei e os profetas (Mt 5.17). 
Após a sua gloriosa ressurreição, Ele demonstrou aos seus seguidores, tendo por base a lei de Moisés, os profetas e os salmos, i.e., as três principais divisões do AT (hebraico) que Deus predissera, há muito tempo, tudo quanto lhe havia sucedido (Lc 24.25-27,44-46). 
Para melhor compreendermos as profecias do AT a respeito de Jesus Cristo, precisamos ver algo da tipologia bíblica.
CONTINUAÇÃO.
CATEGORIAS DE TIPOS PROFÉTICOS
Há pelo menos quatro formas pelas quais o AT prenuncia e profetiza a vinda de Cristo para o NT:
(1) Textos específicos do AT citados no NT. Certos trechos do AT são manifestamente profecias sobre Cristo, porque o NT os cita como tais. 
Por exemplo, Mateus cita Is 7.14 para comprovar que o AT profetizava aí o nascimento virginal de Cristo (Mt 1.23), e Mq 5.2 para comprovar que Jesus devia nascer em Belém (Mt 2.6) Marcos observa aos seus leitores (Mc 1.2,3) que a vinda de João Batista como precursor de Cristo fora profetizada tanto por Isaías (Is 40.3), quanto por Malaquias (Ml 3.1). Zacarias predisse a entrada triunfante de Jeus em Jerusalém no domingo que precede a Páscoa (Zc 9.9; cf. Mt 21.1-5; Jo 12.14,15). 
A experiência de Davi, descrita no Sl 22.18, prenuncia os soldados ao derredor da cruz, dividindo entre si as vestes de Jesus (Jo 19.23,24), e sua declaração no Sl 16.8-11 é interpretada como uma clara predição da ressurreição de Jesus (At 2.25-32; 13.35-37). O livro de Hebreus afirma que Melquisedeque (cf. Gn 14.18-20; Sl 110.4) é um tipo de Cristo, nosso eterno Sumo Sacerdote. Muitos outros exemplos poderiam ser citados.
(2) Alusões a passagens do AT pelos escritores do NT. Outra forma de revelação de Cristo no AT consiste em passos do NT que, mesmo sem citação direta, referem-se a pessoas, eventos, ou objetos do AT prefigurando profeticamente a Cristo. 
Por exemplo, no primeiro de todos os textos proféticos da Bíblia (Gn 3.15), Deus promete que enviará o descendente da mulher para ferir a cabeça da serpente. 
Certamente, Paulo tinha em mente esse trecho quando declarou que Cristo nasceu de mulher para redimir os que estavam debaixo da lei (Gl 4.4,5; cf. Rm 16.20). 
João igualmente, declara que o Filho de Deus veio "para desfazer as obras do diabo" (1 Jo 3.8). 
A referência de João Batista a Jesus como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,36), recua a Lv 16 e Is 53.7. A referência de Paulo a Jesus como "nossa páscoa" (1 Co 5.7) revela que o sacrifício do cordeiro pascal profetizava a morte de Cristo em nosso favor (Êx 12.1-14). 
O próprio Jesus declarou que o ato de Moisés, ao levantar a serpente no deserto (Nm 21.4-9) era uma profecia a respeito dEle, quando pendurado na cruz. 
E quando João diz que Jesus, o Verbo de Deus, participou da criação de todas as coisas (Jo 1.1-3), não podemos deixar de pensar em Sl 33.6: "Pela palavra do SENHOR foram feitos oa céus" (cf. Hb 1.3,10-12). 
Essas são apenas algumas das alusões no NT a passos do AT referentes a Cristo.
(3) Pessoas, eventos, ou objetivos do AT que apontam para a redenção. O êxodo de Israel do Egito, que em todo o AT é visto como o maior evento redentor do antigo concerto, prefigura Cristo e a redenção que Ele efetuou no novo concerto. 
Alguns tipos do livro de Êxodo que prenunciam Cristo e sua obra redentora são: Moisés, a Páscoa, a travessia do mar Vermelho, o maná, a água que brotou da rocha, o Tabernáculo com seus pertences e o sumo sacerdote.
(4)Eventos do AT que prefiguram o modo de Deus lidar com o crente em Cristo. Muitos fatos do AT constituem uma das formas de Deus lidar com seu povo, tendo seu real cumprimento em Jesus Cristo. 
Note os seguintes exemplos: 
(a) Abraão teve de esperar com paciência por quase vinte e cinco anos até Deus sarar a madre de Sara e lhes dá Isaque. 
Abraão nada poderia fazer para apressar o nascimento do filho prometido por Deus. 
Fato idêntico cumpriu-se no NT, quando Deus enviou seu próprio Filho como Salvador do mundo, ao chegar a plenitude dos tempos (Gl 4.4); o ser humano nada podia fazer para apressar esse momento. Nossa salvação é obra única e exclusiva de Deus (cf. Jo 3.16), e jamais pelo esforço humano. 
(b) Antes dos israelitas serem libertos do Egito pelo poder gracioso de Deus, em aflição eles clamavam por socorro contra seus inimigos (Êx 2.23,24; 3.7). 
Temos aí um indício profético do plano divino da nossa redenção em Cristo. O pecador, antes do seu livramento pela graça de Deus, do jugo do pecado e dos inimigos espirituais, precisa clamar arrependido e recorrer à graça salvífica de Deus (cf. At 2.37,38; 16.29-32; 17.30,31). 
Todos aqueles que invocarem o nome do Senhor serão salvos. (c) Quando Naamã, o siro, buscou a cura da sua lepra, recorrendo ao Deus de Israel, recebeu a ordem de lavar-se sete vezes no rio Jordão. 
Essa ordem inicialmente provocou ira nele, o qual a seguir, humilhou-se e submeteu-se ao banho no Jordão, para ser curado (1 Rs 5.1-14). 
No fato de graça salvífica de Deus transpor os limites da nação de Israel, temos uma antevisão de Jesus e o novo concerto (cf. Lc 4.27; At 22.21; Rm 15.8-12), e também do fato que, para recebermos a salvação, precisamos renunciar ao orgulho, humilhar-nos diante de Deus (cf. Tg 4.10; 1 Pe 5.6) e receber a purificação pelo sangue de Jesus (cf. At 22.16; 1 Co 6.11; Tt 3.5; 1 Jo 1.7,9; Ap 1.5).
Em resumo: O AT narra histórias de pessoas piedosas que nos servem de modelo e exemplo (cf. 1 Co 10.1-13; Hb 11; Tg 5.16-18), mas ele vai além disso; ele (o AT) "nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados" (Gl 3.24).

domingo, 4 de novembro de 2018

DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA (PARTE FINAL 3)

O DOADOR
Este versículo alista os dons de ministério (i.e., líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons:
1. Para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12)
2. Para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16; ver o estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).
PROFETAS
CONTINUAÇÃO.
EVANGELISTAS. No NT, evangelista eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16)
(1) Filipe, o "evangelista" (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do NT. 
(a) Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35). 
(b) Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12). 
(c) Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7,13). 
(d) Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17).
(2) O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixa de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. 
Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à obra missionária. 
A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista e tem amos intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41).
PASTORES. Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados "presbíteros" (At 20.17; Tt 1.5) e "bispos" ou supervisores (1 Tm 3.1; Tt 1.7).
(1) A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1 Ts 5.12; 1 Tm 3.1-5), ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1 Pe 5.2). 
Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguarda a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja (ver o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES). Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1 Pe 2.25; 5.2-4).
(2) Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp 1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do Espírito concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato (ver o ESTUDO QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR).
(3) O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (ver 1 Tm 3.1-7). 
Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (ver At 20.28-31). 
Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho serão abandonados (2 Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme os propósitos de Deus (1 Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2 Tm 4.4). 
Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1 Tm 4.6,7).
DOUTORES OU MESTRES. Os mestres são aqueles são aqueles quem têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (4.12).
(1) A missão dos mestres bíblicos é defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2 Tm 1.11-14). Têm o dever de fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo e dos apóstolos, e nisto perseverar.
(2) O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. 
As Escrituras declaram em 1 Tm 1.5 que o alvo da instrução cristã não (literalmente "mandamento") é a "caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida" (1 Tm 1.5). 
Logo a evidência da aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive, i.e., a manifestação, na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera.
(3) Os mestres são essenciais ao propósitos de Deus para a igreja. A igreja que rejeita, ou se descuida do ensino dos mestres e teólogos consagrados e fiéis à revelação bíblica, não se preocupará pela autenticidade e qualidade da mensagem bíblica nem pela interpretação correta dos ensinos bíblicos. 
A igreja onde mestres e teólogos estão calados não terá firmeza na verdade. Tal igreja aceitará inovações doutrinárias sem objeção; e nela, as práticas religiosas e idéias humanas serão de fato o guia no que tange à doutrina, padrões e práticas dessa igreja, quando deveria ser a verdade bíblica.
Por outro lado, a igreja que acata os mestres e teólogos piedosos e aprovados terá seus ensinos, trabalhos e práticas regidos pelos princípios originais e fundamentais do evangelho. 
Princípios e práticas falsos serão desmascarados, e a pureza da mensagem original de Cristo será conhecida de seus membros. A inspirada Palavra de Deus deve ser o teste de todo ensino, ideia e prática da igreja. 
Assim sendo, a igreja verá que a Palavra inspirada de Deus é a suprema autoridade, e, por isso, está acima das igrejas e suas instituições. 

DEUS ABENÇOE TODOS VOCÊS!

sábado, 3 de novembro de 2018

O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO (PARTE FINAL 2)


O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO

"Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis." Is 6.8,9

OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
(1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com Deus, e que tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
(2) O profeta, por estar próximo de Deus, achava-se em harmonia com Deus, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. 
Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de Deus. Experimentava as mesmas reações de Deus. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de Deus, como também sentia o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
(3) À semelhança de Deus, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas dores (ver o livro de Lamentações). 
Ele almejava para Israel o melhor da parte de Deus (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
(4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em Deus e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humano, e nos falsos deuses (Jr 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Os profetas continuamente conclamava o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com Deus, para que visse a receber as bênçãos da redenção.
(5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13,19;025.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolera a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de Deus, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. 
Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9 nota).
(6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que Deus revelava na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a Deus. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de Deus e a sua justiça, manifestadas no povo de Deus.
(7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27), bem como em restauração e renovação (e.g., 61-62; 6517-66.24; Jr 33; Ez 37). Os profetas anunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
(8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3-4), perseguidos pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de Deus (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). 
Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de Deus, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e sua mensagem.
O PROFETA E O SACERDOTE.
Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de Deus era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de Deus.
(1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a Deus resumia-se em cerimônias e liturgia. 
Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática.
(2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. 
Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de Deus. 
O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.
A MENSAGEM DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
(1) A natureza de Deus. (a) Declaravam ser Deus o Criador e Soberano onipotente do universo (e.g., 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6). (b) Enfatizava que Deus é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado, iniquidade e injustiça. 
Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar sua ira. 
Sendo Deus santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is 29.22-24; Jr 2.3). Como o Deus que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo.
(2) O pecado e o arrependimento. Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de Deus diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo concerto. 
E falavam palavras severa de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de Cristo: "arrependei-vos, senão igualmente perecereis". Prediziam juízo catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os 5.8-12; 9.3-7;10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2,24-27)
(3) Predição e esperança messiânica. (a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a Deus e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. 
Sabiam que Deus cumpria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fiel (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ). 
No fim, viria o Messias, e através dEle, Deus haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança era messiânica. 
Eles tinham de falar a palavra de Deus a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.
OS FALSOS PROFETAS. 
Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2 Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2 Cr 18.18-22). 
Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11 notas); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). 
Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que era a voz primacial de Deus no que dizia respeito a Israel. No NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja (ver ESTUDO DONS MINISTERIAIS PARA A IGREJA). 
Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1 Co 14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempo do NT (ver estudo DONS ESPIRITUAIS PARA O CRENTE).