EVANGELHO DE JESUS CRISTO

domingo, 18 de novembro de 2018

O SOFRIMENTO DOS JUSTOS (PARTE FINAL 3)

Jó 2.7,8 "Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza."
CONTINUAÇÃO
(7) Finalmente, Deus pode usar, e usa mesmo, o sofrimento dos justos para propagar o seu reino e seu plano redentor.
Por exemplo: toda injustiça por que José passou nas mãos dos seus irmãos e dos egípcios faziam parte do plano de Deus "para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento" (Gn 45.7); ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA). O principal exemplo, aqui, é o sofrimento de Cristo, "o Santo e o Justo" (At 3.14), que experimentou perseguição, agonia e morte para que o plano divino da salvação fosse plenamente cumprido.
Isso não exime da iniquidade aquela que o crucificaram (At 2.23), mais indica, sim, como Deus pode usar o sofrimento dos justos pelos pecadores, para seus próprios propósitos e sua própria glória.
O RELACIONAMENTO DE DEUS COM O SOFRIMENTO DO CRENTE.
(1) O primeiro fato a ser lembrado é este: Deus acompanha o nosso sofrer. Satanás é o deus deste século, mas ele só pode afligir um filho de Deus pela vontade permissiva de Deus (cf. 1 - 2; ver o estudo A PROVIDÊNCIA DIVINA e a VONTADE DE DEUS). 
Deus promete na sua palavra que Ele não permitirá sermos tentados além do que podemos suportar (1 Co 10.13).
(2) Temos também de Deus a promessa que Ele converterá em bem todos os sofrimentos (ver Rm 8.28 nota). 
José verificou esta verdade na sua própria vida de sofrimento (cf. Gn 50.20), e o autor de Hebreus demonstra como Deus usa os tempos de aperto da nossa vida para nosso próprio crescimento e benefício (ver Hb 12.5 nota).
(3) Além disso, Deus promete que ficará conosco na hora da dor; que andará conosco "pelo vale da sobra da morte" (Sl 23.4; cf. Is 43.2).
VITÓRIA SOBRE O SOFRIMENTO PESSOAL.
Se você está sob provações e aflições, que deve fazer para triunfar sobre tal situação?
(1) Primeiro: examinar as várias razões por que o ser humano sofre (ver seção 1, supra) e ver em que sentido o sofrimento concerne a você.
Uma vez identificada a razão específica, você deve proceder conforme o contido em "É nosso dever".
(2) Creia que Deus se importa sobremaneira com você, independente da severidade das suas circunstâncias (ver Rm 8.36 nota; 2 Co 1.8-10 nota; Tg 5.11 nota; 1 Pe 5.7 nota). 
O sofrimento nunca deve fazer você concluir que Deus não lhe ama, nem rejeitá-lo como seu Senhor e Salvador.
(3) Recorra a Deus em oração sincera e busque a sua face. Espera nEle até que liberte você da sua aflição (ver Sl 27.8-14; 40.1-3; 130).
(4) Confie que Deus lhe dará a graça para suportar a aflição até chegar o livramento (1 Co 10.13; 2 Co 12.7-10). 
Convém lembrar de que sempre "somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Rm 8.37; Jo 16.33).
A fé cristã não consiste na remoção de fraquezas e sofrimento, mas na manifestação do poder divino através da fraqueza humana (ver 2 Co 4.7 nota).
(5) Leia a Palavra de Deus, principalmente os salmos de conforto em tempos de lutas (e.g., Sl 11.16;23;27;40;46;61;91;121;125;138).
(6) Busque revelação e discernimento da parte de Deus refente à sua situação específica - mediante a oração, as Escrituras, a iluminação do Espírito Santo ou o conselho de um santo e experiente irmão.
(7) Se o seu sofrimento é de natureza física, atente para os passos expostos no estudo A CURA DIVINA.
(8) No sofrimento, lembre-se da predição de Cristo, de que você terá aflições na sua vida como crente (Jo 16.33). 
Aguarde com alegria aquele ditoso tempo quando "Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor" (Ap 21.4).

sábado, 17 de novembro de 2018

O PERÍODO DO ANTICRISTO

Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.
2 Tessalonicenses 2.3,4
Segundo a Bíblia, está para vir o Anticristo (cf. 1 Jo 2.18); aquele que trama o derradeiro ataque furioso de Satanás contra Cristo e os santos, pouco antes do tempo em que nosso Senhor Jesus Cristo estabelecerá o seu reino na terra.
As expressões que a Bíblia usa para o Anticristo são "o homem de pecado" e " filho da perdição" (2.3). Outras expressões usadas na Bíblia são "a besta que sobe do mar" (Ap 13.1-10), a besta de cor escarlate" (Ap 17.3) e "a besta" (Ap 17.8,16; 19.19,20; 20.10).
SINAIS DA VINDA DO ANTICRISTO.
Diferente do arrebatamento da igreja (ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA), a vinda do Anticristo não ocorrerá sem sinais precursores.
Pelo menos três eventos deverão ocorrer antes dele surgir na terra: 
(1) o "ministério da injustiça" que já opera no mundo, deverá intensificar-se (2.7); 
(2) virá a "apostasia" (2.3);
 (3) "um que, agora, resiste", deve ser afastado (2.7).
(1) O "ministério da injustiça", i.e., a atividade secreta dos poderes do mal, ora evidente no mundo inteiro (ver 2.7 nota), aumentará até alcançar seu ponto máximo na total zombaria e desprezo a qualquer padrão ou preceito bíblicos. Por causa do predomínio da iniquidade, o amor de muitos esfriará (Mt 24.10-12; Lc 18.8). 
Mesmo assim, um remanescente fiel permanecerá leal à fé apostólica conforme revelada no NT (Mt 24.13; 25.10; Lc 18.7; ver Ap 2.7 nota). 
Por meio desses fiéis, a igreja permanecerá batalhando e manejando a espada do Espírito até ser arrebatada (ver Ef 6.11 nota).
(2) Ocorrerá a "apostasia" (gr. apostasia), que literalmente significa "desvio", "afastamento", "abandono" (2.3). 
Nos últimos dias, um grande número de pessoas da igreja apartar-se á da verdade bíblica.
(a) Tanto o apóstolo Paulo quanto Cristo revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja - moral, espiritual e doutrinariamente - à medida que a era presente chega ao seu fim (cf. Mt 24.5,10-13,24; 1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3,4). 
Paulo, principalmente, ressalta que nos nos últimos dias elementos ímpios ingressaram nas igrejas em geral. 
(b) Essa "apostasia" dentro da igreja terá duas dimensões. 
(i) A apostasia teológica, que é  desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3). 
Os falsos dirigentes apresentaram uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de Cristo quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (2 Pe 2.1-3, 12-19).
 Os falsos evangelhos, voltado a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade nota). 
(ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade.
 Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is 29.13; Mt 23.25-28; ver o estudo A APOSTASIA PESSOAL). Muitas igrejas permitirão quase tudo, para terem muitos membros, dinheiro sucesso e prestígio (ver 1 Tm 4.1 nota). 
O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Cristo (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de Deus e de se renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2 Tm 3.1-5; 4.3).
(c) Tanto a história da igreja, como a apostasia predita para os últimos dias, advertem a todo crente a não pressupor que o progresso do reino de Deus é infalível na sua continuidade, no decurso de todas as épocas e até o fim. 
Em determinado momento da história da igreja a rebelião contra Deus e sua Palavra assumirá proporções espantosas.
No dia do Senhor, cairá a ira de Deus contra os que rejeitaram a sua verdade (1 Ts 5.2-9).
(d) O triunfo final do reino de Deus e sua justiça no mundo, porquanto, depende não do aumento gradual da igreja professa, mas da intervenção final de Deus, quando Ele se manifestará ao mundo com justo juízo (Ap 19 - 22; ver 2 Tm 4.1 nota; 2 Pe 3.10-13; Jd).
(3) Um vento determinante deverá ocorrer antes do aparecimento do "homem do pecado" e do Dia do Senhor começar (2.2,3), que é a saída de alguém (2.7) ou de algo, que "detém", resiste, ou refreia o "mistério da injustiça" e o "homem do pecado" (2.3-7).
Quando o restringidor do "homem do pecado" for retirado, então poderá começar o Dia do Senhor (2.6,7).
(a) O que agora o detém é, sem dúvida, uma referência ao Espírito Santo, pois somente Ele tem poder de deter a iniquidade, o homem do pecado e Satanás (2.6).
Esse que agora o detém ou resiste (2.7), leva no grego o artigo definido masculino e ao mesmo tempo o artigo definido neutro, em 2.6 ("o que o detém"). De modo semelhante, a palavra "Espírito" na língua grega pode levar pronome masculino ou neutro (ver Gn 6.3; Jo 16.8 nota; Rm 8.13; ver Gl 5.17, sobre a obra do Espírito Santo a restringir o pecado).
(b) No começo de sete anos de tribulação, o Espírito Santo será "afastado" (v. 7).
Isso não significa ser Ele tirado do mundo, mas que cessará sua influência restritiva à iniquidade e ao surgimento do Anticristo.
Todas as restrições contra o pecado serão removidas, e começará a rebelião inspirada por Satanás. O Espírito Santo, todavia, agirá na terra durante a tribulação, convencendo pessoas dos seus pecados, convertendo-as a Cristo e dando-lhes poder (Ap 7.9,14; 11.1-11; 14.6,7).
(c) Retirando se o Espírito Santo, cessará a inibição à aparição do "homem do pecado", no cenário terreno (2.3,4).
Deus então liberará uma influência poderosa enganadora sobre todos os que recusam a amar a verdade de Deus (ver 2.11 nota); os tais aceitarão as imposturas do homem do pecado, e a sociedade humana descerá a uma depravação jamais vista.
(d) A ação do Espírito Santo restringindo o pecado é levada a efeito em grande parte através da igreja, que é o tempo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19). Por isso, muitos expositores da Bíblia acredita que a saída do Espírito Santo é uma clara indicação de que o arrebatamento dos santos ocorrerá nessa ocasião (1 Ts 4.17).
Noutras palavras, a volta de Cristo, para levar a igreja e livrá-la da ira vindoura (1 Ts 1.10), ocorrerá antes do início do Dia do Senhor e da manifestação do "homem do pecado" (ver o estudo O ARREBATAMENTO DA IGREJA).
(e) Entende-se, nos meios eruditos da Bíblia, que o restringente em 2.6 (no gênero neutro) refere-se ao Espírito Santo e seu ministério de conter a iniquidade, ao passo que em 2.7, "um que agora" (no gênero masculino) refere-se aos crentes reunidos a Cristo e tirados daqui, i.e., arrebatados ao encontro do Senhor nos ares, a fim de estarem sempre com Ele (1 Ts 4.17).
AS ATIVIDADES DO ANTICRISTO.
Ao começar o Dia do Senhor, "o iníquo" aparecerá neste mundo. Trata-se, no meio eruditos da Bíblia, de um governante mundial que fará aliança com Israel por sete anos, antes do fim da presente era (ver Dn 9.27).
(1) A verdadeira identificação do Anticristo será conhecida três anos e meio mais tarde, quando ele romper sua aliança com Israel, tornar-se governante mundial, declarar ser Deus, profanar o templo de Jerusalém (ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO), proibir a adoração a Deus (ver 2.4,8,9) e assolar a terra de Israel (ver Dn 9.27 nota; 11.36-45 nota).
(2) O Anticristo declarará ser Deus, e perseguirá severamente quem permanecer leal a Cristo (Ap 11.6,7; 13.7,15-18; ver Dn 7.8,24,25 notas). Exigirá adoração, certamente sediada num grande templo que será usado como centro de seus pronunciamentos (cf. Dn 7.8,25; 8.4;11.31,36). O homem aspira tornar-se divino desde a criação (ver 2.8 nota; Ap 13.8,12 notas; ver também o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).
(3) O "homem do pecado" fará mediante poder satânico, grandes sinais, maravilhas e milagres a fim de propagar o engano (2.9).
"Prodígios de mentira" significa que seus milagres são sobrenaturais, parecendo autênticos, para enganar as pessoas e levá-los a crer na mentira.
(a) Tais demostrações possivelmente serão vistas no mundo inteiro, pela televisão. Milhões de pessoas ficarão impressionadas, enganadas por esse líder altamente convincente, por não darem a devida importância à Palavra de Deus nem ter amor às suas verdades (2.9-12).
(b) Tanto as palavras de Paulo (2.9), quanto as de Jesus (Mt 24.24) devem despertar os crentes para o fato de que nem todo milagre provém de Deus. Aparentes "manifestações do Espírito" (1 Co 12.7-10) ou fenômenos supostamente vindos da parte de Deus devem ser provados à base da obediência a Cristo e às Escrituras, por parte da pessoa atuante.
A DERROTA DO ANTICRISTO.
No fim da tribulação, Satanás congregará muitas nações no Armagedom, sob o comando do Anticristo, e guerrearão contra Deus e o seu povo numa batalha que envolverá o mundo inteiro (ver Dn 11.45 nota; Ap 16.16 nota). Quando isso ocorrer, Cristo voltará e intervirá de modo sobrenatural, destruindo o Anticristo, seus exércitos e todos os que não obedecem ao evangelho (ver Ap 19.15-21 notas). 
A seguir, Cristo prenderá Satanás e estabelecerá seu reino na terra (20.1-6).
Glória a Deus!

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

A CRIAÇÃO

O DEUS DA CRIAÇÃO.
(1) Deus revela na Bíblia como ser infinito, eterno, auto-existente e como a Causa Primária de tudo o que existe.
Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: "Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus" (Sl 90.2).
Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito.
Ele, é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela (ver 1 Tm 6.16 nota; Cl 1.16.
(2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva "à sua imagem" (1.27; ver 1.26 nota).
Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.
(3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado.
Ao terminar Deus a obra da criação, completou tudo o que fizera e observou que era "muito bom" (1.31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (ver 1.26 nota). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).
A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO
(1) Deus criou todas as coisas em "os céus e a terra" (1.1; Is 4028; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6).
O verbo "criar" (hb. "bara") é uso exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar.
Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.26 nota).
(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2).
Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz.
Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), deu forma ao universo ( 1.6-13 nota) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28).
(3) O método que Deus usou foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: "E disse Deus..." (1.3,6,9,11,14,20,24,26). 
Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir.
Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).
(4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação. 
(a) O próprio Filho é a Palavra ("Verbo") poderosa através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.3).
Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo "foram criados todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele" (Cl. 16).
Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma que enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2). 
(b) Semelhantemente, o Espírito Santo um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como"pairando" ("se movia") sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. 
A palavra hebraica traduzida por "Espírito" (ruah) também pode ser traduzida por "vento" e "fôlego". 
Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: "Pela palavra do Senhor foram feito os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca" ( Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30).
O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO.
Deus tinha razões específicas para criar o mundo.
(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado - desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.
Todos os elementos da natureza - e.g., o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves - rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12).
Quanto ais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos!
(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos. 
(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão. 
(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das consequência do pecado (ver 3.15 nota).
Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3; Ef 1.11,12; 1 Pe 2.9). 
(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: "...com eles habitará, e e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus" (Ap 21.3).
CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO.
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo.
Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.
(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos.
Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apoiam a sua hipótese.
(2) O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem se reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético "grande estrondo", ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas.
Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem "evidência" científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la.
A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11.3).
(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes.
Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem se quer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo.
Pelo contrário, as evidências existentes apoiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente "conforme a sua espécie" (1.21,24,25).
(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta.
Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo.
Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Gênesis 1 têm Deus como seu sujeito, a não ser em 1.12 (que cumpre o mandamento de Deus no v. 11). e a frase repetida "E foi a tarde e a manhã". Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1.16).