EVANGELHO DE JESUS CRISTO

domingo, 9 de dezembro de 2018

O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS

Deuteronômio 29.1 "Estas são as palavras do concerto que o SENHOR ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em Horebe."

O CONCERTO NO MONTE SINAI (HOREBE).
Deus fez um concerto com Abraão e o renovou com Isaque e Jacó (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ).
O concerto de Deus com os israelitas, feito ao sopé do monte Sinai (ver Êx 19.1 nota), abrange os dois princípios básicos tratados no estudo supra citado.
(1) Unicamente Deus estabelece as promessas e compromisso do seu concerto, e
(2) aos seres humanos cabe aceitá-los com fé obediente. A diferença principal entre este concerto e o anterior é que Deus fez um sumário das respectivas promessas e responsabilidades do concerto antes da sua ratificação (Êx 24.1-8).
(1) As promessas de Deus, neste concerto, eram basicamente as mesmas que foram feitas a Abraão (ver Êx 19.1 nota). Deus prometeu
(a) que daria aos israelitas a terra de Canaã depois de libertá-los da escravidão no Egito (Êx 6.3-6; 19.4; 23.20,23), e
(b) que Ele seria o seu Deus e que os adotaria como o seu povo (Êx 6.7; 19.6; ver Dt 5.2 nota).
O alvo supremo de Deus era trazer ao mundo o Salvador através do povo do concerto.
(2) Antes de Deus cumprir todas essas promessas, Ele requereu que os israelitas se comprometessem a observar as suas leis declaradas quando eles estavam acampados no monte Sinai.
Depois de Deus revelar os dez mandamentos e muitas outras leis do concerto (ver o estudo A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO), os israelitas juraram a uma só voz: "Todas as palavras que o SENHOR tem falado faremos" (Êx 24.3). Sem essa promessa solene de aceitarem as normas da lei de Deus, o concerto entre eles e o Senhor não teria sido confirmado (ver Êx 24.8, nota).
(3) Essa resolução de cumprir a lei de Deus, continuou como uma condição prévia do concerto. Somente pela perseverança na obediência aos mandamentos do Senhor e no oferecimento dos sacrifícios determinados por Deus e igualmente continuaria a receber as suas bênção.
Noutras palavras, a continuação da eleição de Israel como povo de Deus dependia da sua obediência ao seu Senhor (ver Êx 19.5 nota).
(4) Deus também estipulou claramente o que aconteceria se o seu povo deixasse de cumprir as obrigações do concerto.
O castigo pela desobediência era a destruição daquele povo, quer por banimento, quer por morte (ver Êx 31.14,15).
Trata-se de uma repetição da advertência de Deus, dada por ocasião do êxodo, i.e., aqueles que não cumprissem as suas instruções para a Páscoa seriam excluídos do povo (Êx 12.15,19; 12.15 nota). Essas advertências não eram fictícias.
Em Cades, por exemplo, quando os israelitas se rebelaram, incrédulos, contra o Senhor e se recusaram a entrar em Canaã, por medo dos seus habitante, Deus se irou com eles e, como castigo, fê-los peregrinar no deserto durante trinta e nove anos; ali, morreram todos os israelitas com mais de vinte anos de idade (exceto Calebe e Josué, ver Nm 13.26 - 14.39; 14.29 nota).
O castigo pela desobediência e incredulidades deles foi a perda do privilégio de habitar na terra do repouso, por Deus prometido (cf Sl 95.7-11; Hb 3.9-11,18).
(5) Deus não esperava de seu povo uma obediência perfeita, e sim uma obediência sincera e firme. O concerto já reconhecia que às vezes, devido às fraqueza humana, eles fracassariam (ver 30.20 nota). Para remi-los da culpa do pecado e reconciliá-los consigo mesmo, Deus proveu o sistema geral de sacrifícios e, em especial, o Dia Anual da Expiação (ver o estudo O DIA DA EXPIAÇÃO). O povo podia, assim, confessar seus pecados, oferecer os diversos sacrifícios, e deste modo reconciliar-se com o seu Senhor.
Todavia, Deus julgaria severamente os desobedientes, a rebeldia e a apostasia deliberada.
(6) No seu concerto co os israelitas, Deus tencionava que os povos doutras nações, ao observarem a fidelidade de Israel a Deus, e as bênçãos que recebiam, buscassem o Senhor e integrassem a comunhão da fé (ver 4.6 nota).
Um dia, através do Redentor prometido, um convite seria feito às nações da terra para participarem dessas promessas.
Assim, o concerto tinha um relevante aspecto missionário.

O CONCERTO RENOVADO NAS PLANÍCIES DE MOABE.
Depois que a geração rebelde e infiel dos israelitas pereceu durante trinta e nove anos de peregrinação no deserto, Deus chamou uma nova geração de israelitas e preparou-os para entrarem na terra prometida, mediante a renovação do concerto com Ele. Para uma conquista bem-sucedida da terra de Canaã, necessário era que eles se comprometessem com esse concerto e que tivessem a garantia que o Senhor Deus estaria com eles.
(1) Essa renovação do concerto é o enfoque principal do livro de Deuteronômio (ver introdução). Depois de uma introdução (1.1-5), Deuteronômio faz resumo histórico de como Deus lidou com seu povo desde a partida do Sinai (1.6 - 4.43). Repete as principais condições do concerto (4.44 - 26.19), relembra aos israelitas as maldições e as bênçãos do concerto (27.1 - 30.20). e termina com as providências para a continuação do concerto (31.1 - 33.29).
Embora o fato não seja mencionado especificamente no livro, podemos ter como certo, assim como a geração anterior fizera no monte Sinai (cf. Êx 24.1-8; Dt 27; 29.10-14).
(2) O conteúdo básico desse concerto continuou como o do monte Sinai.
Um assunto reiterado no livro inteiro de Deuteronômio é que, se o povo de Deus obedecesse a todas as palavras do concerto, teria a bênção divina; em caso contrário, teria a maldição divina (ver especialmente 27 - 30).
A única maneira deles e seus descendentes permanecerem para sempre na terra de Canaã era guardarem o concerto, amando ao Senhor (ver 6.5 nota) e obedecendo à sua lei (30.15-20).
(3) Moisés ordenou ao povo que periodicamente relembrasse o concerto feito.
 Cada sétimo ano, na Festa dos Tabernáculos, todos os israelitas deviam comparecer ao lugar que Deus escolhesse.
Ali, mediante a leitura da lei de Moisés, eles relembrariam do concerto de Deus com eles, e também, mediante a renovação da promessa, de cumprir o que ouviam (3.9-13).
(4) O AT registra vários exemplos notáveis dessa lembrança e renovação do concerto.
Após a conquista da terra, e pouco antes da morte de Josué, este conclamou todo o povo com esse propósito (Js 24).
A resposta do povo foi clara e inequívoca: "Serviremos ao SENHOR, nosso Deus, e obedeceremos à sua voz" (Js 24.24).
Diante disso: "Assim, fez Josué concerto, naquele dia, com o povo" (Js 24.25).
Semelhantemente, Joiada dirigiu uma cerimônia de renovação do concerto, quando Joás foi coroado (2 Rs 11.17), e assim fizeram também Josias (2 Rs 23.1-3), Ezequias (cf. 2 Cr 29.10) e Esdras (Ne 8.1 - 10.39).
(5) A chamada para relembrar e renovar o concerto é oportuna hoje.
O NT é o concerto que Deus fez conosco em Jesus Cristo. Lembramos do seu concerto conosco quando lemos e estudamos a sua revelação contendo suas promessas e preceitos, quando ouvimos a exposição da Palavra de Deus e, mais especificamente, quando participamos da Ceia do Senhor (ver 1 Co 11.17-34).
Na Ceia do Senhor, também renovamos nossos compromissos de amar ao Senhor e servi-lo de todo coração (ver 1 Co 11.20 nota).

DEUS ABENÇOA TODOS VOCÊS. AMÉM!

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A DESTRUIÇÃO DOS CANANEUS

Josué 6.21 "E tudo quanto na cidade havia destruíram totalmente a fio da espada, desde o homem até a mulher, desde o menino até ao velho, até ao boi e gado miúdo e ao jumento."

A DESTRUIÇÃO DOS CANANEUS.
(1) Antes de a nação de Israel entrar na terra prometida, Deus tinha dado instruções rigorosas quanto ao que deviam fazer com os moradores dali - deviam ser totalmente destruídos.
"Porém, das cidades destas nações, que o Senhor, teu Deus, te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixará com vida.
Antes, destruí-las-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos ferezeus, e as heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o Senhor, teu Deus" (Dt 20.16,17; cf. Nm 33.51-53).
(2) O Senhor repetiu essa ordem depois dos israelitas atravessarem o Jordão e entrarem em Canaã. Em várias ocasiões, o livro de Josué declara que a destruição das cidades e dos cananeus pelos israelitas foi ordenadas pelo Senhor (Js 6.2; 8.1,2; 10.8).
Os crentes do novo concerto frequentemente argumentam sobre até que ponto essa destruição em massa de seres humanos é corrente com outras partes da Bíblia como revelação divina, que tratam do amor, justiça de Deus e do seu repúdio à iniquidade.
(3) A destruição de Jericó é um relato do justo juízo divino contra um povo iníquo em grau máximo e irremediável, cujo pecado chegara a atingir sua plena medida (Gn 15.16; Dt 9.4,5).
Noutras palavras, Deus aniquilou os moradores daquela cidade e outros habitantes de Canaã porque estes se entregaram totalmente à depravação moral. 
A arqueologia revela que os cananeus estavam envolvidos em todas as formas de idolatria, prostituição cultural, violência, a queima de crianças em sacrifício aos seus deuses e espiritismo (cf. Dt 12.31; 18.9-13; ver Js 23.12 nota).
(4) A destruição total dos cananeus era necessária para salvaguardar Israel da destruidora influência da idolatria e pecado dos cananeus.
Deus sabia que se aquelas nações ímpias continuassem a existir, ensinariam os israelitas "a fazer conforme todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, e pequeis contra o Senho, vosso Deus" (Dt 20.18).
Este versículo exprime o princípio bíblico permanente, de que o povo de Deus deve manter-se separado da sociedade ímpia ao seu redor (Dt 7.2-4; 12.1-4; ver o estudo A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE e O RELACIONAMENTO ENTRE O CRENTE E O MUNDO).
(5) A destruição das cidades cananeias e seus habitantes, demonstra um princípio básico de julgamento divino: quando o pecado de um povo alcança sua medida máxima, a misericórdia de Deus sede lugar ao juízo (cf. 11.20).
Deus já aplicara esse mesmo princípio, quando do dilúvio (Gn 6.5,11,12) e da destruição das cidades iníquas de Sodoma e Gomorra (Gn 18.20-33; 19.24,25).
(6) A história subsequente de Israel confirma a importância desse princípio e da ordem divina de que todas as nações pagãs fossem destruídas.
Na realidade, os israelitas desobedeceram ao mandamento do Senhor e não expulsaram completamente todos os habitantes de Canaã.
Como resultado, começaram a seguir seus caminhos detestáveis e a servir a seus deuses-ídolos (ver Jz 1.28 nota; 2.2,17 notas).
O livro de Juízes é a resposta daquilo que o Senhor fez em resposta a essa apostasia.
(7) Finalmente, a destruição daquela geração de cananeus tipifica e prenuncia o juízo final de Deus sobre os ímpios, no fim dos tempos.
O segundo e verdadeiro Josué da parte de Deus, i.e., Jesus Cristo, voltará em justiça, com os exércitos do céu a fim de julgar todos os ímpios e de batalhar contra eles (Ap 19.11-21).
Todos aqueles que rejeitarem a sua oferta de graça e de salvação e que continuarem no pecado, perecerão assim como os cananeus.
Deus abaterá todas as potências mundiais e estabelecerá na terra o seu reino da justiça (Ap 18.20,21; 20.4-10; 21.1-4).

DEUS EM CRISTO JESUS ABENÇOE VOCÊS. AMÉM!

sábado, 1 de dezembro de 2018

O CONCERTO DE DEUS COM DAVI

2 Samuel 7.16 "... a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será firme para sempre".
A NATUREZA DO CONCERTO COM DAVI.
(1) Embora a palavra "concerto" não ocorra literalmente em 2 Sm 7, é evidente que Deus estava estabelecendo um concerto com Davi.
Em Sl 89.3,4, por exemplo, Deus diz: "Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração" (ver também Sl 89.34-36). A promessa de que o trono do povo de Deus seria estabelecido para sempre através da descendência de Davi é exatamente a mesma que Deus fez a Davi em 2 Sm 7 (note-se especialmente no v. 14).
Além disso, posteriormente em 2 Samuel, o próprio Davi faz referência ao "concerto eterno" que Deus fez com ele (2 Sm 23.5), sem dúvida aludindo a 2 Sm 7.
(2) Os mesmos dois princípios que operam noutros concertos do AT também estão em evidência aqui: apenas Deus estabelecia as suas promessas e os deveres do seu concerto e esperava que do lado humano houvesse o aceite com fé obediente (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ, e O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS).
(a) Nesse concerto de Deus com Davi, Ele fez uma promessa de cumprimento imediato, que era estabelecer o reino do filho de Davi, Salomão, o qual edificaria uma casa para o Senhor, i.e., o templo (2 Sm 7.11-13).
(b) Ao mesmo tempo, a promessa de Deus de que a casa ou dinastia de Davi duraria para sempre sobre os israelitas estava condicionada à fiel obediência de Davi e dos seus descendentes.
Noutras palavras, esse concerto era eterno somente no sentido de Deus ter sempre um descendente de Davi no trono em Jerusalém, desde que os governantes de Judá permanecessem em obediência e fidelidade a Ele.
(3) Durante os quatro séculos seguintes, a linhagem de Davi permaneceu ininterrupta no trono de Judá. Quando, porém, os reis de Judá, especialmente Manassés e aqueles que reinaram depois do rei Josias, rebelaram-se continuamente contra Deus ao adorarem ídolos e desobedecerem à sua lei, Deus, por fim, os impediu de ocuparem o trono. Permitiu que o rei Nabucodonosor de Babilônia invadisse a terra de Judá, sitiasse a cidade de Jerusalém e, finalmente, destruísse a cidade juntamente com seu templo (2 Rs 25; 2 Cr 36). Agora, o povo de Deus estava primeira vez desde a escravidão no Egito, sob o domínio de governantes estrangeiros.
JESUS CRISTO EM RELAÇÃO A ESTE CONCERTO.
Havia porém, um aspecto do concerto de Deus com Davi que era condicional - que o reino de Davi seria por fim estabelecido para sempre.
(1) A culminância da promessa de Deus era que a linhagem de Davi viria um descendente que seria o Rei messiânico e eterno. Este Rei dominaria sobre os fiéis em Israel e sobre todas as nações (cf. Is 9.6,7; 11.1,10; Mq 5.2,4) Sairia da cidade de Belém (Mq 5.2,4), e seu governo se estenderia até os confins da terra (Zc 9.10). Ele seria chamado: "O SENHOR, Justiça Nossa" (Jr 23.5,6) e consumaria a redenção do pecado (Zc 13.1). O cumprimento da promessa davídica teve início com o nascimento de Jesus Cristo, anunciado pelo anjo Gabriel a Maria, uma piedosa descendente da família de Davi (Lc 1.30-33; cf. At 2.29-35).
(2) Essa promessa foi um desdobramento do concerto feito em Gn 3.15, que predisse a derrota de Satanás através de um descendente de Eva (Gn 3.15 nota); foi um prosseguimento do concerto feito com Abraão e seus descendentes (ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ).
(3) O cumprimento dessa promessa abrangia a ressurreição de Cristo dentre os mortos e sua exaltação à destra de Deus no céu (At 2.29-33), de onde Ele agora governa como Reis dos reis e Senhor dos senhores.
A primeira missão de Cristo como Senhor exaltado foi o derramamento do Espírito Santo sobre o seu povo (At 1.8; 2.4,33).
(4) O régio governo de Cristo caracteriza-se por um chamamento, dirigido a todas as pessoas, no sentido de largarem o pecado e o mundo perverso, aceitarem Cristo como Senhor e Salvador e receberem o Espírito Santo (At 2.32-40).
(5) O reino eterno de Cristo inclui:
(a) seu atual domínio sobre o reino de Deus e sua primazia sobre a igreja,
(b) seu futuro reino milenar sobre as nações (Ap 2.26,27; 20.4) e
(c) seu reino eterno nos céus e na nova terra (Ap 21 - 22).
DEUS ABENÇOE TODOS VOCÊS. AMÉM!