EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 5 de setembro de 2015

PORQUE EU SOU CONTIGO

Estas palavras de Cristo, dirigidas a Paulo, não se refere à sua presença geral em todos os lugares, i.e., sua onipresença (cf. Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo contrário, referem-se à sua presença específica entre os seus servos. Tal presença de Cristo significa que Ele pessoalmente está ali para nos comunicar sua vontade, amor e comunhão. Ele está presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar, ajudar, proteger e guiar.

(1) Podemos aprender mais desta verdade de "Cristo conosco", examinando os trechos do AT em que Deus declarou que estava pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, Deus lhe disse: "Eu serei contigo" (Ex 3.12). Quando Josué assumiu a liderança de Israel, depois da morte de Moisés, Deus prometeu: "serei contigo; não te deixarei nem te desampararei" (Js 1.5). E Deus encorajou Israel com estas palavras: "Quando passares pelas águas, estarei contigo... Não temas, pois, porque estou contigo" (Is 43.2,5).

(2) No NT, Mateus declara que o propósito da vinda de Jesus ao mundo foi tornar em realidade concreta a presença de Deus entre seu povo. Seu nome é "Emanuel" que significa "Deus conosco" (Mt 1.23). De novo, no fim do seu Evangelho, Mateus registra a promessa que Jesus legou aos discípulos: "eis que estou convosco todos os dias" (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho com as palavras: "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor" (Mc 16.20).

ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO


ELEIÇÃO: 

A escolha por Deus daqueles que creem em Cristo é uma doutrina importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5,7,28; Cl 3.12; 1 Ts 1.4; 2 Ts 2.13; Tt 1.1).
A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por Deus, em Cristo, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dEle (cf. 2 Ts 2.13). 
Essa eleição é uma expressão do amor de Deus, que recebe como seus todos os que recebem seu Filho Jesus (Jo 1.12). A doutrina da eleição abarca as seguintes verdades:

(1) A eleição é cristocêntrica, i. e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo. 
Deus nos elegeu em Cristo para a salvação (1.4; ver v. 1, nota). O próprio Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus.
 A respeito de Jesus, Deus declara: "Eis aqui o meu servo, que escolhi" (Mt 12.18; cf. Is 42.1,6; 1 Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé.

(2) A eleição é feita em Cristo, pelo seu sangue; "em quem [Cristo]... pelo seu sangue" (1.7). 
O propósito de Deus, já antes da criação (1.4), era ter um povo para si mediante a morte redentora de Cristo na cruz. 
Sendo assim, a eleição fundamentada na morte sacrificial de Cristo, no Calvário, para nos salvar dos nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).

(3) A eleição em Cristo é em primeiro lugar coletiva, i. e., a eleição de um povo (1.4,5,7,9; 1 Pe 1.1; 2.9). 
Os eleitos são chamados "o seu [Cristo] corpo" (1.23; 4.12), "minha igreja" (Mt 16.18), o "povo adquirido" por Deus (1 Pe 2.9) e a "noiva" de Cristo (Ap 21.9). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao corpo de Cristo, a igreja verdadeira (1.22,23; ver Robert Shank, Elect in the Son ( Eleitos no Filho). 
É uma eleição como a de Israel no AT (ver Dt 29.18-21 nota 2Rs 21.14 nota).

(4) A eleição para a salvação e a santidade do corpo de Cristo são inalteráveis. Mas individualmente a certeza dessa eleição depende da condição da fé pessoal e viva em Jesus Cristo, e da perseverança na união com Ele. 
O apóstolo Paulo demonstra esse fato da seguinte maneira: 
(a) O propósito eterno de Deus para a igreja é que sejamos "santos e irrepreensíveis diante dEle" (1.4). 
Isso se refere tanto aos perdão dos pecados (1.7) como à santificação e santidade. 
O povo eleito de Deus está sendo conduzido pelo Espírito Santo em direção à santificação e à santidade (ver Rm 8.14; Gl 5.16-25). 
O apóstolo enfatiza repetidas vezes o propósito supremo de Deus (ver 2.10; 3.14-19; 4.1-3,13,14; 5.1-18). 
(b) O cumprimento desse propósito para a igreja como corpo não falhará: Cristo à apresentará "a si mesmo igreja gloriosa... santa e irrepreensível" (5.27). (c) O cumprimento desse propósito para o crente como indivíduo dentro da igreja é condicional. Cristo nos apresentará "santos irrepreensíveis diante dele" (1.4), somente se continuarmos na fé. 
A Bíblia mostra isso claramente: 
Cristo irá "vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho" (Cl 1.22,23).

(5) A eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo 3.16,17; 1 Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb 2.9), e torna-se uma realidade para cada pessoa consoante seu prévio arrependimento e fé, o Espírito Santo admite o crente ao corpo eleito de Cristo ( a igreja) (1 Co 12.13), e assim ele torna-se um dos eleitos. 
Daí, tanto Deus quanto o homem têm responsabilidade na eleição (ver Rm 8.29 nota; 2 Pe 1.1-11).

A PREDESTINAÇÃO: 

A predestinação (gr. proorizo) significa "decidir de antemão" e se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. 
A eleição é a escolha feita por Deus, "em Cristo", de um povo para si mesmo ( a igreja verdadeira). 
A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de Deus (todos os crentes genuínos em Cristo).

(1) Deus predestina seus eleitos a serem: (a) chamados (Rm 8.30); justificados (Rm 3.24; 8.30); (c)glorificados (Rm 8.30); (d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29); (e) santos e inculpáveis (1.4); (f) adotados como filho (1.5); (g) redimidos (1.7); (h) participantes de uma herança (1.14); (i) para o louvor da sua glória (1.12; 1 Pe 2.9); (j) participantes do Espírito Santo (1.13; Gl 3.14); (l) criados em Cristo Jesus para boas obras (2.10).

(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de Cristo (i. e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando incluso neste corpo mediante a fé viva em Jesus Cristo (1.5,7,13; cf. At 2.38-41; 16.31).

RESUMO: 
No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande navio viajando para o céu. 
Deus escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria nau. Cristo é o Capitão e Piloto desse navio. 
Todos os que desejam estar nesse navio, eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em Cristo. 
Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. 
Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. 
A predestinação concerne ao destino do navio e ao que Deus preparou para quem nele permanecer. 
Deus convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante Jesus Cristo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

RECEBEREIS A VIRTUDE. SER-ME-EIS TESTEMUNHAS


RECEBEREIS A VIRTUDE:
O termo original para "virtude" é dunamis, que significa poder real; poder em unção. 
Esse é o versículo-chave do livro de Atos. 
O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. 
Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27).

(1) "Poder" (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em operação, em ação. O batismo no Espírito Santo trará o poder pessoal do Espírito Santo à vida do crente.

(2) Note que neste versículo Lucas não relaciona o batismo no Espírito Santo com a salvação e regeneração da pessoa, mas com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande eficácia).

(3) A obra principal do Espírito Santo no testemunho e na proclamação do evangelho diz respeito a obra salvífica de Cristo, à sua ressurreição e à promessa do batismo no Espírito (cf. 2.14-42). Ver a nota seguinte, que trata do Espírito dando testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal.

SER-ME-EIS TESTEMUNHAS:
O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador (ver nota anterior), como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27).

(1) O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradecer nosso Salvador.

(2) O Espírito Santo da testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13).

(3) O batismo no Espírito Santo outorga poder para o crente testemunhar de Cristo e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8 nota). 
Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40).

(4) O batismo no Espírito Santo destina-se àqueles cujos corações pertencem a Deus por terem abandonados seus maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a Cristo (ver 5.32 nota).

(5) O batismo no Espírito Santo é um batismo no Espírito que é santo (cf. "Espírito de santificação", Rm 1.4). 
Assim, se o Espírito Santo realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de Cristo.
À luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no Espírito Santo, terá um desejo intenso de agradar a Cristo em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do Espírito complementa (i.e., complementa) a obra salvífica e santificadora do Espírito Santo em nossa vida. 
Aqueles que afirmam ter a plenitude do Espírito, mas vive uma vida contrária ao Espírito de santidade, estão enganados e mentindo. 
Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm uma vida de verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o Espírito Santo, mas segundo um espírito impuro que não é de Deus (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15;).