EVANGELHO DE JESUS CRISTO

sábado, 17 de outubro de 2015

OS PASTORES E SEUS DEVERES


Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9.
Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor de uma igreja local.

PROPAGANDO A FÉ

  1. Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1 Co 6.20; 1 Pe 1.18,19; Ap 5.9).
  2. Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: "estou limpo do sangue de todos" (20.26; ver nota). Os pastores de nossos dias também devem instruir sua igrejas em todo o desígnio de Deus. Que "pregues a palavra, inste a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2 Tm 4.3).
GUARDANDO A FÉ

Além de alimentar o rebanho de Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas.
Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de "lobos cruéis", indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16).
Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene distorcem a revelação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que distorcem a revelação original e fundamental de fé, segundo o NT.
  1. A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na prevenção da pureza da igreja de Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2 Tm 4.1-4); Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).
  2.  Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto á vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará "limpo do sangue de todos" (20.26, ver nota; cf. Ez 34.1-10). Deus o terá por os falsificadores da Palavra (ver também 2 Tm 1.14 nota; Ap 2.2 nota).
  3. É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais seguimentos administrativos da igreja (2 Tm 1.13,14).
  4. A questão principal aqui é nossa atitudes para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a "Palavra da sua graça" (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina 920.28-31; ver Gl 1.6 nota; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2 Jo 9-11; ver Gl 1.9 nota).
  5. A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5 nota).

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE


O conceito de separação do mal é fundamental para o relacionamento entre Deus e o seu povo.
Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo uma negativa e outra positiva:
A separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é contrário a Jesus Cristo, à justiça e à Palavra de Deus. Acercar-se de Deus em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o serviço a Ele.

1. No NT, a separação era uma exigência contínua de Deus para o seu povo (Lv 11.44 nota; Dt 7.3 nota, Ed 9.2 nota). O povo de Deus deve ser santo, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer exclusivamente a Deus. 
Uma principal razão por que Deus castigou o seu povo com o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo pecaminoso de vida dos povos vizinhos (ver 2 Rs 17.7,8 notas; 24.3 nota; 2 Cr 36.14 nota; Jr 2.5,13 notas; Ez 23.2 nota; Os 7.8 nota).

2. No NT, Deus ordenou a separação entre o crente e
. o sistema mundial corrupto e a transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2 Tm 3.1-5; Tg 1.27; 4.4).
. Aqueles que na igreja pecam não se arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17; 1 Co 5.9-11; 2 Ts 3.6-15).
. Os mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológico e negam as verdades bíblicas (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9 nota; Tt 3.9-11; 2 Pe 2.17-22; 1 Jo 4.1; 2 Jo 10,11; Jd vv. 12,13).

3. Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de:
. Ódio ao pecado, à impiedade e á conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9; Hb 1.9; 1 Jo 2.15).
. Oposição à falsa doutrina (Gl 1.9),
. Amor genuíno para com aqueles de quem devemos nos separar (Jo 3.16; 1 Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm 9.1-3; 2 Co 2.1-8; Jd v. 22).
. Temor de Deus ao nos aperfeiçoarmos na santificação (7.1).

4. Nosso propósito na separação do mal, o próprio Deus nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos (6.16-18).

5. O crente que deixa de separar-se da prática do mal, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão com Deus (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos de filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).


FÉ E GRAÇA


A salvação é um dom da graça de Deus, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano.
Para entender corretamente o processo da salvação, precisamos entender essas duas palavras: Fé e Graça

FÉ SALVÍFICA

A fé em Jesus Cristo é a única condição prévia que Deus requer do homem para salvação. A fé não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica que brota do coração do crente que quer seguir a Cristo como Senhor e Salvador (cf. Mt 4.19; 16.24; Lc 9.23-25; Jo 10.4,27; 12.26; Ap 14.4).

 1. O conceito de fé no NT abrange quatro elementos principais:
  • Fé significa crer e confiar firmemente no Cristo crucificado e ressurreto como nosso Senhor e Salvador pessoal (ver Rm 1.17 nota). Importa em crer de todo o coração (At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade e a totalidade do nosso ser a Jesus Cristo tal como Ele é revelado no NT.
  • Fé inclui arrependimento. i.e., desviar-se do pecado com verdadeira tristeza (At 17.30; 2 Co 7.10) e voltar-se para Deus através de Cristo. Fé salvífica é sempre fé mais arrependimento (At 2.37,38; ver Mt 3.2, nota sobre o arrependimento).
  • A fé inclui obediência a Jesus Cristo e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a Deus e pela obra regeneradora do Espírito Santo em nós (Jo 3.3-6; 14.15,21-24; Hb 5.8,9). É a "obediência que provém da fé" (Rm 1.5). Logo, fé e obediência são inseparáveis (cf. Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.
  • A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressam na confiança, amor , gratidão e lealdade para com Ele. A fé no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (cf. Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1 Pe 1.8).



2. A fé em Jesus como nosso Senhor e Salvador é tanto um ato de um único momento, como uma atitude contínua para a vida inteira, que precisa crescer e se fortalecer (ver Jo 1.12 nota).

Porque temos fé numa Pessoa real é unica que morreu por nós (Rm 4.25; 8.32; 1 Ts 5.9,10), nossa fé deve crescer (Rm 4.20; 2 Ts 1.3; 1 Pe 1.3-9). 
A confiança e a obediência transforma-se em fidelidade e devoção (Rm 14.8; 2 Co 5.15); nossa fidelidade e devoção transformam-se numa intensa dedicação pessoal e amorosa ao Senhor Jesus Cristo (Fp 1.21; 3.8-10; ver Jo 15.4 nota; Gl 2.20 nota).

GRAÇA

No AT Deus revelou-se como o Deus da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de Deus à sua promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (ver Êx 6.9 nota).
Os escritores bíblicos dão procedimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de Deus em Cristo Jesus, transmitidos aos crentes pelo Espírito Santo, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de Deus (Jo 3.16; 1 Co 15.10; Fp 2.13; 1 Tm 1.15,16).
Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta graça divina.

1. Deus concede uma medida da sua graça como dádiva aos incrédulos (1 Co 1.4; 15.10), a fim de poderem crer no Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.4).

2. Deus concede graça ao crente para que seja "liberto do pecado" (Rm 6.20,22), para que nele opere "tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13; cf. Tt 2.11,12; ver Mt 7.21, nota sobre a obediência como um dom da graça de Deus), para orar (Zc 12.10), para crescer em Cristo (2 Pe 3.18) e para testemunhar de Cristo (At 4.33; 11.23).

3. Devemos diligentemente desejar e buscar a graça de Deus (Hb 4.16). Alguns dos meios pelos quais o crente recebe a graça de Deus são: estudar as Escrituras Sagradas e obedecer aos seus preceitos (Jo 15.1-11; 20.31; 2 Tm 3.15), ouvir a proclamação do evangelho (Lc 24.47; At 1.8; Rm 1.16; 1 Co 1.17,18), orar (Hb 4.16; Jd v. 20), jejuar (cf. Mt 4.2; 6.16), adorar a Cristo (Cl 3.16); estar continuamente cheio do Espírito Santo (cf. Ef 5.18) e participar de Ceia do Senhor (cf. At 2.42; ver Ef 2.9, nota sobre como opera a graça).

4. A graça de Deus pode ser resistida (Hb 12.15), recebida em vão (2 Co 6.1), apagada (1 Ts 5.19), anulada (Gl 2.21) e abandonada pelo crente (Gl 5.4).