EVANGELHO DE JESUS CRISTO

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; (1 Tm 3.2).
O candidato ao ministério deve se "irrepreensível" (gr. anepilemptos, que significa literalmente "que não se pode atingi-lo"). Isso tem haver com conduta manifesta e aprovada, inculpável e irrepreensível, desde sua conversão na vida conjugal, na vida doméstica, na vida social e no trabalho. Ninguém deve ser cogitado para o ministério se houver contra ele acusações procedentes de imoralidade ou de transgressões graves. Pelo contrário, deve ser homem de reputação irrepreensível entre os membros da igreja e dos de fora (ver v.7 nota) por ter uma vida cristã exemplar, sem problemas morais, habituais ou incidentais. Este, portanto, pode servir de modelo para todos seguirem (ver 4.12 nota).
Se algum homem deseja ser "bispo" (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. 
Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. 
Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.
1. Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida.
Os que aspira ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser "fiel sobre o pouco" conduz à posição de governar "sobre o muito".
2. O líder cristão deve ser, antes de mais nada, "exemplo dos fiéis" (4.12 cf. 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

  • Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à atenção, lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).
  • O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1 Co 11.1; Fp 3.17; 1 Ts 1.6; 2 Ts 3.7,9; 2 Tm 1.13).

3. O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui falhar, como "terá cuidado da igreja de Deus?" (3.5). Ele deve ser "marido de uma [só] mulher" (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mais gunaikos, um genitivo atributivo) é "homem de uma única mulher", i.e., um marido sempre fiel à esposa.
4. Consequentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perdem a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4 nota; Lv 10.2 nota; 21.7,17 notas; Nm 20.12 nota; 1 Sm 2.23 nota; Jr 23.14 nota; 29.23 nota).
5. A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha a adulterar que "o seu opróbrio nunca se apagará" (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha é a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2 Sm 12.9-14).
6. Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, e a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2 Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

  • O cargo do rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. Deus não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos.
  • Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1 Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto de sua vida (2 Sm 12.9-14).
7. As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justa exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros, conforme esta escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como "exemplo dos fiéis, na Palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza" (4.12). 


domingo, 1 de novembro de 2015

ELE FIRMARÁ UM CONCERTO... POR UMA SEMANA


O estabelecimento do concerto entre "o príncipe, que há de vir" (v. 26) e Israel marca o início da septuagésima semana, os últimos sete anos da presente era. Aqui, a Bíblia ensina o seguinte:
1. O príncipe que fará o concerto com Israel é o anticristo, mas ainda camuflado naquela ocasião (cf. 2Ts 2.3-10; 1 Jo 2.18).
O anticristo certamente negociará um tratado de paz entre Israel e seus inimigos no tocante à disputa territorial (11.39).
2. Na metade dos sete anos (i.e., após três anos e meios), o príncipe romperá seu concerto com Israel, declarar-se-á Deus, apoderar-se-á do templo em Jerusalém, proibirá a adoração ao Senhor (cf 2 Ts 2.4) e assolará a Palestina. Reinará por três anos e meio (Ap 11.1,2; 13.4-6; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO).
3. A importância profética da "abominação" da desolação será conhecida somente pelos santos de Deus (12.10,11). Jesus disse que os crentes devem estar atentos a esse sinal determinante, pois assinalará o começo da contagem regressiva de três anos e meio até à sua vinda em glória (ver Mt 24.15). Os crentes do período da tribulação, por sua atenção a esse sinal, poderão perceber quão próxima estará a volta de Cristo (Mt 24.33; ver o estudo A GRANDE TRIBULAÇÃO).
A vinda do Messias (2 Ts 2.8; Ap 19.11-20) ocorrerá no fim dos sete anos, i.e., o segundo período de três anos e meio. O Apocalipse confirma essa cronologia ao declarar duas vezes que o Anticristo (i.e., "a besta") terá poder somente durante quarenta e dois meses (Ap 11.1,2; 13.4-6). Daniel declara mais tarde, outra vez, que haverá um período de três anos e meio ("um tempo... tempos, e metade de um tempo") entre o começo da grande tribulação e o seu fim (12.7).
4. Nos três anos e meio destinados ao anticristo, Jerusalém continuará a ser pisada pelos gentios (Ap 11.2).
5. A "abominação desoladora" é o sinal inconfundível de que a grande tribulação já começou (12.11; Mt 24.15-21; cf. Dt 4.30,31; Jr 30.5-7; Zc 13.8,9).
6. A tribulação e o domínio do anticristo terminarão quando Cristo vier com poder e glória para julgar os ímpios (Mt 25.31-46), para destruir o anticristo e para começar seu reino milenar (Jr 23.5,6; Mt 24.27,30).
SOBRE A ASA DAS ABOMINAÇÕES VIRÁ O ASSOLADOR
Cristo referiu-se à visão de Daniel quando disse: "Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel... " (Mt 24.15). Estas palavras de Jesus podem referir-se à futura destruição do templo de Jerusalém pelo Anticristo (cf. 2 Ts 2.3,4; Ap 13.14,15; ver o estudo O PERÍODO DO ANTICRISTO).

FAZE-ME SABER OS TEUS CAMINHOS


Assim como Moisés (Êx 33.13), o salmista ansiava intensamente por conhecer os caminhos de Deus. 
É possível o crente conhecer algo das obras de Deus. (Sl 103.7), mas nunca realmente realmente conhecer a Deus ou entender os seus caminhos (i.e., os princípios da sabedoria por meio dos quais Ele opera em nós e nos guia). Os princípios básicos para conhecermos os caminhos de Deus, segundo este salmo, são os seguintes:
1. Devemos ter um desejo sincero de conhecer os retos caminhos de Deus e à verdade da sua Palavra (v.4).
2. Precisamos estar dispostos a esperar em Deus "todo o dia" devemos perseverar firmemente na fé enquanto esperamos (v.5).
3. Devemos com humildade obedecer a Deus (v.9), ter sempre um caráter segundo a vontade de Deus (v.10) e temer ao Senhor (vv. 12-14).
4. Visto que o pecado é um obstáculo para se conhecer a Deus e seus caminhos, precisamos abandonar o pecado e sermos purificados e perdoados (vv. 4-8). "Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá" (66.18; cf. 1 Jo 2.1-6).
5. Contratempos na vida não são primeiramente um sinal de desagrado de Deus (cf. 34.19). Conhecer a Deus e seus caminhos pode resultar em sofrimentos e perdas, que do contrário não teríamos tido (e.g., At 14.22; 20.22,23). O exemplo ímpar dessa verdade é o próprio Jesus, que obedeceu perfeitamente à vontade de Deus, no entanto sofreu tristeza, traição e a cruz. O crente, que permanece na vontade de Deus, deve contar com isso (Mt 10.24).